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Universidade Aberta Isced (UnISCED)

Faculdade de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Administração Pública

Análise de Execução Orçamental das Despesas Públicas

Nome da Estudante: Atália Moisés Matsimbe, Código: 41221447

Maxixe, Maio, 2023


Universidade Aberta Isced (UnISCED)

Faculdade de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Administração Pública

Análise de Execução Orçamental das Despesas Públicas

Trabalho de Campo a ser submetido na


Coordenação do Curso de Licenciatura em
Administração Pública da UnISCED.

A Tutora: Arnuta Francisco

Nome da Estudante: Atália Moisés Matsimbe, Código: 41221447

Maxixe, Maio, 2023


Conteúdos
1. Introdução .................................................................................................................................... 4

2. Objectivos .................................................................................................................................... 5

2.1. Objectivo geral ......................................................................................................................... 5

2.2. Objectivos específicos .............................................................................................................. 5

3. Metodologia ................................................................................................................................. 5

4. Conceitos relacionados com a Contabilidade na Administração Pública.................................... 5

4.1. SISTAFE (Sistema da Administração Financeira do Estado) .................................................. 7

5. Despesa na Administração Pública.............................................................................................. 8

6. Crescimento e Desenvolvimento económico .............................................................................. 8

7. Teoria do Desenvolvimento Económico ................................................................................... 10

7.1. Diferenças entre Desenvolvimento Económico nos PVD’s ................................................... 11

7.2. Moçambique e o Desenvolvimento Económico ..................................................................... 12

7.2.1. Estratégias de Desenvolvimento.......................................................................................... 12

8. Conclusão .................................................................................................................................. 14

8. Referências bibliográficas ......................................................................................................... 16


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1. Introdução
O presente trabalho tem como o seu objectivo principal, fazer Análise de Execução Orçamental
das Despesas Públicas. O desenvolvimento e crescimento económico que se tem registado nos
últimos anos em Moçambique, faz com que haja sempre uma preocupação crescente por parte do
Governo em modernizar e actualizar o seu papel de responsável pela administração financeira da
coisa pública. Para que o Sistema de Administração Financeira do Estado (SISTAFE) possa ser
totalmente compreendido, a contabilidade pública moçambicana deve ter consistência,
comparabilidade, materialidade e tempestividade.

Segundo ANDRADE ﴾2002:27), a contabilidade pública é a ciência que regista, controla e estuda
os actos e fatos administrativos e económicos praticados no património público de uma entidade,
possibilitando a geração de informações, variações e resultados sobre sua composição, obtidos
por sua administração e usuários.

A Lei nº 09/2002, de 12 de Fevereiro, a Lei do SISTAFE, estabelece que a partir de 1997, houve
a necessidade de introduzir um novo sistema de contabilidade e controlo da despesa pública, que
ponha de parte as regras e normas utilizadas há mais de 100 anos.

Merece particular atenção o controlo da despesa pública, garantindo a motivação dos gestores e
contadores públicos para atingirem os objectivos traçados de forma eficaz, eficiente e económica.

Ainda no que diz respeito ao controle interno, a contabilidade pública também deve ser entendida
como observando a legalidade dos actos de execução orçamentária, por meio de controle e
acompanhamento, que serão prévios, concomitantes e posteriores, além de verificar a exacta
observância dos limites de cotas pagamentos trimestrais atribuídos a cada unidade orçamental,
dentro do sistema estabelecido para o efeito. Deve ainda verificar a legalidade dos actos de
execução orçamentária, tais como: se o compromisso de despesa pública obedece à legislação
vigente, quanto à licitação, competente autorização, se não se tratar de despesa já realizada; se
todos os aspectos da legislação sobre a matéria foram observados na liquidação da despesa; se a
ordem de pagamento tiver sido registada em documento processado pela contabilidade e se a
determinação do pagamento da despesa tiver sido emitida pela autoridade competente.
(KOHAMA:2001:52-53).
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2. Objectivos

2.1. Objectivo geral


 O presente trabalho visa fazer Análise de Execução Orçamental das Despesas Públicas.

