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CONSCIÊNCIA

Estruturas: SRAA, lobo parietal D (reconhecimento próprio corpo, dos objetos e do mundo, apreensão da
realidade), áreas pré-frontais, interações tálamo-corticais.
Entrar em contato c/ a realidade, perceber e conhecer os seus objetos.

Alterações Patológicas:
Quantitativas:
 Interrupções
 Obnubiliação
 Sopor: incapaz de qualquer ação espontânea.
 Coma
Síndromes associadas:
 Delirium: sd confusional aguda: rebaixamento leve a moderado, desorientação, dim concentração, perplexidade,
ansiedade, agitação ou lentificação, ilusões ou alucinações quase sempre visuais. Quadro flutuante, piora ao
anoitecer.
 Estado onírico: paralelamente à turvação da Cs e confusão mental, estado semelhante a um sonho muito vívido,
com carga emocional marcante. Psicoses tóxicas, abstinência, quadros febris.
 Sd Cativeiro: infarto ou mielinólise centro da ponte: paralisia nervos cranianos exceto mov oculares verticais e
piscamento.

Qualitativas:
 Estados Crepusculares: estreitamento transitório do campo da Cs, com conservação de atividade psicomotora,
ocorrendo os atos automáticos. Frequentemente ocorrem atos explosivos e descontrole emocional. Vê e vive apenas
o que quer ver ou viver aquilo que se impõe na fascinação.
 Dissociação: fragmentação ou divisão do campo da Cs; T personalidade ou estados ansiosos
 Transe: estado de dissociação da Cs que se assemelha a um sonho acordado c/ atividade motora automática e
estereotipada e suspensão parcial dos movimentos voluntários. Ocorre em contextos religioso-culturais.
 Estado hipnótico: Cs reduzida e estreitada e de atenção concentrada.

PENSAMENTO
1. Conceitos:
Alterações: neologismos: frequente na esquizofrenia e demência.

Alterações:
1. Pensamento mágico: não respeita os idicativos e imperativos da realidade, segue os desígnios dos desejos, fantasias e
temores. Com frequência segue leis de contiguidade ou similaridade. Pressupõe que uma relação subjetiva de idéias
corresponda uma associação objetiva de fatos. Comum em crianças, personalidades imaturas (esquizotípica, histriônica,
borderline e narcísica), TOC, esquizofrenia e histeria.
2. Pensamento derreísta: também se opõe ao pensamento realista, o qual se submete à lógica e à realidade. Só as
obedece quando interessa e distorce a realidade para que se adapte aos seus anseios. O pensar volta-se ao mundo
interno, fantasias e sonhos, manifestando-se como um devaneio. T personalidade, esquizofrenia, histeria e adolescentes
normais.
3. Pensamento concreto: não há distinção entre o abstrato e simbólico com o concreto e imediato. Não entende
metáfora, falta ironia, duplo sentido. Deficiência mental, demência, esquizofrenia.
4. Pensamento inibido: inibição do raciocínio, diminuição da velocidade e número de conceitos, juízos e representações.
Depressão e demência.
5. Pensamento Vago: imprecisão nas relações conceituais, formação de juízos e concatenação destes em raciocínios.
Ambiguidade, falta de clareza. Esquizofrenia, demência, T personalidade, neuroses.
6. Pensamento Prolixo: não chega a conclusão, a não ser após muito tempo e esforço. Mescla de forma imprecisa o
essencial e o supérfluo. Podem estar presentes:
 tangencialidade: resposta oblíqua e irrelevante, sem discriminação entre o acessório e o essencial, nunca chegando
ao ponto central ou concluindo algo de substancial;
 circunstancialidade: roda em volta do tema, sem entrar nas questões essenciais e decisivas, mas eventualmente
alcançando o objetivo do raciocínio.
7. Pensamento Oligofrênico: estrutura pobre e rudimentar, raciocínio concreto, conceitos escassos e utilizados em
sentido literal. Pouca flexibilidade na aplicação dos conceitos e regras aprendidas. Pouca distinção entre categorias
como o “essencial” e “supérfluo”, “necessário” e “acidental”, “causa” e “efeito”, “todo” e “partes”, “real” e
“imaginário”, “concreto” e “simbólico”. Pode haver boa memorização, porém esta é mecânica e rígida.
8. Pensamento Demencial: empobrecimento desigual, podendo haver perda de unidade ou incongruência. Com o
aumento da gravidade, vai se tornando mais pobre, concreto e desorganizado. Diante da dificuldade de encontrar
palavras, usa termos mais genéricos.
9. Pensamento Confusional: devido à turvação da consciência, pensamento é incoerente, tortuoso e impede que se
apreenda a realidade de forma clara e precisa para processar o raciocínio.
10. Pensamento Desagregado: radicalmente incoerente. Esquizofrenia grave.
11. Pensamento Obsessivo: idéias ou representações que, apesar de terem um conteúdo absurdo ou repulsivo, impõem-
se à consciência de modo persistente e incontrolável.

