Ciclo 2 - Aprendizagem - o Processo de Aprender - Conhecimento e Aprendizagem

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06/12/22, 18:38 Ciclo 2 – Aprendizagem: o Processo de Aprender – Conhecimento e Aprendizagem

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Ciclo 2 – Aprendizagem: o Processo de Aprender

Objetivos
Conhecer o funcionamento mente-cérebro nos aspectos referentes
aos processos cognitivos de emoção, motivação e comportamento
para a aprendizagem.
Conhecer teorias da Neurociência que contribuem para a aprendiza-
gem do adulto.
Compreender as habilidades necessárias, a organização geral e os es-
tilos de aprendizagem.
Demonstrar como o conhecimento dos aspectos da Neurociência
pode desenvolver habilidades de aprendizagem.

Conteúdos
Emoções, cérebro e comportamento motivador.
Memória e aprendizagem.
Cérebro e o processamento emocional.
Cognição, planejamento, autorregulação dos processos mentais e do
comportamento.

Problematização
Como se dá o funcionamento mente-cérebro nos aspectos referentes aos
processos cognitivos da emoção e do comportamento para a melhor
aprendizagem? Por que é importante conhecer as abordagens que contri-
buem para o processo de aprendizagem do adulto? Em que pode contribuir
o conhecimento das habilidades necessárias, da organização geral e dos
estilos de aprendizagem?

Orientações para o estudo

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Durante o estudo deste ciclo, você deverá ler com atenção o conteúdo dis-
posto e assistir aos vídeos indicados durante a leitura. A proposta é que
você mantenha suas anotações no diário para relembrar tudo o que apren-
deu nesta etapa.

Para este ciclo, desenvolva uma atividade social ou de boa ação para com
alguém. Essa atitude estimulará em você a empatia e a felicidade. Seja
gentil com você!

Outra sugestão é que você faça um mapa mental


(https://www.youtube.com/watch?v=7O3ZY0MfkTY) no final do estudo do
ciclo, com o objetivo de selar seu conhecimento. Clique aqui
(https://www.youtube.com/watch?v=nwX9ixjagOY) para saber mais!

1. Introdução
Bem vindo(a) ao 2º Ciclo de Estudos da nossa disciplina. Inicie assistindo
ao vídeo de abertura a seguir que mostra quais conteúdos serão abordados
neste ciclo.

Chegamos a um momento histórico em que nunca se soube tanto sobre o


cérebro. Talvez a demora em conhecer melhor esse órgão tenha se dado de-
vido a sua anatomia: suas estruturas são microscópicas e impossíveis de
ver a olho nu. Além disso, a consciência não é observada como processo fí-
sico, tornando o funcionamento da mente um processo subjetivo.

Há uma estimativa que indica descobertas recentes sobre o nosso cérebro.


Sabemos mais sobre ele nos últimos 20 anos do que sabíamos desde os pri-
mórdios da ciência. Esse movimento traz uma segurança interessante no
tocante a como o cérebro funciona e a como aprendemos, e é sobre isso que
discutiremos a seguir.

Uma sequência de descobertas científicas demonstrou a plasticidade da


aprendizagem. Neste ciclo, estudaremos a prontidão para a aprendizagem
– relação mente-cérebro, buscando compreender o funcionamento cerebral
e o processamento emocional, a partir das contribuições da Neurociência.
A percepção de mundo e a forma como o cérebro trabalha são conhecimen-

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tos necessários para as pessoas envolvidas com a formação no desenvolvi-


mento humano e a gestão de pessoas.

Outro fator diz respeito às emoções na relação com o cérebro e o comporta-


mento motivador. Já se sabe que um cérebro emocionado aprende muito
mais, consegue dar sentido àquilo que aprende e, consequentemente, apre-
senta um comportamento baseado em motivação, principalmente motiva-
ção intrínseca.

Tudo isso comporta um estímulo para a memória e aprendizagem. Vamos


conhecer sobre a memória de trabalho, tão necessária para que a aprendi-
zagem ocorra de forma efetiva.

Por fim, estudaremos sobre cognição, planejamento, autorregulação dos


processos mentais e do comportamento. A cognição é compreendida como
a nossa capacidade de pensar sobre fenômenos que ocorrem na realidade.
Fazendo parte desse processo, é preciso que o homem utilize sua inteligên-
cia para planejar ações que facilitem sua melhor adaptação ao meio. Dessa
forma, é necessário que, em alguns momentos, diante de situações de es-
tresse, esse mesmo homem desenvolva sua autorregulação emocional para
o enfrentamento e a resolução de problemas. E, assim, o comportamento
passará a apresentar atitudes e ações que vão contribuir para seu bem-es-
tar geral.

Assista ao vídeo a seguir sobre o assunto:

2. Prontidão para a aprendizagem – relação


mente-cérebro
Cérebro e o processamento emocional
Para compreender melhor esse assunto, vamos entender o que é a
Neurociência?

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Neurociência é o termo dado à área científica que se dedica a estudar o sistema


nervoso, seu funcionamento, a estrutura, seu desenvolvimento e eventuais alte-
rações que sofra. O objetivo das neurociências é a compreensão de como o fluxo
de sinais elétricos e químicos através de circuitos neurais origina a mente nos
aspectos de como percebemos, agimos, pensamos, aprendemos e nos lembra-
mos (KANDEL et al., 2014, p. 15-16).

