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Aula 3 - Fisioterapia Preventiva Na Saúde Pública
Aula 3 - Fisioterapia Preventiva Na Saúde Pública
Aula 3 - Fisioterapia Preventiva Na Saúde Pública
O modelo de atenção primária - Atenção Básica a Saúde - no Brasil possui suas bases de
orientação na implantação do Programa de Agentes Comunitários de Saúde e da estratégia de
Saúde da Família. Esta concepção supera a antiga proposição de caráter exclusivamente
centrado na doença, desenvolvendo-se por meio de práticas gerenciais e sanitárias, democráticas
e participativas, sob a forma de trabalho em equipes, dirigidas às populações de territórios
delimitados, pelos quais assumem responsabilidade.
Atribuições do Fisioterapeuta
O fisioterapeuta ainda não faz parte da composição básica da equipe e logo não se
encontram atribuições específicas do fisioterapeuta na Equipe de Saúde da Família, nos
documentos diretivos do Governo Federal ao Programa.
Porém, a partir da vivência prática de fisioterapeutas em Residência em Saúde da Família,
foi elaborado um perfil com as atribuições deste profissional nas equipes quando atuantes, dentre
as quais seriam:
• Executar ações de assistência integral em todas as fases do ciclo de vida, intervindo na
prevenção, por meio da atenção primária e também em nível secundário e terciário de saúde;
• Realizar atendimentos domiciliares em pacientes portadores de enfermidades crônicas e/ou
degenerativas, pacientes acamados ou impossibilitados. Encaminhando aos serviços de mais
complexidade, quando necessário;
• Prestar atendimento pediátrico a pacientes portadores de doenças neurológicas com retardo do
desenvolvimento neuropsicomotor, mal formações congênitas, distúrbios nutricionais, afecções
respiratórias, deformidades posturais;
• Orientar os pais ou responsáveis, contando com a dedicação e colaboração da família, para que
o procedimento seja completo e eficaz;
• Realizar técnicas de relaxamento, prevenção e analgesia para diminuição e/ou alívio da dor nas
diversas patologias ginecológicas;
• Atuar no pré-natal e puerpério realizando condicionamento físico, exercícios de relaxamento e
orientações;
• Desenvolver atividades físicas e culturais para a terceira idade, preservando a independência
funcional do idoso, melhorando sua qualidade de vida e prevenindo complicações decorrentes da
idade;
• Desenvolver programas de atividades físicas, condicionamento cardiorrespiratório, e orientações
nutricionais para o obeso;
• Prescrever atividades físicas, principalmente exercícios aeróbicos, em patologias específicas
como a hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, tuberculose e hanseníase, a fim de
prevenir e evitar complicações;
• Atender de forma integral às famílias por meio de ações interdisciplinares e intersetoriais,
visando assistência e inclusão social de portadores de deficiências.
O sistema cardiovascular:
O coração funciona como uma bomba propulsora de sangue de impulsionando até 5
litros/minuto. Os vasos sanguíneos menores causam resistência a passagem do fluxo de sangue
bombeado pelo coração, sendo assim necessita este criar uma pressão mínima para que o
bombeamento ocorra provocando circulação.
Pressão sistólica: pressão gerada pela contração do coração contra a resistência imposta
pelo seu bombeamento.
Pressão diastólica: pressão produzida pelo coração quando de seu relaxamento.
Os valores normais para adultos situam-se entre 110 x 70 mmHg e 130 x 85 mmHg (OMS). A
pressão arterial não e constante variando por exemplo com a realização de exercícios ou
momentos de tensão (pressão). Com o envelhecimento a pressão arterial tende a elevar-se, tendo
assim maior propensão a doenças coronarianas e acidentes vasculares cerebrais devido a ação
dessas pressões nas paredes vasculares.