Processo de pensar:
1. Curso: como flui, velocidade e ritmo. Alterações:
 aceleração: mania, esquizofrenia, ansiedade, psicose tóxica
 lentificação: depressão, dim Cs, intoxicações
 bloqueio: exclusivo da esquizofrenia
 roubo: idem
2. Forma:
 fuga de idéias: 2a à aceleração, c/ perturbação da associação lógica entre juízos e conceitos. As associações podem
seguir assonância ou os estímulos externos contingentes. Mania.
 dissociação do pensamento: perda da sequência lógica
 afrouxamento das associações: menos articuladas. Esquizo e T pers
 descarrilamento: saída do curso, associado à distraibilidade. Esquizofrenia e mania.
 desagregação: profunda perda dos enlaces associativos e da coerência, idéias fragmentadas. Esquizo e demência.
3. Conteúdo: frequentemente presentes em processos patológicos:
persecutoriedade: vivência em mundo potencialmente ameaçador. Sobrevivência: poder, riqueza, ruína e culpa.
Sexualidade, religião, hipocondria.

LINGUAGEM
“Áreas cerebrais” à E
1. Afasia de Expressão (Broca): em geral acompanha hemiparesia MMSS à D. Nas formas leves: agramatismo
2. Afasia de Compreensão (Wernicke): fala pode ser defeituosa e incompreensível. Não compreende e tem dificuldades
para repetição. Fala sem hesitação mas produz muitos erros para expressar uma idéia. Geralmente não há hemiparesia.
3. Afasia Global
Alterações de liguagem associadas a transtornos PQ:
1. Logorréia
2. Bradifasia
3. Mutismo
4. Perseveração ou estereotipia verbal: lesão pré-frontal
5. Ecolalia: esquizo e psicorg
6. Palilalia: repetição automática e estereotipada de palavras do próprio discurso. Logoclonia: últimas sílabas.
Demências, em especial Alzheimer e Pick
7. Tiques verbais ou fonéticos e coprolalia. Produções recorrentes, impróprias e irresistíveis. Sd Gilles de la Tourette.
8. Verbigeração: repetição de forma monótona e sem sentido comunicativo aparente de palavras, sílabas ou trechos de
frases. Mussitação: voz baixa e tom monocórdico s/ significado comunicativo. Esquizo
9. Glossolalia: fala gutural, sons, apesar de não terem sentido linguístico, imitam a fala normal nos aspectos prosódicos.
10. Para-respostas

Esquizofrenia: neologismos, estilizações, rebuscamentos e maneirismos (perda de flexibilidade verbal segundo


o contexto), salada de palavras, criptolalia ou criptografia (totalmente próprias e por isso incompreensíveis).
Demência: parafasias (deformações de palavras existentes), dificuldades de encontrar palavras (palavras menos
familiares ou de sons estranhos), tende a usar termos vagos e inespecíficos, afasia nominal.
JUÍZO
(Dalgalarrondo, P. – Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais)