E, ainda:

Para estudar como percebemos, agimos, pensamos, aprendemos e lembramos,


devemos desenvolver novas abordagens e esquemas conceituais para compre-
endermos o comportamento de sistemas que vão de células nervosas individu-
ais ao substrato da cognição (KANDEL et al., 2014, p. 15-16).

Tais campos acabam por fascinar cada vez mais pessoas pela possibilidade
de compreensão dos mecanismos das emoções, do cérebro, da memória e
aprendizagem, do processamento emocional, da cognição, planejamento e
autorregulação dos processos mentais e do comportamento. Nesse sentido,
cada vez mais profissionais de diversas áreas – como psicólogos, professo-
res, filósofos, gestores de pessoas, administradores, legisladores, entre ou-
tros profissionais – se apropriam da imensa massa de dados empíricos so-
bre o cérebro, genes, circuitos e conhecimentos sobre a aprendizagem.

Ouça, agora, atentamente o áudio sobre esse tema:

Nosso intuito é trazer a você conhecimento relevante e, portanto, prático,


pois de nada adianta, para nós, conhecimento que não pode ser aplicado.
No entanto, veremos que muitos de nós, provavelmente, temos um déficit
no quesito conhecimento biológico humano, e isso se torna um problema, já
que, ao sermos responsáveis por contribuir para a gestão de pessoas ou
mesmo ao cuidarmos da nossa aprendizagem e da de outros, é preciso com-
preender o funcionamento fisiológico. Se o fizermos, poderemos entender
como aprendemos e como melhorar os diversos tipos de aprendizagem.

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Pesquisas mostram que uma formação educacional adequada protege as pes-


soas das informações neurocientíficas incorretas. Por exemplo, universitários
cursando psicologia, por ter disciplinas correlatas com neurociência na grade
curricular, demonstraram menos fascínio por "neurobobagens" quando compa-
rados com universitários de outros cursos (LINDELL; KIDD, 2013 apud EKUNI,
2016). Assim, se for possível despertar interesse do público geral em conhecer
mais sobre a neurociência, esperamos que esses equívocos diminuam. (EKUNI
et al., 2016, p. 125).

De acordo com Straub (2014, p. 52), “[...] o cérebro é o órgão mais poderoso do
nosso sistema, pesa cerca de 1.400 g, supõe-se que tenha 40 bilhões de
neurônios. Acredita-se que essa massa seja o centro de controle de nosso
sistema nervoso, e onde se localizam nossas memórias”.

Zolnerkevic (2014) afirma que ocorrem trilhões de conexões entre os bi-


lhões de neurônios, e cada neurônio saudável recebe até 10 sinapses de ou-
tros neurônios. Enquanto você lê essa frase, quatrilhões de sinais viajam
pela sua cabeça, trocando sinais elétricos e substâncias químicas que man-
têm você ativo(a), carregando, assim, uma quantidade de informações, e o
sistema nervoso faz essa informação circular.

Tais informações são o que denominamos de “mente”, que engloba tanto o


que acontece em nossa consciência, como também outros fatores não tão
conscientes, como os sinais que controlam as reações de estresse, a capaci-
dade de andar de bicicleta, tendências de personalidade, entre outros.

O homem enxerga o mundo e, por meio de seu aparelho perceptual, faz a in-
terpretação dos fenômenos que nele ocorrem, a partir de seus sentidos e da
sua memória.

Lent (2018, p. 2) afirma:

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A percepção do mundo que nos cerca e de certos aspectos do meio orgânico in-
terno depende da atividade dos sistemas sensoriais, os quais continuamente
alimentam o sistema nervoso central com uma grande variedade de informa-
ções sobre eles. Além disso, esses sistemas também informam o sistema ner-
voso central sobre muitos outros aspectos do meio orgânico interno que são
usados para diversos ajustes do funcionamento do organismo sem necessaria-
mente chegar ao nível consciente. [...] O sistema nervoso possibilita aos animais
uma forma de interação com o meio ambiente muito mais intensa, rápida e ver-
sátil do que a que se observa nos fungos e vegetais. [...] O sistema nervoso reco-
lhe constantemente um conjunto de informações sobre o estado do meio ambi-
ente em que o animal está inserido, assim como do meio interno do próprio
organismo.

O cérebro trabalha como um sistema completo e, dessa forma, interage com


outros sistemas do corpo e, consequentemente, com o mundo. A mente e o
cérebro têm uma interação tão profunda que fica mais fácil compreendê-los
como um sistema único e codependente.

Embora grandes evoluções tenham ocorrido no cérebro desde os primór-


dios do homem das cavernas, ele mantém em si seus padrões de origem,
que, muitas vezes, “brigam” com outras partes mais evoluídas. Nesse sen-
tido, podemos utilizar uma das formas de que diversos autores lançam mão
para explicar o cérebro, chamada de cérebro trino.

O neurocientista Paul McLean desenvolveu uma teoria do cérebro trino em


1940, que postula a existência de três cérebros diferentes unidos numa
mesma estrutura que foram se desenvolvendo durante as distintas etapas
da evolução humana:

O cérebro reptliano formado pela medula espinhal e pelas bases do prosencé-


falo. Parte arcaica, responsável por promover reflexos simples, manter nossos
instintos e emoções básicas, geralmente relacionados à sobrevivência. O cére-
bro de mamíferos inferiores, composto pelos elementos do cérebro emocional,
límbico (hipocampo, amígdala cerebral, tálamo, hipotálamo, giro do cíngulo)
responsável pelas emoções. O cérebro racional que é a parte mais evoluída,
composta pelo neocórtex. Responsável pela capacidade de metacognição, é o
que nos faz singulares, únicos entre os seres humanos (LENT, 2018, p. 56, grifo
nosso).

