Gestão Da Inovação Tecnológica

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Gestão da inovação tecnológica

Prof. Beniamin Achilles Bondarczuk

Descrição

Apresentação de características metodológicas da gestão que visa ao


desenvolvimento de inovações tecnológicas.

Propósito

Para que seja possível desenvolver inovações tecnológicas, é


necessário saber gerir adequadamente os vários processos associados
à pesquisa e ao desenvolvimento. A gestão do desenvolvimento de
tecnologias envolve a aplicação de conhecimentos científicos e de
administração, incluindo aspectos organizacionais e técnicas
específicas.

Objetivos

Módulo 1

Ciência, tecnologia e inovação tecnológica


Reconhecer a importância da ciência e da tecnologia no esforço de
desenvolvimento de inovações tecnológicas.

Módulo 2

Oportunidade, sustentabilidade e inovação

Reconhecer as oportunidades de desenvolvimento de inovações


sustentáveis.

Módulo 3

Metodologia e avaliação de projetos de PD&I

Identificar metodologias de desenvolvimento e de avaliação de


projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I).

Módulo 4

Estratégias organizacionais para inovação


tecnológica

Identificar caminhos estratégicos para as organizações que buscam


a inovação tecnológica.

meeting_room
Introdução
Assista ao vídeo A gestão da inovação tecnológica, em que o
professor Beniamin Achilles Bondarczuk apresenta um panorama
geral da aula que veremos em seguida.
Orientação sobre unidade de medida

Em nosso material, unidades de medida e números são escritos


juntos (ex.: 25km) por questões de tecnologia e didáticas. No
entanto, o Inmetro estabelece que deve existir um espaço entre o
número e a unidade (ex.: 25 km). Logo, os relatórios técnicos e
demais materiais escritos por você devem seguir o padrão
internacional de separação dos números e das unidades.

1 - Ciência, tecnologia e inovação tecnológica


Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer a importância da ciência e da
tecnologia no esforço de desenvolvimento de inovações tecnológicas.

Ligando os pontos
Você sabe o que caracteriza uma inovação tecnológica? Conseguiria
identificar o papel da ciência para a promoção de inovações? E o papel
da tecnologia? Para entendermos esses conceitos na prática, vamos
analisar o case da empresa Composcarb.

A Composcarb é uma empresa que tem obtido sucesso ao inovar,


utilizando fibra de carbono em seus produtos. Inicialmente tendo focado
na produção de peças para o mercado automotivo, a empresa tem se
destacado ao prover peças mais leves e mais resistentes comparadas
às peças tradicionalmente feitas de aço. Desde a sua fundação, em
2015, a empresa investe em pesquisa e desenvolvimento, buscando
inovar e conquistar maiores fatias desse mercado mundial.

João da Silva, CEO da Composcarb, era um estudante de doutorado em


engenharia de materiais em uma renomada universidade brasileira,
quando identificou uma oportunidade de negócio ao enxergar
possibilidades de aplicação prática de sua pesquisa no mercado. Os
laboratórios em que trabalhava na universidade eram dotados da
necessária tecnologia para o desenvolvimento da ciência aplicada
relativa a seus estudos sobre fibra de carbono. Assim, João pôde
contribuir com seu trabalho de doutorado não somente apresentando
resultados teóricos, mas também dominando o know-how básico
(conhecimento = saber fazer) para o desenvolvimento de produtos com
o novo material estudado. Esse foi o embrião da hoje bem-sucedida
Composcarb.

Ao ser fundada, a empresa foi encubada na própria universidade.


Depois, mais madura, pôde se tornar autônoma. João sabia das
dificuldades e da importância de saber fazer produtos de fibra de
carbono inovadores para o mercado. A ciência havia dado a ele o
conhecimento teórico. A prática laboratorial apontava um caminho
viável a ser percorrido. Os conhecimentos sobre administração e gestão
de projetos foram muito importantes no início e em todo o
desenvolvimento da empresa.

A busca por inovações continua. Hoje em dia, a empresa tem


pesquisado a inclusão de fibra de carbono em materiais compósitos que
utilizam plásticos também. Em parceria com uma indústria química, a
Composcarb planeja em breve oferecer produtos que prometem
revolucionar o mercado com esse novo material compósito.

Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos


ligar esses pontos?

Questão 1

Como você viu, a Composcarb foi bem-sucedida na obtenção de


produtos inovadores, utilizando intensivamente ciência e
tecnologia. Nesse contexto, qual aspecto é mais importante,
considerando a eventual dependência entre aplicações de ciência e
de tecnologia no desenvolvimento de inovações?
O domínio da ciência conduz ao domínio da
A
tecnologia. É só uma questão de tempo.

Dominar uma tecnologia nos leva automaticamente


B ao entendimento da ciência, que explica o
funcionamento da tecnologia.

Saber o porquê de algo acontecer não nos leva


C
necessariamente a dominar o fazer acontecer.

Para que uma inovação aconteça, primeiro,


D
aplicamos a ciência e, depois, a tecnologia.

Para que uma inovação aconteça, primeiro,


E
aplicamos a tecnologia e, depois, a ciência.

Parabéns! A alternativa C está correta.

Ao considerarmos eventuais dependências entre ciência e


tecnologia na geração de inovações, entendemos que não há
inovação sem que alguma tecnologia tenha sido dominada, mesmo
que não existam explicações científicas sobre o seu
funcionamento. Saber fazer é essencial para entregar soluções
inovadoras ao mercado. Ainda hoje, muitas teorias científicas que
mostram a lógica do funcionamento de algo que teria utilidade no
mercado não foram colocadas em prática por falta de domínio do
saber fazer, como é o caso da ciência da fissão nuclear, que
produziria energia infinita.

Questão 2

Ao considerarmos o caso da empresa Composcarb, podemos


identificar o sucesso na produção de itens inovadores fabricados
com materiais que utilizam a fibra de carbono como base. A atual
pesquisa conduzida pela empresa busca a obtenção de materiais
compósitos que utilizam fibra de carbono e plástico. Uma vez que
ambas as tecnologias – produção de fibra de carbono e de plástico
– são dominadas pela Composcarb e por sua parceira, como você
caracterizaria melhor as aplicações desse novo material?

Serão inovações se, uma vez combinando


A tecnologias dominadas, fornecerem algo novo e útil
para o mercado.

São apenas desdobramentos da inovação que têm a


B
fibra de carbono como base.

O resultado da parceria, a produção de um material


C
compósito, já é em si uma inovação.

Qualquer novo produto desenvolvido pela empresa


D com base em fibra de carbono é oriundo da
inovação anterior.

As aplicações de um novo material que utiliza fibra


de carbono e plástico não podem ser uma inovação,
E
pois ambas as tecnologias já são dominadas
separadamente.

Parabéns! A alternativa A está correta.

A combinação de tecnologias já dominadas pode caracterizar um


núcleo de inovação tecnológica, mas é necessário que esse algo
novo tenha aceitação pelo mercado. Do contrário, ele será apenas
uma invenção.

Questão 3

Você percebeu no caso que a Composcarb buscou parceria com


outra empresa para inovar. Em sua visão, quais seriam as
motivações para a busca de parcerias em prol de inovações?
Digite sua resposta aqui

Chave de respostaexpand_more

A Composcarb ou qualquer outra empresa busca


uma parceria com outra quando percebe que ambas
podem lucrar. É o conhecido negócio ganha-ganha,
em que os benefícios são mútuos. O
compartilhamento de recursos em pesquisas pode
ser muito vantajoso. Quando se forma uma parceria
em pesquisas, é possível minimizar custos
operacionais com compartilhamento de
infraestrutura laboratorial e de mão de obra
especializada. É importante que todos os detalhes
estejam explícitos no contrato, incluindo a questão
da propriedade intelectual decorrente das futuras
inovações a serem obtidas.

video_library
Como ciência e tecnologia se unem
para produzir inovações
tecnológicas?
Ciência e inovação

Considerações iniciais
Neste conteúdo, vamos explorar vários aspectos relacionados à gestão
da inovação tecnológica.

A busca por inovações que envolvem uso intensivo de tecnologias


merece especial consideração porque inclui complexidades associadas
à expansão dos limites do conhecimento humano em abrangência
multidisciplinar.

Enxergar oportunidades para se desenvolver soluções inovadoras requer


uma clara visão do mercado e da realidade em que cada instituição se
encontra. Conhecer suas potencialidades e suas limitações é
fundamental para que estratégias sejam desenvolvidas na busca por
inovações tecnológicas.

Metodologia científica
A ciência busca em sua essência saber o porquê das coisas. Está
intimamente associada à pesquisa. Atividades associadas à ciência não
necessariamente geram inovação, até porque alguns cientistas
costumam estar envolvidos em pesquisas simplesmente porque visam
expandir os limites do conhecimento científico, sem nenhuma ambição
de aplicação prática de retorno à sociedade por meio dos novos
conhecimentos obtidos.

A metodologia científica é a base que fundamenta a condução de


pesquisas e legitima seus resultados. O início da cadeia lógica que
sustenta o raciocínio numa pesquisa científica se dá com o
estabelecimento de pressupostos ou de premissas. A partir dos
pressupostos, o pesquisador estabelece suposições, assim como a
partir de premissas hipóteses podem ser estabelecidas para nortear
uma pesquisa.

O esforço na pesquisa se dá ao se percorrer o caminho para comprovar


ou não uma suposição ou uma hipótese formulada inicialmente.

Atenção!
O método científico não se restringe às pesquisas no contexto das
ciências exatas. As várias outras ciências se servem da metodologia
científica como base para geração e ordenamento de seus
conhecimentos específicos.

Ao buscar entender o porquê das coisas, a ciência procura articular um


novo conhecimento que surge a alguns outros contidos em
determinados subconjuntos dos vários conhecimentos considerados já
dominados. O encadeamento das ideias se dá de forma lógica, como se
fossem engrenagens em mecanismos que unem os pressupostos às
suposições, as premissas às hipóteses, e tudo isso validado pela
comunidade científica.

Ao considerarmos a busca por inovações, a ciência não pode ser


considerada um fim em si mesma. O conceito de inovação se vincula
necessariamente à solução de problemas ou ao suprimento de
demandas. Na busca por soluções para os problemas na sociedade, a
ciência é uma fortíssima aliada. Ela aponta caminhos, ajuda a resolver
problemas, dá suporte ao longo do desenvolvimento das soluções.

A ciência não é tirana, ela é democrática. Não que “a maioria” das


pessoas possa decidir o que é ou não cientificamente correto, mas
porque a ciência é construída em um sistema aberto no qual conceitos
outrora aceitos podem ser revistos a qualquer momento pela
comunidade científica se porventura alguma tese ou conhecimentos
novos se apresentarem como contraponto.

O domínio do conhecimento científico pode ser bastante útil para quem


busca inovação.

Entender mecanismos de causa-efeito com o apoio das várias áreas


específicas de conhecimento pode ajudar na construção de soluções
criativas e inovadoras para a sociedade.

O pesquisador habilidoso sabe conduzir seus esforços de pesquisa


buscando na ciência referenciais seguros para os seus trabalhos.

Ao evoluir, a ciência se compartimentou. Essa evolução tornou


praticamente impossível alguém ter o domínio de todas as áreas. A
especialização se tornou inevitável. Os desafios apresentados nos
atuais problemas na sociedade são muitas vezes complexos, o que
demanda uma abordagem multidisciplinar. Logo, a fim de se conseguir
sucesso com soluções inovadoras, faz-se necessário não só integrar
conhecimentos de diversas áreas, mas também integrar múltiplas
contribuições de vários especialistas.

Na maioria das vezes, no caso de inovações associadas a problemas


complexos, as inovações acontecem por meio da colaboração de
muitas pessoas. As ciências adequadamente integradas podem
contribuir para o surgimento de inovações.