2.2. Objectivos específicos


 Definir os conceitos: crescimento desenvolvimento, PVD, etc.;
 Descrever a Teoria do Desenvolvimento Económico;
 Explicar a diferenças entre Desenvolvimento Económico nos PVD’s;
 Descrever Moçambique e o Desenvolvimento Económico e trazer exemplos empíricos
validatórios.

3. Metodologia
A metodologia utilizada na realização deste trabalho foi baseada em pesquisas e levantamentos
de materiais bibliográficos por meio de uma leitura que forneceu subsídios teóricos e confiáveis,
como o uso de, artigos, monografias, teses e dissertações, por meio da aplicação de instrumentos
de pesquisa a fim de obter informações precisas na construção e execução deste trabalho.

4. Conceitos relacionados com a Contabilidade na Administração Pública


Existem vários conceitos e abordagens de diversos autores relacionados com a gestão da coisa
pública, dentre os quais destacam-se:

Administração Pública é todo o aparelho do Estado, preordenado à realização de seus serviços,


visando a satisfação das necessidades colectivas. ﴾KOHAMA, 2001:31).

Património Público constitui o conjunto de bens, valores, créditos e obrigações de conteúdo


económico em moeda que o Estado possui e utiliza na consecução dos seus objectivos.

(BEZERRA FILHO, 2005:127). Património público por analogia compreende o conjunto de


bens, direitos e obrigações avaliáveis em moeda corrente, das entidades que compõem a
administração pública. (KOHAMA, 2001:213-214).

Dos dois últimos conceitos acima citados, pode chegar-se a conclusão que o património público é
um conjunto de valores sob responsabilidade das entidades públicas, com o objectivo de
satisfazer as necessidades públicas.
6

Bens públicos são o conjunto de meios pelos quais o estado desenvolve suas actividades de
prestação de serviços à comunidade. (BEZERRA FILHO, 2005:127-128).

Bens públicos são as utilidades postas à disposição do povo de forma gratuita ou remunerada,
conforme dispuser a legislação específica. (KOHAMA, 2001:214).

Assim pode afirmar-se que os bens públicos visam a satisfação das necessidades públicas duma
forma não remunerada ou remunerada.

De acordo com COSTA et al (2008:41), a Contabilidade é uma ciência de natureza económica,


cujo objecto é a realidade económica de qualquer entidade pública ou privada, analisada em
termos quantitativos e por método específico, com o fim de obter informações indispensáveis à
gestão dessa entidade, nomeadamente o conhecimento da situação patrimonial e dos resultados.

Contabilidade Pública constitui uma das subdivisões da contabilidade, aplicada a diferentes tipos
de actividades e de entidades. Seu campo de actuação é, assim, o das pessoas jurídicas de direito
público, bem como o de algumas das suas entidades vinculadas, estas pelo menos quando
utilizam recurso a conta do orçamento público. ﴾PISCITELLI et al, 2002:21).

Para não se limitar apenas aos dois conceitos sobre a contabilidade acima citados, no entender de
ANGÉLICO (1994:107), a Contabilidade pública é a disciplina que aplica, na administração
pública, as técnicas de registos e apuramentos contabilísticos em harmonia com as normas gerais
do direito financeiro.

Com os conceitos acima citados pode afirmar-se que a Contabilidade pública é a parte da
contabilidade que controla e regista o património duma entidade pública.

Finanças Públicas: designam a actividade económica dum ente público tendente a afectar bens à
satisfação de necessidades que lhe estão confiadas. (FRANCO, 2001:3).

O Orçamento é uma prévia autorização do poder legislativo para que se realizem receitas e
despesas dum ente público, obedecendo a um determinado período de tempo. Por meio do
orçamento podemos verificar a real situação económica do Estado, evidenciando os seus gastos
com a saúde, educação, saneamento, obras públicas, etc. (FORTES, 2002:70)
7

Orçamento Público é um documento directivo do Estado onde se define a política da receita e


despesa a prosseguir, num determinado período. (FRANCO, 2002:51).