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Segundo a teoria de McLean, há partes do nosso cérebro responsáveis por


agir, sentir e pensar, criando “um sistema de funcionamento que tem fluxo
de baixo para cima”, ou seja, um comportamento mais impulsivo, que não
pensa em consequências. É direcionado pelo impulso do agir, antes mesmo
da emoção ou o sentir se fazer consciente (LENT, 2018, p. 56, grifo nosso).

Para a Neurociência atual, a ideia de cérebro trino não é mais aceita, pois “a
evolução não ocorre de forma linear, mas em ramificações arbóreas, e cada
ramo segue seu próprio caminho evolutivo” (DALGALARRONDO, 2011, p. 6).

Onde esse tipo de comportamento é comum?

Encontramos esse tipo de comportamento em todos os transtornos e desor-


dens que causam uma hiperatividade da região amigdalal, transtornos re-
lacionados a estresse, ansiedade, TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo) e
em alguns casos de trauma psicológico.

O excesso de ativação da resposta de luta e fuga causa essa hiperatividade


na região amigdalal e inibe a comunicação do sistema límbico com o neo-
córtex. Isso quer dizer que, mesmo que a pessoa entenda, racionalmente,
que seu comportamento impulsivo não faz sentido no campo racional, ela é
incapaz de se controlar.

Não só a Psicologia, mas tantas outras ciências nasceram com o propósito


de sanar o sofrimento. A própria Medicina começou com o conceito de
saúde como mera ausência de doença e hoje tem se desenvolvido tanto em
termos de prevenção e promoção de saúde. Em grande parte, nosso sistema
de sobrevivência é assim por todos os erros das nossas gerações anteriores
que, de certa forma, ficam marcados em nosso sistema biológico como
parte dos nossos instintos.

O cérebro evoluiu para nos ajudar a sobreviver, mas, se analisarmos o con-


texto das doenças e dos transtornos mentais, veremos que o sofrimento
também é criado a partir do cérebro. Respostas emocionais, como ansie-
dade, estresse e angústia, são basicamente processos fisiológicos que ser-
vem para nos avisar de que há perigo ou ameaça.

O ser humano é o único ser vivo que se preocupa com o futuro, sofre com o
passado e culpa-se pelo presente, e quem cria toda essa rede de sofrimento

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é o próprio cérebro – o qual elabora estratégias de “fugir” do sofrimento por


meio de recursos que são totalmente irrelevantes para as nossas necessida-
des contemporâneas.

O que fazer então?

Se o cérebro é a “causa” do sofrimento, pode também ser a cura, na medida


em que pudermos desenvolver aspectos positivos em nosso cérebro. As
descobertas da Neurociência em muito contribuíram para que melhor com-
preendêssemos os processos de aprendizagem – o que nos possibilita
avançar em direção à melhora e à própria aprendizagem em si.

Emoções, cérebro e comportamento motivador


Uma das descobertas da Neurociência refere-se ao processo de emoção. Ci-
entistas descobriram que “as emoções têm um fator importante para o pro-
cesso de aprendizado”: um cérebro que se emociona aprende mais e melhor.
Grandes avanços também foram feitos em termos de entender o funciona-
mento da atenção, incluindo o fato de que “as estruturas cerebrais respon-
sáveis pelos mecanismos de atenção têm ligação direta com estruturas de
regulação emocional” (ESPERIDIÃO-ANTONIO, 2008, p. 57).

Existem vários autores dedicados a entender a emoção, bem como concei-


tos diferentes dela. Do ponto de vista biológico, a “emoção pode ser definida
como um conjunto de reações químicas e neurais subjacentes a organiza-
ção de certas respostas comportamentais básicas e necessárias a sobrevi-
vência dos animais” (LENT, 2018, p. 254).

As emoções podem afetar a aprendizagem, pois a ansiedade e o estresse


prolongados têm um efeito prejudicial, negativo. Ao contrário do que as
emoções negativas podem fazer, as positivas têm um papel de extrema im-
portância no que diz respeito a um ciclo de emoção, motivação.

Sabe-se que as emoções atuam como um sinalizador interno, e ocorrem


“colorindo” os pensamentos. As emoções básicas são medo, amor, raiva,
tristeza, ansiedade. Elas assinalam algo importante ou significativo na vida
do indivíduo e se manifestam por meio de alterações fisiológicas do orga-
nismo, em conjunto com recursos cognitivos do sujeito, como a atenção e a
percepção, podendo preparar o organismo para “luta-fuga”.

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Os estudos sobre a motivação também são importantes nesta área da Neu-


rociência, que destaca os tipos de motivação como extrínseca e intrínseca e
norteia seu funcionamento e atuação. Nesse sentido, a motivação extrín-
seca é aquela que nos move em direção a algo (como estudar) porque al-
guém ou algo fora nos leva a isso (meus pais, o mercado de trabalho, eu vejo
que é necessário), ou porque temos um objetivo a curto prazo (uma prova,
um concurso). Ela funciona a curto prazo, mas logo se esvai. A motivação
intrínseca é aquela que surge de dentro do sujeito e traz a sensação de “fa-
zer porque é divertido”. Esse tipo de motivação funciona a longo prazo.