Tecnologia e inovação
Assim como as contribuições obtidas das ciências, as contribuições
advindas pelo emprego de tecnologias também são essenciais para a
inovação.

Apesar de muitas vezes as duas palavras aparecerem juntas, ciência e


tecnologia, é importante sabermos a diferença entre elas.

Ciência Tecnologia

Intimamente ligada à Intimamente ligada a


descoberta do porquê close saber fazer as coisas.
das coisas.

Na língua inglesa, uma forma de referência à tecnologia muitas vezes é


feita se utilizando a expressão Know-How (saber o “como”). Logo,
podemos nos referir à ciência com a expressão Know-Why (saber o
“porquê”).

Teoricamente, dominando a ciência por trás de determinado fenômeno,


poderíamos simplesmente aplicar a ciência de forma prática, criando
engenhos (produtos/sistemas) que funcionem com base nessa ciência
dominada. Mas, infelizmente, esse caminho não costuma ser facilmente
percorrido.

Há algumas décadas, a ciência por trás do funcionamento de


microprocessadores digitais foi dominada em grande parte do mundo.
Entretanto, somente alguns países detêm a capacidade de produção
desses microcomponentes. Saber explicar como funciona pode até ser
considerado algo “fácil” para um acadêmico, porém saber fazer o
microprocessador não é nada fácil.

Outro exemplo de desafio tecnológico é a fabricação de detectores de


radiação no espectro infravermelho (sensores de calor). Dependendo da
aplicação desejada ou do problema/desafio a ser conquistado, a
fabricação de componentes é algo bem desafiador.
A crise sanitária provocada pelo surgimento da covid-19 demandou o
emprego de muitos termômetros digitais, uma vez que muitos
estabelecimentos passaram, de uma hora para outra, a controlar o
acesso das pessoas com base no seu perfil térmico (estado febril ou
não).

A demanda pelos termômetros que utilizam a leitura de radiação


infravermelha emitida pelo corpo humano se deu por conta,
principalmente, da rapidez com que a leitura pode ser feita ao se
aproximar o termômetro do corpo. Uma tecnologia que proporciona uma
leitura muito mais rápida e não invasiva (sem precisar parar
individualmente todas as pessoas que adentram o estabelecimento) é a
tecnologia da visão termal, ou seja, obtenção de imagem instantânea e
à distância do perfil térmico do corpo das pessoas.

O desenvolvimento de um termômetro que utiliza a


tecnologia de leitura de radiação infravermelha
mediante aproximação da pele requer um detector
pontual, enquanto o desenvolvimento de um
equipamento de visão termal que enxerga o corpo
inteiro de pessoas requer uma matriz com centenas de
pontos (ou milhares, dependendo da resolução da
imagem) de medição.

Além do desafio de miniaturização de cada ponto da matriz, o que é


feito em um ambiente a vácuo (encapsulamento eletrônico), outro
grande desafio é a eletrônica associada a colher rapidamente de cada
ponto (pixel) o nível de radiação específico e transformar essas
informações em uma imagem em tempo real. Não é um assunto que a
ciência dos materiais e a eletrônica não saibam explicar. Difícil é saber
fazer um detector com essas características!

Em alguns casos, uma tecnologia é dominada sem que seja possível


explicar por meio da ciência o porquê do funcionamento dela.
Tecnologias de novos materiais, por exemplo, em que experimentos são
conduzidos com modificação de parâmetros, como temperatura,
pressão e quantidade de determinado elemento químico, algumas vezes
o material obtido no experimento é ensaiado e “são descobertas”
propriedades mecânicas superiores de resistência (não encontradas em
outros materiais, por exemplo). Nesses casos, pode levar anos até que
se consiga explicar pela ciência o porquê do surgimento da tal
propriedade mecânica pela combinação específica dos parâmetros de
temperatura, pressão e quantidade específica do elemento químico.
Inovação tecnológica
Inovações tecnológicas são muito comuns no ambiente das
engenharias. Uma vez que determinada tecnologia possui potencial de
aplicação prática, ela pode ser vista como uma ferramenta para ajudar
nas soluções de problemas na sociedade.

A identificação ou classificação de uma inovação como sendo do tipo


tecnológica é feita em função do núcleo da tal inovação, ou seja, aquilo
que se destaca como primordial no produto/serviço que o torna
inovador. Em qualquer caso, para ser inovação tecnológica, deve haver
algo associado a uma nova forma de se fazer (como) um
produto/serviço que proporciona soluções de problemas relevantes na
sociedade.

Em alguns casos, a denominação inovação tecnológica se dá de forma


indireta, ou seja, quando não há aparentemente nenhuma novidade em
relação às tecnologias envolvidas no produto/serviço inovador, mas a
característica da inovação se dá na forma de aplicação de determinado
conjunto de elementos tecnológicos dominados.

Exemplo
Podemos citar o caso da inovação tecnológica no serviço de transporte
por meio de aplicativos. A empresa Uber inovou usando tecnologias já
desenvolvidas. O smartphone, os serviços de táxi e o referenciamento
geográfico por meio de GPS já existiam. A inovação proporcionada pelo
serviço se deu quando várias tecnologias dominadas foram integradas
em um sistema que proporcionou algo considerado como uma evolução
no serviço de transportes.

As possibilidades para se inovar usando tecnologias são praticamente


infinitas devido ao grande número de tecnologias existentes que podem,
de alguma forma, ser integradas em uma nova solução.

Uma vez que se consiga dominar determinado Know-How, obter a


capacidade de fabricar determinado material, peça ou componente, é
possível combinar a tecnologia específica com vários outros itens em
inovações. Uma forma de se fazer referência às possíveis aplicações de
determinada tecnologia é com o uso do termo tecnologia de uso dual.

A dualidade ou uso dual é algo oriundo do ambiente ou


setor aeroespacial ou de defesa.
A Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) em instituições na área de defesa
muitas vezes consegue o desenvolvimento de tecnologias inovadoras
inicialmente voltadas para usos específicos no ambiente militar. Os
produtos/sistemas desenvolvidos com o uso de tais tecnologias, por
terem produção em quantidades muito modestas comparativamente a
volumes de produção de itens consumidos pelos vários outros setores
da economia (não viabiliza a economia de escala), acabam tendo um
Custo no Ciclo de Vida muito alto (custo total de disponibilidade do item
ao longo de sua utilização – custo operacional, peças de reposição,
logística etc.). Os desenvolvedores de materiais de defesa são
estimulados a promover o uso dual das tecnologias inicialmente
voltadas para a defesa em itens de uso comercial de maior abrangência
em diversos outros setores.

Exemplo
A tecnologia de visão termal ou tecnologia de visualização de radiação
no espectro de luz na faixa do infravermelho. Inicialmente desenvolvida
com aplicação em guiamento de mísseis (mísseis guiados pelo calor –
aletas dos mísseis se movimentam buscando a fonte quente dos
motores das aeronaves) e posteriormente utilizada para que os
soldados enxergassem no escuro, a tecnologia mostrou-se útil no
diagnóstico médico de doenças (áreas do corpo com calor excessivo
podem indicar anomalias de funcionamento orgânico), localização de
pessoas desacordadas no meio da fumaça em incêndios (o
equipamento de visão termal consegue ler o calor sem ser influenciado
pela fumaça no ambiente) ou auxílio na condução de veículos terrestres
ou aéreos (os equipamentos conseguem enxergar através de nuvens,
temporais com neve etc.).

Uma vez disseminado o uso de uma tecnologia em vários itens


comerciais, os investimentos para a produção são mais facilmente
compensados. As peças de reposição se tornam mais baratas e os
fornecedores dificilmente deixam de disponibilizar os itens na prateleira.

Integração de ciência e tecnologia


para a inovação
Apesar de podermos enxergar as contribuições da ciência e da
tecnologia em prol de inovações de forma distinta, na prática, tanto uma
como a outra costumam andar juntas no desenvolvimento de soluções
inovadoras.
Recursos tecnológicos são necessários e imprescindíveis para dar
prosseguimento em pesquisas. Como exemplo, podemos pensar no
desenvolvimento de pesquisas em nanotecnologia. Microscópios
altamente sofisticados são necessários para que seja possível realizar
as necessárias observações ao longo das pesquisas. A ciência com
certeza não avança sem apoio de recursos da tecnologia.

A condução dos esforços em busca de desenvolvimento de tecnologias


também se apoia na ciência. Os vários caminhos a serem trilhados
normalmente têm como orientação aquilo que a ciência indica. A
tecnologia também “depende” da ciência.

Atualmente, podemos observar a tentativa de dominar a tecnologia de


fissão nuclear. Países desenvolvidos há décadas conduzem
experimentos e pesquisas com esse objetivo. Na teoria, de acordo com
a ciência, o domínio da tecnologia de fissão nuclear habilitará o detentor
desta a dominar o mercado de produção de energia, o que em tese
mudará toda a matriz energética no mundo. A promessa de
fornecimento de energia por meio do domínio da tecnologia de fissão
nuclear inclui a descontinuação de emissões geradas por queima de
combustíveis fósseis, o que representa um ganho espetacular para o
meio ambiente.

A promessa de fornecimento de energia por meio do


domínio da tecnologia de fissão nuclear inclui a
descontinuação de emissões geradas por queima de
combustíveis fósseis, o que representa um ganho
espetacular para o meio ambiente.

A busca pelo domínio da tecnologia de fissão nuclear é um exemplo da


importância dos avanços na ciência que orientam as pesquisas em prol
desse objetivo.

Integrar ciência e tecnologia também requer competências na área de


administração. Na verdade, sem a aplicação de princípios oriundos da
administração, é praticamente impossível coordenar esforços de
pesquisa que culminem em alguma solução inovadora.

Comentário
A gestão da pesquisa e do desenvolvimento é essencial. Coordenar os
esforços de pesquisas inclui saber gerir projetos e portifólios de
projetos, assim como mobilizar recursos materiais e humanos de forma
síncrona. A gestão financeira é essencial, pois a aplicação de ciência e
tecnologia em prol de inovações costuma ser algo caro.
Muitas vezes, fomentos governamentais são disponibilizados como
ajuda para empresas envolvidas em projetos de inovação tecnológica. A
associação entre redes laboratoriais também costuma ocorrer nesse
esforço de viabilizar pesquisas de ponta. Muitas vezes, um equipamento
laboratorial de alta tecnologia tem baixa utilização na organização que o
adquiriu. O compartilhamento de tal equipamento ajuda a baratear o
custo operacional dele. Normalmente, as manutenções preventivas e
corretivas são muito caras. Com o compartilhamento, os custos
operacionais acabam sendo diluídos entre os vários beneficiários do
uso do equipamento. Muitas pesquisas se tornariam inviáveis se todos
os equipamentos necessários tivessem que ser adquiridos.

Os desafios para a integração das atividades associadas à ciência e à


tecnologia em busca de inovações tecnológicas são muitos. O
entendimento do potencial das possíveis contribuições da ciência e da
tecnologia é essencial para que seja possível gerir as pesquisas em prol
do desenvolvimento de itens inovadores baseados em tecnologias.
Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Considerando a importância da ciência para a inovação, observe as


afirmativas a seguir:

I. Atividades científicas bem-sucedidas geram inovação.

II. As várias áreas de conhecimento contidas no escopo da ciência


podem ser úteis para a promoção de inovações.

III. O entendimento do porquê das coisas deve necessariamente


estar vinculado a alguma solução de um problema.

Está correto o que se afirma em:

A I, somente.

B II e III.
C I e II.

D I e III.

E II, somente.

Parabéns! A alternativa E está correta.