Assim pode concluir-se que o Orçamento público define a previsão das receitas e a fixação das
despesas públicas.

4.1. SISTAFE (Sistema da Administração Financeira do Estado)


O SISTAFE estabelece e harmoniza regras e procedimentos de programação, gestão, execução e
controlo do erário público, de modo a permitir o uso eficaz e eficiente, bem como produzir a
informação de forma integrada e atempada, concernente a administração financeira dos órgãos e
instituições do Estado. (nº 3 do artigo 1 da Lei nº 09/2002, de 12 de Fevereiro).

Ainda de acordo com o nº 2 do artigo 1 da mesma lei, o SISTAFE compreende os subsistemas


seguintes:

 Subsistema do Orçamento do Estado: que compreende todos órgãos ou instituições do


Estado que intervêm nos processos de programação e controlo orçamental;
 Subsistema da Contabilidade Pública: que compreende todos órgãos ou instituições do
Estado que intervêm nos processos de execução orçamental, recolha, acompanhamento e
processamento das transacções susceptíveis de produzir ou produzam modificações no
património do Estado;
 Subsistema do Tesouro Público: que compreende todos órgãos ou instituições de Estado
que intervêm nos processos de programação e captação de recursos e gestão de meios de
pagamento;
 Subsistema do Património do Estado: que compreende todos órgãos ou instituições do
Estado que intervêm nos processos de administração e gestão dos bens patrimoniais do
Estado; e
 Subsistema do Controlo Interno: que compreende todos órgãos ou instituições do Estado
que intervêm na inspecção e auditoria nos processos de arrecadação, cobrança e utilização
dos recursos públicos.

Segundo o nº 1 do artigo 91 do Decreto nº 23/2004, de 20 de Agosto, o Sistema electrónico de


Administração Financeira do Estado (e-SISTAFE) é o sistema informático que suporta o
8

SISTAFE, dividido nos seguintes módulos, a fim de atender todos procedimentos previstos no
mesmo.

5. Despesa na Administração Pública


Os serviços públicos, tais como a educação, saúde, defesa e segurança e outros são feitos através
das despesas públicas.

Constitui despesa pública, o conjunto de dispêndios do Estado ou de outra pessoa de direito


público para o funcionamento dos serviços públicos. Nesse sentido, a despesa é a parte do
Orçamento, ou seja, é onde se encontram classificadas todas autorizações para gastos com várias
atribuições e funções governamentais. (FORTES, 2002:139).

SILVA citado por BEZERRA FILHO (2005:61), define despesa pública, como sendo todos os
desembolsos efectuados pelo Estado no atendimento aos serviços e encargos assumidos no
interesse geral da comunidade, nos termos da constituição, das leis ou em decorrência de
contractos ou outros instrumentos.

Despesa pública caracteriza um dispêndio de recursos do património público, representado


essencialmente por uma saída de recursos financeiros, imediata com redução de disponibilidades)
ou mediata com reconhecimento da obrigação).(PISCITELLI et al, 2002:149).

De acordo com o nº 1 do artigo 15 da Lei n° 09/2002, de 12 de Fevereiro, constitui despesa


pública todo dispêndio de recursos monetários ou em espécie, seja qual for a sua proveniência ou
natureza, gastos pelo estado, com ressalva daqueles em que o beneficiário se encontra obrigado à
reposição dos mesmos.

Das definições acima citadas, nota-se que as despesas públicas são os gastos feitos numa entidade
pública que visam a prestação de serviços públicos.

6. Crescimento e Desenvolvimento económico


Em termos gerais, o crescimento económico pode ser visto como um processo temporal que
conduz a alterações de natureza predominantemente quantitativa no rendimento das economias.
Seu resultado diz respeito basicamente ao aumento da capacidade produtiva e da produção de
uma determinada economia, podendo ser medido por meio do Produto Interno Bruto (PIB)
(SIEDENBERG, 2006).
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Por outro lado, o desenvolvimento económico tem um carácter mais qualitativo. Segundo
Vasconcellos (2000), esse conceito está relacionado a itens como mudanças na composição do
produto e na alocação de recursos de forma que o resultado seja a melhoria dos indicadores de
bem-estar (como a redução da pobreza e níveis de desemprego). A interface entre crescimento e
desenvolvimento económico ocorre, segundo Siedenberg (2006), quando o crescimento
económico resulta de mudanças nas estruturas e indicadores sociais e económicos.