Erro: origina-se da ignorância, do julgar apressado e baseado em premissas falsas. Ex: confusão de coisas
semelhantes, atribuir-se a coincidências relações de causa-efeito, impressões dos sentidos como verdades. É passível de
correção pela experiência e dados de realidade. Frequentemente determinado por situações afetivas ou dolorosas. É
compreensível e consequente de ignorância, fanatismo religioso ou político (o delírio é incompreensível). Tipos mais
comuns:
Preconceito: juízo a priori, sem reflexão, apressado e baseado em premissas falsas. Produzido socialmente por interesse
de determinados grupos.
Crenças culturais e superstições: compartilhadas. Em geral motivadas por fatores afetivos.
Idéias prevalentes: por conta da importância afetiva, adquirem predominância sobre demais pensamentos. São
egossintônicas.

Alterações patológicas:
Delírio:
1. Convicção extraordinária, certeza subjetiva praticamente absoluta.
2. Impossível a modificação pela experiência objetiva, portanto irremovível.
3. Juízo falso c/ conteúdo impossível, ou melhor, com construção patológica.
4. Produção associal, idiossincrática em relação ao grupo cultural
Avaliar:
1. Convicção
2. Extensão
3. Bizarrice
4. Desorganização
5. Pressão: o quanto o paciente está envolvido c/ delírio
6. Resposta afetiva
7. Comportamento desviante
Tipos:
1. Delírio 1o: incompreensível e impenetrável (não há empatia), algo novo, uma quebra na biografia da pessoa.
2. Delírio 2o ou Idéia Deliróide: não é decorrente de alteração do pensamento mas sim de outras áreas (afetividade,
consciência, etc) que indiretamente produzem juízos falsos. Condições psicologicamente rastreáveis e compreensíveis.
Podem ser simples ou complexos (muitas esferas), sistematizados ou não.
Mecanismos Constitutivos:
1. interpretação: respeita certa lógica
2. intuição: capta de forma imediata o sentido das coisas, não interpreta e conclui
3. imaginação:
4. afetividade: delírio catatímico
5. memória: recordação delirante
6. alteração da consciência: delírio onírico. Crítica insuficiente em relação às vivências oníricas. Alucinações cênicas,
ansiedade e confusão.
7. alterações sensoperceptivas: experiência alucinatória é tão marcante e penetrante que se integra por intermédio de um
delírio.
8. percepção delirante: coisas reais vivenciadas como uma “revelação” (1 a ordem Schneider)
Mecanismos de manutenção:
1. inércia
2. probreza na comunicação interpessoal
3. rejeição gerada pelo comportamento agressivo do paciente ou delírios, propiciando que se formem mais delírios.
Conteúdos e tipos mais frequentes:
1. perseguição
2. auto-referência (Freud: projeção ou deformação de sentimento inaceitável)
3. relação: construção de conecções delirantes entre fatos normalmente percebidos
4. influência: fragmentação dos limites do “eu”. Frequente na esquizofrenia
5. grandeza: frequente na mania e neurossífilis
6. reivindicação (ou querelância)
7. invenção
8. salvacionismo
9. místico ou religioso
10. ciúmes
11. erotomania
12. ruína ou niilista
13. culpa
14. negação de órgãos. Sd Cottard quando vem acompanhado de delírios de imortalidade ou enormidade.
15. hipocondríaco
16. cenertopático: Sd Ekbom
17. infestação
18. fantástico ou mitomaníaco. DD: mitomania: indivíduo sabe que está mentindo (sociopatas, histeria, mania)
DD: obsessões: idéias falsas, recorrentes, que se introduzem de forma repetida e incômoda mas há crítica em
relação à falsidade e caráter absurdo

Leituras adicionais: “Delusions and Awareness of Reality” Andrew Sims 1991


AFETIVIDADE
Afetos: estados passivos do eu, agradáveis ou não. Componentes subjetivos (sensações, pensamentos, representações) e
objetivos (alt fisiológicas e compto expressivo).
Afetividade: conj funções relacionadas à vivência, percepção, expressão e integração dos afetos.

