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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Instituto de Educação a Distância

Centro de Recurso de Cuamba

Evolução Historiográfica da Antiguidade até a época Contemporânea

Estudante: Moisés Joaquim Alves Tauancha

Código: 708232953

Curso: Ensino de História

Disciplina: Evolução ao Pensamento Histórico

Turma: B

Ano de Frequência: 2ª

Tutor: Zaino Valegy

Cuamba, Maio de 2024

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 Bibliografia 0.5
 Contextualização (Indicação
1.0
clara do problema)

 Descrição dos objectivos 1.0


Introdução

 Metodologia adequada ao
2.0
objecto do trabalho

 Articulação e domínio do
discurso académico
Conteúdo 2.0
(expressão escrita cuidada,
coerência / coesão textual)
Análise e
discussão
 Revisão bibliográfica
nacional e internacionais 2.
relevantes na área de estudo

 Exploração dos dados 2.0

Conclusão  Contributos teóricos práticos 2.0

 Paginação, tipo e tamanho de


Aspectos
Formatação letra, paragrafo, espaçamento 1.0
gerais
entre linhas

Normas APA 6ª
Referências  Rigor e coerência das
edição em
Bibliográfic citações/referências 4.0
citações e
as bibliográficas
bibliografia

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Índice
Introdução ............................................................................................................................................... 3

Objectivos ............................................................................................................................................... 4

Metodologia de pesquisa ......................................................................................................................... 4

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .......................................................................................................... 5

Conceito de Historiografia ...................................................................................................................... 5

Características da Historiografia Antiga (Judaica e Greco-Romana)...................................................... 6

Características da Historiografia Judaica ................................................................................................ 6

Características da Historiografia Greco-Romana: ................................................................................... 7

Características da Historiografia Cristã Medieval................................................................................... 8

Características da Historiografia Moderna e identificar os seus respectivos representantes


(Renascentista; Racionalista; Romântica; Positivista; Marxista) ............................................................ 9

Características Historiografia Renascentista ........................................................................................... 9

Características da Historiografia Racionalista ...................................................................................... 10

Características da Historiografia Romântica ......................................................................................... 10

Características da Historiografia Positivista.......................................................................................... 11

Características Historiografia Marxista ................................................................................................. 11

Características da História Nova e identificar seus respectivos representantes. ................................... 12

Representantes da História Nova .......................................................................................................... 13

Conclusão .............................................................................................................................................. 14

Referências Bibliográficas .................................................................................................................... 15

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Introdução
A historiografia, ao longo dos séculos, tem desempenhado um papel fundamental na
compreensão e interpretação dos eventos passados, moldando nossa visão do mundo e da
própria humanidade. Este estudo aborda a evolução da historiografia desde a Antiguidade até
a época Contemporânea, destacando as principais correntes e os representantes mais
significativos de cada período. Inicialmente, é importante definir o conceito de historiografia
como a disciplina que se dedica ao estudo e à escrita da história, buscando compreender,
interpretar e narrar os eventos e processos que moldaram o curso da humanidade. Ao longo
dos milénios, a historiografia passou por diversas transformações, reflectindo as mudanças
culturais, políticas e intelectuais de cada época.

Na Antiguidade, tanto na tradição judaica quanto na greco-romana, a historiografia era


marcada por uma abordagem narrativa que mesclava elementos mitológicos, religiosos e
históricos. Enquanto na tradição judaica, encontramos narrativas sagradas e a transmissão oral
da história, na greco-romana, historiadores como Heródoto e Tucídides inauguraram uma
abordagem mais crítica e investigativa dos eventos históricos. Com a chegada da era cristã
medieval, a historiografia assumiu uma orientação teológica, interpretando os acontecimentos
históricos à luz da providência divina. Figuras como Eusébio de Cesareia e Beda, o
Venerável, são representantes importantes desse período, cujas obras reflectiam uma visão
religiosa e moralizante da história.