Vasconcellos (2000) realiza uma classificação das fontes de crescimento económico por meio da
função de produção agregada. Segundo o autor, essas fontes consistem nos seguintes elementos:

 Aumento da força de trabalho;


 Aumento do capital social;
 Melhorias na qualidade da força de trabalho;
 Melhorias tecnológicas; e
 Eficiência organizacional.

Crescimento é quando a produção quantitativa cresceu, gerando enriquecimento, mas sem


necessariamente afectar a melhoria das condições de vida da sociedade. Como já citado, é
possível medir isso através do Produto Interno Bruto (PIB) por exemplo.

O desenvolvimento económico é um termo em economia que está sujeito a diferentes


interpretações com base no pensamento de cada escola económica. Pode ser considerado o
aumento da Renda Nacional durante um longo período de tempo ou o crescimento da Renda Per
Capita durante um determinado período de tempo. Para outros, o desenvolvimento económico
pode ser considerado o crescimento da Renda Nacional e sua relação com o bem-estar social que
pode ser medido pelo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

Para François Perroux, o crescimento e o desenvolvimento económico estavam intimamente


ligados ao surgimento de indústrias e centros industriais. O pólo de crescimento surge devido ao
surgimento de uma indústria propulsora, considerando-se como tal aquela indústria que, antes das
demais, realiza a separação dos factores de produção, provoca a concentração do capital sob o
mesmo poder e decompõe tecnicamente as tarefas e a mecanização, em que esta indústria precisa
ser necessariamente grande para atrair outras empresas e concentrar capital.
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7. Teoria do Desenvolvimento Económico


A ―magnum opus‖ de Schumpeter é, na opinião de muitos comentadores, a ―Teoria do
Desenvolvimento Económico‖, publicada em 1911. Schumpeter parte de um modelo estacionário
de economia, com propriedade privada, divisão do trabalho e livre concorrência, mas sem
qualquer alargamento descontinuou a produção. ―Isso significa que o sujeito económico age de
acordo com os dados que obtém da experiência e de uma forma também determinada pela
experiência e também de forma tradicional. O circuito dos períodos económicos não contém nada
que indique por si mesmo a possibilidade de um desenvolvimento. É dominado por certas
necessidades e, enquanto essas necessidades não mudam, permanece o mesmo (...) e, na medida
em que os elementos que consideramos até agora são os motores da economia, sua imagem
permanecerá ano depois do mesmo ano. Sempre a mesma actividade económica, para obter a
máxima satisfação das necessidades possíveis de acordo com as circunstâncias existentes – é
assim que se descreve esta imagem. Por isso falamos de uma economia inerte, passiva,
condicionada pelas circunstâncias, estacionária, estática‖. Não deixa de aparecer como uma
situação irreal em que faltam sobretudo o empresário e o capitalista. Uma economia de mercado
com livre concorrência é inconcebível sem formação de capital e, portanto, sem
desenvolvimento. Schumpeter em seu trabalho posterior ―Capitalismo, Socialismo e Democracia‖
(p. 136) admite que o capitalismo não apenas nunca é estacionário, mas nunca pode ser.

O equilíbrio económico é constantemente perturbado, na verdade, pelos choques


desenvolvimentistas da nova época do capitalismo, não pela alteração de certos dados sociais
(como população, necessidades), mas, sim, pela alteração dos métodos económicos, o que
Schumpeter chama de ―realização de novas combinações‖, que mais tarde ele chama de
―inovação‖. Combinações económicas e técnicas, combinações que levam em conta necessidades
e meios existentes e combinações baseadas na ideia de métodos não coincidem.

