CURSO: ESTÉTICA E COSMÉTICA

TURMA: Quarto semestre

PERÍODO: Matutino

TRABALHO DISCENTE EFETIVO

Trabalho Discente Efetivo de Estética e Cosmética apresentado à Faculdade Piaget Suzano-Unipiaget,

como requisito parcial para a composição da nota da Avaliação P1 e P2 da disciplina de Terapia Capilar.

TERAPIA CAPILAR

Professora: Sabrina Fernandes da Silva Sanches

Alunas: Yara Baptista Fernandes dos Santos

Eliane dos Santos Correia

Suzano 2023
 PESQUISA SOBRE PATOLOGIA CAPILAR:

A PSORÍASE

ETIOLOGIA

A Psoríase é uma doença inflamatória crônica e recorrente da pele,

caracterizada por placas vermelhas e espessas, bem delimitadas, que
apresenta descamação de cor branca-prateada e que ocorre tipicamente nas
regiões do couro cabeludo, joelhos, cotovelos e tronco.

Acomete aproximadamente, 2% da população mundial, apresentando menor

índice em climas quentes e ensolarados; rara em negros, índios e amarelos;
atinge homens e mulheres entre 20 e 40 anos de idade (forma menos grave) e
crianças (forma familial da doença, mais associada a problemas imunes).

A psoríase não é contagiante e apresenta-se em diversas variantes como a

psoríase gutata, psoríase pustulosa e psoríase eritrodérmica que são as formas
mais raras em mais severas; e a psoríase em placas ou vulgar que é a forma
mais comum da doença (80% dos casos), sendo esta variante que será
apresentada neste estudo, devido ao acometimento do couro cabeludo.
SINAIS E SINTOMAS

As lesões da psoríase vulgar não costumam apresentar sintomas, mas devido

à descamação pode haver prurido ou leve ardor e em alguns casos, pele
ressecada e rachada e quando manifestada no couro cabeludo pode haver
diminuição de cabelo na região afetada.

Sendo de natureza crônica, que pode persistir por toda a vida, apresenta fases
de melhora e piora do quadro que podem estar relacionadas ao estado
emocional (estresse e abalos emocionais) ou a fatores climáticos que podem
piorar o quadro, aumentando a inflamação, prurido e processo descamativo.
Quando em estado remissivo, a coloração do local afetado costuma ficar mais
claro que o restante do corpo.

FISIOPATOLOGIA

A psoríase é uma doença auto-inflamatoria da pele, origem ainda não muito

bem definida, acredita-se que tem base genética, juntamente com fatores de
risco que agravam a doença como: fatores ambientais (tempo frio) e fatores
comportamentais (estresse, obesidade, consumo de bebidas alcoólicas e
tabagismo).

Histologicamente, a doença se manifesta quando o sistema imune, mais

precisamente os linfócitos T (células responsáveis pela defesa do organismo),
produzem mensageiros químicos que estimulam o crescimento acelerado dos
queratinócitos basais e dos vasos sanguíneos da derme. Esses queratinócitos
vão se acumulando no estrato córneo da epiderme, prejudicando a formação
dos desmossomos (que tem a função de ancoragem entre uma célula e outra,
adere uma célula na outra), resultando nas placas de descamação.

Portanto, uma grande característica da psoríase é o aumento acelerado da

renovação das células da epiderme, causando grande espessamento da
mesma, a hiperqueratose:

- O estrato granuloso da epiderme vai afinando ou se torna ausente.

- Ausência de neutrófilos no estrato córneo.

- Afinamento da camada de células da epiderme que recobrem as papilas

dérmicas.

- Os vasos sanguíneos existentes nas papilas dérmicas ficam mais dilatados e

mais sinuosos, tornando-se uma condição permanente mesmo quando a
doença esta remissiva. Essa condição dos vasos sanguíneos, juntamente com
as escamas de hiperqueratinização, contribuem para alguns pontos de
sangramento quando as escamas são levantadas.

Resumidamente, os queratinócitos do paciente com psoríase, multiplicam-se

aceleradamente fazendo com que muitas células da pele sejam criadas
desnecessariamente e empurradas para a superfície da pele em um curto
espaço de tempo. O excesso de células acumulado começa a descamar,
dando origem às lesões típicas da doença.

Essas lesões são formadas por células mortas e a hiperemia ou vermelhidão é

causada pelo aumento da irrigação sanguínea local, contribuindo para o
crescimento rápido das células.

O diagnóstico da psoríase baseia-se na anamnese e exame clínico da pele e

do couro cabeludo, às vezes se faz necessário, exames complementares como
a curetagem ou a biópsia do local para a confirmação da doença, que são
procedimentos realizados pelo médico.

TRATAMENTO

Não existe cura para a psoríase e nem como preveni-la.

O objetivo do tratamento clínico consiste em suprimir os sinais e sintomas da

doença como a hiperqueratose, a inflamação da epiderme e a diferenciação
anormal dos queratinócitos de forma tópica e sistêmica, sendo essencial para
manter uma boa qualidade de vida, pois a lesões na pele e no couro cabeludo
podem ter um impacto emocionais devido à doença, agravando ainda mais o
quadro.

