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Alopecias cicatriciais

As alopecias cicatriciais são um grupo de distúrbios de queda de


cabelo intratáveis e incomuns, caracterizados pela destruição permanente
do folículo piloso. A manifestação clínica mais típica da alopecia cicatricial é a
perda de óstios foliculares visíveis em uma área cicatricial, e a marca
histopatológica de uma lesão totalmente desenvolvida é a substituição
da estrutura do folículo piloso por tecido fibroso. A alopecia cicatricial
pode resultar de trauma (queimaduras, radiação, tração), processos infiltrativos
(sarcoidose, carcinomas) ou infecção (dermatófito). Nessas condições, o
folículo piloso é menos afetado, enquanto ocorrem danos globais no
couro cabeludo, sendo a queda de cabelo permanente um evento secundário.

A AC ocorre quando algum processo destrutivo parcial ou total


atinge os folículos pilossebáceos, o que faz com que o couro
cabeludo da área afetada pare a produção de fios permanentemente
e apresente cicatrizes/manchas. A alopecia cicatricial se apresenta em
dois tipos, a primária (gerada principalmente por processos autoimunes e
foliculite), e a secundária (causada por queimaduras, ataques químicos e tração,
por exemplo), que evoluem de forma distinta em cada paciente por conta das
diferentes causas de destruição dos folículos.

A classificação da North American Hair Research Society (NAHRS) divide as


alopecias cicatriciais em 3 grupos: Linfocíticas, neutrofílicas e mistas.

Grupo 1: Linfocíticas

1.1 Líquen plano pilar

O líquen plano pilar (LPP) é a forma folicular do líquen plano (LP) e ocorre
predominantemente em mulheres adultas.
O curso da doença inflamatória é indolente, com períodos de ausência de
atividade alternando com fases de reativação.
Prurido intenso, queimação e aumento da queda diária são sinais de alerta para
atividade inflamatória. O LPP clássico apresenta-se com pequenas placas de
atriquia folicular, com
formato pequeno poligonal que pode evoluir para grandes áreas desnudas, com
ceratose perifolicular e eritema perifolicular (cuja visualização varia de acordo com
o fototipo) nas
margens da placa de alopecia. Quando em fase ativa, o teste de tração pode
apresentar pelos anágenos. Alguns pacientes podem apresentar LP concomitante
na pele ou mucosa. afeta predominantemente mulheres menopausadas e
caracteriza se por alopecia progressiva e simétrica da linha de implantação
frontoparietal do couro cabeludo. Frequentemente está associada a alopecia das
sobrancelhas, dos pelos da face e dos
membros. O tratamento visa principalmente parar a progressão da doença e evitar
novas áreas de alopecia, o que se chama emergência tricológica. Nas formas
que acometem mais de 10% do couro cabeludo, o tratamento sistêmico pode ser
feito com hidroxicloroquina 400 mg/dia, ou corticoterapia sistêmica (acetato de
triancinolona 20 mg/
mL intramuscular a cada 4 semanas ou prednisolona 0,5 a 1 mg/kg/dia) para os
casos de progressão rápida. Tetraciclinas, ciclosporina, micofenolato de mofetil
foram relatados, com
resultados variáveis.

1.2 Pseudopelada

É uma alopecia cicatricial caracterizada por áreas pequenas, às vezes


confluentes, cuja pele é lisa e brilhante, que progridem de modo semelhante a
pseudópodos, sem inflamação clinicamente visível; ocasionalmente, no centro de
uma área, persistem um ou mais fios de cabelos normais por vezes em tufos.
Pode ocorrer na infância, porém costuma manifestar-se mais em mulheres acima
de 40 anos. Não há um tratamento efetivo para a pseudopelada; caso persistam
áreas pilosas passíveis de serem doadoras de cabelos para implantes, essa
técnica pode ser tentada nas áreas cicatriciais.