Aspectos formais:
 Agradável/desagradável
 Aproximação/rejeição
 Intensidade
 Estratificação corpóreo-espiritual
 Temporalidade
Conteúdos:
 Básicos: prazer (alegria, felicidade, satisfação), tristeza (melancolia, desalento, desânimo), medo (ansiedade,
apreensão), raiva
 Derivações: rejeição, nojo, interesse, surpresa, vergonha

Duração:
 Sentimentos espirituais: artísticos, metafísicos (topo)
 Sentimentos de valor próprio: orgulho, culpa e alheio: amor, afeição.
 Paixões, humores, afetos vitais: júbilo, ódio: intensa, catatímica
 Sentimentos de situação: alegria, tristeza, medo, ansiedade
 Emoções e afetos sensoriais: medo (base)

Funções:

1. Vivência afetiva:
 Elementos psicológicos - consciência do afeto (vivência): atenção, reconhecimento/discriminação, nomeação,
sentimento de sentimento.
 conteúdos vivenciados: subjetivos (sensações afetivas, pensamentos, representações) e objetivos (alt fisiológicas,
comportamentos expressivos)
 vantagens evolutivas da Cs afetiva: controle
 Cs x InCs
 Mecanismos de defesa
Complexos afetivos InCs (natureza neurótica). Alexitimia: incapacidade de discriminar e nomear os afetos:
depressão, T somatoformes e dissociativos. Sentimento de ausência de sentimento: depressão grave, esquizo.
Dimensões psicológicas superiores (humor):
 Qualidade/repertório (variedade) ex: humor depressivo, maníaco, ansioso
 Reatividade/intensidade ex: irritável; não irritável: depressão melancólica
 Duração/estabilidade ex: instável: borderline
 Padrão temporal

2. Percepção
 Elementos psicológicos - consciência do afeto: atenção, reconhecimento/discriminação, nomeação, teoria da mente,
compreensão/empatia
 conteúdos vivenciados: subjetivos (sensações afetivas, pensamentos, representações) e objetivos (alt fisiológicas,
comportamentos expressivos)
 vantagens evolutivas: somos seres sociais c/ prole que demora para ficar madura.
Dimensões psicológicas superiores:
 Teoria da mente: ver o mundo pela perspectiva do outro
 Compreensão e empatia: comover-se c/ o outro Ex: autismo ou aprosódia sensorial (agnosia afetiva) - reg frontal
mesial. Frieza emocinal: PP, lesão frontal, esquizo. É diferente de embotamento: expressão é menor do que o
conteúdo. Não percebe o quanto os afetos afetam.

3. Expressão: ação da vontade sobre a expressão afetiva motora involuntária: prosódia, gestualidade e expressão facial.
Aprosódia motora: infarto na região frontal. Fala monótona, não gesticula, hipomimia facial.
Dimensões psicológicas superiores:
 Qualidade/repertório
 Reatividade/intensidade
 Duração/estabilidade
 Controle voluntário
 Autenticidade
Psicopatologia
 Restrição afetiva
 Afeto plano ou não responsivo: esquizo, demência frontal
 Embotamento X Hiperemocionalidade (tônus aumentado)
 Rigidez X Labilidade
 Constrição (T pers anancástica) X Incontinência (demências)
 Expressão afetiva teatral