O cérebro se predispõe a absorver mais conteúdo quando está envolvido


emocionalmente. Outro aspecto importante da relação entre Neurociência e
aprendizagem diz respeito à neuroplasticidade, a capacidade do cérebro de
se modificar mediante as adaptações sinápticas, criando traços impossí-
veis de serem modificados. Atualmente, sabemos que o cérebro se modifica
sempre, de acordo com a interação do sujeito com seu ambiente.

Veja, no quadro a seguir, o que sabemos sobre como melhorar nossa


aprendizagem:

Quadro 1 Variáveis que estimulam a aprendizagem.

Um cérebro emocionado aprende mais e melhor – é im-


APRENDIZA- portante que o conteúdo ensinado tenha um teor
GEM emotivo.

Para melhorar a apreensão do conhecimento, é preciso


fazer uma ligação entre o conteúdo ensinado e conteú-
dos já absorvidos.

Quando utilizamos exemplos da “vida real” de quem está


aprendendo, a compreensão é facilitada.

Há formas de “transformar” motivação extrínseca em


intrínseca, porém esse caminho é individual.

O sentimento que nutrimos por quem ensina pode facili-


tar ou atrapalhar o processo de aprendizagem (mais
uma vez, o cérebro aprende mais quando emocionado).

Fonte: desenvolvido pelo autor.

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Vamos utilizar uma metáfora para o fenômeno da atenção, cunhada por Co-
senza e Guerra (2011, p. 42):

[...] uma janela aberta para o mundo, na qual dispomos de uma lanterna que uti-
lizamos para iluminar os aspectos que mais nos interessam. E também, essa
lanterna ilumina nossos processos interiores quando focalizamos nossos pen-
samentos, resolvemos problemas ou tomamos decisões conscientes.

Os estudos sobre a atenção, que faz parte do processo de aprendizagem, in-


dicam a existência de dois sistemas que a regulam: o primeiro, o circuito
orientador, permite o desligamento do foco de atenção de um alvo especí-
fico para outro ponto. No exemplo usado, é como se o foco da lanterna ilu-
minasse outro ponto; já o segundo, o circuito executivo, permite a atenção
prolongada, ao mesmo tempo em que são suprimidos os estímulos
distraidores.

Sabemos que a função mais importante da atenção executiva é a relacio-


nada à autorregulação, que mostra a capacidade de regular a atenção aos
processos cognitivos e emocionais, e contribui para a aprendizagem. O cé-
rebro possui uma motivação intrínseca para aprender, mas isso só acontece
se houver disposição da pessoa para reconhecer o conhecimento como algo
significativo.

A Neurociência, nos últimos tempos, tem ajudado a compreender como o


cérebro funciona, mostrando as possibilidades de ele se modificar con-
forme sua relação com o ambiente, a diversidade, os estímulos que o meio
pode gerar ao longo da vida, salientando, inclusive, o papel significativo dos
estados emocionais.

Se ocorre um estímulo importante contendo um valor emocional, ele é cap-


tado, passa a mobilizar a atenção seletiva para regiões corticais específicas,
onde é processado, tornando-se consciente. Tais informações são enviadas
à amígdala cerebral, cuja forma lembra duas amêndoas: “A amígdala cos-
tuma ser incluída em um conjunto de estruturas encefálicas conhecido
como sistema límbico, ao qual se atribui o controle das emoções e dos pro-
cessos motivacionais” (COSENZA; GUERRA, 2011, p. 77).

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A amígdala é uma estrutura que exerce ligação essencial entre as áreas do


córtex cerebral, recebendo informações de todos os sistemas sensoriais.
Tem um papel importante nas emoções e no comportamento humano. Age
como um coordenador, que dispara comandos no corpo humano que podem
ocasionar modificações viscerais, como taquicardia, sudorese, dilatação da
pupila, e tem influência nas emoções de medo ou raiva, o que pode influen-
ciar no estado de humor. Cosenza e Guerra (2011, p. 78) exemplificam:

Imaginemos a situação em que a professora chega à sala de aula com uma pilha
de provas e anuncia uma avaliação inesperada. Certamente a amígdala cerebral
dos seus alunos entrará em ação, provocando o aparecimento das respostas e
sentimentos acima mencionados. A amígdala é importante ainda na aprendiza-
gem das reações de medo e na identificação das expressões faciais a ele relacio-
nadas. Pessoas ou animais em que a amígdala foi lesada geralmente não identi-
ficam os sinais de perigo emitidos pelos seus semelhantes e têm dificuldade de
reagir adequadamente a situações ameaçadoras.

Vamos, agora, ao estudo sobre a memória e a aprendizagem?

Memória e aprendizagem
Poderíamos dizer que a memória é a aquisição ou a aprendizagem, já que só
podemos comunicar aquilo que aprendemos. Faz parte da memória um pro-
cesso que indica a formação, a conservação e a evocação. A última repre-
senta lembrar algo que foi aprendido.

Nossa personalidade é composta por memórias, o que nos torna indivíduos.


Faz parte de nosso convívio social a comunicação entre indivíduos, e, dessa
forma, compartilhamos nossas memórias e a própria história da
civilização.