Na era moderna, a historiografia passou por uma série de transformações, reflectindo as


mudanças intelectuais e sociais desse período. As correntes renascentista, racionalista,
romântica, positivista e marxista trouxeram abordagens distintas para o estudo da história,
desde a redescoberta das obras da Antiguidade até a interpretação materialista dos processos
históricos. Por fim, a História Nova, surgida no século XX, propôs uma abordagem
interdisciplinar e estruturalista, que buscava compreender os processos históricos além das
narrativas tradicionais. Historiadores como Marc Bloch, Fernand Braudel e Lucien Febvre
foram pioneiros nessa nova forma de escrever a história, destacando-se pela análise das
estruturas sociais, económicas e culturais que moldaram o curso da humanidade.

Ao explorar a evolução da historiografia ao longo dos séculos, podemos compreender não


apenas as mudanças nas formas de narrar a história, mas também as transformações mais
amplas que moldaram a nossa compreensão do passado e do presente.

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Objectivos

Piletti, (1991) Diz que qualquer actividade humana pressupõe alcançar um fim ou objectivo.
Objectivo "é uma descrição clara dos resultados que desejamos alcançar com a nossa
actividade. É sinónimo de meta e pode ser objectivo geral e específico" (p. 80).

Objectivos Gerais

Para Lakatos e Marconi (2003), o objectivo geral, esta ligado a uma visão global e abrangente
do tema relaciona-se com o conteúdo intrínseco quer dos fenómenos e eventos, quer das
ideias dos estudantes, porem, o presente trabalho tem como o objectivo geral:

 Conhecer a Evolução Historiográfica da Antiguidade até a época Contemporânea

Objectivos Específico

Piletti &, Cláudio (2004), objectivos institucionais (ou específicos) constituem numa maior
especificação dos objectivos educacionais e numa operacionalização dos mesmos (p. 80).

Os objectivos institucionais, portanto, são proposições específica sobre mudanças no


comportamento dos alunos, que serão atingidos gradativamente no Processo de Ensino e
Aprendizagem. Contudo a pesquisa tem como objectivos específicos:

 Descrever características da Historiografia Antiga (Judaica e Greco-Romana);


 Descrever características da Historiografia Cristã Medieval e identificar os seus
respectivos representantes;
 Descrever características da Historiografia Moderna e identificar os seus respectivos
representantes (Renascentista; Racionalista; Romântica; Positivista; Marxista);
 Descrever as Características da História Nova e identificar seus respectivos
representantes.

Metodologia de pesquisa

Para o alcance dos objectivos traçados, a pesquisa em alusão ira usar como metodologia de
pesquisa a Revisão bibliográfica, que baseia-se na busca de informações para sustentar o tema
através de fontes, revistas, manuais já publicados por outros autores e ate mesmo através do
acesso a intermete para dar o cunho teórico

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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Conceito de Historiografia

Historiografia é uma disciplina multifacetada, que envolve não apenas a pesquisa e a


interpretação dos eventos passados, mas também reflexões sobre os métodos, as fontes e os
propósitos da escrita da história (Barato, 2002). Ela é influenciada pelo contexto histórico,
pelas perspectivas teóricas e pelas preocupações intelectuais de cada autor.

Para Bloch, historiografia é "a ciência que tem por objecto o estudo das testemunhas do
passado humano e das maneiras de construir um discurso sobre elas".

Braudel definiu historiografia como "a ciência do homem no tempo", destacando a


importância da análise das estruturas de longa duração na compreensão da história.

Leopold von Ranke, um dos fundadores da historiografia moderna, definiu-a como "a ciência
que nos coloca em contacto com o passado".

Carr argumentava que a historiografia é uma "interpretação dos fatos passados", enfatizando o
papel do historiador como um intérprete activo na construção da narrativa histórica.

De Certeau via a historiografia como uma prática discursiva que reflecte as relações de poder
e as condições sociais de sua produção.

White propôs que a historiografia é uma forma de narrativa, sugerindo que os historiadores
constroem suas narrativas com base em estruturas narrativas pré-existentes.

Huizinga descreveu a historiografia como "a ciência da alma humana em suas manifestações
culturais", destacando a importância da compreensão das motivações e das expressões
culturais na escrita da história.

