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Fundamento de Teologia Católica
Fundamento de Teologia Católica
Ano de frequência: 2o
Classificação
Introdução 0.5
Discussão 0.5
Conclusão 0.5
Bibliografia 0.5
Contextualização 1.0
(indicação clara do problema)
Introdução
Descrição dos objectivos 1.0
Folha de Recomendações
Índice
1. Introdução.................................................................................................................................1
1.1. Objectivos:.............................................................................................................................2
1.1.2. Geral.......................................................................................................................................2
1.1.2. Específicos..............................................................................................................................2
2. Metodologia..............................................................................................................................2
3. O Aborto....................................................................................................................................3
4. Conclusão..................................................................................................................................9
5. Referências Bibliográficas......................................................................................................10
1. Introdução
Este trabalho tem como tema, O aborto: um bem ou um mal? Para a realização deste trabalho
foram formulados os seguintes objectivos: Geral, conhecer o aborto como um mal para a vida da
mulheres e tem como objectivos específicos, conhecer a conceptualização do termo aborto;
identificar os tipos de aborto; mencionar as desvantagens e importância do aborto; Explicar a
visão da igreja católica em relação ao aborto.
Segundo a estrutura o trabalho é constituído por uma introdução, objectivos (geral e específicos),
metodologia do trabalho, fundamentação teórica, conclusão e referências bibliográficas de acordo
com as normas APAS 6a edição em uso na universidade católica de Moçambique.
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1.1. Objectivos:
1.1.2. Geral
Conhecer o aborto como um mal para a vida da mulher.
1.1.2. Específicos
Conhecer a conceptualização do termo aborto;
Identificar os tipos de aborto;
Mencionar as desvantagens e importância do aborto;
Explicar a visão da igreja católica em relação ao aborto.
2. Metodologia
De acordo com o tema em estudo o tipo de método a ser usado durante a elaboração deste
trabalho é a pesquisa bibliográfica.
A pesquisa bibliográfica, é considerada uma fonte de colecta de dados secundária, pode ser
definida como: contribuições culturais ou científicas realizadas no passado sobre um determinado
assunto, tema ou problema que possa ser estudado (Lakatos & Marconi, 2001).
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3. O Aborto
O aborto é uma situação muito traumatizante na vida de uma mulher e caracteriza-se por uma
interrupção precoce da gravidez, antes das 22 semanas. O aborto ou, mais correctamente, o
abortamento é a interrupção precoce de uma gestação antes que o feto seja capaz de sobreviver
fora do corpo da mãe. O aborto pode ocorrer de maneira intencional ou de maneira totalmente
espontânea, sendo, em ambos os casos, um processo doloroso para a mulher que vive esse
momento (Marcelo, 2010, p.22).
A Organização Mundial de Saúde (OMS) apresenta alguns critérios para que o fim de uma
gestação seja considerado um aborto. De acordo com a OMS, considera-se aborto a
interrupção, antes das 22 semanas de gestação, estando, nesse caso, o feto, geralmente,
com peso inferior a 500 g. Quando o feto é retirado nessas condições é incapaz de
sobreviver fora do útero da mãe (Coelho, 2007, p26).
O aborto espontâneo, isto é, quando a perda do feto não é consequência de alguma ação
voluntária, é uma intercorrência obstétrica bastante comum e tem motivos diversos, embora, na
maioria das vezes, a sua causa seja indeterminada (Coelho, 2007, p28).
Cerca de 20% das gestações terminam em um aborto, e umas das principais causas, quando
determinada, são anomalias cromossómicas. Quando o aborto ocorre até a 12ª semana de
gestação, ele é denominado de aborto precoce, a partir da 12ª semana de gestação, é denominado
de aborto tardio. Cerca de 80% dos abortos são precoces (Coelho, 2007, p32).
O aborto pode apresentar diferentes formas clínicas e, assim, pode ser classificado de diferentes
maneiras. A sua classificação é feita de acordo com os sinais e sintomas apresentados e
complementados com a realização de exames, como veremos a seguir:
Existem diversos fatores responsáveis por causarem aborto, entretanto, na maioria das vezes, a
causa de um aborto é indeterminada. Para se tentar descobrir a causa de um aborto, é necessário
exame laboratorial com o material do aborto (Diniz, 2010, p. 14).
Alguns fatores são considerados como fatores de risco para o aborto. A seguir, listamos alguns
deles:
As consequências que serão descritas reflectem a situação de abortos provocados e não dos
abortos espontâneos. Estes últimos acontecem sem a intenção da mãe por complicações do
organismo, doenças, impactos e outras complicações. Os efeitos colaterais físicos do aborto
podem ser:
Esta lista de complicações tende a aumentar com o tempo de gravidez, porque quanto mais
desenvolvido o bebé estiver, piores serão as consequências para a mulher. Alguns métodos
específicos aumentam as consequências do aborto. Por exemplo, 20 a 30% dos abortos realizados
por sucção ou dilatação fetal e curetagem reduzem a fertilidade e a reprodução da mulher.
Santo Ireneu, bispo da Igreja Católica, já durante o século II exclamava: A glória de Deus é o
homem vivo; e a vida do homem é a visão de Deus. Com isso, além de dizer que o homem
sozinho por suas únicas forças não se salva, ele quer dizer também que nós somos a excelência da
criação de Deus, o homem que foi criado à imagem e semelhança de Deus, é a sua obra maior, a
sua glória; Façamos o homem à nossa imagem, como nossa semelhança Gn 1,26.