Para Cosenza e Guerra (2011, p. 52):

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Já sabemos que uma informação relevante, para se tornar consciente, tem que
ultrapassar inicialmente o filtro da atenção. Admite-se que a primeira impres-
são em nossa consciência se faz por meio de uma memória sensorial, ou memó-
ria imediata, que tem a duração de alguns segundos e corresponde apenas à ati-
vação dos sistemas sensoriais relacionados a ela. Se a informação for conside-
rada relevante, poderá ser mantida; do contrário, será descartada. [...] identifi-
cada a relevância, a informação será mantida na consciência por um tempo
maior, por meio de um sistema de repetição, que pode ser feito por recursos ver-
bais ou por meio da imaginação visual.

A repetição feita pela pessoa apresenta uma capacidade limitada de itens


que podem ser mantidos no processamento da informação, que pode ocor-
rer dentro de um intervalo de dois segundos. A memória sensorial e a de re-
petição são essenciais para a memória operacional.

Para melhorar a performance em um nível mais alto de ativação, caracteri-


zado pela ativação de informações já presentes, é necessária a habilidade
de memorizar eventos ou situações futuras, exigindo o “lembrar de lem-
brar”. E a aprendizagem definitiva só acontecerá com a formação e estabili-
zação de novas conexões sinápticas, o que leva certo tempo e esforço
individual.

Respeitar os momentos de repouso e lazer é importante como forma de hi-


giene mental, e, para isso, é necessário apagar as mensagens da mente e
deixar o ambiente propício para novas ocupações ou para retomar tarefas
antigas com maior criatividade.

Izquierdo (https://www.youtube.com/watch?v=SbsJh-W-lDc) (2018, p. 13)


aponta que existem dois tipos de memória, aquela que é imediata, servindo
para gerenciar a realidade; e a memória de trabalho. A primeira ajuda a nos
posicionar no mundo, a identificar o tempo e o espaço onde estamos. Já a
outra é usada quando nos referimos a um número de telefone, fazemos a
compreensão de um parágrafo ou texto, podendo ser medida por meio da
memória imediata. A partir da memória mantida por certo tempo, “esse
conteúdo pode ou não ser mantido para a memória de longa duração, com-
posta pela memória declarativa ou procedural”.

As memórias declarativas são aquelas sobre as quais podemos falar, as epi-


sódicas, que são os fatos, as coisas que nos acontecem, ou mesmo a semân-

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tica, a qual é composta por todas as palavras que conhecemos em nossa


língua.

E a memória procedural é a relacionada a atividades e tarefas. A região do


cérebro hipocampo está relacionada a nossa memória emocional. A aten-
ção é um dos pilares da memória. É o hipocampo que vai escolher quais
coisas devem ou não ser guardadas.

Temos como exemplo um caso famoso do paciente HM ou Henry Molaison


(https://www.youtube.com/watch?v=W0TTQroCjoQ):

Aos 9 anos de idade, Molaison sofrera um traumatismo craniano em um aci-


dente de bicicleta que o levou a ter inúmeras e incapacitantes crises epilépticas,
intratáveis com medicação. Em 1953, aos 27 anos, foi submetido a uma cirurgia
experimental no cérebro, que lhe removeu ambos os hipocampos e regiões adja-
centes, responsáveis pela geração das crises (PEREIRA, 2009).

Para melhor compreensão sobre os assuntos tratados, assista ao vídeo a


seguir:

Os indivíduos precisam ser formados para navegar em ambientes comple-


xos, com relações complexas entre as coisas. O hipocampo é muito impor-
tante para a aprendizagem, pois sua atuação está ligada a novas memórias,
novos conhecimentos. Descobriu-se que, sem emoção, não há aprendizado.

Ao nos sentarmos em uma bicicleta, o cérebro decide que a coisa certa é pe-
dalar, e não recitar um poema, por exemplo, se não quisermos cair. Ao per-
ceber algo potencialmente perigoso, a memória de trabalho o compara a
nossas memórias declarativas de outras coisas perigosas e procura as ca-
pacidades motoras mais úteis entre as memórias procedurais – em geral,
aquela que nos manda fugir, sobretudo quando a circunstância ou o adver-
sário for maior ou mais forte.

Emoção é dar valor, compreender o valor que aquilo tem para si e para o en-
torno. Na Educação, é preciso ensinar a pessoa a se desenvolver, a elaborar
a qualidade do seu pensamento, a ter pensamentos que a desenvolvam. Por
isso, a prova, no contexto acadêmico, não deve ser vista como punição, mas
sim como um incentivo ao aprendizado.

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Quando é trabalhada a construção de redes neuronais dentro de um cére-


bro, é preciso estar atento à emocionalidade do indivíduo. É preciso mostrar
ao indivíduo a trilha do valor, a necessidade de ele atribuir valor ao conhe-
cimento, e não apenas àquilo que é relevante emocionalmente para ele,
como no video game, por exemplo. A competência é fruto das conexões que
você consegue articular quando o problema é apresentado, é a capacidade
de responder rápido e com excelência.

Também podemos notar o conceito de hierarquia. Um neurônio tem a pos-


sibilidade de receber informações por meio dos dendritos e leva essas in-
formações para outros neurônios pelo axônio. Quando esses neurônios es-
tão em grande quantidade, como no córtex cerebral (que é a estrutura que
reveste todo nosso cérebro, uma capa de quatro milímetros, na qual existem
aproximadamente 20 bilhões de neurônios), acontece o palco das intera-
ções, compostas por circunvoluções capazes de criar áreas. Dessa forma,
todas as construções de conhecimentos pelo homem seguiram uma estru-
tura hierárquica.