Os tratamentos estéticos para as patologias que afetam o couro cabeludo têm

como objetivos diminuir a inflamação, o prurido e a queda do cabelo na região
afetada, e no caso da psoríase, também a diminuição das placas de
descamação.

A avaliação do couro cabeludo realizada pela esteticista é de suma importância

para determinar e constatar a real existência da psoríase, pois ela pode muitas
vezes ser confundida com a dermatite seborreica, devido às duas patologias
apresentarem descamações. No caso da psoríase, as placas de descamação
são bem delimitadas e, às vezes, pode apresentar gotículas de sangue nas
bordas, enquanto que na dermatite seborreica, as bordas não são
precisamente delimitadas.

O ideal seria que o paciente fizesse acompanhamento médico para o controle

da doença antes de procurar um profissional esteticista.

A avaliação capilar do paciente com psoríase é composta por:

Anamnese: Primeiro contato entre o paciente e o profissional onde são colhidas

informações que serão importantes para a realização do tratamento.

Inspeção: Deve ser iniciada pelo couro cabeludo até as extremidades dos fios.
Durante essa etapa pode-se usar aparelhos que irão contribuir para uma
avaliação mais precisa.

O tricômetro mede a quantidade e a espessura dos fios, que podem estar com
a saúde comprometida devido às descamações e queda.

O dermatoscópio ajuda a avaliar lesões difíceis de visualizar a olho nú e o nível

dérmico que estão instaladas.

Diagnóstico e conduta: Com base na anamnese, inspeção e testes realizados

no couro cabeludo, o profissional poderá ter a confirmação do tipo das lesões e
eleger uma conduta mais acertiva para o caso usando de recursos
eletroterápicos e cosméticos.

RECURSOS COSMÉTICOS PARA PSORÍASE DO COURO CABELUDO

O tratamento da psoríase no couro cabeludo consiste basicamente no uso de

ativos cosméticos que tenham ação emoliente e queratolítica.

EMOLIENTES: São substâncias de consistência fluída como lipídios não

gordurosos, ácidos graxos e óleos vegetais, que formam uma camada
protetora na pele evitando perda transdérmica, conferindo elasticidade,
flexibilidade, suavidade e maciez.

QUERATOLÍTICOS: São substâncias que atuam na queratina da pele e tem a

capacidade de amolecer e soltar a camada córnea da epiderme, reduzindo sua
espessura e estimulando sua regeneração através de processo esfoliativo.
 PRINCÍOS ATIVOS MAIS USADOS E MECANISMO DE AÇÃO

Existem alguns shampoos que possuem princípios ativos em sua formulação

que são adequados para o tratamento da psoríase e que promovem a
diminuição dos sintomas de inflamação, coceira, descamação do couro
cabeludo, reduz a frequência das crises e mantem os cabelos macios e
hidratados. Alguns podem ser comprados já prontos na farmácia e outros
manipulados a pedido médico e podem ser usados de 2 a 3 vezes por semana.
Principais ativos:

ÁCIDO SALICÍLICO: É um beta-hidroxiácido, com propriedades antisséptica,

anti-inflamatória, fungicida, antioxidante, bactericida e queratolítica que diminui
a coesão dos corneócitos, levando à eliminação da células da epiderme, a
intensidade do seu efeito esfoliante depende da concentração usada que varia
de 0,5% a 2,0%.

URÉIA: É um componente do manto hidrolipídico da pele, com ação hidratante,

antibacteriana e queratolítica que atua solubilizando e desnaturando as
proteínas.

Possui grande capacidade de retenção de água, por sua capacidade de se unir

a água e acelerar sua penetração cutânea e formando um filme protetor sobre
a pele.

Em concentrações até 10% age como hidratante, de 10% a 20% para

hiperqueratose e de 10% a 40% para psoríase.

ALANTOÍNA: É um renovador celular usado para a cicatrização de feridas,

possui ação hidratante e queratolítica. Favorece a proliferação celular
acelerando a regeneração e epitelização da pele lesada, diminuindo irritações e
asperezas.

NANOVETOR MELALEUCA: Óleo essencial encapsulado de efeito

prolongado, têm propriedades antifúngicas, antissépticas, antibacterianas e
acelera o processo de cicatrização.

As figuras abaixo ilustram dois tipos de shampoo para o tratamento da psoríase

que contem alguns dos princípios ativos descritos acima, que podem ser
encontrados em farmácias e não precisam de prescrição médica.
 RECURSOS ELETROTERÁPICOS INDICADOS NO TRATAMENTO DA
PSORIASE

MICROCORRENTES (MENS)

A MENS ( Microcurrent Eletrical Neuromuscular Stimulation) é um recurso

eletroterápico muito usado na estética corporal, facial e nas disfunções do
couro cabeludo com quadros patológicos persistentes ou crônicos como é o
caso da psoríase.

É um recurso indolor e eficaz no controle e tratamento da doença, podendo ser

associado a outros tratamentos e até mesmo para facilitar a permeação de
ativos no couro cabeludo.