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A partir dessa breve introdução, já somos convidados a reflectir sobre a realidade do aborto, que
é entendido como a interrupção da gravidez quando o feto ainda não é viável, isto é, não pode
subsistir fora do útero materno (Coelho, 2007, p. 17).
Com isso, a Santa Igreja Católica é clara e directa sobre a defesa da vida humana: A vida humana
deve ser respeitada e protegida de maneira absoluta a partir do momento da concepção. Desde o
primeiro momento de sua existência, o ser humano deve ver reconhecidos os seus direitos de
pessoa, entre os quais o direito inviolável de todo ser inocente à vida (Coelho, 2007, p. 17).
A Doutrina da Igreja esclarece que quanto ao aborto espontâneo, isto é, aquele por causas
naturais, não existe aí problemas morais, pois não há ato positivo e livre da pessoa. Contudo,
quando há aborto provocado, a Igreja faz alguns apontamentos com base numa antropologia-
teológica, que são (COELHO, 2007, p. 19):
Somente Deus é Senhor da vida, desde seu início até seu fim, por isso, ninguém, em nenhuma
circunstância, pode reivindicar para si o direito de destruir directamente um ser humano inocente.
Todo ser humano, inclusive a criança no útero materno, possui o direito à vida imediatamente de
Deus, não dos pais nem de qualquer outra autoridade humana;
Não existe, portanto, homem algum ou autoridade humana, nem um tipo de indicação (médica,
eugénica, social, moral) que possa exibir um título válido para uma directa e deliberada
disposição sobre uma vida humana inocente. Somente se justifica o assim chamado aborto
indirecto, onde a ação não é directa e deliberada sobre o feto. Matar directamente o feto é sempre
proibido e nunca exequível. Segundo o princípio do duplo efeito, o aborto indirecto pode ser
justificado com intervenção médica para salvar a vida da mãe. Não pode ter ação directa para
eliminar o feto.
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3.8. Legalização do aborto em Moçambique
Por ano, pelo menos, 11% das mulheres que se submetem ao aborto morrem devido às
complicações causadas pela interrupção da gravidez em centros clandestinos, de acordo com
dados de ONGs de saúde que atuam no país (Ireneu, 1995, p.58).
O ex-presidente Armando Guebuza promulgou, em Dezembro, o novo Código Penal do país, que
libera a interrupção voluntária da gravidez. A legalização foi fruto da parceria entre o movimento
feminista e médicos como Mário Machungo (como director do hospital central, ele redigiu um
regulamento permitindo a interrupção voluntária da gravidez até 12ª semana) e Fernanda
Machungo, que escreveu vários estudos sobre o aborto clandestino e seus efeitos para a saúde das
moçambicanas. O percentual de mortalidade em 11%, inclusive, parte desses estudos.
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4. Conclusão
Com isso concluímos, de uma forma geral, que o aborto é a perda do feto antes da metade do
segundo trimestre, em torno de 135 dias, de maneira espontânea ou não. Vale ressaltar que,
independente da forma como é feito, o aborto sempre deixa marcas físicas ou psicológicas para a
genitora e muitas vezes aos seus familiares.
Conclui-se que a adopção pelo Brasil do sistema causal não garante efectivamente o direito à
vida, a autonomia ou a saúde da mulher. Este modelo admite uma relatividade da vida, mas,
como a Constituição ou o ordenamento não afirmam expressamente quando ela se inicia, ele
falha em impossibilitar a escolha da mulher em uma decisão sobre o seu corpo. Ou seja, a vida
(mesmo sem uma definição específica) se sobrepõe a autonomia.
Esta protecção à vida se torna relativa quando percebe-se que a alta incidência de mortes
maternas pelo aborto inseguro. Mas, a principal crítica a este sistema é verificar que se faz uma
opção por uma decisão estatal em detrimento de uma decisão individual. O sistema causal deixa
ao Estado a opção por elencar quais são as possibilidades de aborto, assim, não consegue proteger
o direito à vida e a autonomia de vontade, se tornando insuficiente para garantir estes direitos
fundamentais.
Sendo assim, o estudo viabiliza uma discussão sobre qual destes modelos possibilita uma maior
protecção à vida, da mulher e do bebé, e a autonomia, garantindo-se com maior efectividade estes
direitos fundamentais sem hierarquizá-los.
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5. Referências Bibliográficas
Coelho, M. (2007). O que a Igreja ensina sobre o aborto. São Paulo: Canção Nova.
Constituição Pastoral Gaudium et spes (1997). Documentos do Concílio Ecuménico Vaticano II.
São Paulo: Paulus.
Diniz, D. (2010). Objecção da consciência do aborto. Direitos e deveres dos médicos na saúde
Pública. Rev. Saúde Pública, São Paulo.
Ireneu, P. (1995). Contra as Heresias. Colecção Patrística. IV. (2 ed). São Paulo: Paulus.
Marcelo, M. (2010). Aborto no Brasil: uma pesquisa domiciliar com técnica de urna. Ciência.
Saúde colectiva, Rio de Janeiro.
Moore, K. L. (2008). Embriologia Clínica. (9ª Edição). Rio de Janeiro: Editora Elsevier.
Morais, L. (2011). A legislação sobre o aborto e seu impacto na saúde da mulher. São Paulo.
Pierangelo, J. H. (2011). Manual de direito penal brasileiro. São Paulo: Revista dos tribunais.
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