Sabemos, atualmente, que todo tecido nervoso possui uma plasticidade ca-
racterística do tecido, que mostra a capacidade de alterar, de modo prolon-
gado, a sua função e sua forma. Da mesma forma, foi observada a neuro-
plasticidade, a qual deriva dos fenômenos que ocorrem no desenvolvimento
do organismo humano desde a fase de embrião até a maturidade.

Assim, os exemplos de neuroplasticidade vão desde a neurogênese, que


acontece em algumas regiões do cérebro influenciadas por fenômenos am-
bientais, até a regeneração bem-sucedida de “axônios periféricos submeti-
dos a lesões, e a regeneração malsucedida dos axônios do sistema nervoso
central” (LENT, 2018, p. 112). A plasticidade é considerada a base funcional
da memória.

Dessa forma, a neuroplasticidade é definida como a propriedade do sistema


nervoso de alterar a sua função ou a sua estrutura em resposta às influên-
cias ambientais que o atingem:

https://mdm.claretiano.edu.br/conapr-p01894-2021-02-pos-ead/2019/11/01/ciclo-2-aprendizagem-o-processo-de-aprender/ 14/23
06/12/22, 18:38 Ciclo 2 – Aprendizagem: o Processo de Aprender – Conhecimento e Aprendizagem

Isto é, qualquer alteração sofrida pelo cérebro, pode levar a mudanças de posi-
ção de setores funcionais com o redirecionamento de circuitos neurais, ambos
foram detectados em animais, e por neuroimagem em seres humanos. Por outro
lado, um simples fato novo que presenciamos pode resultar em alterações si-
nápticas moleculares capazes de possibilitar a memorização daquele fato por
um longo tempo durante a vida. Em ambos os casos, bem como nas numerosas
possibilidades intermediárias, trata-se de neuroplasticidade (LENT, 2018, p. 112).

E a Neurociência vem contribuir com conhecimentos relevantes sobre


aprendizagem. Sabe-se que esta precisa fundamentalmente de experiência,
vivência, e tentativa e erro. A partir da experiência, o cérebro vai se modifi-
cando, se esculpindo conforme é usado, conforme a pessoa se expõe a no-
vas experiências.

Existe uma necessidade de aplicação prática desse conhecimento em em-


presas, escolas e em toda área que lida com pessoas que se preocupam com
aprender melhor. Atualmente, pergunta-se quais os fatores que mais influ-
enciam o aprendizado. Além da experiência prática – que busca dispor de
métodos adequados, sabendo que não existe um método perfeito para tudo,
e lembrando que cada indivíduo tem sua singularidade, suas idiossincra-
sias, suas facilidades particulares, e que muitas vezes vai precisar de um
método diferente –, é preciso dedicar atenção àquilo que se está fazendo.

Somando-se a isso, um outro fator que faz a diferença é a motivação do in-


divíduo. É necessário que a pessoa tenha interesse por aquilo que está fa-
zendo; se não houver interesse, o indivíduo pode até praticar, mas a apren-
dizagem não vai ocorrer. O envolvimento dos alunos em contexto escolar,
ou mesmo de colaboradores em contextos de empresas, está ligado à moti-
vação: “As atuais teorias cognitivas da motivação já apontam que para se
conseguir o envolvimento” dos estudantes ou colaboradores, “é necessária a
motivação intrínseca, além das formas de autorregulação da motivação ex-
trínseca” (RIBEIRO, 2011, p. 1, grifo nosso).

Há necessidade de motivação nos aspectos internos e externos ao sujeito,


isto é, na dimensão afetiva: “A cognição e afetividade estão interligadas, e
constituem uma unidade funcional, holística e sistêmica” do sujeito (DA-
MÁSIO, 1995 apud RIBEIRO, 2011, p. 1).

Assista ao vídeo a seguir que vai tratar mais sobre a Neuroplasticidade:


https://mdm.claretiano.edu.br/conapr-p01894-2021-02-pos-ead/2019/11/01/ciclo-2-aprendizagem-o-processo-de-aprender/ 15/23
06/12/22, 18:38 Ciclo 2 – Aprendizagem: o Processo de Aprender – Conhecimento e Aprendizagem

 Aprofunde seus conhecimentos!

Agora, assista mais alguns vídeos sobre os demais assuntos tratados


neste tópico.

Por que esquecemos? Um guia sobre a memória


(https://www.youtube.com/watch?v=E7Iu13QJ2I0).

Miguel Nicolelis – Cérebro humano: um escultor da realidade


(https://www.youtube.com/watch?
v=P3TZbKpFtUY&feature=emb_rel_end).

Cognição, planejamento, autorregulação dos processos


mentais e do comportamento
Se pensarmos no conhecimento como “utilitarista”, não avançamos na
nossa capacidade de raciocínio. O que buscamos construir é nossa capaci-
dade de pensar, de planejar, de raciocinar, desenvolvendo a capacidade de
autorregulação emocional e do comportamento saudável, e não o conheci-
mento apenas para usar. É preciso construir pensamentos e não conteúdo.
O que nos move é a motivação de fato, é se expor a problemas diferentes, se
experimentar, se dar a chance de desafios, isso leva a um poder de
modificação.