As diversas definições de historiografia fornecidas pelos autores destacam a natureza


complexa e multifacetada dessa disciplina. Elas enfatizam a importância da interpretação, da
análise contextual, da construção narrativa e da reflexividade na escrita da história. Essas
ideias mostram que a historiografia é uma disciplina dinâmica, que continua a evoluir à
medida que os historiadores exploram novas abordagens, teorias e métodos de pesquisa.

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Características da Historiografia Antiga (Judaica e Greco-Romana)

Para Barato (2002). afirma que A historiografia antiga, tanto na tradição judaica quanto na
greco-romana, apresenta características distintas que reflectem as diferentes abordagens
culturais e intelectuais da época. Este autor aponta as seguintes características:

Características da Historiografia Judaica

 Narrativa Sagrada:

Na historiografia judaica, os relatos históricos são frequentemente apresentados dentro de


uma narrativa sagrada, na qual os eventos são interpretados como parte do plano divino para o
povo de Israel. Por exemplo, a narrativa do Êxodo é central para a história judaica, pois relata
a libertação dos israelitas da escravidão no Egipto sob a orientação divina de Moisés.

 Transmissão Oral e Escrita

Inicialmente, as histórias judaicas eram transmitidas oralmente de geração em geração, antes


de serem registradas por escrito. Os textos sagrados como a Torá (ou Pentateuco) foram
compilados e escritos ao longo do tempo, preservando a história e os ensinamentos religiosos
do povo judeu.

 Ênfase na Aliança

A historiografia judaica enfatiza a aliança entre Deus e o povo de Israel como um tema
central. A observância da Lei (Torá) e a fidelidade à aliança são vistos como essenciais para a
relação entre Deus e seu povo, moldando assim a história e a identidade judaicas.

 Interpretação Profética

Muitas vezes, os eventos históricos são interpretados à luz das profecias encontradas nos
textos sagrados, como forma de demonstrar o cumprimento das promessas divinas. Profetas
como Isaías e Jeremias desempenham um papel significativo na interpretação e na
compreensão da história judaica.

 Preservação da Identidade Cultural

A historiografia judaica desempenha um papel vital na preservação da identidade cultural do


povo judeu, transmitindo memórias colectivas, tradições e ensinamentos religiosos ao longo

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das gerações. Isso inclui não apenas eventos históricos, mas também mitos de origem, rituais
e práticas culturais.

Características da Historiografia Greco-Romana:

Abordagem Investigativa

Historiadores como Heródoto e Tucídides adoptam uma abordagem investigativa e crítica dos
eventos históricos. Heródoto, muitas vezes chamado de "Pai da História", viajava
extensivamente e buscava investigar causas e efeitos dos acontecimentos, embora seu trabalho
também inclua elementos míticos e lendários.

Tucídides, por outro lado, é conhecido por sua abordagem mais analítica e racional, buscando
identificar padrões de comportamento humano e causas subjacentes dos conflitos registrados
em sua obra.

Ênfase na Causalidade e na Racionalidade

Tanto Heródoto quanto Tucídides enfatizam a importância da causalidade e da racionalidade


na interpretação dos eventos históricos. Eles procuram entender as motivações e os contextos
que levam às acções humanas, em vez de simplesmente registrar os eventos de forma passiva.

Narrativa Histórica

Apesar da abordagem investigativa, os historiadores greco-romanos ainda incorporam


elementos narrativos em suas obras. Eles procuram contar histórias envolventes e cativantes
sobre os eventos passados, utilizando técnicas literárias para manter o interesse do leitor.

Retórica e Persuasão

Alguns historiadores greco-romanos, como Heródoto, empregam técnicas retóricas e


persuasivas em suas obras, buscando influenciar a opinião pública e promover determinadas
interpretações dos eventos históricos. Isso pode incluir o uso de discursos fictícios, entrevistas
fictícias e digressões filosóficas para enfatizar pontos de vista específicos.

Idealização e Mitificação

Alguns historiadores, como Heródoto, tendem a idealizar e mitificar certos aspectos do


passado. Heródoto, por exemplo, apresenta relatos de grandes feitos heroicos e civilizações

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grandiosas, muitas vezes embutindo-os com elementos míticos e lendários para enfatizar seu
significado histórico.