Para expor sua teoria do desenvolvimento económico, o autor faz um contraste com a teoria do
equilíbrio, que, explícita ou implicitamente, "sempre foi e ainda é o centro da teoria tradicional".
Schumpeter sustenta que o sistema de equilíbrio económico geral proposto por Léon Walras,
proeminente economista neoclássico, é indispensável para trazer à luz as relações fundamentais
que ocorrem em um sistema económico. Ou seja, o livro começa com uma visão da economia
capitalista em que o desenvolvimento está completamente ausente.
11

Para tanto, Schumpeter assume um Estado organizado comercialmente, no qual prevaleçam a


propriedade privada, a divisão do trabalho e a livre concorrência. Com base nesses pressupostos,
o autor assume que existe uma tendência ao equilíbrio geral entre os agentes económicos. Nesta
situação hipotética, as mudanças assumem um papel puramente adaptativo, compatível com
oscilações ocasionais, sazonais ou contínuas. Esse sistema de reprodução económica em
equilíbrio estático é chamado de fluxo circular, no qual a actividade económica é essencialmente
idêntica, repetindo-se continuamente, seja no campo da produção, seja no campo do consumo.

Por desenvolvimento, Schumpeter entende mudanças na vida económica que não lhe são
impostas de fora, mas que surgem de dentro, por iniciativa própria. "O desenvolvimento, no
sentido que o tomamos, é um fenómeno distinto, inteiramente alheio ao que se observa no fluxo
circular ou na tendência ao equilíbrio. É uma mudança espontânea e descontínua dos canais do
fluxo, perturbação do equilíbrio, que desloca para sempre o estado de equilíbrio previamente
existente". Ou seja, o autor destaca o tipo de mudança que "surge de dentro do sistema que
desloca seu ponto de equilíbrio de tal forma que o novo não pode ser alcançado do velho por
passos infinitesimais nunca terá ferrovia".

A ruptura do mundo estacionário e também o início de um processo de desenvolvimento ocorrem


justamente na esfera da produção. Para Schumpeter, é o produtor que, via de regra, inicia a
mudança económica, e os consumidores são educados por ele se necessário; eles são, por assim
dizer, ensinados a querer coisas novas, ou coisas que diferem em um aspecto ou outro daqueles
que costumavam usar. Um dos muitos exemplos possíveis desse fenómeno diz respeito ao
incrível avanço dos modelos de celulares.

7.1. Diferenças entre Desenvolvimento Económico nos PVD’s


Crescimento Económico é o aumento do Produto Interno Bruto (PIB), ou seja, um aumento da
produção na região estudada. O PIB é calculado somando todos os produtos e serviços finais de
uma região em um determinado período. O conceito de Desenvolvimento Económico está
relacionado à melhoria do bem-estar da população.

Muitas pessoas confundem os dois conceitos, mas as autoridades mundiais realizam medições de
maneiras muito diferentes. O crescimento económico, por exemplo, é medido pelo Produto
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Interno Bruto (PIB). Quanto maior a produção de uma determinada região, maior será o seu
crescimento.

Vale lembrar que o PIB é calculado através da soma de todos os produtos e serviços finais de
uma região em um determinado período.

Por outro lado, o conceito de desenvolvimento económico está relacionado à melhoria do bem-
estar da população. Esse factor é medido por meio de indicadores de educação, saúde, renda,
pobreza, entre outros.

Actualmente, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é o critério mais utilizado para


comparar o desenvolvimento de diferentes economias. O índice varia entre 0 e 1 – quanto maior o
valor, melhor o desempenho de um país nesse sector.

Se o PIB do país lhe confere a nona maior economia do mundo, segundo estimativas do Fundo
Monetário Internacional, a colocação segundo o IDH é bem inferior. Isso leva ao entendimento
de que os países ricos tendem a ser mais desenvolvidos, mas só o crescimento não garante boas
colocações no ranking do IDH.