Sabemos que partes do cérebro têm funções diferentes, ficamos bem treina-
dos naquilo que fazemos. Se jogamos xadrez, desenvolveremos o raciocínio
estratégico, a inteligência espacial. A motivação precisa de uma quantidade
adequada de desafios. Fácil demais não motiva, e difícil demais também
não motiva. Quanto mais prática possuímos, mais melhoramos nosso
aprendizado. Por exemplo, Mikhail Nikolaévich Baryshnikov é citado ao
lado de Vaslav Nijinsk e Rodolf Nureyv como um dos maiores bailarinos da
história. Seu trabalho foi extasiante diante de constantes treinamentos, a
ponto de muitas vezes machucar o dedão do pé na sapatilha.

https://mdm.claretiano.edu.br/conapr-p01894-2021-02-pos-ead/2019/11/01/ciclo-2-aprendizagem-o-processo-de-aprender/ 16/23
06/12/22, 18:38 Ciclo 2 – Aprendizagem: o Processo de Aprender – Conhecimento e Aprendizagem

O bailarino, que antes treinava muito para atingir o auge da sua performance,
em movimentos detalhadamente programados e, muitas vezes, repetidos, usa-
ria, a partir dos estudos somáticos, seu corpo como o experimento para a verifi-
cação científica desses estudos, que criam ou relatam movimentações decor-
rentes deles. Assim, o bailarino começou a pluralizar a perspectiva de observa-
ção de seu corpo, como experiência e como transformação que esses estudos
somáticos causam nele e, ao mesmo tempo, como o observador dessa experiên-
cia que foi incorporada por meio de um movimento específico (ITAVO, 2020, p.
13).

Estabelecer mudanças vai fazer a diferença. A rotina pode nos ajudar a mu-
dar hábitos importantes na vida. Esse conhecimento é contribuição da
Neurociência. Nosso cérebro prefere vícios imediatos do que virtudes ime-
diatas. É preciso mudar e pensar agora sobre o nosso “eu de agora” com o
“eu do futuro”. O homem busca a saúde, a estabilidade financeira e a felici-
dade, e isso requisita, necessariamente, mudanças construídas ao longo de
um tempo.

Portanto, quanto mais dedicação temos, mais motivação vamos ter, e mais
horas de prática são adquiridas e acumuladas. Tal comportamento se torna
um ciclo. A oportunidade vai contar nesse processo. Não havendo a oportu-
nidade de experimentar no livro, na dança, no musical, na construção de
algo, no trabalho com gestão, não há oportunidade de o cérebro descobrir
que ele gosta daquilo. Abrir as oportunidades tanto para crianças quanto
para adultos é a oportunidade que se pode dar para essas pessoas.

Cada pessoa deve descobrir qual método se adapta melhor. O cérebro con-
segue trabalhar com seis a oito informações ao mesmo tempo. É possível
mudar o método diante das necessidades. A grande porta para o aprendi-
zado é a atenção. Só é possível prestar atenção em uma coisa de cada vez, o
cérebro tem um único fluxo de pensamentos, por onde passam milhões de
pensamentos, mas um apenas por vez. A atenção é um filtro que o cérebro
usa para decidir qual informação será processada de maneira dedicada a
cada instante.

As outras informações que são eliminadas nesse processo não ganham


acesso à memória de trabalho. A base da memória de trabalho são os
neurônios do córtex pré-frontal. Esses neurônios tanto mantêm vivas as re-
presentações mentais de informações que já sumiram de vista, como um

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06/12/22, 18:38 Ciclo 2 – Aprendizagem: o Processo de Aprender – Conhecimento e Aprendizagem

número de telefone, ou uma fórmula de matemática, quanto tornam possí-


vel a evocação de eventos que ficaram fixados na memória.

Importante ressaltar que a memória de trabalho só existe para aquilo que


está no foco da atenção. Se algum barulho ou outro estímulo acontece
nesse momento, aquilo que estava no foco da atenção se perde, sai também
da memória de trabalho, e o sujeito não consegue mais processar o objeto
de estudo com a mesma dedicação, com essa exclusividade pelo cérebro.
Então, a atenção é o grande filtro que leva o conhecimento a ser processado
e levado para a memória de trabalho, sendo ali associado a outras informa-
ções, e nesse ponto ganha acesso a outros sistemas de memória mais
duradouros.

Figura 1 Fatores que influenciam a aprendizagem.

Fonte: acervo pessoal do autor.

Se o sujeito não presta atenção ao que está fazendo, esse conteúdo não terá
acesso à memória de trabalho, e também não terá acesso a outros sistemas
de memória de longo prazo. O resultado é que, se a pessoa não presta aten-
ção ao que está fazendo, essa informação não terá acesso à memória de tra-
balho e, consequentemente, não terá acesso a outros sistemas mais dura-
douros de memória. Dessa forma, o cérebro não guarda nenhum registro
dessa ação e, portanto, não aprende aquela informação nova.

A atenção é foco. Ela precisa que utilizemos um ou mais dos cinco sentidos
para ter sucesso na aprendizagem. Por exemplo, uma pessoa procura a
chave que não lembra onde deixou. Vai precisar usar sua visão na atenção
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06/12/22, 18:38 Ciclo 2 – Aprendizagem: o Processo de Aprender – Conhecimento e Aprendizagem

em foco e procurar, aguardando o cérebro identificar aquela representação


mental da chave que o sujeito está procurando. A atenção traz a possibili-
dade de processarmos com detalhes a informação que se quer registrar e
aprender.