As atividades científicas podem ser úteis para a construção de


conhecimentos mesmo sem vínculos com inovação, ou seja, podem
ser “um fim em si mesmas”. As atividades que visam à produção de
ideias inovadoras que venham a se tornar produtos/serviços
demandados pela sociedade podem ser fomentadas pela ciência.

Questão 2

Considerando os desafios para que se consigam inovações


tecnológicas, observe as afirmativas a seguir:

I. Inovações tecnológicas somente acontecem quando uma nova


tecnologia elementar específica é dominada.

II. É possível inovar com a utilização de tecnologias já dominadas.

III. As possibilidades de inovação mediante composição de


tecnologias em prol de soluções de problemas da sociedade são
muitas.

Está correto o que se afirma em:

A I, somente.

B II e III.

C I e II.
D I e III.

E III, somente.

Parabéns! A alternativa B está correta.

Para que seja caracterizada uma inovação, não necessariamente


deve estar presente uma tecnologia elementar inédita.
Composições de tecnologias já dominadas, mas que nunca tenham
sido utilizadas de forma a resolver alguma demanda específica na
sociedade podem caracterizar a existência de uma inovação.
Muitas são as possibilidades de se compor tecnologias em prol de
solução de problemas na sociedade.

2 - Oportunidade, sustentabilidade e inovação


Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer as oportunidades de desenvolvimento
de inovações sustentáveis.

Ligando os pontos
Você sabe qual é a importância da sustentabilidade para soluções
inovadoras? Conseguiria identificar os vários aspectos da
sustentabilidade em uma inovação? Quais são as demandas do
mercado por produtos inovadores sustentáveis? Para entendermos
esses conceitos na prática, vamos analisar o case da empresa
Quitoproducts.

A Quitoproducts é uma empresa que tem obtido sucesso ao inovar


utilizando casca de camarão em seus produtos. A ideia foi desenvolver
produtos à base de quitosana, uma substância presente na casca do
camarão que usualmente é descartada no lixo, sem nenhum
aproveitamento. Pesquisadores da Quitoproducts e de outras empresas
têm utilizado a quitosana extraída da casca de camarão para a
produção de medicamentos e de materiais para vários tipos de
produtos.

Joaquim dos Santos, CEO da Quitoproducts, buscou inovar visando à


sustentabilidade. Atento às demandas do mercado, Joaquim procurou
oportunidades de inovação desenvolvendo materiais oriundos de
descartes. A utilização de quitosana mostrou-se promissora, uma vez
que era econômica e ambientalmente sustentável. Coletando cascas de
camarão que são descartadas, Joaquim desenvolveu um processo de
baixo custo e ecologicamente correto para produzir quitosana e, assim,
aplicá-la em novos materiais.

Um dos grandes benefícios para a sociedade pôde ser observado no


impacto social advindo dos produtos inovadores desenvolvidos. A
Quitoproducts gerou vários novos negócios em comunidades de
pescadores, por meio da coleta das cascas de camarão, e empregos em
novas pequenas empresas satélites, que surgiram na cadeia produtiva
desenvolvida para atender às demandas das inovações.

Atualmente, uma categoria de produtos desenvolvidos à base de casca


de camarão pela Quitoproducts é a de calçados femininos. A empresa
prossegue no desenvolvimento de novas aplicações. O mercado
agradece.

Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos


ligar esses pontos?

Questão 1

Ao buscar uma inovação orientada à sustentabilidade, a


Quitoproducts enxergou uma oportunidade no mercado ao
aproveitar materiais descartados em outros processos para
geração de insumos em sua produção. Para você, quais dimensões
de sustentabilidade são necessárias para caracterizar uma
inovação sustentável?

A
A dimensão ambiental, pois a reciclagem já garante
a sustentabilidade.

B As dimensões ambiental e econômica.

C As dimensões ambiental e social.

D As dimensões ambiental, econômica e social.

E As dimensões social e econômica.

Parabéns! A alternativa D está correta.

Uma inovação só é sustentável quando contempla as três


dimensões: ambiental, econômica e social. É comum dizer que
essas dimensões funcionam como um tripé: quando uma está
ausente, as outras duas não se sustentam. Assim como no caso
apresentado, os impactos sociais e ambientais devem ser cuidados
na condução de projetos inovadores.

Questão 2

A empresa Quitoproducts percebeu uma oportunidade de inovação


e obteve sucesso. Para você, qual abordagem deveria ser utilizada
em uma análise de impacto ambiental, considerando o aspecto
ambiental da sustentabilidade?

Buscar observar essencialmente a possibilidade de


A
reciclar materiais.

Observar prioritariamente possíveis gerações de


B
gases poluentes na atmosfera.

Cuidar basicamente para que não sejam utilizados


C
insumos finitos e não renováveis.
Analisar toda a cadeia produtiva e os sistemas de
D
apoio à utilização do produto.

Verificar essencialmente os processos produtivos e


E
os insumos.

Parabéns! A alternativa D está correta.

Não é suficiente observar processos produtivos, utilização de


insumos finitos, geração de gases poluentes e itens reciclados
associados ao produto desenvolvido. Para considerar a
sustentabilidade ambiental, é importante observar toda a cadeia
produtiva e os sistemas de apoio ao ciclo de vida do item.

Questão 3

O caso mostrou que a empresa buscou inovar com


sustentabilidade e obteve sucesso nas dimensões ambiental,
econômica e social. Em sua visão, como seria possível promover
ações em projetos que visem obter a sustentabilidade social?

Digite sua resposta aqui

Chave de respostaexpand_more

A Quitoproducts mostrou ser bem-sucedida na busca


da dimensão social da sustentabilidade quando
gerou novos negócios em comunidades de
pescadores e empregos em novas pequenas
empresas satélites. Para promover tais ações, é
importante conhecer bem o mercado e a
comunidade que potencialmente pode se beneficiar
com a inovação. Para isso, é necessário estar
presente junto às comunidades e enxergar tais
oportunidades, mesmo que elas ainda não consigam
ver. Uma vez vislumbrados possíveis novos negócios
na cadeia produtiva e logística de suprimentos, a
empresa pode conduzir ações de marketing e de
capacitação, se necessário.

video_library
Qual é a importância dos conceitos
de sustentabilidade para o
desenvolvimento de soluções
inovadoras que envolvem tecnologia?

Conceitos de sustentabilidade e
desafios para inovação
O conceito de inovação está atrelado à utilidade no mercado, ou seja,
para que algo novo seja considerado inovação, necessariamente deverá
agregar valor se observado segundo uma perspectiva do mercado.

Os tradicionais modelos de produção consideram processos de


transformação com os quais insumos são transformados em produtos
e/ou serviços para a sociedade. A fim de oferecer tais produtos e/ou
serviços oportunamente para o mercado, os processos de
transformação são concebidos basicamente com o objetivo de
maximização do lucro para a organização. Nesse esforço, uma vez que
o lucro seja maximizado, os possíveis impactos dos processos
produtivos no meio ambiente e na sociedade são pouco considerados.

Agora, vamos entender o conceito e os aspectos relacionados à


sustentabilidade.
Sustentabilidade é a capacidade de conservação ou
sustentação de um processo ou sistema. Esse
conceito aborda a maneira como o trabalho humano
deve ser desenvolvido, observando seu impacto na
natureza. Um modelo de produção sustentável não
deve considerar somente objetivos associados a lucro.

A Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento


(CMMAD) da Organização das Nações Unidas (ONU), ao elaborar o
relatório Nosso Futuro Comum, definiu o conceito de desenvolvimento
sustentável como:

(...) aquele que atende as


necessidades do presente
sem comprometer a
possibilidade das gerações
futuras de atenderem as suas
próprias necessidades.
(BRUNDTLAND, 1991, p. 46)

Portanto, para que seja possível alcançar a sustentabilidade, faz-se


necessário considerar o desenvolvimento sustentável, o que deve incluir
necessários ajustes nos modelos de produção de forma que a
maximização do lucro seja considerada simultaneamente aos objetivos
de minimizar impactos negativos no meio ambiente e na sociedade.
Assim, o conceito abrangente de sustentabilidade inclui aspectos
relacionados à sustentabilidade:

spa
Ambiental

monetization_on
Econômica
groups
Social

Em maior ou menor grau, o mercado valoriza características nos


produtos e/ou serviços associadas à sustentabilidade. Assim,
desenvolver tais características passou a ser algo importante a ser
considerado. Projetos de produtos e de processos que atentem para a
sustentabilidade devem abordar o ciclo de vida do produto, ou seja,
devem considerar em todas as decisões de projeto os possíveis
impactos no meio ambiente e na sociedade ao longo da vida útil do
produto, desde a sua concepção até o seu descarte.

Na perspectiva de soluções sustentáveis, os desafios para a inovação


são muitos. Muitas vezes, as inovações necessárias estão associadas
aos processos e não somente aos produtos e/ou serviços. Tecnologias
que viabilizem a produção de forma a minimizar os impactos no meio
ambiente devem ser exploradas. O desenvolvimento sustentável deve
ser um objetivo nos projetos dos produtos e/ou serviços inovadores,
considerando uma perspectiva ampla que inclua os insumos, os
processos e a logística ao longo de todo o ciclo de vida.

O viés social da sustentabilidade e


inovação
A dimensão social da sustentabilidade está associada aos impactos
sociais advindos de uma inovação. Esses impactos podem abranger a
própria organização (internamente – empregabilidade e renda, por
exemplo) e as várias comunidades externas a ela (tanto as periféricas
quanto todas as outras possivelmente impactadas).

Os desdobramentos do algo novo que é introduzido na sociedade


devem ser analisados. A palavra mercado inclui várias partes da
sociedade. São várias comunidades heterogêneas que coexistem. São
ecossistemas sociais interdependentes. Não é fácil, em um projeto,
conseguir antever impactos de uma inovação nesse ambiente
sistêmico. São relações complexas e difíceis de serem entendidas. As
reações nas várias comunidades podem ser diversas, reações positivas
em determinado grupo e em outro, negativas.
A inserção de novas tecnologias nas sociedades é algo
notadamente impactante. A própria história se
subdivide delimitando épocas associadas a
descobrimentos tecnológicos, como a Idade da Pedra,
a Idade do Bronze etc.

O importante para a sustentabilidade social é agir para que o novo


patamar de equilíbrio (reequilíbrio após o impacto da inserção da
inovação) seja estabelecido em um nível melhor.

Comentário

Apesar das dificuldades em se prospectar as várias reações às


inovações, os projetistas que buscam inovação sustentável nessa
perspectiva social devem pesquisar bem e conhecer ao máximo as
comunidades que possivelmente serão mais impactadas.

Quando as comunidades impactadas positivamente percebem a


importância de uma inovação, possivelmente elas se tornam grandes
defensoras da permanência daquele produto e/ou serviço inovador, ou
seja, aliadas da empresa/negócio.

Uma forma inteligente de promover a sustentabilidade social em


projetos inovadores é incluir algumas comunidades como partícipes de
etapas no sistema amplo de produção. Um sistema amplo inclui tanto
funções associadas a fornecedores de insumos quanto à logística,
manutenção etc.

Arranjos produtivos locais (APLs) podem ser exemplos bem-sucedidos


de consideração do aspecto social da sustentabilidade em produtos
e/ou serviços inovadores. Uma inovação pode ser um catalisador de
renda para comunidades. A escolha do local é importante para que esse
efeito seja maximizado. A inovação provoca um transbordamento além
dos limites da organização, ou seja, como em um efeito dominó,
comunidades periféricas vão se beneficiando com geração de emprego
e renda à medida que a ampla cadeia de cliente-fornecedor se beneficia
com a exploração sustentável do negócio inovador.

O viés econômico da sustentabilidade


e inovação
Esta dimensão da sustentabilidade talvez seja a mais óbvia, pois obter
lucro é essencial para a saúde e a permanência de qualquer
empreendimento no mercado. O aspecto peculiar da sustentabilidade
econômica é que ela não pode ser considerada de forma isolada, ou
seja, não se pode considerar que uma inovação é sustentável se ela não
incluir simultaneamente a sustentabilidade social e a ambiental.