4. Integração Afetiva:
Influência da afetividade sobre:
 cognição:
(i) atenção/concentração: aumento ou diminuição e seletividade
(ii) pensamento/linguagem/discurso: quantidade e velocidade, direcionalidade e controle, conteúdo, rendimento
 comportamento intencional: nível de atividade global, comportamento locomotor, dirigido, simbólico e ilustrativo.
 Conação e pragmatismo: iniciativa, vontade, persistência, decisão, capacidade pragmática
 Corpo: respostas autonômicas, neurovegetativas e energia física
Integração intra-afetiva:
 coerência ideo-afetiva
 harmonia afetiva: diferentes manifestações coerentes entre si: se existe nos envolve
 congruência de humor com
Psicopatologia:
 Dissociação ideo-afetiva: esquizo hebefr
 Ambivalência afetiva
 Incongruência de humor: afetos observados e humor relatado incongruentes; idéias não congruentes c/ o humor.
Obs: determinação e organização do psiquismo:
 Motivação
 Holotimia/catatimia
 Controle dos afetos
 Comportamento social/afetivo
 Inteligência social/afetiva: aptidões: afetivas (nomear, expressar afetos, controlar impulsos), cognitivas
(compreender normas de comportamento, autoCs, compreender perspectiva dos outros), comportamentais
(comunicação verbal e não verbal)
Psicopatologia:
 Idéias prevalentes e deliróides (afeto faz que haja o desprendimento “compreensível”)
 Atuações psicopáticas e psicóticas
 Comportamentos anormais (inadequações sociais, comportamento autista, timidez patológica)

Influência da Afetividade sobre outras funções PQ:


 Pseudodemência depressiva
 Retardo psicomotor depressivo: cognição
 Agitação depressiva
 Abulia e Indecisão depressivas: pragmatismo
 Sentimentos vitais patológicos depressivos
 Anorexia depressiva

ENTREVISTA CLÍNICA: vínculo e afetividade

Vínculo:
 colocar-se à vontade: sinais territoriais (locomotores), comportamentais (psicomotricidade), expressivos-
emocionais, verbais: modo visual, cinestésico
 percebendo o sofrimento e demonstrando compaixão: perguntas voltadas para as queixas principais e
complementações voltadas para os sentimentos associados. Deixar o paciente falar livremente para avaliar a
qualidade do afeto, humor e aprofundar o vínculo.
 avaliação crítica e aliança.
Modos de comunicação:
 Queixas: revela
 Resistências: oculta para o examinador
 Defesas: oculta para si mesmo
Avaliação do estado mental:
 Observação: aparência (sexo, idade, raça, grupo étnico, higiene, vestes, contato visual), consciência, motricidade,
humor (postura, fascies, marcha)
 Conversação: “abobrinhas”
 Exploração: humor, conação, sensopercepção, conteúdo de pensamento, criítica, juízo, etc
 Testes

EXTERNO
Emoções e afetos sensoriais
paixões
Sentimentos de
atuação

DURADOURO PASSAGEIRO

Humores e
afetos vitais

Sentimento de
valor próprio e INTERNO

Sentimentos alheio
“espirituais”

(Dalgalarrondo, P. – Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais)

Vivências:
1. Humor: tônus afetivo, estado emocional basal e difuso, disposição afetiva de fundo, lente que dá às vivências uma cor
particular, ampliando ou reduzindo o impacto das experiências reais, chegando a modifucar a natureza e o sentido das
experiênicas vivenciais.
2. Emoções: reações afetivas agudas desencadeadas por estímulos significativos. Alteração global da dinâmica pessoal,
uma tempestade anímica que desconcerta, comove e perturba o instável equilíbrio existencial.
3. Sentimentos: estados afetivos estáveis, mais atenuados na intensidade e menos reativos a estímulos passageiros do
que as emoções. Com frequência não implicam concomitantes somáticos, geralmente associados a conteúdos
intelectuais, valores, representaçcões e dessa forma dependem da língua e cultura.
4. Afetos: qualidade e tônus emocional que acompanham uma idéia ou representação mental, ie, componente
emocional de uma idéia.
5. Paixões: estado afetivo extremamente intenso, que domina a atividade psíquica, captando e dirigindo a atenção e
interesse.