A seguir, o último vídeo complementar do ciclo abordará a memória e o es-


quecimento. Acompanhe:

 Aprofunde seus conhecimentos!

Assista aos vídeos selecionados para aprofundamento sobre os assun-


tos deste tópico:

Suzana Herculano-Houzel – 25/03/2013


(https://www.youtube.com/watch?v=VVMHrWallRc&t=2446s).

Miguel Nicolelis: A consolidação da memória


(https://www.fronteiras.com/videos/a-consolidacao-da-memoria).

Pesquisas revelam a importância do sono para o aprendizado


(https://www.youtube.com/watch?v=HYYKpxFrbtw).

Sidarta Ribeiro: Sono, Memória e Aprendizagem (Diálogo Plural #156)


(https://www.youtube.com/watch?v=XRGzUYFui4I).

Miguel Nicolelis – Cérebro humano: um escultor da realidade


(https://www.youtube.com/watch?
v=P3TZbKpFtUY&feature=emb_rel_end).

Após você conhecer sobre o conteúdo da Neurociência e sua relação com a


aprendizagem, caminhamos agora para verificar as diferentes abordagens
psicológicas que vão trabalhar com a aprendizagem no mundo adulto. As
pessoas se preocupam em aprender, mas como aprender da forma correta?
Veremos no próximo ciclo. Até lá!

https://mdm.claretiano.edu.br/conapr-p01894-2021-02-pos-ead/2019/11/01/ciclo-2-aprendizagem-o-processo-de-aprender/ 19/23
06/12/22, 18:38 Ciclo 2 – Aprendizagem: o Processo de Aprender – Conhecimento e Aprendizagem

 Você sabia que...

Na disciplina Conhecimento e Aprendizagem, você não deverá reali-


zar atividades e postá-las no Portfólio, mas terá como proposta um
Fórum que fomentará as discussões relacionadas às questões online.
Sua avaliação na Sala de Aula Virtual será apenas formativa e com-
porá a nota final da disciplina. Portanto, é fundamental que realize os
dois blocos de questões online propostas.

Questões online
Neste disciplina, você deverá realizar dois blocos de questões
online em cada Ciclo de Aprendizagem.

Responda às Questões online disponibilizadas na Sala de Aula Virtual.

Pontuação

Ciclo 2.1 - de 0 a 0,75 ponto.

Ciclo 2.2 - de 0 a 0,75 ponto.

3. Referências Bibliográficas
CARVALHO, F. A. H. Neurociências e Educação: uma articulação necessária
na formação docente. Trabalho, Educação e Saúde, Rio de Janeiro: Escola
Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, v. 8, n. 3, p. 537-550, nov. 2010. Dis-
ponível em: https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=406757007013. Acesso
em: 11 maio 2021.

https://mdm.claretiano.edu.br/conapr-p01894-2021-02-pos-ead/2019/11/01/ciclo-2-aprendizagem-o-processo-de-aprender/ 20/23
06/12/22, 18:38 Ciclo 2 – Aprendizagem: o Processo de Aprender – Conhecimento e Aprendizagem

COOGLE: uma ferramenta para criar mapas mentais gratuita. [S. l.: s. n.],
2017. 1 vídeo (5'00''). Publicado pelo canal Alan Mosko, Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=nwX9ixjagOY. Acesso em: 11 maio
2021.

COSENZA, R.; GUERRA, L. B. Neurociência e Educação: como o cérebro


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06/12/22, 18:38 Ciclo 2 – Aprendizagem: o Processo de Aprender – Conhecimento e Aprendizagem

PESQUISAS revelam a importância do sono para o aprendizado. [S. l.: s. n.],


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https://www.youtube.com/watch?v=YsJMxam7BQA. Acesso em: 11 maio
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RIBEIRO, F. Motivação e aprendizagem em contexto escolar. Revista online


Profforma, Centro de Formação de Professores do Nordeste Alentejano, Por-
tugal, n. 26, jun. 2021. Disponível em: <http://www.cefopna.edu.pt/
revista/revista_03/es_05_03_FR.htm>. Acesso em: 16 jul. 2021.

https://mdm.claretiano.edu.br/conapr-p01894-2021-02-pos-ead/2019/11/01/ciclo-2-aprendizagem-o-processo-de-aprender/ 22/23
06/12/22, 18:38 Ciclo 2 – Aprendizagem: o Processo de Aprender – Conhecimento e Aprendizagem

SANTOS, F. H.; ANDRADE, V. M.; BUENO, O. F. A. (Orgs.). Neuropsicologia


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2021.

STRAUB, R. O. Psicologia da Saúde: uma abordagem biopsicossocial. Porto


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2021.

SUZANA Herculano-Houzel. [S. l.: s. n.], 2013. 1 vídeo (82'36''). Publicado pelo
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ZOLNERKEVIC, I. Mentes persistentes. Revista Pesquisa Fapesp, v. 215, p. 51-


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2021.

https://mdm.claretiano.edu.br/conapr-p01894-2021-02-pos-ead/2019/11/01/ciclo-2-aprendizagem-o-processo-de-aprender/ 23/23

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