O modelo tradicional de produção já considerava a


preocupação com a lucratividade. Algo que faz parte
do próprio modelo capitalista. O desafio de inovar
considerando a dimensão econômica da
sustentabilidade está associado ao mercado, à
competitividade.

O mercado é constituído de vários nichos. Seja em qual nicho for que


determinada inovação esteja presente, uma maior competitividade
envolve a otimização de recursos em diversos processos durante o
desenvolvimento. A preocupação com os custos é importante. É
importante agir desde a seleção dos insumos e desenvolvimento de
parcerias com fornecedores e no projeto dos processos produtivos. O
adequado projeto do produto terá como consequência uma maior ou
menor atratividade associada às características específicas do produto
e/ou serviço (custos operacionais, por exemplo).

Comentário
Uma visão ampla de ciclo de vida se faz necessária para rastrear os
aspectos de lucratividade não somente devido às vendas, mas também
durante toda a utilização do produto e/ou serviço.

Um dos atuais movimentos observados no mercado é o fenômeno da


servitização (Product-Service-System – PSS). Antes mesmo da
servitização, em alguns setores, já há algum tempo, existem mesclas
entre produtos tangíveis e intangíveis (produtos e serviços).

Exemplo

As tecnologias para entregar música gravada evoluíram desde o antigo


gramofone, o disco de vinil, as fitas cassete, CDs, DVDs, Blue-Rays etc.
até os aplicativos com streamings. Antigamente, os itens físicos eram
produzidos e comercializados (produto tradicional) e consumidos
sucessivas vezes pelos proprietários deles. Atualmente, as músicas são
entregues no momento que são consumidas, ou seja, a entrega é
essencialmente um serviço.
A servitização surge em vários setores com propostas de substituição
do modelo de venda de produtos, em que os clientes eram
tradicionalmente proprietários, pelo modelo de aluguel desses itens, o
que inclui o uso e a manutenção deles. Nesse caso, para pensar em
sustentabilidade econômica de inovações, os cuidados com os custos
no ciclo de vida se tornam ainda mais importantes.

O viés ambiental da sustentabilidade


e inovação
O movimento em prol da sustentabilidade foi em grande parte motivado
pela preocupação mundial com a deterioração do meio ambiente
associada às práticas produtivas convencionais, ou seja, durante
séculos, mesmo antes da Revolução Industrial, os processos de
transformação de matéria-prima em utensílios, ao produzirem os itens
demandados pela sociedade, acabavam também poluindo o planeta.

Os recursos na Terra são finitos e muitos não renováveis. Desde a forma


de obtenção de energia usada na transformação de insumos de
produção até os resíduos gerados nos processos, todas as fases do
processo produtivo são potenciais fontes de degradação da natureza. O
desenvolvimento sustentável sob a perspectiva ambiental deve analisar
todas as possibilidades de diminuição do impacto ambiental negativo
associado à inserção de uma inovação na sociedade.

Atenção!
A análise dos possíveis impactos no meio ambiente em um projeto
inovador deve ser iniciada nos primeiros momentos, quando o conceito
estiver sendo desenvolvido, e deve continuar ao longo de todas as
outras fases de projeto. Principalmente no início do projeto, cada
decisão é muito importante. Uma decisão equivocada pode
comprometer de forma significativa a aderência à sustentabilidade
ambiental de um item inovador ao longo de seu ciclo de vida.

Análises de impacto ambiental de uma inovação não devem ser feitas


de forma restrita, mas em um contexto amplo que englobe ciclos de
transformação de matéria e energia do sistema/produto principal e de
todos os outros possíveis sistemas periféricos necessários ao seu
funcionamento.

Exemplo
Alguém poderia anunciar que dispõe de uma inovação na área de
transportes. Um veículo movido a hidrogênio foi desenvolvido. Se
observarmos isoladamente o veículo, uma vez que este não lança gás
carbônico na atmosfera, poderíamos inferir em um primeiro momento
que ele atende perfeitamente aos requisitos de sustentabilidade
ambiental. Mas se formos considerar o fornecimento de hidrogênio para
que o veículo funcione, poderíamos descobrir que a eletrólise necessária
para a produção de hidrogênio é baseada em um processo que utiliza
eletricidade a partir de geradores a diesel. Em uma abordagem
sistêmica mais abrangente, podemos descobrir que a quantidade de
emissões de carbono na atmosfera para que o sistema funcione é
grande, ou seja, as análises de impacto ambiental devem incluir todas
as fases da cadeia produtiva e os sistemas de apoio ao longo da vida do
item principal.

No contexto das engenharias, uma abordagem de projeto que visa


especificamente à sustentabilidade ambiental é o Projeto para o (ou
orientado ao) Meio Ambiente (Design for Environment - DfE). A
metodologia inclui a preocupação com a extração dos materiais,
configurações que facilitem desmontagem, produção, empacotamento,
transporte e distribuição, utilização, ações ao término do ciclo de vida e
possíveis reciclagens.

Oportunidades para a inovação


Um item inovador não precisa ser algo que tenha que revolucionar o
mundo. É importante desmistificar a inovação e entendê-la em um
conceito amplo. Ideias criativas que produzam produtos e/ou serviços
que supram necessidades do mercado, mesmo que os efeitos benéficos
para a sociedade não adquiram status na mídia, valem a pena.

As oportunidades para inovar estão em todos os


lugares. O que precisamos é ter a capacidade de
enxergá-las. Um olhar empreendedor pode encontrar
oportunidades ao se estudar as demandas do
mercado.

Enxergar oportunidades é apenas o começo do desafio. No contexto de


inovações sustentáveis, várias tecnologias são promissoras. O
desenvolvimento de fontes de energia limpas é um nicho que promete.
Painel solar

Uma tecnologia já desenvolvida, por exemplo, a energia fotovoltaica,


pode ser o núcleo de uma inovação na medida que a energia solar seja
utilizada de uma forma inusitada. O desenvolvimento de poços
artesianos com bombas hidráulicas movidas à energia solar em regiões
remotas do Brasil é um exemplo de inovação. Os elementos do sistema
observados de forma isolada nada têm de novo.

O que pode surtir efeito impactante na sociedade pode ser justamente a


forma como um sistema é composto, gerando funcionalidades antes
não disponíveis em determinados grupos sociais.

A biodegradabilidade de materiais é uma área de interesse para a


sustentabilidade de produtos e/ou serviços. A Engenharia de Materiais,
a Engenharia Química e várias outras ciências podem pesquisar novos
materiais biodegradáveis que tenham resistência mecânica adequada
para serem usados em embalagens.

A partir de uma inovação tecnológica que gere um material novo,


alguém pode ter a ideia de produzir um material compósito com esse
novo material e com algum outro para a produção de sacolas
biodegradáveis. Outra pessoa pode ter a ideia de disponibilizar o tal
material biodegradável novo no formato de fio em um carretel, a fim de
que possa ser utilizado em uma impressora 3D. Uma vez
implementadas as ideias de modo a gerarem itens comercializáveis,
surgem inovações. Assim, a partir de uma inovação núcleo, o novo
material, várias outras inovações que utilizam esse novo material podem
ser exploradas e, então, suprir várias demandas de itens sustentáveis
para a população.

Comentário
Assim como o desenvolvimento sustentável de qualquer item necessita
ser abordado de forma ampla, considerando as perspectivas ambientais,
sociais e econômicas, o desenvolvimento de soluções inovadoras
baseadas em tecnologias deve abordar de forma ampla a
sustentabilidade nas várias fases do ciclo de vida dos itens inovadores.

As oportunidades para se inovar com uso intensivo de tecnologias são


muitas. É importante conhecer bem o mercado e suas necessidades
para que seja possível otimizar os esforços em prol do desenvolvimento
das inovações tecnológicas.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Considerando os conceitos de sustentabilidade e os desafios para a


inovação, observe as afirmativas a seguir:

I. O tradicional modelo de produção que visa maximizar somente


lucro não se aplica para desenvolvimentos de itens inovadores
sustentáveis.

II. Uma vez que uma inovação consiga impactar positivamente o


aspecto social da sustentabilidade, podemos considerar que a
inovação foi efetiva para a sociedade.

III. Na busca de desenvolvimento sustentável e inovador, é preciso


considerar simultaneamente os aspectos sociais, econômicos e
ambientais da sustentabilidade.

Está correto o que se afirma em:

A I, somente.

B II e III.

C I e II.

D I e III.

E II, somente.

Parabéns! A alternativa D está correta.

A sociedade busca soluções para os seus problemas, porém, para


que as soluções sejam consideradas efetivas sob a perspectiva da
sustentabilidade, estas devem impactar positivamente a sociedade
considerando aspectos sociais, econômicos e ambientais de forma
simultânea. O modelo tradicional de produção que busca
maximização de lucro em detrimento de qualquer outra coisa não
se aplica para inovações sustentáveis.

Questão 2

Considerando o viés econômico da sustentabilidade e inovação,


observe as afirmativas a seguir:

I. Na busca da sustentabilidade econômica o mais importante é


obter lucros.

II. A fim de que o desenvolvimento sustentável seja obtido, é


necessário considerar os aspectos econômicos simultaneamente
com os sociais e ambientais nas inovações.

III. Um desafio no desenvolvimento que considera a


sustentabilidade econômica em inovações é a busca da
minimização de custos.

Está correto o que se afirma em:

A I, somente.

B II e III.

C I e II.

D I e III.

E III, somente.

Parabéns! A alternativa B está correta.

O desenvolvimento sustentável é obtido ao se considerar


simultaneamente o viés econômico, social e ambiental da
sustentabilidade, ou seja, lucratividade é importante, mas não mais
do que os outros aspectos. O grande desafio para a competitividade
de produtos inovadores sustentáveis é conseguir minimizar os
custos sem deixar de considerar os outros aspectos da
sustentabilidade.

3 - Metodologia e avaliação de projetos de PD&I


Ao final deste módulo, você será capaz de identificar metodologias de desenvolvimento e de
avaliação de projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I).

Ligando os pontos
Você conhece métodos de condução de projetos de pesquisa,
desenvolvimento e inovação (PD&I)? Existem diferenças entre
metodologias de condução de projetos com ou sem inovações? Quais
caminhos percorrer em desafios de desenvolvimento de projetos com
muitas inovações? Para entendermos esses conceitos na prática, vamos
analisar o case da empresa Tech PD&I.

A Tech PD&I é uma empresa que atua na área de defesa e tem inovado,
oferecendo produtos na categoria optrônicos (equipamentos ótico-
eletrônicos) que apoiam soldados na amplificação da capacidade visual.
A Tech PD&I produz optrônicos que utilizam a tecnologia do
infravermelho (enxergar o calor) e outros produtos que operam por meio
da tecnologia de amplificação de luz residual (amplificação de fótons).

O desafio mais recente enfrentado pela empresa foi o desenvolvimento


de um monóculo termal: equipamento individual portátil que enxerga o
calor em objetos no ambiente ou em organismos vivos. O projeto do
monóculo de visão termal teve como maior desafio o desenvolvimento
de um sensor de radiação no espectro infravermelho (chip eletrônico).

Apesar de ser relativamente fácil explicar como é possível obter a


conversão de uma leitura de radiação infravermelha captada pelo
equipamento em uma imagem no monitor do monóculo, essa captura,
leitura e conversão não é simples de se fazer. Devido à necessidade de
fabricar itens muito pequenos, a demanda pelo desenvolvimento de
infraestrutura laboratorial acabou tendo apoio da Financiadora de
Estudos e Projetos (Finep) em projetos com participação das Forças
Armadas, da Tech PD&I e de universidades no Brasil.