Catatimia influência que a vida afetiva exerce sobre as demais funções psíquicas.
Reação afetiva: sitonização: capacidade de ser influenciado afetivamente por estímulos externos X irradiação.
Pode haver também rigidez.
Importância sobre o SNP e vice-versa.

Alterações Patológicas:
 Distimia: alteração do humor; hipertímica se expansiva do contrário, hipotímica.
 Disforia: distimia c/ tonalidade afetiva desagradável, mau-humorada, irritável.
 Euforia: alegria intensa desproporcional às circunstânicias.
 Elação: euforia c/ expansão do “eu”, sensação de grandeza e poder.
 Puerilidade: ausência de afetos profundos, consistentes e duradouros.
 Êxtase: experiência de beatitude, dissolução do eu no todo, de compartilhamento íntimo do estado afetivo interior
com o mundo exterior, muitas vezes num colorido hipertímico e expansivo. Pode estar inserido em um contexto
cultural ou se manifestar na esquizofrenia, mania, histeria.

1. Ansiedade: humor desconfortável, apreensão negativa em relação ao futuro, uma inquietação interna desagradável.
2. Angústia: assemelha-se à ansiedade, porém com uma conotação mais corporal e mais relacionada ao passado. Tem
um significado mais marcante, define a condição humana.
3. Medo: refere-se a um objeto.

Alterções das Emoções e dos Sentimentos


1. apatia: incapaciadade de sentir afetos, diminuição excitabilidade emotiva e afetiva, apesar de saber o significado que
tal vivência deveria ter.
2. hipomodulação do afeto: rigidez na relação
3. Inquietação ou Paratimia: reação incongruente
4. pobreza de sentimentos e distanciamento afetivo: empobrecimento em relação à possibilidade de vivenciar variações
5. embotamento afetivo e devastação afetiva: perda profunda da vivência afetiva, ao contrário da apatia, que é subjetiva,
o embotamento é observável
6. sentimento de falta de sentimento: vivenciado de forma penosa
7. anedonia: incapacidade de sentir prazer
8. labilidade afetiva: mudança súbita e imotivada do humor, sentimentos ou emoções; incontinência afetiva: respota a
estímulos apropriados, mas de forma desproporcional.
9. ambivalência afetiva
10. neotimia: experiências afetivas novas sentidas como estranhas ou bizarras.
11. medo: estado de progressiva insegurança e angústia de impotência e invalidez crescentes, ante a impressão iminente
de que sucederá algo que queríamos evitar e que progressivamente nos consideramos menos capazes de fazer.
12. fobias: medos desproporcionais e incompatíveis com as possibilidades de perigo real oferecidas pelos
desencadeantes.
13. pânico: medo intenso relacionado ao perigo imaginário de morte iminente, descontrole ou desintegração.
VONTADE
14.07.00 Francisco Lotufo Neto
Necessidades básicas: papel determinante sobre a vontade.
 Auto-realização: sonhos e ideais (topo)
 Reconhecimento
 Ser amado: adolescência
 Segurança
 Biológico: comida (base)
(Dalgalarrondo, P. – Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais)

Relacionada à esfera instintiva e afetiva, intelectiva, sociocultural.


1. instinto: modo organizado, fixo e complexo de resposta comportamental que serve à adaptação.
2. necessidade: fixa e inata independente cultura ou história individual
3. pulsão: elementos inatos, inconscientes de origem biológica e psicológica que move em diração à vida ou à morte.
4. desejo: anseio Cs ou InCs que busca satisfação
5. inclinação: tendência a desejar relacionada à personalidade, duradoura que inclui aspectos afetivos e volitivos.