1.3 Lúpus eritematoso discoide

A lesão típica de lúpus eritematoso no couro cabeludo é o LED. Apenas 10% dos
pacientes com LED desenvolvem LES, aqueles com LED generalizado (lesões
acima e abaixo do
pescoço) têm maior risco de desenvolver LES. A lesão típica de LED no couro
cabeludo consiste em placa eritematodescamativa, com crescimento irregular, que
evolui para placas
arredondas com graus variados de atrofia, tampões córneos foliculares (plugs
ceratósicos), telangiectasias e discromia. O tratamento de casos restritos deve ser
feito com corticosteroides tópicos e intralesionais, associado a hidroxicloquina em
casos extensos ou corticosteroides sistêmicos. Inibidores da calcineurina, como o
tacrolimo e pimecroilmo, podem ser usados em alguns casos para manutenção.

1.4 Alopecia cicatricial centrífuga central ou Síndrome de


degeneração folicular ou alopecia por pente quente ou pseudopelada elíptica
central.
Ocorre mais frequentemente em mulheres adultas melanodérmicas e a
associação a práticas de cuidados com os cabelos, como alisamentos e pranchas
quentes, pode ser um dos fatores desencadeantes em uma doença que parece
ser multifatorial. Caracteriza-se por alopecia cicatricial da linha média do escalpo,
que, lentamente, progride de forma centrífuga pelo topo do couro cabeludo.
Prurido, dor e queimação no couro cabeludo são frequentes e estão diretamente
relacionados com a extensão da alopecia e a atividade inflamatória. O tratamento
desta condição ainda não está bem estabelecido e há relatos de controle com
corticoides tópicos potentes ou intralesionais, doxiciclina, tetraciclina e interrupção
dos agentes agressores.

Grupo 2: Neutroflícas

2.1 Foliculite decalvante

Representa 1 O a 20% das alopecias cicatriciais primárias e a mais comum do


grupo das neutrofílicas. Jovens e adultos de ambos os sexos são acometidos.
Apesar de ter etiologia desconhecida, o Staphylococcus aureus desempenha
papel causal importante, seja pela produção de superantígenos, persistência
intracelular dentro de fagócitos ou hipersensibilidade do hospedeiro. Clinicamente,
pústulas e abscessos surgem no couro cabeludo com drenagem de material
piossanguinolento, que geralmente circunda área de alopecia extensa fibrose
Politriquia (ou foliculite em tufos), apesar de não exclusiva, é característica deste
tipo de alopecia, na qual múltiplas hastes emergem de um mesmo óstio folicular.
Axilas, região pubiana e barba podem raramente estar afetadas. O tratamento é
feito à base de antibióticos sistêmicos e tópicos, com recidivas frequentes. O
esquema que utiliza rifampicina (300 mg, 2 vezes/dia) associada a clindamicina
(300 mg, 2 vezes/dia) por 10 semanas é bastante eficaz, mas ciprofloxacino,
claritromicina ou tetraciclina também podem ser associados.

2.2 Foliculite dissecante do couro cabeludo (celulite dissecante)

Junto com o cisto pilonidal, com a hidradenite supurativa e a acne conglobata,


forma o quarteto de situações ligadas à oclusão folicular. Mais comum em homens
melanodérmicos, caracteriza- se por múltiplos nódulos e abscessos dolorosos, por
vezes interconectados por trajetos fistulares, que acometem principalmente o
vértice e a região occipital do couro cabeludo. Com a progressão da moléstia,
instala-se a alopecia cicatricial. Apesar de haver superinfecção bacteriana, a
hiperceratose e consequente oclusão folicular desempenham papel primordial na
patogênese da moléstia. Antibióticos sistêmicos, isotretinoína oral, corticoides
intralesionais e medidas cirúrgicas estão entre suas opções terapêuticas.

Grupo 3: Mistas
3.1 Foliculite necrótica

Mais comum em adultos, apresenta-se com pápulas edematosas e eritematosas,


mais tarde com pústulas, que evoluem para necrose central, localizadas no nariz,
na fronte e na porção
anterior do couro cabeludo, eventualmente deixando cicatriz.
Pode haver lesões também no tronco anterior e dorso. Seu mecanismo
etiopatogênico não está bem estabelecido.