Na Microcorrentes é usada corrente polarizada continua de baixa amperagem,

em microampère, atua em níveis que não se consegue ativar respostas
sensoriais (subumbral), o paciente não sentirá nenhuma sensação de
formigamento e nem sensação desconfortável ao tratamento.

Trata-se de uma corrente que atua a nível celular e trabalha com a menor
quantidade de corrente elétrica que há no nosso corpo, a bioeletricidade,
promovendo a regeneração tecidual e normalização da pele e anexos
cutâneos.
EFEITOS FISIOLÓGICOS:

- Aumento da síntese de ATP (principal molécula transportadora de energia

celular) em até 500% a quantidade de energia que as células precisam para
executar todas as suas funções.

- Aumento da síntese de proteínas e de oxigênio e revitalização do tecido.

EFEITOS TERAPÊUTICOS: anti-inflamatório, analgésico, bactericida, acelera o

processo de reparação tecidual, normalização do pH local.

SUGESTÃO DE PARAMETROS:

- Processo inflamatório e prurido: frequência de 30 Hz, intensidade 80

microampère, tempo 10 minutos.

- Para nutrição do couro cabeludo: frequência 1 Hz, intensidade 50

microampère, tempo 20 minutos.

OBS: Para aplicação da microcorrentes, o couro cabeludo deve ser higienizado

com produtos a base de àgua, pois produtos oleosos podem impedir a corrente
elétrica.

LEDTERAPIA

A Ledterapia, que também é conhecida por bioestimulação ou terapia

fotodinâmica, é uma técnica que utiliza a luz emitida por diodos, que tem uma
onda especifica para cada cor e tem como alvo os cromóforos da mitocôndria
celular (organelas que importantes na produção de energia). Quando as
mitocôndrias absorvem a luz vermelha e infravermelha, produzem mais ATP,
aumentando o transporte de energia para dentro das células. Assim, elas se
proliferam, substituem as células danificadas ou mortas e aumentam o
processo de renovação dos tecidos.

O LED é um dispositivo semicondutor que emite luz quando uma corrente

elétrica passa por ele e como não usam filamentos aquecidos, não dependem
da radiação térmica para produzir luz. Sendo assim, a ledterapia é um
tratamento indolor, confortável ao paciente, sem contra indicações e pode ser
realizado até duas vezes por semana.

EFEITOS FISIOLOGICOS:

- Analgésico: estimula a liberação de beta endorfinas.

- Cicatrizante: aumenta a síntese de ATP, estimulando a produção de colágeno

e elastina.

- Circulatório: aumenta a circulação periférica superficial.

- Anti-inflamatório: inibe prostaglandinas.

- Bactericida: impede que as bactérias realizem normalmente suas trocas

metabólicas.

EFEITOS TERAPÊUTICOS: analgésico, bactericida, fungicida, cicatrizante,

anti-inflamatório.

TIPOS DE LED USADOS EM TRATAMENTO CAPILAR

- LUZ AZUL: Tem comprimento de onda entre 400 a 470 nm (laser de baixa
potencia), tem ação bactericida e fungicida, promove a hidratação, brilho e
sedosidade dos fios e do couro cabeludo, potencializa os efeitos de produtos
cosméticos capilares.
- LUZ VERMELHA: Tem comprimento de onda entre 630 a700 nm, diminui
processos inflamatórios, ajuda no selamento das cutículas do cabelo, fortifica
os fios, trata a queda e auxilia na cicatrização do tecido.

- LUZ INFRAVERMELHA: Tem comprimento de onda entre 700 a1200 nm,

apresenta maior profundidade que a vermelha, penetrando mais fundo no
tecido. Para o tratamento da dor, tem função analgésica, anti-inflamatória,
aumenta em até 40% a permeação de princípios ativos.

ORIENTAÇÕES GERAIS AO PACIENTE

- Orientação sobre a higienização correta do couro cabeludo.

- Evitar coçar as áreas afetadas.

- Usar somente shampoo indicado para psoríase.

- A pratica de exercícios físicos diminuem a produção de cortisol (hormônio que

pode ser uns dos fatores desencadeantes para o aumento das lesões) e libera
endorfinas (hormônio associado ao bem estar e felicidade), importante para o
controle da doença.

- Manter uma alimentação saudável e equilibrada, pois o excesso de certos

alimentos pode causar desequilíbrio nas glândulas sebáceas, agravando o
quadro da psoríase.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

- Recursos Estéticos e Cosméticos Capilares.

Monica Magdalena Descalzo Kuplich

Aline Andressa de Matiello

Andressa Martins Padilha

Editora Sagah, 2008

- Da Emoção à Lesão, Um guia de medicina psicossomática.

Geraldo José Ballone

Ida Vani Ortolani

Eurico Pereira Neto

2º edição revisada e ampliada

Editora Manole

- Fisiopatologia

Carol Mattson Porth

Glenn Matfin

Volume 2

8º edição

Editora Guanabara Koogan

- Patologia, Bases patológicas das doenças.

Robbins e Cotran

8º edição

Editora Elsevier

- Infinity Pharma.com.br