Fases do Processo Volitivo: ação voluntária


1. intenção: tendências básicas
2. deliberação: ponderação. Apreciação, consideração e avaliação das implicações.
3. decisão
4. execução (conação)
Diminuição: hipobulia ou abulia. Em geral associada à apatia (indiferença afetiva).
DD: Ataraxia: indiferença volitiva voluntária buscada ativamente “estóico”

Impulso: “curto circuito” nas fases da vontade: não delibera, não decide. (Intenção) => execução. Egossintônico (em
geral não é contrário aos desejos e valores morais) e incontrolável. Função tanto da intensidade dos desejos ou temores
InCs como da fragilidade das instâncias psíquicas implicadas na reflexão, análise, contenção e refreamento dos
impulsos e desejos. Em geral, presentes naqueles incapazes de tolerar a frustração e necessária adaptação à realidade
objetiva. Indivíduo tende a desconsiderar os desejos e necessidades das outras pessoas.

Compulsões: comportamentos repetidos e intencionais em geral associados a uma obsessão de forma a “neutralizá-la”.
Ligação não é racional. Em geral tem crítica ou tenta resistir, mas não consegue evitar. Traz alívio, mas em geral breve
e que exaure. Vivência de desconforto subjetivo, egodistônico
Ex: colecionismo: não dá prazer, não faz nexo, objetos bizarros e afeta a vida.

Impulsos ou compulsões patológicos:


 Auto-mutilações (impulsos ou compulsões): tricotilomania, cutucar, enucleação ou emasculação, nos autistas são
estereotipadas, voluntárias: associadas a T borderline, psicóticos ou TOC. Obs: sinais de risco: alucinações de
conteúdo religioso c/ entendimento concreto das passagens.
 Frangofilia: quebras coisas
 Suicídio: depressão, álcool, esquizo, T personalidade border, dependente, esquizóide, histriônico e de evitação.
 Piromania
 Dipsomania: álcool
 Bulimia
 Potomania: água s/ sede
 Polidipsia: c/ sede
 Desejo sexual: fetichismo (centrado em partes da vestmeta ou corpo), exibicionismo (presenciação involuntária),
voyeurismo, froterismo (esfregar-se), pedofilia (crianças sexo oposto), pederastia (crianças do mesmo sexo),
zoofilia, gerontofilia, necrofilia, ninfomania (aum desejo sexual por mulheres), satiríase (aum desejo sexual por
homens), travestismo. Compulsão à masturbação, utilizar roupas íntimas do sexo oposto, utilizar clísteres
repetidamente ou a introduzir objetos.
 Poriomania: andar a esmo
 Cleptomania
 Compulsão a comprar

Negativismo: ativo ou passivo. Ex: mutismo, sitiofobia (recusa de alimentos)

Obediência automática
Ecos: grafia, mimia, lalia, praxia

Automatismos: sentimento de condução por influências externas. Em geral há estreitamento da Cs


SENSOPERCEPÇÃO
(Dalgalarrondo, P. – Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais) e aula 26.05.00

Sensação: fenômeno elementar gerado por estímulos físicos, químicos ou biológicos que produzem alterações nos
órgãos receptores.
Percepção: tomada de Cs do estímulo sensorial
Imagem: características: corporiedade, nitidez, estabilidade, extrojeção (imagem provinda do espaço externo é também
percebida nele), ininfluenciabilidade voluntária (passiva), completitude (nitidez).
Representação: revivescência de uma imagem, sem que esteja presente o objeto original que a produziu. Características:
pouca nitidez, pouca corporiedade, instável, introjeção (percebida no espaço interno), incompletude.
Imaginação: evocação de imagens percebidas no passado ou criação de novas imagens (ausência de estímulos visuais).
Fantasia: produto minimamente organizado da imaginação; se origina de desejos, temores e conflitos Cs ou InCs.

Alterações:

Quanti:
1. Hiperestesias: intox alucinógenos, epilepsia enxaqueca, hipertireoidismo, esquizo e mania.
2. Hipoestesia: depressão.