3.2 Foliculite queloidiana

A foliculite queloidiana da nuca, também conhecida como acne queloidiana da


nuca, costuma ser mais frequente, embora não exclusiva, de homens
melanodérmicos. Iniciando por pápulas eritematosas firmes na região occipital, as
lesões estendem-se por toda a região, enclausurando tufos de pelos e folículos
em meio a tecido conjuntivo hipertrofiado, com reação inflamatória de corpo
estranho, formação de fístulas e superinfecção. A terapêutica, por vezes difícil, é
feita com antibioticoterapia, corticosteroides intralesionais e medidas cirúrgicas de
correção.

3.3 Dermatose pustulosa erosiva do couro cabeludo

Entidade muito rara que afeta principalmente idosos com idade média de 75 anos.
Fatores desencadeantes têm sido aventados, como herpes-zóster, cirurgia ou
radioterapia para car cinoma espinocelular, bem como crioterapia, 5-fluorouracila
tópica ou retinoides para ceratose actínicas, em pacientes com dano actínico
intenso. Apresenta-se como um machucado que não cicatriza, e evolui para placa
de alopecia com aspecto esponjo-crostoso friável, sobre a esponja, que pode ser
facilmente destacada, "lagos de pus" são vistos. Ocasionalmente, erosão úmida é
a única forma de apresentação. Repilação pode ocorrer
após tratamento com corticosteroides tópicos de alta potência, mas calcipotriol e
tacroli mo também foram relatados.

O objetivo do tratamento da alopecia cicatricial é interromper a inflamação em


curso por meio de uma combinação, por exemplo, de corticosteroides
tópicos ou intralesionais, antimaláricos, imunossupressores e
antimicrobianos, entre outros (8). Terapia laser, cirurgias, além de outras
terapias, têm sido testados em casos refratários(8–10). A alopecia pode trazer
problemas de ordem psicossocial aos indivíduos afetados, prejudicando sua
qualidade de vida e autoestima.

A terapia com plasma rico em plaquetas (PRP) conjugada ao uso de


corticosteróides tópicos demonstrou eficácia em estudos.

Alopecias não cicatriciais

1) Alopecia androgenética

É o tipo mais comum de calvície progressiva. Ocorre em razão dos efeitos


combinados de: predisposição genética e de ação de androgênios sobre os
folículos pilosos do couro cabeludo. No sexo masculino, o padrão e a extensão da
perda do cabelo variam desde as entratas bitemporais, passando por rarefação
frontal e/ou do vértice (coroa), até perda de todo o cabelo, exceto nas marges
occipitais e temporais (coroa hipocrática). Ela pode iniciar-se nos homens em
qualquer momento após a puberdade e frequentemente totalmente expressa aos
40 anos. Nas mulheres ocorre mais tarde: em cerca de 40% ocorre após os 60
anos.

Inserir tabela de classificação de Hamilton para padrão masculino, e de Ludwig


para padrão feminino.

Sintomas: a maioria dos pacientes apresentam queixa de rarefação gradual dos


cabelos ou de calvície. Nas mulheres também há sinais de virilização: acne,
excesso de pelos na face ou tronco, padrão masculino de distribuição de pelos).
Nos casos de alopecia androgenética avançada, o couro cabeludo encontra-se
liso e brilhante, os orifícios dos folículos são poucos perceptíveis a olho nu.

Tratamento padrão:

Homens: Finasterida 1mg VO/dia, Minoxidilo tópico 2 a 5% 2 a 3x/dia.

Mulheres: Espironolactona e cimetidina (androgênicos).

Tratamento cirúrgico: transplante capilar (enxerto).

2) Alopecia Areata

Patologia que se caracteriza por perda dos pelos em áreas arredondadas ou


ovaladas sem qualquer processo inflamatório evidente na pele, com folículos
pilosos intactos. Manifesta-se por perda de pelos que varia desde uma única placa
à perda total dos pelos terminais. O prognóstico é bom quando há envolovimento
limitado e ruimn quando há perda excessiva.

Etiologia: Doença autoimune crônica órgão-específica mediada por linfócitos, que


afeta folículos piloso e unhas. Enquanto a doença está em atividade, os folículos
não conseguem ultrapassar a fase anágena inicial e não formam pelos normais. O
estresse emocional tem sido responsabilizado como desencadeador em grande
proporção de pacientes.