7.2. Moçambique e o Desenvolvimento Económico


Moçambique independente herdou uma estrutura económica colonial caracterizada por uma
assimetria entre o Norte e o Sul do País e entre o campo e a cidade. O Sul mais desenvolvido que
o Norte e a cidade mais desenvolvida que o campo. A ausência duma integração económica e a
opressão extrema da mão-de-obra constituíam as características mais dominantes dessa
assimetria.

7.2.1. Estratégias de Desenvolvimento


A estratégia de desenvolvimento formulada para inverter esta assimetria apostou numa economia
socialista centralmente planificada. No entanto, as conjunturas regionais e internacionais
desfavoráveis, as calamidades naturais e um conflito militar interno de 16 anos inviabilizaram a
estratégia. O endividamento externo (cerca de 5,5 biliões em 1995) obrigou o País a uma
mudança radical para uma estratégia de desenvolvimento do mercado filiando-se nas Instituições
de Bretton Woods e a consequente adaptação dum Programa de Ajustamento Estrutural, a partir
de 1987. Desde então, o País tem estado a registar um notável crescimento económico. O Produto
13

Interno Bruto (PIB) tem estado a crescer numa média acima de 7-8% ao ano, chegando mesmo a
atingir níveis de 2 dígitos. A inflação está abaixo de 10%. A tendência é mantê-la em um dígito.
Em termos monetários, Moçambique possui um dos regimes cambiais mais liberalizados de
África. Os parceiros comerciais externos têm motivos suficientes para inspirarem uma grande
confiança pelo País face à capacidade que as autoridades monetárias têm conseguido manter
volumes adequados de meios de pagamento sobre o exterior. As reservas externas do Banco
Central têm estado a situar-se acima dos seis meses de importação de bens e serviços.

O Estado, através da execução da sua política orçamental regula e dinamiza as áreas


socioeconómicas mais importantes e cria um bom ambiente de negócios muito favorável ao
desenvolvimento da iniciativa privada. As reformas jurídicas no âmbito da legislação financeira,
fiscal, laboral, comercial e da terra levadas acabo pelo Governo contribuem significativamente
para fortalecer esse bom ambiente com a respectiva atracção do investimento privado nacional e
externo.

O potencial económico do País para a atracção de investimentos na agro-indústria, agricultura,


turismo, pesca e mineração é enorme. Projectos como o da Mozal, Barragem de Cahora Bassa,
Corredores Ferro-Portuários e Complexos Turísticos ao longo de todo o País têm contribuído
significativamente para colocar Moçambique na rota dos grandes investimentos regional e
internacional.

Apesar do notável crescimento económico que o País vem registando, muitos moçambicanos
continuam vivendo abaixo da linha da pobreza. O combate à pobreza absoluta constitui uma das
grandes prioridades do Governo para o quinquénio 2005-2009. Para o efeito foi traçado a
segunda fase do Plano de Acção da Redução da Pobreza Absoluta (PARPA II).
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8. Conclusão
O desenvolvimento e crescimento económico que se tem registado nos últimos anos em
Moçambique, faz com que haja sempre uma preocupação crescente por parte do Governo em
modernizar e actualizar o seu papel de responsável pela administração financeira da coisa
pública. Para que o Sistema de Administração Financeira do Estado (SISTAFE) possa ser
totalmente compreendido, a contabilidade pública moçambicana deve ter consistência,
comparabilidade, materialidade e tempestividade.

Ainda no que diz respeito ao controle interno, a contabilidade pública também deve ser entendida
como observando a legalidade dos actos de execução orçamentária, por meio de controle e
acompanhamento, que serão prévios, concomitantes e posteriores, além de verificar a exacta
observância dos limites de cotas pagamentos trimestrais atribuídos a cada unidade orçamental,
dentro do sistema estabelecido para o efeito.

Contabilidade Pública constitui uma das subdivisões da contabilidade, aplicada a diferentes tipos
de actividades e de entidades. Seu campo de actuação é, assim, o das pessoas jurídicas de direito
público, bem como o de algumas das suas entidades vinculadas, estas pelo menos quando
utilizam recurso a conta do orçamento público. ﴾PISCITELLI et al, 2002:21).