O projeto submetido à Finep foi contemplado com recursos para o


desenvolvimento da infraestrutura laboratorial necessária – fomento
importantíssimo para o desenvolvimento de empresas de alta
tecnologia no Brasil. A empresa conseguiu demonstrar o nível de
maturidade obtido da tecnologia, exigência do edital específico –
technology readiness level (TRL) – e, assim, conseguiu desenvolver um
detector de radiação infravermelha, que foi integrado em seu novo
optrônico.

Apesar de alguns componentes utilizados no monóculo de visão termal


terem sido conseguidos em outras empresas, a obtenção da capacidade
de fabricação do detector de radiação infravermelha foi uma grande
conquista para viabilizar a produção de vários outros equipamentos.

Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos


ligar esses pontos?

Questão 1

A Tech PD&I é uma empresa que tem inovado no mercado,


apresentando produtos de alta tecnologia na área de defesa.
Entretanto, a empresa não atuou sozinha, mas buscou parcerias
com as Forças Armadas e universidades no Brasil. Considerando o
optrônico desenvolvido, para você, o que melhor caracteriza a
inovação obtida pela empresa?

A empresa inovou em todos os componentes e


A sistemas que constituem o monóculo de visão
termal.
A empresa atuou estritamente na busca por
B inovações na integração dos componentes do
monóculo de visão termal.

A inovação foi somente obtida por meio do domínio


C da ciência que explica o funcionamento da visão
termal.

O núcleo inovador está diretamente associado à


D gestão compartilhada dos recursos entre vários
parceiros no desenvolvimento.

O núcleo da inovação ocorreu com o


desenvolvimento do componente detector de
E
radiação infravermelha – tecnologia fácil de explicar,
mas difícil de obter no Brasil.

Parabéns! A alternativa E está correta.

A inovação obtida pela empresa foi focada no desenvolvimento do


sensor de radiação infravermelha – componente que é difícil de
fabricar. Uma vez desenvolvido esse componente, a empresa pôde
inovar, obtendo vários outros produtos que funcionam com base no
tal detector. Imagens termográficas são obtidas por meio do
mesmo detector e são muito úteis em aplicações na medicina.

Questão 2

O desenvolvimento de tecnologias em projetos é algo normalmente


acompanhado de várias incertezas. É difícil amarrar as atividades
no tempo porque não temos certeza dos resultados de
experimentos. Em decorrência desses resultados, novos caminhos
podem surgir com outras atividades. A Tech PD&I obteve fomento
da Finep porque conseguiu demonstrar que detinha o nível de
domínio da tecnologia com a maturidade indicada no edital de
fomento. Em sua visão, qual é a melhor explicação para medir o
nível de maturidade em projetos?
O nível de maturidade de uma tecnologia sinaliza a
um órgão de fomento qual candidato apresenta
A maiores chances de emprego efetivo dos recursos
liberados, ou seja, a maior probabilidade de sucesso
em obter resultados para a sociedade.

A medição do nível de maturidade é importante para


B
premiar as empresas mais desenvolvidas.

O nível de maturidade no domínio de uma


tecnologia indica para um órgão de fomento qual
C
concorrente apresentará resultados no mais curto
prazo.

Conhecer a maturidade da tecnologia é importante


D somente para a empresa organizar as atividades do
projeto.

A medição de nível de maturidade é algo muito


subjetivo, mas obriga os candidatos ao fomento a
E
demonstrarem o quanto sabem sobre os desafios
na obtenção da tecnologia.

Parabéns! A alternativa A está correta.

A avaliação de projetos de PD&I serve tanto para os


desenvolvedores de inovações quanto para os investidores. No
caso apresentado, a empresa buscou e obteve fomento da Finep, o
que ajudou a viabilizar o desenvolvimento da tecnologia no país.
Uma vez que projetos de alta densidade de desafios tecnológicos
possuem muitas incertezas, a efetividade do emprego de recursos
do estado tende a ser maior, quando é possível distinguir, entre os
candidatos, qual demonstra maior domínio do processo de
desenvolvimento.

Questão 3

O desenvolvimento de inovações na área de ciência e tecnologia


é caracterizado por um ambiente repleto de incertezas. A Tech
PD&I tem sido bem-sucedida na obtenção de produtos
tecnológicos inovadores. O caso mostrou que uma estratégia
utilizada no desenvolvimento foi a busca de parcerias com as
Forças Armadas e universidades no Brasil. Em sua visão, qual é a
importância dessas parcerias para o sucesso do
empreendimento?

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Chave de respostaexpand_more

Ao buscar parcerias, a empresa e os parceiros


puderam otimizar os recursos para o
desenvolvimento do equipamento. Cada um,
cedendo o melhor que possuía em termos de
infraestrutura laboratorial e expertise de seus
desenvolvedores, pôde atuar em sinergia e, assim,
aplicar o recurso financeiro obtido pela Finep com
efetividade. O desenvolvimento de parcerias em
projetos, conduzidos por meio de gestão eficiente,
também tende a produzir o benefício da otimização
do recurso tempo. Devido às várias incertezas,
cumprir os prazos é algo desafiador.

video_library
Quais métodos de desenvolvimento e
avaliação se adequam a projetos de
PD&I?
PD&I em tecnologias, componentes e
sistemas
O atendimento de necessidades de clientes motiva os esforços de
Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I). Normalmente, produtos
ou sistemas são desenvolvidos para produzir todas as funções
necessárias demandadas pelos clientes.

Considerando que produtos ou sistemas podem ser


constituídos de subsistemas, componentes ou partes,
onde deveria estar o foco da PD&I?

Resposta
Os esforços de PD&I podem estar tanto em tecnologias específicas que
viabilizam o desenvolvimento de componentes quanto nos próprios
componentes ou nos subsistemas que integram vários componentes.
Se os recursos para PD&I fossem infinitos, para cada parte seria viável
aplicar P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) em busca de inovações. No
entanto, normalmente os recursos são bem limitados. Saber priorizar os
esforços em prol de inovações efetivas é essencial.

Uma boa prática para gestão de PD&I é saber fazer bom uso de um
Planejamento Estratégico abrangente, que contemple a organização e
os portfólios de produtos por ela produzidos. Vale lembrar que apesar
de ser mais comum a aplicação desses princípios em produtos
tangíveis, o mesmo raciocínio é válido para o desenvolvimento de
serviços. Se o objetivo é atender a demandas do mercado com
inovações alinhadas às dimensões da sustentabilidade (econômica,
ambiental e social), saber equilibrar os investimentos de forma
estratégica é muito importante para que a PD&I aconteça de forma
sincronizada e fluida.

Assim como em qualquer pesquisa inovadora, o ambiente da PD&I é


repleto de incertezas. As estratégias e os métodos devem considerar
projetos com objetivos progressivos.

Uma boa prática é buscar, a cada conquista no


desenvolvimento de uma tecnologia, as possíveis
aplicações comerciais em múltiplos setores da
economia.
No ambiente acadêmico e em centros de pesquisa, é comum a
existência de incubadoras de empresas. Ao longo do desenvolvimento
de tecnologias, as empresas incubadas desenvolvem aplicações
comerciais. Quando atingem um certo grau de maturidade, essas
empresas são projetadas (lançadas no mercado) para “caminharem
com suas próprias pernas” (conhecido como Spin-Off).

Em alguns casos, ao se considerar o objetivo de desenvolver uma


inovação para o mercado que tenha uma dimensão sistêmica
(caracterizada por conter vários subsistemas e partes), um caminho
possível é estudar a viabilidade de uma PD&I que admita subsistemas
e/ou componentes importados. Assim, apesar da vulnerabilidade
logística (risco de indisponibilidade de itens na prateleira por questões
de importação), um desafio de PD&I que seria inviável pode se tornar
possível com a articulação de cadeias de fornecedores que forneçam
partes do sistema, enquanto a equipe de PD&I cuida das outras partes e
das integrações necessárias.

O mesmo raciocínio conduzido para a análise de integração de sistemas


que contêm partes importadas de outros países pode ser feito, com
menor risco de indisponibilidade ou menor vulnerabilidade logística,
para possíveis terceirizações dentro do próprio país. Na verdade, ao se
proceder uma análise estratégica para o desenvolvimento de
determinado produto, esse caminho muitas vezes é indicado por
questões econômicas, principalmente para itens de baixa complexidade
tecnológica, quando determinado fornecedor possui uma estrutura de
produção bem consolidada.

O foco nos esforços de PD&I, considerando os níveis sistema,


subsistemas e componentes de um item, deve estar prioritariamente
nas tecnologias habilitadoras da inovação. Estas podem se desdobrar
em várias partes desse determinado item.

A gestão de PD&I é estratégica para que as chances de sucesso sejam


maximizadas.

Caminhos para desenvolvimento de


projetos de PD&I
Pesquisa e Desenvolvimento, P&D, é pesquisa aplicada em um contexto
de desenvolvimento de produtos e/ou serviços. Inovações devem ser
buscadas para que os produtos e/ou serviços sejam competitivos no
mercado.

O ambiente fértil para o surgimento de projetos


promissores está intimamente relacionado à
capacidade de enxergar o mercado de forma mais
clara possível, assim como as próprias potencialidades
e limitações.

Considerando as várias áreas de conhecimento necessárias para o


gerenciamento de projetos, o planejamento do escopo é essencial. No
estudo do escopo, é possível entender o que deve estar e o que não
deve estar dentro das delimitações de um futuro projeto. Estudos de
viabilidade técnica e econômica (EVTE) e até mesmo outros estudos
que contemplem outros parâmetros (sociotécnicos, por exemplo) são
utilizados para decisões sobre o prosseguimento ou não de projetos
“embrionários”, assim como decisões de possíveis abordagens na
condução daqueles que prosseguem.

Os investidores de um projeto de produto de baixa complexidade


tecnológica normalmente buscam retorno sobre o investimento em um
curto prazo. À medida que a complexidade da tecnologia aumenta,
maiores os riscos e mais incertos são os prazos de entrega de
resultados que propiciem retorno sobre os investimentos. É por esse
motivo que, nos níveis extremos de complexidade tecnológica, o Estado
se faz muito necessário para fomentar pesquisas de ponta. Poucas
empresas privadas podem aguardar tanto. Muitos dos investimentos
públicos são concedidos a fundo perdido, ou seja, sem a
obrigatoriedade de ressarcimento, uma vez que sejam comprovadas as
aplicações desses recursos de forma a promoverem desenvolvimento
tecnológico.

O componente tecnologia ainda não dominada em um


projeto de produto/sistema pode ser bastante
desafiador para a gerência do projeto, principalmente
com relação à definição de cronogramas. Devido às
incertezas associadas ao desenvolvimento de
tecnologias, as chances de atrasos ocorrerem no
projeto como um todo são reais.

Um caminho para a condução de projetos de PD&I é utilizar a


metodologia da Engenharia de Sistemas que possui uma abordagem de
ciclo de vida e multidisciplinar. Outra característica da abordagem da
Engenharia de Sistemas é o estímulo ao trabalho simultâneo de todas
as partes interessadas nas várias fases do ciclo de vida desde o início
do projeto. A consideração de requisitos operacionais no início do
processo de desenvolvimento é algo importante para ser destacado,
uma vez que o ambiente operacional no qual o sistema desempenhará
as suas funções pode ser bastante hostil aos princípios de
funcionamento das tecnologias embarcadas no sistema. Tecnologias
que envolvam sistemas eletrônicos, por exemplo, que tenham que
funcionar sob temperaturas elevadíssimas e em ambiente sujeito a
muita umidade, requerem o desenvolvimento de interfaces especiais
para dar rusticidade ao sistema.