O tratamento se dá por terapia tópica (corticosteróides tópicos ou injeção local -


terapia intralesional) associado ou não ao uso de minoxidil 5% e/ ou terapia
sistêmica, com uso de corticosesteroides de injeção intramuscular (associação de
dipropionato/ acetato de betametasona e fosfato dissõdico de betametasona ou
triancinolona 40mg/dose a cada 4 semanas).

Suporte psicológico com acompanhamento por um psicoterapeuta deve ser


orientado.

3) Eflúvio telógeno

Caracteriza-se por aumento da queda de cabelos, como consequência da


reentrada em uma nova fase anágena, de grande número de folículos
precipitados antecipadamente em telógeno provocado por estresse físico ou
psíquico. a queda de fios telógenos pode ser de 120 a 400 fios/ dia.
O diagnóstico pode ser realizado através de teste de tração com mais de 6 fios
destacados por tração ou mais de 10% do total dos fios tracionados, ou pelo
tricograma, que apresenta mais de 25% dos pelos telógenos. Existem quatro
mecanismos descritos para o eflúvio telógeno:

a) Liberação anágena imediata: evento agudo que gera conversão prematura do


anágeno em telógeno. A queda é observada 2 a 3 meses após situações como:
doenças tireoidianas; hemorragias; anemias; deficiência de ferro, zinco ou
vitamina D; infecções; doenças sistêmicas graves; febre alta; dietas radicais para
emagrecer (principalemente as hipoproteicas), e cirurgia bariátrica. Também pode
ocorrer após o uso de certos fármacos como: heparina, cumarínicos, lítio,
estatinas, clofribrato, início ou término de contracepitivos orais ou terapia de
reposição hormonal, agentes citostáticos, hipervitaminose A e retinoides,
betabloqueadores e outros.

b) Síndrome do anágeno curto: Encurtamento idiopático da fase anágena, que


pode causar queda persistente em alguns casos.

c) Liberação telógena imediata: ocorre encurtamento da fase telógena, com


consequente expulsão desses fios e conversão para a fase anágena. Observado
no início do tratamento com Minoxidil.

d) Liberação telógena tardia: prolongamento e sincronização de muitos fios na


fase telógena e queda na transição para a fase anágena. Fenômeno responsável
pela queda sazonal experimentada por alguns pacientes. Trata-se de um evento
biológico normal similar ao fenômeno de muda que ocorre em muitos animais.

Eflúvio telógeno agudo é quando a queda persiste por menos de 6 meses. O


prognóstico é bom, com recuperação espontânea em 95% dos casos em até 12
meses. O Eflúvio telógeno crônico pode ser primário ou secundário, a queda
persiste por mais de 6 meses, de forma contínua ou em ciclos. A forma primária é
considerada idiopática e costuma cometer mulheres com idade entre 30 e 60
anos, de forma insidiosa e curso flutuante, por diversos anos. Algumas pacientes
referem o estresse emocional como gatilho. O eflúvio telôgeno crônico secundário
associa-se com doença crônica, como hipotireoidismo, hipertireoidismo e
hipoparatireoidismo.

4) Eflúvio anágeno

Ocorre nas quimioterapias antineoplásicas, pois os citostáticos, antimetabólitos e


alquilantes agem inibitoriamente sobre a fase anágena: a queda inicia-se poucas
semanas após o início da medicação. O mesmo tipo de alopecia ocorre após
intoxicação por sais de tálio (veneno para rato)

5) Alopecias por tração ou cosmética

Ocorre na linha de implantação do couro cabeludo (frontotemporal) devido a


tracções permanetes no modo de pentear ou com a finalidade de esticar os
cabelos com o calor, hábito de prender o cabelo, e principalmente alongamento de
fios como megahair e tranças afro. Acomete mais comumente crianças e
mulheres negras.
Lesões agudas podem apresentar pústulas e placas de alopecia nas áreas
tensionadas. A tração sobre o cabelo induz uma foliculite inflamatória crônica,
levando a lopecia progressiva. Com tração prolongada, a alopecia pode ser
permanente e tornar-se cicatricial.

Tratamento: Remoção do fator de tração e uso de minoxidil 2 a 5%.


Corticosteróides tópicos e intralesionais para tratar lesões agudas.

Referência Bibliográfica:
1) Azulay, RD. Dermatologia. 6 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015.