Características da Historiografia Cristã Medieval

A historiografia cristã medieval é caracterizada por uma forte influência da teologia e da visão
providencialista da história. Durante esse período, a escrita da história estava intrinsecamente
ligada à compreensão da vontade divina e à interpretação dos eventos à luz da fé cristã.

Características-chave e representantes dessa tradição historiográfica:

Visão Providencialista da História

A historiografia cristã medieval via os eventos históricos como parte do plano divino de Deus
para a humanidade. Os acontecimentos eram interpretados como expressões da vontade de
Deus, e a história era vista como uma narrativa de salvação, com Deus intervindo na história
para cumprir seus desígnios.

Teocentrismo:

A historiografia medieval era profundamente teocêntrica, com Deus no centro de todas as


coisas. Os historiadores viam a história como parte do plano divino de redenção e salvação, e
o papel da Igreja era fundamental na interpretação e na narrativa histórica.

Ênfase na Santidade e nos Milagres:

Muitas vezes, os historiadores cristãos medievais enfatizavam a santidade dos líderes


religiosos e dos santos, destacando seus milagres e intervenções divinas na história como
prova da verdade da fé cristã.

Uso de Fontes Sagradas

Os historiadores cristãos medievais frequentemente recorriam a fontes sagradas, como a


Bíblia e os escritos dos Padres da Igreja, para fundamentar suas narrativas históricas. As
Escrituras eram consideradas a fonte primária da verdade divina e eram frequentemente
usadas para interpretar os eventos históricos.

Moralização da História

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A historiografia cristã medieval tendia a moralizar a história, interpretando os eventos
passados como exemplos de virtude ou pecado. Os historiadores frequentemente usavam a
história como meio de ensinar lições morais e incentivar a piedade e a devoção religiosa.

Representantes da Historiografia Cristã Medieval:

Eusébio de Cesareia (c. 260–c. 339). Eusébio é conhecido como o "Pai da História da Igreja".
Sua obra mais famosa é a "História Eclesiástica", que traça a história da Igreja Cristã desde os
tempos apostólicos até sua época. Eusébio enfatiza o papel providencial de Deus na história
da Igreja e registra eventos como manifestações da vontade divina

Beda, o Venerável (c. 672–735), Beda foi um monge e erudito anglo-saxão, conhecido por
sua obra "Eclesiastical History of the English People" (História Eclesiástica do Povo Inglês),
que traça a história da Inglaterra desde a invasão romana até sua própria época. Beda também
enfatiza o papel da providência divina na história e o papel central da Igreja na vida do povo
inglês.

Características da Historiografia Moderna e identificar os seus respectivos

representantes (Renascentista; Racionalista; Romântica; Positivista; Marxista)

A historiografia moderna, que se desenvolveu a partir do Renascimento até os tempos


contemporâneos, apresenta uma variedade de correntes e abordagens que reflectem as
mudanças intelectuais, culturais e sociais ocorridas ao longo desse período. Vou descrever as
características principais de cada uma dessas correntes e identificar alguns de seus
representantes mais proeminentes:

Características Historiografia Renascentista

Redescoberta da Antiguidade: Os historiadores renascentistas buscavam resgatar e interpretar


os textos e ideias da Antiguidade Clássica, especialmente os escritos gregos e latinos.

Humanismo: Enfatizava o estudo das humanidades, valorizando o homem e suas realizações


como tema central da história.

Abordagem Narrativa: Os historiadores renascentistas muitas vezes adotavam uma abordagem


narrativa e descritiva, contando histórias envolventes e dramáticas sobre o passado.

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Representantes

Nicolau Maquiavel (1469-1527): Autor de "História de Florença", contribuiu para o


desenvolvimento de uma abordagem política e secular da história.

Francesco Guicciardini (1483-1540): Escreveu "História da Itália" e é conhecido por sua


análise crítica dos eventos políticos e sociais de sua época.

Características da Historiografia Racionalista

Ênfase na Razão e Crítica: Os historiadores racionalistas buscavam explicar os eventos


históricos por meio da razão e da análise crítica, afastando-se de interpretações baseadas em
mitos e crenças religiosas. Como também, a Busca pela Causalidade: Procuravam identificar
as causas e os efeitos dos eventos históricos, adotando uma abordagem mais científica para a
escrita da história.