Em linhas gerais, os caminhos para PD&I não diferem muito dos


métodos de P&D de produtos/sistemas não inovadores, exceto pela
característica peculiar associada ao núcleo inovador. Projetos de
tecnologias desvinculadas de algum produto/sistema não se sustentam,
ou seja, se é tecnologia, é “como fazer” algo que é necessário para a
sociedade. Logo, vislumbram-se aplicações comerciais, legitimando
uma inovação.

Exemplo
A descoberta das propriedades mecânicas da fibra de carbono em
laboratório, observando-se a alta resistência por massa do material, não
necessariamente oferece ganhos objetivos para a sociedade. A
possibilidade de produção de materiais feitos com fibra de carbono no
mercado, oferecendo alternativa de uso em várias aplicações,
proporciona uma efetividade da inovação.

Roadmaps de tecnologias e PD&I


O termo Technology Roadmap tem sido utilizado no Brasil no ambiente
acadêmico e industrial sem uma tradução para a língua portuguesa,
mas o seu significado é simples, um “Mapa de Desenvolvimento”
associado ao percurso de determinada tecnologia desde sua criação até
suas aplicabilidades industriais em diversos ramos. Um Roadmap de
tecnologia ajuda a caracterizar a dinâmica do desenvolvimento
tecnológico de determinado setor de interesse.

Para quem precisa se orientar na gestão de


tecnologias, um Roadmap serve de indicação de uma
direção a seguir. A partir de dados históricos que
mostram o caminho até então percorrido, um Roadmap
de tecnologia proporciona auxílio na tomada de
decisão com relação ao desenvolvimento da
determinada tecnologia.

Idealmente, um Roadmap deve ser desenvolvido com uma visão do todo,


holística, de forma a integrar as estratégias de desenvolvimento de
produtos e serviços, produtos e processos, como uma estrutura robusta
de apoio à decisão. É importante que estudos e análises sejam feitos de
forma estratégica, observando-se o mercado em uma abrangência
global, permitindo nessa visão ampla a inclusão das mais variadas
possibilidades de aplicação da tecnologia em desenvolvimento.

Apesar de não existir um padrão para a apresentação de um Roadmap,


estes costumam ser desenvolvidos contendo no eixo vertical regiões
para mercado, produtos e tecnologias, e no eixo horizontal o tempo
(curto, médio e longo prazos). Uma possibilidade é a construção de
Roadmaps separados para o curto, médio e longo prazos, com a
finalidade de destacar as necessárias evoluções no tempo. O mapa é
uma referência inicial e deve ser revisado para que sejam incluídos os
ajustes necessários.

Exemplo de apresentação de um Roadmap.

No processo de desenvolvimento de um Roadmap, particularmente


quando é necessário prospectar no longo prazo, muitas outras
ferramentas ou métodos podem ser utilizados. O método Delphi, por
exemplo, que busca um consenso baseado na opinião de especialistas,
é bastante útil para quem desenvolve um Roadmap. Com relação à
integração da tecnologia a produtos no mercado, o método do
Desdobramento da Função Qualidade (QFD) também pode ajudar. Por
meio do QFD, é possível mapear os inter-relacionamentos e eventuais
correlações existentes nos esforços de desenvolvimento.

Uma vez que um Roadmap tenha sido desenvolvido, por meio dele é
possível monitorar o ambiente do mercado onde a tecnologia está
sendo inserida. Algumas rotas distintas de desenvolvimento podem ser
consideradas, dependendo das possíveis vertentes tecnológicas
existentes.

Technology Readiness Level (TRL) e


PD&I
Technology Readiness Level (TRL) é uma metodologia muito utilizada na
Gestão de Desenvolvimento de Produtos/Sistemas para avaliar o nível
de maturidade das tecnologias desenvolvidas. O TRL se alinha a
projetos de desenvolvimento de produtos/sistemas segundo uma visão
de Ciclo de Vida utilizando conceitos da Engenharia de Sistemas. A
metodologia, ou métrica, cuida da avaliação de níveis de prontidão de
tecnologias. Ela foi desenvolvida pela Agência Nacional de Aviação e
Espaço norte-americana (Nasa).

Apesar de o objetivo inicial ter sido a avaliação de maturidade de


tecnologias em sistemas aeroespaciais, essa abordagem desenvolvida
pela Nasa tem sido utilizada amplamente em vários outros sistemas
como auxílio na gestão de projetos de desenvolvimento de produtos que
envolvam tecnologias.

Para desenvolver tecnologias, a gestão do tempo é uma grande


incógnita, uma vez que as pesquisas envolvem alto nível de incertezas
quanto a resultados. Incluem-se ainda riscos relacionados a
investimentos, que costumam ser altos em pesquisas dessa natureza. A
ideia da subdivisão em níveis de maturidade é acompanhar o
desenvolvimento das tecnologias de forma a se otimizar a gestão dos
recursos, auxiliando na tomada de decisão.

A escala de maturidade do TRL apresenta nove níveis:

keyboard_arrow_right O primeiro nível

Diz respeito ao início do desenvolvimento, quando


uma pesquisa básica começa a ter aplicação. É o
nível que trata de pesquisas relacionadas a
princípios básicos de determinada tecnologia
embrionária.

keyboard_arrow_right O segundo nível

Trata do encaminhamento da aplicação da


tecnologia, mas ainda é conceitual e analítico.
Nesse nível são exploradas as muitas
possibilidades nos encaminhamentos, o que
envolve aprofundar os conceitos buscando
embasar os rumos a serem dados nos passos

i t E t d d i bilid d ã d li d
seguintes. Estudos de viabilidade são delineados
ainda no nível de conceito.

keyboard_arrow_right O terceiro nível

Envolve a prova do conceito formulado no nível


anterior. A experimentação passa a ser muito
intensa para que se possa avaliar as
potencialidades da tecnologia. É o que se costuma
tratar como a prova do conceito formulado.

keyboard_arrow_right O quarto nível

Nele ocorre a validação do conceito formulado de


maneira integrada em ambiente laboratorial. O
conceito é validado na medida que os resultados
experimentais comprovam a aderência dos dados
obtidos às expectativas segundo o
desenvolvimento nos modelos.

keyboard_arrow_right O quinto nível

Corresponde a uma evolução do anterior com


demonstração da tecnologia em um patamar mais
próximo à realidade da aplicação almejada.

keyboard_arrow_right O sexto nível

Já deve existir um protótipo em ambiente mais


realista, porém ainda não completamente no
ambiente operacional.
keyboard_arrow_right O sétimo nível

Requer demonstração do funcionamento do


protótipo no ambiente operacional previsto ou com
simulação compatível. A estabilidade do
funcionamento é testada, e questões relativas à
confiabilidade são avaliadas.

keyboard_arrow_right O oitavo nível

A tecnologia pode ser considerada madura, uma


vez que são feitos diversos testes operacionais
para demonstração da capacidade do sistema
desenvolvido conforme especificado.

keyboard_arrow_right O nono nível

A comprovação da capacidade de funcionamento é


plena, tendo a determinada tecnologia atingido a
maturidade necessária para ser usada amplamente
conforme o planejado.

O enquadramento de uma tecnologia nos diversos níveis de


desenvolvimento pode possibilitar uma maior chance de obtenção de
recursos, caso se consiga demonstrar que determinada tecnologia é
promissora. No Brasil, o governo federal assim como os governos
estaduais costumam avaliar o provimento de recursos, exigindo em
editais públicos de projetos de fomento avaliações de maturidade de
tecnologias segundo determinados níveis de TRL.

Inovações tecnológicas são desenvolvidas em ambientes com muitas


incertezas. O domínio de métodos de desenvolvimento e de avaliação
que auxiliem a gestão do desenvolvimento é importante para que as
incertezas sejam abordadas e se consiga sucesso na inovação baseada
em tecnologia.
Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Considerando a Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) em


tecnologias, componentes e sistemas, observe as afirmativas a
seguir:

I. Projetos de PD&I podem estar sendo conduzidos tanto com foco


em determinada tecnologia quanto em componentes, subsistemas
e/ou sistemas que utilizam a tecnologia.

II. Projetos de PD&I são assim denominados quando soluções


tecnológicas são disponibilizadas no mercado.

III. Uma tecnologia específica que tenha sido desenvolvida tem sua
aplicação restrita ao problema que motivou o seu desenvolvimento.

Está correto o que se afirma em:

A I, somente.

B II e III.

C I e II.

D I e III.

E II, somente.

Parabéns! A alternativa A está correta.

Mesmo que determinado problema tenha motivado o


desenvolvimento de determinada tecnologia, as aplicações da
tecnologia desenvolvida devem ser as mais amplas possíveis.
Mesmo antes de se conseguir a disponibilização de soluções
tecnológicas no mercado, denominamos projetos de PD&I os
projetos que buscam no seu desenvolvimento a disponibilização de
soluções para o mercado, ou seja, o risco de não se conseguir o
sucesso é real, mas o esforço de desenvolvimento se justifica
enquanto se vislumbrar o sucesso.

Questão 2

Considerando a utilização de RoadMaps de tecnologias em PD&I,


observe as afirmativas a seguir:

I. Os RoadMaps de tecnologias são úteis em projetos de PD&I


porque ajudam na gestão dos projetos ao posicionarem o
desenvolvimento de determinada tecnologia em relação ao tempo,
aplicações em produtos e mercados.

II. As possibilidades de utilização de Roadmaps em projetos de


PD&I são descritas em normas específicas.

III. Uma vez que um RoadMap de tecnologia tenha sido


desenvolvido, este deve ser utilizado como auxílio à tomada de
decisão e, portanto, não deve ser modificado.

Está correto o que se afirma em:

A I, somente.

B II e III.

C I e II.

D I e III.

E III, somente.

Parabéns! A alternativa A está correta.


Os RoadMaps de tecnologias consideram o mercado. Como o
mercado está em constante evolução, eles devem ser atualizados
oportunamente. Não existem normas que amarrem como os
RoadMaps devem ser utilizados. As possibilidades são muitas. Eles
são desenvolvidos como auxílio na tomada de decisão, pois
permitem expor com clareza os caminhos e as possibilidades de
aplicação das tecnologias em produtos no mercado ao longo do
tempo.

4 - Estratégias organizacionais para inovação tecnológica


Ao final deste módulo, você será capaz de identificar caminhos estratégicos para as
organizações que buscam a inovação tecnológica.

Ligando os pontos
Você sabe elaborar estratégias para conduzir projetos inovadores?
Conseguiria pensar em alguns caminhos estratégicos para a produção
de inovação tecnológica em ambientes empresariais? Para
entendermos esses conceitos na prática, vamos analisar o case da
empresa Inovsolver.

A Inovsolver é uma empresa que atua no mercado desenvolvendo


soluções de engenharia na área de construção civil e arquitetura. Seu
diferencial tem sido a entrega rápida e qualidade de obras com preços
altamente competitivos. Muito de seu sucesso pode ser atribuído ao uso
intensivo de tecnologias BIM (building information modeling) em seus
projetos que são conduzidos por equipes altamente qualificadas.
A história da Inovsolver nos mostra que nem sempre foi assim. Fundada
em 2014, a empresa inicialmente era conduzida mantendo uma
estrutura funcional tradicional com pouca flexibilidade para realocações
necessárias de recursos humanos. Tendo dificuldade para entrega das
obras contratadas, a empresa buscou apoio em uma consultoria, a qual
sugeriu o desenvolvimento de uma nova estratégia organizacional que
lhe permitisse agilidade sem perder qualidade em seus serviços.

A Inovsolver adequou sua estrutura organizacional para se tornar mais


flexível. A estrutura funcional tradicional foi substituída por uma
estrutura organizacional matricial. Investimentos em tecnologia da
informação (TI) levaram a empresa a utilizar a tecnologia BIM em todos
os seus projetos. Investimentos em capacitação de recursos humanos
acompanharam essa decisão, assim como investimentos em
infraestrutura laboratorial interna e estabelecimento de parcerias com
instituições de pesquisa e desenvolvimento na área de construção.

