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A cura gay

Em setembro de 2017, houve um grande movimento nas redes sociais em


relação à “cura gay” com grande repercussão dos fatos.

A questão chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF), por meio de


reclamação, com pedido de liminar. A Ministra Carmen Lúcia, julgou procedente a
ação, reconhecendo a usurpação de competência do juiz federal Waldemar Cláudio
de Carvalho, da 14ª Vara do Distrito Federal, que havia concedido liminar em ação
popular, a qual teria aberto brecha para que psicólogos oferecessem terapia de
reversão sexual, conhecida como “cura gay”, tratamento proibido pelo Conselho
Federal de Psicologia desde 1999. A decisão da ministra no dia 9 de abril e
publicada no Diário de Justiça nesta quarta-feira, 24. 2020 1.

Entendo não ser papel do psicólogo qualquer tipo de orientação a respeito de


mudança de gênero, tampouco a oferta de tratamento, como dito, “cura”, ou
mudança de gênero, às pessoas que procuram atendimento, a fim de entender e
superar eventual trauma decorrente da orientação sexual .
É dever o acolhimento de forma profissional, atendendo todas as pessoas com
respeito.

Nesse sentido, a norma aponta que “os psicólogos não exercerão


eventos e serviços que proponham tratamento e cura das homossexualidades” 2.

De igual modo a Resolução 001/1999, do Conselho Federal de Psicologia.

2
Assim, além de estar fora das normas regulamentares da profissão, entendo ser
repugnante a ideia de reversão e a imposição à humanidade de determinado
padrão. Isso porque a sua função é lidar com complexidades e respeitar cada
indivíduo de forma ética.
A partir disso, a identidade de gênero está relacionada ao local onde o
indivíduo se
encontra em sua cultura, visto que o masculino e o feminino têm espaços
delimitados
socialmente, pela forma como se sentem e como desejam ser vistos perante
os outros. É a

definição individual de como o ser humano se expressa, de seu auto


reconhecimento.

[…] uma forma de indicar "construções culturais" - a criação inteiramente social de


ideias sobre os papéis adequados aos homens e às mulheres. Trata-se de uma forma
de se referir às origens exclusivamente sociais das identidades subjetivas de homens
e mulheres. 'Gênero' é, segundo esta definição, uma categoria social imposta sobre um
corpo sexuado. (SCOTT, 1995, p. 75)

Diante a tudo isto como base de lei, assim como também de ética profissional , fica
claro a posição do psicólogo em relação a sexualidade de cada indivíduo ser
tratado com respeitado e assim concluindo que cada indivíduo traz consigo a
sua própria opção sexual.

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