A Hipertensão arterial sistêmica é caracterizada pela manutenção de valores superiores a
140 x 90 mmHg estando calmo e em repouso. As causas são variadas, sendo a principal a
hereditariedade, mas também tendo outros fatores tais como fumo, ingestão de bebidas
alcoólicas, grande consumo de sal, estresse constante, níveis altos de colesterol, falta de
atividades físicas, presença de distúrbios endócrinos e/ou renais, uso de medicamentos
(anticoncepcionais, descongestionantes nasais, antidepressivos, moderadores de apetite e
corticoides), podendo frequentemente a atuação de fatores combinados. Os sintomas mais
comuns presentes costumam incluir cefaleia, fraqueza, visão embaçada, sangramento nasal,
tonturas e zumbidos nos ouvidos.
O nível primário de prevenção da HAS incluem as seguinte medidas: não fumar, evitar
consumo excessivo de bebidas alcoólicas, praticar exercícios físicos regularmente (isotônicos e
aeróbicos), manutenção do peso corporal evitando sobrepeso e obesidade, hábitos alimentares
que evitem gorduras, excesso de sal e carboidratos simples, consulta médica regular e evitar
situações frequentes de estresse.
A atuação em nível secundário ou terciário ocorre quando o evento cardíaco consequente
da HAS aconteceu, com objetivo de evitar recidivas, incluindo medidas de controle dos fatores de
risco e medidas de reabilitação cardíaca. A reabilitação cardíaca possui 5 fases, tendo cada delas
objetivo específico.
1ª – repouso absoluto em leito nas primeiras 48h a atuação da fisioterapia é de prevenir acúmulo
de secreções pulmonares, trombose venosa profunda, úlceras de decúbito, encurtamento
adaptativo de tecidos moles, ansiedade e estresse, recidivas e conscientização quanto aos fatores
de risco. Utilizam-se exercícios de relaxamento, exercícios respiratórios, exercícios passivos de
amplitude de movimento e técnicas de posicionamento adequado.
2ª – repouso parcial até 96h tem objetivo de prevenção das alterações e compensações posturais
e diminuição da força de do trofismo muscular. São utilizados exercícios ativo-assistidos ou ativos
de amplitude de movimento, alongamentos, exercícios respiratórios e de relaxamento.
3ª – deambulação hospitalar até o 15º dia tem objetivo de prevenção contra redução da
resistência a fadiga local e geral. Os exercícios possuem técnicas semelhantes a 2ª fase, com
intensificação gradual da intensidade.
4ª – domiciliar até 60 dias e 5ª – ambulatorial a partir do 2º mês, possuem objetivo de manter a
capacidade física geral e as habilidades motoras. São utilizados exercícios de recondicionamento
cardiovascular além da manutenção dos exercícios das fases anteriores. Quanto ao
recondicionamento cardiovascular é realizada uma triagem e seleção de pacientes que podem ser
eleitos a participação do programa, sendo impossibilitados momentaneamente aqueles portadores
de hipertensão arterial não controlada por medicamentos, diabetes não controlada, distúrbios
reumáticos sistêmicos, doença pulmonar obstrutiva crônica, edema pulmonar, cardiomegalia,
idade avançada sem condições clínicas, dificuldades de locomoção ou necessidade de
deslocamento longínquos, quadros depressivos.
Durante o recondicionamento os sintomas de dispneia, dor torácica ou relacionada (face, ombro e
membro superior esquerdo), parestesias, alterações de pressão arterial, alterações da frequência
cardíaca, alterações da frequência respiratória, fadiga desproporcional, tonturas, náuseas, cefaleia
devem ser observados pelo fisioterapeuta, sendo que no aparecimento dos mesmos, os
exercícios devem ser interrompidos e reavaliados e o encaminhamento ao atendimento médico
deve ser realizado.
Interdisciplinar: é colaboração de vários profissionais que integram a equipe de saúde agindo cada
um dentro de sua área de atuação, porém com práticas integradas e recíprocas de atenção à
saúde com objetivo comum e compartilhado.
Dentro desse contexto, é de fundamental importância que o fisioterapeuta tenha uma ação
integrada com os demais profissionais da saúde, visando atribuir as melhores práticas e métodos
fisioterapêuticos no tratamento dos pacientes, em consonância com demais profissionais da
saúde.