A política de gestão de recursos humanos também mudou. Ao dar maior


autonomia aos gerentes de projeto para conduzirem suas equipes, foi
possível identificar maior eficiência no trabalho, assim como aumento
da satisfação dos colaboradores nas diversas equipes. A flexibilização
dos horários de trabalho também foi importante para as melhorias.

Equipes multidisciplinares da Inovsolver trabalham buscando sempre a


sinergia. Ao aprender a tolerar os riscos inerentes aos projetos
desafiadores, a empresa passou a entregar seus projetos no prazo e,
assim, tem se destacado no mercado. Nesse ambiente organizacional
acolhedor e eficiente, várias soluções inovadoras começaram a surgir.

Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos


ligar esses pontos?

Questão 1

A empresa Inovsolver buscou adequar sua estrutura para melhorar


seu desempenho no desenvolvimento de inovações tecnológicas.
Considerando a estratégia escolhida pela empresa, qual aspecto
melhor fundamenta essa escolha?

Manter a estrutura organizacional na forma


A matricial é garantia de proporcionar autonomia dos
gerentes de projeto.

Estruturas organizacionais matriciais promovem a


formação de equipes multifuncionais coesas em
B projetos, ao mesmo tempo que mantêm os
colaboradores organizados funcionalmente em
departamentos.

Estruturas organizacionais funcionais promovem a


C integração entre os colaboradores em equipes nos
projetos.

A formação de equipes multidisciplinares em


D projetos é mais fácil quando a estrutura
organizacional é funcional.

Adequar a estrutura organizacional para promover


E inovações requer necessariamente acabar com as
barreiras interdepartamentais.

Parabéns! A alternativa B está correta.

A estrutura organizacional matricial adotada na estratégia se


fundamenta pela versatilidade na formação de equipes
multifuncionais para a formação de equipes em projetos, sem
necessariamente eliminar os departamentos funcionais. A estrutura
em si não garante a autonomia dos gerentes de projeto. Somente o
comprometimento da alta direção pode equilibrar eventuais
conflitos de interesses entre chefes de departamentos e gerentes
de projetos na disputa dos serviços em processos e projetos.

Questão 2

A modificação da estrutura organizacional na Inovsolver não foi o


único fator determinante para a melhoria de seus resultados. A
promoção de um ambiente tolerante a riscos com uma gestão de
recursos humanos flexível em relação a horários de trabalho
proporcionou a necessária melhoria no fluxo de trabalho em
projetos. Em sua visão, que ideia melhor fundamenta os benefícios
advindos dessa mudança de postura?
Um ambiente tolerante a riscos viabiliza uma maior
A sinergia nos trabalhos dos colaboradores em
projetos.

Trabalhos criativos requerem total liberdade de ação


B
para os colaboradores em projetos.

A construção do necessário ambiente que promove


a criatividade e inovações ocorre quando não há
C
punição por eventuais erros cometidos durante as
decisões em projetos.

A busca pela retenção de talentos foi o maior


D
objetivo na mudança de postura.

A promoção de uma cultura organizacional capaz de


lidar com riscos garante mais segurança ao gerente
E de projeto, o que, aliado à possibilidade de trabalho
em horários flexíveis, promove melhor fluxo de
trabalho e satisfação do colaborador.

Parabéns! A alternativa E está correta.

Um ambiente de trabalho acolhedor e eficiente é essencial. Os


colaboradores em equipes de projeto muitas vezes trabalham em
horários fora do tradicional expediente. A flexibilização pode ser
feita com compensações, para que não haja prejuízo no necessário
descanso dos funcionários, o que promove um trabalho fluido e a
satisfação dos colaboradores. A tolerância a erros não é feita de
forma indiscriminada, mas a cultura organizacional que admite a
existência de eventuais erros pode ser saudável.

Questão 3

A aquisição e o uso da tecnologia BIM citada no caso foram


investimentos importantes na necessária infraestrutura para o
trabalho. O investimento na capacitação de pessoas também foi
imprescindível. A Inovsolver conseguiu alavancar sua capacidade
de trabalho, investindo em infraestrutura e no pessoal. Em sua
visão, quais benefícios para a geração de inovações podem advir
desses investimentos?

Digite sua resposta aqui

Chave de respostaexpand_more

O uso de sistemas automatizados se justifica


principalmente pela possibilidade de redução de
tempo de resposta do trabalho realizado. Sistemas
tipo BIM promovem comunicação entre os
colaboradores e clientes mais rápida e com
informações mais exatas. O trabalho em equipes de
projeto que buscam inovações é beneficiado quando
a interação entre os membros das equipes é
facilitada por meio de sistemas e quando os
operadores desses sistemas são capacitados de
forma compatível com as exigências de fluxo de
trabalho.

video_library
Qual é a importância de se adequar a
organização para a inovação
tecnológica?
Alinhamento das estratégias
É possível que inovações tecnológicas surjam sem muito planejamento,
mas isso não é comum. Quanto mais uma organização investir na
criação de estruturas e ambientes acolhedores de inovação, maiores
serão as chances dela se destacar no mercado.

Saber se posicionar no mercado é essencial. Esse posicionamento


normalmente inclui o desenvolvimento de planejamento estratégico
organizacional.

A partir da compreensão da sua missão e visão, a


organização desenvolve caminhos ou estratégias para
atingir seus objetivos no curto, médio e longo prazos.

Considerando que uma organização atue com um portfólio de produtos


com os quais supra demandas no mercado, a partir da estratégia
organizacional, é comum que sejam desenvolvidas estratégias de
desenvolvimento de produtos.

Atenção!

As estratégias de desenvolvimento de produtos são importantes para


que haja um sincronismo entre os vários produtos que entram e saem
do mercado, de modo a compatibilizar um fluxo de valor ininterrupto
entre a empresa e o mercado que está em constante evolução.

As inovações tecnológicas devem estar contidas nos novos produtos


que são desenvolvidos na organização. É importante que haja um
alinhamento entre a estratégia de desenvolvimento de produtos
inovadores e a estratégia organizacional, ou seja, uma vez que a
estratégia de desenvolvimento do produto foi criada pelo
desdobramento da estratégia organizacional, o sucesso no
desenvolvimento do produto impacta diretamente o atingimento dos
objetivos estratégicos da organização. Um eventual desalinhamento
pode indicar que as estratégias da organização e de desenvolvimento de
produtos precisam ser revistas para que não haja desperdício de
recursos na busca do atingimento dos vários objetivos.

O entendimento da dinâmica do mercado é essencial para o


direcionamento das estratégias nos diversos níveis. Tudo começa no
mercado e termina nele. Estratégias organizacionais que promovam a
inovação tecnológica necessariamente devem maximizar a
aproximação com o mercado. Afinal, uma ideia inovadora que não tenha
aceitação pelo mercado pode ser uma invenção, mas não uma
inovação.

Uma estratégia de desenvolvimento de um produto que contém


tecnologia inovadora deve considerar a observação criteriosa do nível de
maturidade da tecnologia nos planejamentos no curto, médio e longo
prazos. Dependendo do desafio no desenvolvimento, a obtenção de um
produto que atenda a todos os requisitos operacionais com o
correspondente nível de disponibilidade operacional ao longo do ciclo de
vida de utilização desse produto pode ser algo muito demorado. Apesar
da “tentação” de entregar o quanto antes um produto inacabado para
um mercado ansioso por uma solução, mesmo que esse produto ainda
não tenha atingido a necessária maturidade no desenvolvimento,
arriscar a reputação da empresa buscando um atalho é inadmissível.

Tanto os mapas de tecnologias (Technology Roadmaps) quanto a


metodologia TRL (Technology Readiness Level) podem ser úteis no
planejamento estratégico associado ao desenvolvimento de produtos. O
necessário acompanhamento da evolução do desenvolvimento de
produtos em projetos que contenham inovações tecnológicas pode ser
assim viabilizado. Uma vez que os planejamentos organizacional e de
desenvolvimento de produtos estiverem considerando estratégias que
se alinhem em busca de obtenção de soluções inovadoras para o
mercado, as chances de sucesso aumentam.

Adequação da estrutura
organizacional para promoção da
inovação
Uma estratégia importante para que uma organização estimule o
surgimento de inovações é buscar adequar sua estrutura de modo a
maximizar um ambiente propício à inovação. Isso requer ser flexível!

Cada caso é um caso, ou seja, antes de perceber quais mudanças na


estrutura organizacional são necessárias, cada organização parte de
uma estrutura particular que necessita de maior ou menor modificação
para facilitar o surgimento de inovações.

Discussões sobre estrutura organizacional e efetividade em processos


de trabalho podem ser feitas no contexto da ergonomia organizacional.
A ergonomia busca a adaptação do trabalho ao
homem. A ergonomia organizacional enxerga o
trabalho em um contexto amplo que envolve os
processos organizacionais, as políticas e a própria
cultura da organização.

As estruturas organizacionais influenciam o fluxo de trabalho, podendo


atuar como agente facilitador ou não. Portanto, entender as demandas
do trabalho essencialmente inovador é algo importante para que se
possa conceber eventuais modificações na estrutura.

Os processos de trabalho que demandam alto nível de criatividade


fogem dos tradicionais padrões de trabalho rotineiro. Na prática,
considerando os conceitos de projeto e de processo, os trabalhos
criativos podem ser melhor identificados como atividades em projetos.

Projeto Processo

Atividades Atividades repetitivas.


caracterizadas no close
tempo – início, meio e
fim.

O corpo de conhecimentos em gerenciamento de projetos (Project


Management Body of Knowledge - PMBoK) organizado pelo Instituto de
Gerenciamento de Projetos (Project Management Institute – PMI) aborda
a questão das estruturas organizacionais e suas influências na
condução de projetos. Tradicionalmente, as organizações se estruturam
de forma funcional para conduzirem os seus processos. Quando os
trabalhos são rotineiros, uma estrutura funcional se adequa
perfeitamente, mas quando é necessário conduzir algum projeto,
estruturas chamadas de matriciais são comumente utilizadas.

Estruturas organizacionais matriciais são assim denominadas porque o


tradicional organograma que apresenta as áreas funcionais em colunas
dentro de determinada hierarquia (de cima para baixo – presidência,
diretorias e departamentos), ao se admitirem projetos, a composição
das equipes se dá em linhas por meio de pessoas oriundas dos diversos
departamentos e setores funcionais. As linhas dos projetos e as colunas
dos setores funcionais formam uma matriz.

Estruturas organizacionais matriciais.


O outro extremo oposto à organização funcional é a organização
projetizada. Essa estrutura funciona bem em empresas que trabalham
essencialmente em projetos. As pessoas são mobilizadas no início de
um projeto e desmobilizadas ao término dele. Não existindo
organização funcional, a dedicação das pessoas na empresa é integral
para um projeto específico.

Considerando as possíveis formas de estruturas organizacionais, a


estrutura matricial utilizada no gerenciamento de projetos também é
adequada para empresas que buscam fomentar o desenvolvimento de
inovações tecnológicas em seus produtos. Os trabalhos que envolvem
criatividade normalmente são conduzidos por equipes multidisciplinares
(multifuncionais). As chefias dos departamentos e os gerentes de
projeto em uma estrutura matricial acabam sendo uma dupla
subordinação para os integrantes de um projeto.

Comentário
É importante que a alta gerência e os respectivos chefes de
departamento apoiem os gerentes de projeto a fim de que seja possível
compatibilizar os trabalhos rotineiros com o desenvolvimento de
produtos com tecnologias inovadoras.