Representantes

Edward Gibbon (1737-1794): Autor de "Declínio e Queda do Império Romano", Gibbon


aplicou uma abordagem racionalista e crítica para analisar o declínio do Império Romano.

Voltaire (1694-1778): Embora mais conhecido por suas obras filosóficas, Voltaire também
contribuiu para a historiografia racionalista com obras como "Ensaio sobre os Costumes e o
Espírito das Nações", onde critica superstições e dogmas religiosos.

Características da Historiografia Romântica

Valorização do Passado Nacional: Os historiadores românticos valorizavam o passado de suas


nações, buscando resgatar e glorificar suas tradições e identidades culturais.

Ênfase na Emoção e Individualidade: Muitas vezes, os historiadores românticos enfatizavam a


emoção e a individualidade na narrativa histórica, buscando criar uma conexão emocional
com o passado.

Representantes

Johann Gottfried Herder (1744-1803): Autor de "Ideias para uma Filosofia da História da
Humanidade", Herder enfatizava a importância das tradições culturais e do espírito nacional
na escrita da história.

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Thomas Carlyle (1795-1881): Escreveu "A Revolução Francesa", adoptando uma abordagem
romântica e emotiva para narrar os eventos da Revolução.

Características da Historiografia Positivista

Busca por Leis e Regularidades: Os historiadores positivistas procuravam identificar leis e


regularidades na história, adoptando uma abordagem científica e objectiva para o estudo do
passado: Ênfase nos Fatos Empíricos: Valorizavam os fatos empíricos e a análise baseada em
evidências concretas, rejeitando especulações metafísicas e interpretações subjectivas.

Representantes

Auguste Comte (1798-1857): Embora mais conhecido como o fundador da sociologia, Comte
também teve influência na historiografia positivista, defendendo a aplicação do método
científico na escrita da história.

Ernst Renan (1823-1892): Autor de "Vida de Jesus", Renan aplicou uma abordagem
positivista para analisar a figura de Jesus Cristo e os eventos do cristianismo primitivo.

Características Historiografia Marxista

Interpretação Materialista da História: Os historiadores marxistas interpretam a história como


o resultado das lutas de classe e das relações de produção, enfatizando a importância dos
factores económicos na determinação do curso da história.

Crítica ao Capitalismo: Os historiadores marxistas criticam o capitalismo e buscam promover


uma consciência de classe entre os trabalhadores, utilizando a história como uma ferramenta
para a transformação social.

Representantes
Karl Marx (1818-1883): Autor de "O Capital" e "O Manifesto Comunista", Marx é
considerado o fundador do pensamento marxista e influenciou profundamente a historiografia
marxista com sua interpretação materialista da história.

Friedrich Engels (1820-1895): Colaborador de Marx e coautor do "Manifesto Comunista",


Engels contribuiu para a elaboração e difusão das ideias marxistas sobre a história e a
sociedade.

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Características da História Nova e identificar seus respectivos representantes.

A História Nova, também conhecida como Escola dos Annales, foi uma abordagem inovadora
na historiografia que surgiu no século XX. Ela propunha uma ruptura com as tradições
historiográficas anteriores e buscava uma análise mais profunda e abrangente dos fenómenos
históricos. Principais características da História Nova e seus representantes:

Interdisciplinaridade

A História Nova valoriza a interdisciplinaridade, incorporando insights e métodos de outras


disciplinas, como antropologia, sociologia, geografia, economia e ciências políticas, para uma
compreensão mais completa dos processos históricos.

Longa Duração

Os historiadores da História Nova estão interessados não apenas nos eventos imediatos, mas
também nas estruturas de longo prazo que moldam a história. Eles estudam as tendências de
longa duração e as transformações sociais, económicas, culturais e ambientais ao longo do
tempo.

Análise das Estruturas e Mentalidades

Além de narrar os eventos históricos, a História Nova se preocupa em analisar as estruturas


sociais, económicas e culturais subjacentes que influenciam o comportamento humano. Isso
inclui o estudo das mentalidades, das crenças, dos valores e das representações colectivas de
uma sociedade.