2) Wolff, K. Dermatologia de Fitzpatrick: atlas e texto. 7 ed. Porto Alegre:


AMGH, 2014.

3) Soutor, C. Dermatologia Clínica. Porto Alegre: AMGH, 2015.

Tratamentos

Alopecia androgenética

1) Gupta, 2018 - Metanálise comparativa. Eficácia: LED e PRP mostraram


aumento na quantidade de fios superior à terapia farmacológica: Feminina -
finasterida/ masculina: minoxidil 5%.

2) Guo Y et al, 2020. A luz visível vermelha ou próxima da infravermelha é


absorvida pelos cromóforos endógenos, levando à produção de ATP e óxido
nítrico (NO) assim como a modulão de espécies reativas de oxigênio (ROS). Em
seguida, essas moléculas ajudam a regular mecanismos de respostas celulares
como proliferação, migração e inflamação. As células ativadas participam da
regeneração dos folículos pilosos.

3) Neia B et al, 2021. O trabalho propõe blend composto de óleo essencial de


alecrim e hortelã-pimenta diluídos em óleo de rícino para uso tópico. Para uso
oral, extrato seco padronizado de cúrcuma, Saw Palmetto e Whithania somnifera,
e para somar ao tratamento a utilização de chá verde e cavalinha. O uso
concomitante de diferentes fitoterápicos possibilitará a atuação deforma sinérgica
em diferentes mecanismos desta doença. Os benefícios do uso destes
fitoterápicos estão relacionados aos efeitos colaterais diminuídos, aos resultados
satisfatórios quando comparados a outros medicamentos já utiliza-dos para
controle da alopecia androgenética.

Alopecias em geral

Truppel A et al, 2020. A argila não traz riscos de reações alérgicas. A argila verde
ajuda a tivar a circulação, enquanto que a argila cinza ajuda a acalmar estados
inflamatórios.
Evron E et al, 2020. Saw Palmetto é um extrato botânico com propriedades
antiandrogênicas, sendo uma boa opção de suplemento para o tratamento da
alopecia androgenética.

Avci P et al, 2015. Fotobiomodulação com laser de baixa potência (LED) reduz a
inflamação na alopecia areata e é eficar no pós operatório para implante capilar.

Park & Lee, 2021. Estudos com os compostos bioativos herbais terapêuticos no
crescimento capilar como Panax gingseng (ácido linoleico, B-sitosterol,
ginsenosídeos), Alecrim - Rosmarinus officinalis (Ácido 12-metoxycarnosico), Chá
verde - Camellia sinensis (Cafeína, Epigalocatequina-3-galato) e Salvia plebeia
R.Br. ( Flavonóides, monoterpenóides, sesquiterpenóides, diterpenóides,
triterpenos, ácidos fenólicos), dentre muitos outros com o potencial de maior
eficácia do que os medicamentos convencionais para tratar a queda capiolar,
como o Minoxidil e a Finasterida.

Sá KM et al, 2023. Dentre as espécies utilizadas foram verificadas: Allium sativum,


Curcuma aeruginosa, Oryza sativa L. variedade japonica, Rosmarinus officinalis,
dentre outras plantas medicinais, fitoterápicos e/ou suplementos alimentares
apresentam potencialidade para serem utilizados no tratamento da alopecia. Os
estudos clínicos analisados exprimiram resultados satisfatórios em longo prazo.
5% de extrato hexânico de C. aeruginosa se mostrou tão eficaz quanto Minoxidil,
se usado 2x/ dia por 6 meses.

Volker JM et al, 2020. Efeito farmacológico da cafeína no controle da queda


capilar, os estudos comprovam a eficácia do ingrediente natural nas formulações
cosméticas tópicas. Eficácia equivalente a dos medicamentos convencionais
tópicos.

Alopecia Areata

Tkachenko E et al, 2019. Aromaterapia (massagem com óleos essenciais): 1) óleo


de lavanda promoveu crescimento capilar em ratos; 2) blend de óleos (tomilho,
alecrim, lavanda e cedro em óleo vegetal carreador) na massagem diária do couro
cabeludo em 7 meses promoveu 10% a mais de crescimento em 44% dos
participantes do estudo em comparação com o grupo placebo (dois estudos
diferentes tiveram o mesmo resultado).

