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DISCIPLINA DE VIROLOGIA CLINICA

Caso Clínico AIDS/HIV

Nome Aluno:

Antonio da Silva, 33 anos está noivo e a parceira propõe para ambos fazerem o exame de
AIDS
antes do casamento. Eles pretendem ter um filho e ficaram sabendo que a doença pode ser
transmitida da mãe para filho.
Eles procuram você na unidade de saúde para receber orientações de como poderia saber se
tem infecçao pelo HIV ou não.

Explique:
1. Qual o exame será solicitado. Explique todo o processo até a confirmação de resultado
positivo ou negativo.
2. Qual a sua conduta se o primeiro exame (ELISA) vier negativo?
3. E se, esse exame vier positivo?
4. As vezes, no banco de sangue o exame de HIV do doador é positivo e o doador recebe
uma orientação para colher nova amostra para realizar um teste de Western Blot. Por
que isso é necessário?

SUPONHA que o exame de Antonio tenha sido postitivo e que tenha sido confirmado. Fez
contagem de CD4 = 373 cel/mm3 e carga viral de 180.000 cópias/ml. Nega qualquer queixa
de
saúde. Retorna para avaliação e durante a consulta ela pergunta para você sobre
necessidade
de iniciar o tratamento.
5. Qual é sua orientação?
6. Caso esteja indicado uso de antirretrovirais, qual seria a(s) opção(ões) de tratamento
para a paciente?
7. Ele pergunta sobre a possibilidade de engravidar e ter filhos. O que você diria pra ele?
8. Antonio lhe pergunta sobre possibilidade de vacinação. O que você diria a ele?

RESPOSTAS:

1. O exame que será solicitado para verificar a infecção pelo HIV é geralmente o teste de
ELISA (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay). O processo do teste ELISA envolve a
coleta de uma amostra de sangue de Antonio. A amostra é enviada para um laboratório,
onde é testada quanto à presença de anticorpos contra o HIV. Se o resultado do teste
ELISA for positivo, isso indica a presença de anticorpos contra o HIV no sangue de
Antonio.
2. Se o primeiro exame ELISA vier negativo, é recomendável realizar um segundo teste
ELISA após alguns meses, já que pode haver um período de janela durante o qual os
anticorpos podem não ser detectados. Se o segundo teste ELISA também for negativo e
não houver exposições de risco adicionais, Antonio pode ser considerado negativo para o
HIV.
3. Se o primeiro exame ELISA vier positivo, será necessário confirmar o resultado com um
teste adicional, como o Western Blot ou um teste de imunoensaio de fluxo lateral. Se o
segundo teste confirmar a presença de anticorpos contra o HIV, Antonio será
diagnosticado como soropositivo para o HIV.
4. O teste de Western Blot é necessário após um resultado positivo no ELISA para
confirmar a presença de anticorpos específicos do HIV. O Western Blot é mais
específico e pode distinguir entre anticorpos do HIV-1 e HIV-2, o que o ELISA não faz.

Agora, abordando a situação de Antonio com um resultado confirmado de HIV:

5. A orientação para Antonio é iniciar o tratamento antirretroviral (TAR). A terapia


antirretroviral é essencial para suprimir a replicação do HIV, melhorar a função
imunológica e prevenir a progressão da doença. Além disso, reduz o risco de transmissão
do HIV a parceiros sexuais não infectados.
6. As opções de tratamento antirretroviral podem variar dependendo do paciente e da
avaliação médica, mas geralmente consistem em uma combinação de medicamentos
antirretrovirais. As escolhas de tratamento dependem de vários fatores, como a contagem
de CD4 e a carga viral de Antonio, tolerância aos medicamentos e possíveis interações
medicamentosas. Um exemplo de combinação inicial pode ser uma terapia de três
medicamentos, incluindo inibidores de transcriptase reversa análogos de nucleosídeo
(ITRNN) e inibidores de protease.
7. Quanto à possibilidade de engravidar e ter filhos, Antonio pode conversar com um
médico especializado em HIV e gravidez para discutir as opções disponíveis. É
importante seguir um plano de cuidados médicos rigoroso durante a gravidez, incluindo
a adesão ao tratamento antirretroviral e acompanhamento médico regular para reduzir o
risco de transmissão vertical do HIV ao bebê. Com os cuidados adequados, é possível ter
uma gravidez saudável e reduzir significativamente o risco de transmitir o HIV ao filho.
8. Quanto à vacinação, não existe uma vacina preventiva amplamente disponível para o
HIV no momento. Antonio deve continuar tomando medidas de prevenção, como o uso
de preservativos e adesão ao tratamento antirretroviral para reduzir a carga viral e
minimizar o risco de transmissão a outros.
9. É importante que Antonio continue a receber orientação e cuidados médicos regulares de
profissionais de saúde especializados em HIV para gerenciar sua condição e garantir
uma vida saudável.
SEGUNDO ESTUDO DE CASO HIV:

Homem de 19 anos, banco, solteiro, procura o Serviço de Atendimento Especializado


em Infectologia por testagem anti-HIV, motivado pela revelação do diagnóstico de infecção
pelo vírus em um ex-parceiro sexual. Está completamente assintomático no momento, e refere
nos antecedentes pessoais, apenas ferida única e indolor no pênis há cerca de um ano, que
cicatrizou espontaneamente. Exame físico normal. Refere orientação homossexual, já teve
mais de 10 parceiros, sempre fazendo uso irregular do preservativo. No momento, mantém
relação sexual com parceiros eventuais, também sem uso rotineiro de preservativo. Não tem
companheiro fixo. Nega ter recebido hemotransfusões e uso de drogas injetáveis. Tem várias
tatuagens pelo corpo, usa alguns piercings e alargadores de orelha, refere fazer uso recreativo
de cocaína inalatória, ecstasy, LSD e maconha, trabalho como DJ e técnico de som. No SAE de
infectologia, já foi atendido na triagem e retorna hoje para consulta de caso novo com os
seguintes exames:

Anti-HIV Combo Ag/Ac reagente;

Anti-HIV imunofluorescência reagente

HBsAg não reagente

HBeAg não reagente

Anti-HBcAg reagente

Anti-ABeAg reagente

Anti-HBsAg (189,32) reagente

Anti-HCV não reagente

Teste treponêmico reagente

VDRL 1/256

CD4 576

Carga viral HIV 9.222 (3,96 log)

QUESTÕES:

1 – Como se estabelece o diagnóstico laboratorial de infecção pelo HIV? No caso está


confirmada?

2 – Quais seriam os desfechos possíveis se o paciente não fosse diagnosticado nesse


momento?

3 – Como orientar o paciente em relação aos ex-parceiros?

4 – Explique as possíveis formas de transmissão do HIV no caso do paciente.


5 – A conduta para diagnóstico e estadiamento está esgotada ou é preciso algo mais?

6 – Há necessidade de tratamento no caso do paciente para o HIV?

6.1 – Se sim, qual o tratamento a ser escolhido e qual o objetivo principal para sucesso do
tratamento?

6.2 – Se não, Por quê e como prosseguir o seguimento do caso?

7 – Se CD4=876 e CV=987 (2,99 log), o que mudaria?

8 – Se CD4=430 e CV=12.345 (4,09 log) o que mudaria?

9 – Se HBsAg reagente, HBeAg não reagente, anti-HBcAg reagente, anti-HBeAg reagente, anti-
HBsAg não reagente, o que mudaria?

10 – Mais alguma investigação ou conduta se faz necessário no caso?

RESPOSTAS:

1. O diagnóstico laboratorial da infecção pelo HIV é estabelecido através de testes


específicos para o vírus. No caso apresentado, os resultados dos testes de Anti-
HIV Combo Ag/Ac reagente e Anti-HIV imunofluorescência reagente confirmam
a presença do HIV no organismo do paciente.
2. Se o paciente não fosse diagnosticado neste momento, ele continuaria sendo um
portador do vírus e poderia transmiti-lo a parceiros sexuais desprotegidos. Além
disso, sua condição de saúde pode se deteriorar com o tempo se não for tratada,
levando a doenças associadas ao HIV/AIDS.
3. O paciente deve ser orientado a entrar em contato com seus ex-parceiros sexuais e
informá-los sobre seu diagnóstico de infecção pelo HIV, incentivando-os a fazer o
teste para o vírus. Isso é importante para que eles também possam receber
tratamento, se necessário, e adotar medidas preventivas para evitar a disseminação
do HIV.
4. No caso do paciente, as possíveis formas de transmissão do HIV incluem relações
sexuais desprotegidas com parceiros eventuais, uso compartilhado de agulhas ou
instrumentos contaminados, como aqueles usados em tatuagens e piercings, e o
uso recreativo de drogas injetáveis.
5. Até agora, a conduta para diagnóstico e estadiamento da infecção pelo HIV parece
estar completa com base nas informações fornecidas.
6. Há necessidade de tratamento para o HIV no caso do paciente.
6.1. O tratamento do HIV visa suprimir a replicação do vírus, aumentar a contagem de
CD4 e manter a carga viral indetectável. No entanto, a escolha do tratamento
antirretroviral específico depende da avaliação clínica e dos resultados de
laboratório do paciente. O objetivo principal do tratamento é alcançar e manter
uma carga viral indetectável, o que ajuda a preservar a saúde do paciente e reduzir
o risco de transmissão do HIV.
6.2. Se não iniciar o tratamento, o paciente corre o risco de desenvolver complicações
relacionadas à infecção pelo HIV ao longo do tempo. O tratamento é altamente
recomendado para retardar a progressão da doença e manter a saúde geral.
7. Se os resultados fossem CD4=876 e CV=987 (2,99 log), a decisão de iniciar o
tratamento provavelmente permaneceria a mesma, uma vez que os níveis de CD4
ainda estão relativamente altos, mas a carga viral é detectável.
8. Se os resultados fossem CD4=430 e CV=12.345 (4,09 log), seria ainda mais
indicado iniciar o tratamento antirretroviral, uma vez que a contagem de CD4 está
mais baixa e a carga viral é mais elevada.
9. Se o paciente fosse co-infectado com o vírus da hepatite B (HBsAg reagente) e
apresentasse marcadores que sugerem infecção crônica pelo HBV (HBeAg não
reagente, anti-HBcAg reagente, anti-HBeAg reagente e anti-HBsAg não reagente),
isso exigiria uma avaliação adicional e possivelmente tratamento para a hepatite B,
além do tratamento para o HIV.
10. Considerando os resultados apresentados, é importante realizar uma avaliação
clínica mais abrangente do paciente, incluindo avaliação do estado de saúde geral e
das condições relacionadas ao uso recreativo de drogas, bem como discutir as
opções de tratamento específicas para o HIV e a hepatite B, se necessário. Além
disso, o paciente deve receber aconselhamento sobre medidas de prevenção do
HIV, hepatite B e outras infecções sexualmente transmissíveis.

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