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O que é Audiodescrição?

Aula 2 – Audiodescrição

Prof. Eduardo Cardoso

Profa. Kemi Oshiro

Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS

Março/2018
Então,
O que é Audiodescrição?
Formalmente, a audiodescrição é uma atividade
de mediação linguística, uma modalidade de
tradução conceituada como intersemiótica, uma
vez que transforma a informação visual em
informação sonora (leva informação de um meio
para o outro).
É um recurso de acessibilidade comunicacional
inicialmente criado para atender ao público com
deficiência visual. Hoje, sabe-se que a
audiodescrição é capaz de proporcionar o acesso
universal ao conteúdo visual de uma infinidade
de produtos, eventos e serviços.
Atualmente o recurso é, e está sendo cada vez
mais, pesquisado, desenvolvido e disseminado
em países como EUA, Reino Unido, Espanha,
França, Alemanha, Bélgica, Canadá, Japão e
Brasil.
Histórico
MUNDO
l Primeira menção em meados dos anos 70, nos
Estados Unidos, na dissertação de mestrado de
Gregory Frazier, na Universidade de São Francisco,
na Califórnia.

l Em 1981 o recurso foi posto em prática pela


primeira vez. O casal Margareth Rockwell e Cody
Pfansthiel, ela com deficiência visual, produziu a
audiodescrição da peça Major Barbara, em
Washington DC.
No Brasil:
l Primeiras experiências em 1999, quando Bell
Machado desenvolve o projeto Cinema Narrado,
no Centro Cultural Louis Braille, em Campinas/SP.
l Em 2003, Graciela e Lara Pozzobon promovem a
primeira edição no Brasil do Festival Assim
Vivemos, no Rio de Janeiro/RJ.
l Em 2006, Lívia Motta faz a audiodescrição da peça
O Santo e a Porca, no Teatro Vivo, em São
Paulo/SP.
No Rio Grande do Sul:
l Em 2007, Lívia Motta e voluntários da Vivo
produzem uma sessão acessível do filme
Saneamento Básico, no Festival de Cinema de
Gramado, na Serra gaúcha.
PÚBLICO-ALVO
l Pessoas com deficiência visual (cegos, com baixa visão,
monoculares).
l Idosos.
l Pessoas com problemas cognitivos (com Síndrome de
Down, Asperger, autismo, dislexia, sequelas
temporárias ou permanentes de isquemias, AVCs,
aneurismas, disfunções neurológicas etc).
l Público em geral.
TIPOS E MODALIDADES

Neves (2011) divide em:


1. AD de imagens estáticas;
2. AD de imagens em movimento;
3. AD do mundo tangível (AD de exploração);
4. AD a serviço da Mobilidade/orientação.
CATEGORIAS

1. AD SUBSTITUTIVA – em que a pessoa tem


acesso (“vê”) a peça apenas pela AD;
2. AD DE EXPLORAÇÃO – em que a pessoa
explora a peça pelo tato e complementa esta
experiência com a AD;
3. AD DE ORIENTAÇÃO – que guia a pessoa no
espaço.
(NEVES, 2011)
EQUIPE DE AUDIODESCRIÇÃO

l Roteirista (áreas básicas: Comunicação Social, Letras +


capacitação em AD).
l Consultor ou revisor (qualquer área de atuação, exclusivamente
com deficiência visual + capacitação em AD).
l Narrador (áreas básicas: Comunicação Social, Artes Cênicas,
Rádio, Cinema, Dublagem + capacitação em AD).
l Técnico de áudio (desejável capacitação em AD).
l Guias de mobilidade.
l Fornecedores de equipamento.
TRANSMISSÃO

l AD ao vivo => dança, cinema etc.


l AD gravada => filme em DVD, televisão, audiolivro
com AD, audioguia etc.
l AD simultânea => jogo de futebol, cobertura ao vivo,
eventos etc.
Os produtos ou eventos descritos ao vivo podem ter
audiodescrição aberta (todo o público escuta a AD) ou
fechada (somente alguns espectadores escutam a AD =>
equipamento de tradução simultânea: transmissor fixo
(cabine) ou móvel + receptores com fones de ouvido).
OBJETIVIDADE

A descrição é uma tradução de imagens em


palavras.
Deve ser objetiva, sem qualquer
interpretação, dedução ou expressão da
opinião de quem descreve.
Descreva unicamente o que você vê.
Será?!
Exercício
Panorâmica do mar de Ipanema, no Rio de Janeiro, em um um final de tarde. À esquerda, prestes a mergulhar no
horizonte, o sol explode em cores, espalhando no céu e na superfície tranquila da água tons que vão do amarelo ao
azul, passando pelo laranja, vermelho, rosa e violeta. No mar, a silhueta de alguém que rema em pé sobre uma
prancha, abaixo da imensa bola incandescente. À direita, as silhuetas do Morro Dois Irmãos e da Pedra da Gávea.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

- Audio Description Coalition. Audio Description Coalition Standards for Audio


Description and Code of Professional Conduct for Describers. San Francisco,
CA/USA. 2007.
- Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. Secretaria de Direitos
Humanos, Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com
Deficiência. Brasília/DF. 2011.
- Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização,
Diversidade e Inclusão. Nota Técnica Nº 21/2012/MEC/SECADI/DPEE. Brasília/DF.
2012.
- Motta, Lívia & Filho, Paulo Romeu. Audiodescrição Transformando Imagens em
Palavras. Secretaria dos Direitos das Pessoas com Deficiência. São Paulo/SP. 2010.
- Motta, Lívia. Orientações Para Descrição De Imagens 1. São Paulo/SP. 2013
- Neves, Josélia. Imagens que se Ouvem. Guia de Audiodescrição. Instituto Politécnico
de Leiria. Leiria. Portugal. 2011.

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