Para suplementação oral Gingseng vermelho tem boa resposta comparada às


injeções intralesionais com corticóides. A Glicirrizina composta é um extrato herbal
de glicosídeos que ativa as células T, promovendo imunorregulação. Também
trata psoríase e vitiligo.

O óleo essencial de alecrim promove o aumento do fluxo sanguíneo e tem


propriedade antioxidante e anti-inflamatória. O óleo de eucalipto possui
propriedade anti-inflamatória e antimicrobiana. Deve-se levar em conta que a
massagem com óleos essenciais também proporciona o relaxamento do paciente,
também podendo desempenhar efeito psicológico.

Alopecia cicatricial

Ezekwe et al, 2020. Alopecia cicatricial centrífuga central, síndrome de


degeneração folicular, alopecia por pente quente, pseudopelada elíptica central.
Trançamento apertado, megahair (extensões pesadas), alisamento químico, calor
em excesso são fatores de predisposição a lesões do folículo piloso. O tratamento
convencional é o uso de corticoides intralesionais e tetraciclina oral em casos mais
graves, porém são limitados aos efeitos adversos. Também são usados Minoxidil
e Tracolimus. Foi usado no estudo um blend de óleo de argan, ácido azelaico,
óleo de rícino, óleo de camomila, óleo de coco, extrato de alho, óleo de cavalinha,
óleo de jojoba, óleo de lavanda, azeite de oliva mentolado, óleo de hortelã, óleo de
semente de abóbora, óleo de alecrim, óleo de enxofre, óleo de melaleuca e óleo
de tomilho.

Referência bibliográfica:

1) Gupta A, Mays RR, Dotzert SM, Versteeg M, Shear NH, Piguet V. Efficacy of
non-surgical treatments of androgenetic alopecia: a systematic review
network meta-analysis. J Eur Acad Dermatol Venereol. Dec, 2018.
2) Guo Y, Qu Q, Chen J, Miao Y, Hu Z. Proposed mechanisms of low-level
light therapy in the treatment of androgenetic alopecia. Lasers Med Sci, Jun,
2021.
3) NEIA, Bianca Gambati Ribeiro et al. MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS
NO TRATAMENTO DA ALOPECIA ANDROGENÉTICA. 1. Produção
Científica–Faculdade Multivix Serra, v. 12, n. 2, p. 56.
4) Truppel A, Marafon HC, Valente C. Argiloterapia: Uma revisão de literatura
sobre os constituintes e utilizações dos diferentes tipos de argila. Rev FAZ
CIÊNCIA, jul 2020.
5) Evron E, Juhasz M, Babadjouni A, Mesinkovska NA. Natural hair
supplement: friend or foe? Saw Palmetto, a systematic review in alopecia.
Skin Aprendage Disord, 2020.

6) Avci P, Gupta GK, Clark J, WikonkalN. Hamblin MR. Low-level Laser (light)
therapy (LLLT) for treatment of hair loss. Lasers Surg Med. Fev 2015.

7) Park S, Lee J. Modulation of hair growth promoting effect by natural


products. Pharmaceutics, Dez 2021.

8) Sá KM, Soares IL, Figueiredo GS, Freire AMR, Leão MVS, Bandeira MAM.
Uma revisão integrativa sobre o tratamento da alopecia com plantas
medicinais, fitoterápicos e suplementos alimentares. Vitalle Ver Ciências da
Saúde. Jun 2023.

9) Völker MJ, Koch N, Becker M, Klenk A. Caffeine and its pharmacological


benefits in the management of androgenetic alopecia: a review. Skin
pharmacology and physiology, Jun 2020.

10)Tkachenko E, Okhovat JP, Manjaly P, Huang KP, Senna MM, Mostaghimi A.


Complementary and alternative medicine for alopecia areata: A systematic
review. J Am Acad Dermatol. Jan 2023.

11)Ezekwe N, King M, Hollinger JC. The Use of Natural Ingredients in the


Treatment of Alopecias with an Emphasis on Central Centrifugal Cicatricial
Alopecia: A Systematic Review. J Clin Aesthet Dermatol. Ago 2020

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