Ênfase nos Indivíduos Anónimos e nas Minorias

Os historiadores da História Nova estão interessados não apenas nos grandes eventos e
personalidades, mas também nos indivíduos anónimos e nas minorias que muitas vezes são
negligenciados pela historiografia tradicional. Eles buscam dar voz aos grupos marginalizados
e entender suas experiências históricas.

Narrativas Alternativas e Pluralidade de Perspectivas

A História Nova promove a diversidade de narrativas históricas, reconhecendo que existem


múltiplas maneiras de interpretar o passado. Os historiadores buscam incluir uma variedade
de perspectivas e vozes na escrita da história, desafiando visões dominantes e eurocêntricas.

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Representantes da História Nova

Marc Bloch (1886-1944) é Um dos fundadores da Escola dos Annales, Bloch foi um pioneiro
da abordagem interdisciplinar na historiografia. Sua obra "Os Reis Taumaturgos" exemplifica
a análise das mentalidades e crenças populares na Idade Média.

Lucien Febvre (1878-1956), Co-fundador da Escola dos Annales juntamente com Bloch,
Febvre enfatizou a importância da geografia histórica e da análise das estruturas sociais na
escrita da história. Sua obra "A Terra e a Evolução Humana" é um exemplo disso.

Fernand Braudel (1902-1985), Um dos mais influentes historiadores da História Nova,


Braudel propôs uma abordagem que distinguia entre a história dos eventos (histoire
événementielle), a história das estruturas (histoire conjoncturelle) e a história das longas
durações (histoire sérielle). Sua obra "O Mediterrâneo e o Mundo Mediterrâneo na Época de
Filipe II" é um marco dessa abordagem.

Jacques Le Goff (1924-2014), Le Goff destacou-se por seus estudos sobre a Idade Média e
sua ênfase na história das mentalidades e das representações simbólicas. Sua obra "O
Nascimento do Purgatório" é um exemplo de sua abordagem inovadora.

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Conclusão

A história da historiografia é um campo vasto e fascinante que abrange uma ampla gama de
abordagens, teorias e métodos ao longo do tempo. Desde as antigas tradições narrativas até as
abordagens mais contemporâneas e interdisciplinares, a historiografia reflete não apenas a
evolução do pensamento humano, mas também as mudanças sociais, culturais e políticas que
moldaram nossa compreensão do passado.

Ao examinarmos as definições de historiografia de diferentes autores, desde Bloch até White,


vemos a complexidade dessa disciplina e a multiplicidade de perspectivas através das quais os
historiadores abordam o passado. Cada definição destaca aspectos diferentes da prática
historiográfica, desde a análise das fontes e testemunhas do passado até a construção narrativa
e a reflexão sobre as relações de poder subjacentes.

Ao explorar as características da historiografia antiga, medieval, moderna e nova, percebemos


como cada período histórico e contexto cultural influenciou as abordagens dos historiadores e
suas interpretações do passado. Desde as narrativas sagradas da historiografia judaica até a
ênfase na racionalidade e crítica da historiografia racionalista, vemos uma diversidade de
perspectivas e metodologias ao longo do tempo.

Os representantes dessas diferentes correntes historiográficas, como Heródoto, Ranke, Marx e


os historiadores da Escola dos Annales, deixaram um legado duradouro que continua a
influenciar o estudo da história até hoje. Suas obras não apenas contribuíram para o avanço do
conhecimento histórico, mas também abriram novos caminhos para a pesquisa e a
interpretação do passado.

Em última análise, a historiografia é uma disciplina dinâmica e em constante evolução, que


continua a ser moldada por novas descobertas, debates académicos e mudanças na sociedade.
Ao examinarmos sua história e suas diferentes correntes, podemos apreciar a riqueza e a
complexidade do empreendimento humano de compreender e interpretar o passado.

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Referências Bibliográficas

Marc Bloch (1924). "Os Reis Taumaturgos". França

Lucien Febvre (1922). "A Terra e a Evolução Humana". França

Braudel, Fernand (1949). "O Mediterrâneo e o Mundo Mediterrâneo na Época de Filipe


II". França

Le Goff, Jacques (1981). "O Nascimento do Purgatório". França

Barata, Óscar Soares (2002). Introdução as ciências sociais. Bertland editora.,

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