O Orçamento é uma prévia autorização do poder legislativo para que se realizem receitas e
despesas dum ente público, obedecendo a um determinado período de tempo. Por meio do
orçamento podemos verificar a real situação económica do Estado, evidenciando os seus gastos
com a saúde, educação, saneamento, obras públicas, etc. (FORTES, 2002:70)
Constitui despesa pública, o conjunto de dispêndios do Estado ou de outra pessoa de direito
público para o funcionamento dos serviços públicos. Nesse sentido, a despesa é a parte do
Orçamento, ou seja, é onde se encontram classificadas todas autorizações para gastos com várias
atribuições e funções governamentais. (FORTES, 2002:139).

Por outro lado, o desenvolvimento económico tem um carácter mais qualitativo. Segundo
Vasconcellos (2000), esse conceito está relacionado a itens como mudanças na composição do
produto e na alocação de recursos de forma que o resultado seja a melhoria dos indicadores de
bem-estar (como a redução da pobreza e níveis de desemprego). A interface entre crescimento e
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desenvolvimento económico ocorre, segundo Siedenberg (2006), quando o crescimento


económico resulta de mudanças nas estruturas e indicadores sociais e económicos.

Moçambique independente herdou uma estrutura económica colonial caracterizada por uma
assimetria entre o Norte e o Sul do País e entre o campo e a cidade. O Sul mais desenvolvido que
o Norte e a cidade mais desenvolvida que o campo. A ausência duma integração económica e a
opressão extrema da mão-de-obra constituíam as características mais dominantes dessa
assimetria.

Em termos monetários, Moçambique possui um dos regimes cambiais mais liberalizados de


África. Os parceiros comerciais externos têm motivos suficientes para inspirarem uma grande
confiança pelo País face à capacidade que as autoridades monetárias têm conseguido manter
volumes adequados de meios de pagamento sobre o exterior. As reservas externas do Banco
Central têm estado a situar-se acima dos seis meses de importação de bens e serviços.
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9. Referências bibliográficas
ANDRADE, Nilton de Aquino. Contabilidade pública na gestão municipal.1ª edição. São Paulo:
Editora Atlas S.A, 2002.

ANGÉLICO, João. Contabilidade Pública.8ª edição. São Paulo: Atlas, 1994.

COSTA, Carlos B.; ALVES, Gabriel C. Contabilidade Financeira.4ª edição. Lisboa. Editora Rei
dos livros.2001.

FORTES, João. Contabilidade Pública. 7ª Edição. Brasília: Franco & Fortes, 2002.

KOHAMA, Hélio. Contabilidade pública: Teoria e Prática.8ª edição. São Paulo: Atlas, 2001.

MOÇAMBIQUE. Constituição da República de Moçambique.Maputo.2004.

MORAIS, Georgina; MARTINS, Isabel. Auditoria Interna: Função e Processo.1ªedição. Lisboa.


Áreas editor.1999.

PIRES, João. Contabilidade Pública: Orçamento público, Lei de responsabilidade fiscal. 7ª


Edição. Brasília: Franco & Fortes, 2002.

PISCITELLI, Roberto Bocaccio; TIMBÓ, Maria Zulene Farias; ROSA, Maria Berenice.
Contabilidade pública: uma abordagem da administração financeira pública. 7ª Edição. São
Paulo: Atlas, 2002.

SCHUMPETER. Joseph Alois. Capitalismo, Socialismo e Democracia. (Editado por George


Allen e Unwin Ltd., traduzido por Ruy Jungmann). — Rio de Janeiro: Editora Fundo de Cultura,
1961, 488 p.

SIEDENBERG, D. R.. Dicionário do Desenvolvimento Regional. Santa Cruz: Edunisc, 2006.

VASCONCELLOS, MARCO ANTONIO SANDOVAL DE. Economia Micro e Macro: Teoria e


Exercícios, Glossário com 260 Principais Conceitos Económicos. São Paulo: Atlas, 2000.

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