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Evolução histórica da Administração Pública.

Os sistemas de administração.

I – Pistas para descobrir a frase escrita na vertical:

1) A partir da Revolução Francesa são reconhecidos aos particulares direitos subjectivos


públicos. Por isso, os particulares deixam de ter um estatuto de súbditos para assumirem
um outro.
2) Autor português que afirmou que “a mais bela descoberta moral do século passado foi,
sem dúvida, a diferença entre administrar e julgar”.
3) Órgãos da Administração Pública que foram recentemente criados nos sistemas de
Administração judiciária para controlar a própria Administração: são, no entanto, meros
órgãos administrativos independentes e imparciais, que revêem as decisões da AP antes
de serem tomadas, através de um due process of law, no respeito pelo princípio do
contraditório, não substituindo de modo algum o recurso aos tribunais comuns.
4) Tipo de Administração que caracteriza o Estado liberal e que concretiza a ideia de
liberdade perante o poder político. É sinónimo de Administração agressiva, já que a sua
actividade se resumia a assegurar a protecção dos cidadãos e a impor sacrifícios aos
particulares.
5) Entidades que exercem na França o controle de legalidade sobre a Administração.
Órgãos específicos que, inicialmente, não eram verdadeiros tribunais, mas sim órgãos
da AP, maxime o Conseil d’État, junto do poder central, e os Conseils de Préfecture,
junto de cada Prefeito.
6) Autor que afirmou que “o Conselho de Estado segregou o Direito Administrativo como
uma glândula segrega a sua hormona”.
7) Documento onde os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos britânicos foram
consagrados em 1689.
8) Sistema administrativo que vigorou na Europa até aos séculos XVII e XVIII, que se
caracteriza pela inexistência de separação de poderes, e por conseguinte, pela
concentração de todos os poderes na figura do Rei, e pela não submissão ao direito.
9) Fenómeno recente que tem vindo a atingir o direito administrativo e que se traduz na
aproximação e recíproca influência existente entre o direito dos Estados membros e o
ordenamento jurídico comunitário.
10) Tipo de Administração que no Estado social realiza um rol quase infinito de atribuições:
económicas, sociais, culturais, de soberania, traduzidas na missão de segurança interna
e externa, de estudo, prevenção e planificação.
11) Caso judicial modelo que demonstra que o direito (administrativo) nacional dos Estados
está em transformação por influência do direito comunitário, sendo o TJCE o motor
dessa mudança. Nele, o TJCE ordenou aos tribunais britânicos que deixassem de aplicar
a legislação (administrativa) nacional (britânica) que impedia a decretação de uma
interim injunction (providência cautelar) contra a Coroa e os seus Ministros, uma vez
que esta seria contrária ao ordenamento jurídico da UE.
12) Figura metafórica do domínio económico que inspirou a lógica do Estado liberal, de tal
modo que se desejava que o Estado não interferisse na vida dos cidadãos mais do que o
estritamente indispensável.
13) Neste tipo de Estado social, a AP intervém e assume as funções de um aparelho
prestador, tornando-se indispensável. É ela que promove o desenvolvimento
económico, o bem-estar, a cultura e a justiça social.
14) Figura francesa que instituiu um sistema administrativo fortemente centralizado,
disciplinado e obediente. Espalhou funcionários (organizados segundo as regras da
hierarquia) por todo o país. Dividiu o país em 80 departamentos (départements),
chefiados por Prefeitos (préfets) que eram nomeados pelo governo. É o mentor da
centralização administrativa.
15) Expressão francesa que sintetiza o fenómeno conhecido por “despotismo esclarecido” e
que descreve como a vontade do rei é a lei suprema.
16) Sinónimo para “Estado-neutro” ou “Estado-abstencionista”.
17) Sistema administrativo inglês ou sistema que se rege pelo direito comum, em termos de
igualdade com qualquer cidadão.
18) Neste modelo, pretende-se que haja menos Estado e mais actividades de natureza
jurídico-privada, sem que se volte ao Estado liberal. Deseja-se agora, depois da crise do
Estado anterior, que o Estado se associe aos particulares e que crie as condições
favoráveis para que as actividades privadas se realizem em condições de igualdade.
19) Estatuto típico do particular no sistema de administração prestadora.
20) Sinónimo para a expressão “Estado guarda-nocturno” (ROGÉRIO SOARES) que traduz
a qualificação da máquina administrativa de tipo liberal, que se apresenta muito
reduzida.
21) Tribunais que controlam a Administração no sistema inglês.
22) Tipo de direito que no sistema de administração executiva atribui um conjunto de
privilégios e prerrogativas à AP (pouvoirs exorbitants), conferindo-lhe um estatuto de
poder e favorecendo-a em relação aos particulares e sujeitando-a a especiais deveres.
23) Especial poder exorbitante de que goza a Administração de tipo executivo, que se
traduz em poder decidir unilateralmente o Direito nas relações com os particulares,
podendo executar coactivamente essa definição, sem qualquer necessidade de prévio
recurso aos tribunais.
24) Princípio que o art. 16º da Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão
prescreve como garantia dos direitos subjectivos públicos invocáveis pelo indivíduo
contra o Estado.
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II – Responda a uma das seguintes questões:

1)

Comente a seguinte afirmação:

“Visto a partir do presente, o edifício jurídico-público do Estado Liberal evidencia múltiplas


contradições internas. Assim, em nome do princípio da separação dos poderes, os revolucionários
franceses vieram a considerar que julgar a administração é ainda administrar, tendo isto como
consequência prática a subtracção da administração ao controlo dos tribunais.”

2)

Descreva, sucintamente, o modo como, na sequência da Revolução Francesa, se superou a


desprotecção dos cidadãos perante o arbítrio da Administração.

3)

O que permite afirmar que o direito administrativo é uma exigência universal dos Estados e não fruto
de um mero acaso histórico?

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