Quali:
1. Ilusões: percepção deformada de objeto real e presente. Mais frequentemente visuais ou auditivas.
Ocorrem:
 rebaixamento Cs
 fadiga grave ou inatenção
 estados afetivos intensos (ilusões catatímicas)

2. alucinações: percepção clara e definida de um objeto sem a presença do mesmo. Falsas percepções corpóreas que não
se originam por transformação.
Tipos:
 Auditivas: as mais frequentes. Audioverbais são muito características da esquizo. Sonorização do pensamento
 Musicais
 Visuais: simples (fotopsias) ou complexas, podem ser cenográficas (cenas completas), liliputianas. Mais frequentes
em quadros psicorgânicos ou drogas.
 Táteis: delirium tremens e psicoses tóxicas ou esquizo.
 Olfativas e gustativas: raras
 Cenestésicas: sensações incomuns e alteradas nas vísceras ou corpo
 Cinestésicas: sensações alteradas dos movimentos do corpo.
 Funcionais: desencadeadas por estímulos sensoriais, mas não há deformação (ilusão).
 Combinadas (sinestesias): várias modalidades sensoriais. Alt Cs ou esquizo.
 Extracampinas: fora do campo perceptivo normal. Raro.
 Autoscópica: indiv enxerga a si mesmo. Raro: epilepsia, lesões parietais e esquizo.
 Hipnagógicas (adormecendo) e hipnopômpicas (acordando): relacionadas à transição ciclo vigília-sono.
 Sinestesias: sensações fundidas (LSD) “ver o som”
Obs: no início de esquizo pode haver estranheza do mundo percebido.

3. alucinose: indiv percebe uma alucinação como estranha à sua pessoa (função diacrítica preservada). Mais freq
quadros psicorg ex: álcool, epilepsias, alucinose peduncular de Lhermitte, fenômeno de Charles-Bonnet (oftalmopatias).

4. pseudo-alucinação: não apresenta os aspectos vivos e corpóreos de uma imagem perceptiva real. Tem características
de uma imagem representativa – aparecem no espaço subjetivo interno. A meio caminho entre percepção e
representação. Obs: o valor clínico desta separação é duvidoso; não se conhece um diferente substrato neuropsicológico.

Etiologia:
neroquím: serotonina (LSD, “santo-daime”), domapina (levo-dopa e bromocriptina) e acetilcolina (anticolinérgicos -
pode haver rebaixamento Cs).
Deaferentação/lesão neuronal.
Variações fisiológicas: alt tempt > 40 ou < 34, deprivação água ou alimentos, estimulação sensorial reduzida ou
sobrecarga estimulatória.
Neurofisiologia: ausência de zona isolada perceptual: fluxo contínuo no processamento de informanção. Não há plano
de corte entre percepção, memória e processamento de informação. As mesmas redes que percebem, pensam. O caráter
sintético da percepão demonstra a complexidade que há em atribuir valor de realidade aos perceptos. Este arranjo
econômico nos expôe à possibilidade da alucinação.
Mecanismos sócios culturais: “alucinações” coletivas. O fenômeno é argumento adicional sobre a subordinação da
percepção à ideação. Ex: Durkenheim: cosmovisão compartilhada pelo grupo: caráter permissivo.
Função diacrítica (grau de concretude): permite a diferenciação de percepção e representação.
Assim a atividade perceptual é construtiva, o sistema perceptual pode oscilar entre 2 possibilidades, com 2
perceptos igualmente prováveis (figura de Rubin). O percepto não é causado de forma determinista.
PSICOMOTRICIDADE
21.07.00 Francisco Lotufo Neto

Grasping: mais grave quando não sede a comando verbal


Catalepsia, flexibilidade cérea, ecopraxia, hipomimia, ambitendência, lentificação, estereotipias, copropraxia, acinesia.
Acatisia: inquietação subjetiva. Tratamento agudo: biperideno, beta bloq, BZD, antidepressivos.
Distonia: tensão anormal de certos grupos: caretas, espasmos que podem ser também oculares. Aguda ou tardia. Pode
ser causada também por metoclopramida (ação dopam).

Parkinson:
 Tremor: melhora c/ mov intencional
 Acinesia: lentificação ou dificuldade em iniciar o movimento
 Perda de reflexos posturais

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