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Universidade Vale do Cricaré

Curso de Psicologia

Ana Victoria Pereira Pastorini


Laís Geraldo Palmeira
Milena Torezani
Tatiana Rossini Silva

ESTUDO DE CASO: ÉTICA PROFISSIONAL EM PSICOLOGIA

SÃO MATEUS
2023
A psicóloga Maria, com alguns anos de formação e registro ativo no
Conselho Regional de Psicologia (CRP), utiliza ativamente as redes sociais,
incluindo o Instagram, como meio de promover seu trabalho profissional na
área da psicologia. Contudo, em um dia em que uma proposta de lei que
proibia o casamento gay estava sendo julgada, Maria decidiu divulgar em seu
perfil profissional no Instagram que apoiava a Proposta de Lei (PL) em questão,
expressando a crença de que homossexuais são pecadores e não deveriam se
casar.
Ao examinar o presente caso fica evidente que Maria adotou uma
postura discriminatória em relação aos homossexuais, contrariando o princípio
fundamental de respeito à diversidade e não discriminação na prática ética da
psicologia, que também consta no artigo segundo do código de ética
profissional:
Ao psicólogo é vedado:
A) Praticar ou ser conivente com quaisquer atos que caracterizem
negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade ou
opressão;
B) Induzir a convicções políticas, filosóficas, morais, ideológicas,
religiosas, de orientação sexual ou a qualquer tipo de preconceito,
quando do exercício de suas funções profissionais;
A manifestação de apoio por parte de Maria à proposta de lei que proíbe
o casamento gay levanta questões significativas relacionadas à imparcialidade
e justiça social, sendo interpretada como uma ação que vai de encontro aos
princípios de igualdade de direitos para todos os cidadãos, independentemente
da orientação sexual.
Uma segunda consideração ética emerge no âmbito da
confidencialidade e privacidade, onde a possibilidade de Maria divulgar
informações que permitam a identificação de clientes ou pacientes em suas
crenças pessoais configura uma potencial violação da confidencialidade, como
consta no artigo 9° do código de ética:
É dever do psicólogo respeitar o sigilo profissional a fim de
proteger, por meio da confidencialidade, a intimidade das pessoas,
grupos ou organizações, a que tenha acesso no exercício profissional.
Como profissional da psicologia, Maria detém uma responsabilidade
ética no que se relaciona ao seu comportamento público, especialmente ao
utilizar as redes sociais para promover sua prática profissional. O apoio
declarado a uma posição contrária aos princípios éticos da profissão pode
comprometer esta responsabilidade.
A delimitação da fronteira entre a esfera pessoal e profissional surge
como um terceiro ponto de discussão relevante. De acordo com o artigo 19 do
código de ética:
O psicólogo, ao participar de atividade em veículos de
comunicação, zelará para que as informações prestadas disseminem o
conhecimento a respeito das atribuições, da base científica e do papel
social da profissão.
A utilização do perfil profissional de Maria no Instagram para expressar
opiniões pessoais controversas pode ser interpretada como uma violação
dessa fronteira, impactando negativamente sua imagem profissional.

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Código de Ética Profissional dos


Psicólogos, Resolução n.º 10/05, 2005

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