Política de gestão de recursos para a


inovação
A forma como uma empresa gera os seus recursos impacta diretamente
sua capacidade de inovar. A gestão de recursos requer planejamento e
controle no curto, médio e longo prazos. Considerando os riscos
inerentes ao desenvolvimento de tecnologias, planejar os recursos
costuma ser algo desafiador.

As considerações sobre gestão de recursos envolvem um amplo


espectro que incluem:

people
Pessoas

hourglass_top
Tempo
apartment
Estrutura física

attach_money
Finanças da empresa
Outra abordagem é enxergar os recursos como uma combinação de
hardware, software e peopleware (pessoas que trabalham com a área de
Tecnologia da Informação), – ou na perspectiva financeira de custeio
versus investimento. Pesquisa e desenvolvimento costumam ser algo
caro.

Considerando a obtenção de recursos humanos, as dificuldades muitas


vezes extrapolam questões financeiras, ou seja, mesmo que se tenham
recursos financeiros suficientes para contratação, muitas vezes não há
disponibilidade de mão de obra especializada que atenda às
especificidades das demandas para o desenvolvimento de tecnologias.
Estratégias organizacionais para inovação tecnológica bem-sucedidas
buscam obter e manter os necessários talentos.

Salários altos não são suficientes para fixar pesquisadores altamente


qualificados na empresa. Cuidados com a manutenção de um ambiente
de trabalho agradável são necessários, assim como flexibilidade nos
controles de horários de trabalho. As ideias criativas não aparecem
restritas ao horário tradicional de funcionamento das empresas. Os
profissionais que estão engajados na busca de soluções de problemas
associados ao desenvolvimento de tecnologias acabam se dedicando
em tempo integral e suas demandas particulares de tempo devem ser
negociadas com a empresa em prol da manutenção de um ambiente
acolhedor. Tais conceções muitas vezes precisam ser informais, uma
vez que nem tudo cabe dentro dos regulamentos e das legislações
trabalhistas.

Exemplo
A empresa norte-americana Google ficou conhecida no mundo por se
distinguir das demais empresas de tecnologia. Ao oferecer um ambiente
de trabalho que inclui várias áreas de lazer, permitindo que seus
funcionários possam relaxar nas necessárias pausas durante o trabalho,
a disposição do espaço físico que conjuga apoio à liberdade com
responsabilidade coopera para incentivar a manutenção de um
ambiente criativo.

A gestão dos recursos associados à infraestrutura laboratorial é crítica


quando se trata de desenvolvimento de tecnologias. Investimentos em
infraestrutura dessa natureza não costumam ter retorno no curto ou
médio prazo, algo que pode ser atenuado com possíveis parcerias em
redes interlaboratoriais e fomentos dos governos federal e estaduais.
Considerar a locação de equipamento de altíssima tecnologia para uso
nas pesquisas associadas a desenvolvimento de tecnologias pode ser
bem mais compensador do que adquirir o seu próprio equipamento.
Além dos preços altos para as aquisições, as manutenções periódicas
também costumam ser muito caras. Sendo possível, a busca de
parcerias pode ser uma ótima estratégia.

Considerando a característica de trabalho multidisciplinar inerente às


pesquisas nos desenvolvimentos de produtos de alta tecnologia,
investimentos em infraestrutura de comunicação baseada em
hardwares e softwares que promovam interação à distância (recursos
da área de TIC – Tecnologia da Informação e Comunicações) merecem
destaque. A gestão do conhecimento em atividades de pesquisa e
desenvolvimento carecem do apoio de sistemas que viabilizam ao
mesmo tempo segurança e compartilhamento de informações.

Liderança, autonomia e tolerância ao


risco
Considerando ações estratégicas que possibilitam a criação de um
ambiente propício ao desenvolvimento das habilidades criativas
inerentes à inovação, devem ser destacadas as ações que promovam a
integração dos indivíduos, a formação e o desenvolvimento de equipes
multidisciplinares. Os grupos de trabalho são núcleos de inovação que
merecem ser bem cuidados.

Assim como em qualquer projeto, o planejamento do escopo requer


estudos de viabilidade, avaliação de riscos e inclusão de medidas de
contingência. Os desafios associados ao desenvolvimento de algo que
nunca foi feito e envolve vários riscos são tamanhos. Apesar de todos
os cuidados no delineamento das ações nas pesquisas, a ocorrência de
erros ou resultados não satisfatórios é inerente ao processo de
desenvolvimento.

Estratégias organizacionais para inovação tecnológica


devem incluir a promoção de uma cultura
organizacional que saiba conviver com riscos e
insucessos na progressão das atividades de pesquisa
e desenvolvimento.

Tolerar erros não significa descontrole. Cada eventual erro ou resultado


não satisfatório é importante. As análises dos resultados ajudam na
composição das futuras ações de desenvolvimento que culminarão no
sucesso de acordo com os objetivos inicialmente estipulados.

O desenvolvimento de tecnologias não necessariamente advém da


ciência. O empirismo está presente nos ambientes de desenvolvimento.
O domínio de técnicas associadas ao delineamento de experimentos é
importante para que os riscos sejam melhor administrados,
principalmente ao considerarmos as práticas empíricas nas
experimentações.

Um requisito importante para a promoção de um ambiente criativo é dar


autonomia para os pesquisadores conduzirem suas atividades. Excesso
de burocracias e controles pode dificultar as pesquisas e inibir a
criatividade. Dentro das condições de contorno específicas em
determinada pesquisa, deve ser dada suficiente liberdade de ação para
os indivíduos, o que contribui muito para a manutenção de um natural
fluxo de trabalho.

A autonomia está associada à descentralização do


poder. Nos grupos de desenvolvimento é importante
que todos os participantes entendam que são
protagonistas nas ações que visam ao surgimento de
inovações. Quando todos se sentem responsáveis
pelos resultados, a equipe terá melhores chances de
sucesso.

O sucesso dos trabalhos nas equipes de desenvolvimento pode ser


mais facilmente atingido quando existe uma efetiva liderança. Uma
estratégia importante para ser mencionada que promove o surgimento
de inovações tecnológicas é escolher bem os líderes que conduzem as
equipes de desenvolvimento.

Além de competências técnicas específicas, as competências


necessárias para a liderança em equipes de desenvolvimento incluem:

psychology
Inteligência emocional
people_alt
Relacionamento interpessoal
A centelha que pode gerar ideias inovadoras muitas vezes surge pela
motivação catalisadora proporcionada pela liderança no ambiente por
ela construído. Saber extrair das pessoas o que elas têm de melhor é
algo que um bom líder sabe fazer. Empatia e boa capacidade de
comunicação são essenciais.

Líderes são modelos e devem dar o exemplo. Como se diz, palavras


convencem, mas o exemplo arrasta. Equipes motivadas são mais
produtivas. A ação de um líder pode promover a sinergia na equipe. Em
atividades que buscam a geração de ideias que eventualmente
culminarão em inovações tecnológicas, o papel do líder é fundamental
para a promoção de um ambiente onde todos se sentem à vontade em
colaborar.

Atenção!

Gerir o desenvolvimento de inovações tecnológicas requer desafios para


a gestão de recursos humanos, financeiros e infraestrutura em uma
perspectiva síncrona entre as demandas do mercado e as atividades
necessárias ao desenvolvimento de soluções inovadoras que atendam a
essas demandas.

O alto nível das pesquisas inovadoras costuma demandar investimentos


significativos em infraestrutura laboratorial, o que torna o esforço de
desenvolvimento ainda mais desafiador. A disponibilidade de
especialistas necessários para a condução dos processos também não
é garantida. O uso de estratégias pode ajudar a viabilizar os esforços
organizacionais que visam ao desenvolvimento de inovações
tecnológicas para o mercado.
Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Considerando estratégias organizacionais para inovação


tecnológica, observe as afirmativas a seguir:

I. Estruturas organizacionais podem proporcionar maior ou menor


probabilidade de sucesso em inovações tecnológicas.
II. O alinhamento entre as estratégias organizacional e de
desenvolvimento de produtos se faz necessário para que uma
organização tenha melhores chances de inovar.

III. Uma estratégia de desenvolvimento de produtos desenvolvida


pode se desdobrar em uma estratégia organizacional.

Está correto o que se afirma em:

A III, somente.

B II e III.

C I e II.

D I e III.

E II, somente.

Parabéns! A alternativa C está correta.

Uma estratégia de desenvolvimento organizacional desenvolvida


pode se desdobrar em uma estratégia de desenvolvimento de
produtos, ou seja, o necessário alinhamento deve ocorrer entre o
desenvolvimento de produtos para a organização. Estruturas
organizacionais podem facilitar o desenvolvimento de inovações,
por isso, devem estar adequadamente dimensionadas.

Questão 2

Considerando políticas de gestão de recursos para inovação,


observe as afirmativas a seguir:

I. A disponibilidade de recursos financeiros garante a obtenção dos


recursos humanos necessários em um desenvolvimento.

II. Planejamentos de curto, médio e longo prazos tratam


especificamente do recurso tempo.
III. A gestão de recursos inclui tempo, pessoas, infraestrutura física
e recursos financeiros.

Está correto o que se afirma em:

A I, somente.

B II e III.

C I e II.

D I e III.

E III, somente.

Parabéns! A alternativa E está correta.

Dependendo da especificidade do necessário recurso humano,


mesmo propostas de altas remunerações não são suficientes para
uma necessária contratação. Apesar de planejamentos no curto,
médio e longo prazo tratarem de tempos distintos, vários outros
tipos de recursos são considerados, ou seja, nos prazos de
planejamento vários recursos são dispostos no tempo. Recursos
em projetos incluem tempo, instalações, pessoas e finanças.

Considerações finais
Como vimos, o desenvolvimento de soluções tecnológicas inovadoras
requer uma gestão abrangente que considere atividades associadas à
pesquisa e ao desenvolvimento progressivo de tecnologias e suas
aplicações.

O emprego integrado de ciência e de tecnologia ajuda nas várias etapas


necessárias ao desenvolvimento de soluções tecnológicas inovadoras.
Cuidados com o desenvolvimento de soluções sustentáveis se aplicam
aos projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação. É importante
planejar de forma abrangente sob uma perspectiva de ciclo de vida dos
itens inovadores de maneira a considerar todas as fases do
desenvolvimento, sua utilização e seu descarte ao término da vida útil.

Recursos metodológicos disponíveis podem contribuir para o sucesso


das atividades de desenvolvimento de inovações tecnológicas.
Idealmente, tecnologias aplicadas em múltiplas soluções no mercado
ajudam a diminuir o custo no ciclo de vida desses itens.

O emprego de estratégias organizacionais adequadas também pode


ajudar na gestão do desenvolvimento de inovações tecnológicas.
Estratégias de desenvolvimento de produtos alinhadas à estratégia da
organização devem contemplar a gestão dos vários recursos
necessários ao desenvolvimento das diversas atividades que visam à
inovação tecnológica.

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O especialista fará um resumo dos objetivos estudados no tema,
esclarecendo conceitos ao público-alvo.

Explore +
Leia o artigo Abrindo a caixa preta da mudança organizacional para
a inovação tecnológica, de Glicia Vieira e Rui Quadros, e observe a
importância da implementação de estratégias.

Leia o artigo Estratégias da cultura organizacional para a inovação


tecnológica, de Camila Isabel de Maia Ramos, Márcia Regina Neves
Guimarães e Felipe Ferreira de Lara, e observe a relação entre
cultura organizacional e inovação tecnológica.

Referências
BESSANT, J.; TIDD, J. Inovação e empreendedorismo. Porto Alegre:
Bookman, 2009.

BRUNDTLAND, G. H. Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e


Desenvolvimento. Nosso futuro comum. 2. ed. Rio de Janeiro: FGV,
1991.

CHRISTENSEN, C.; RAYNOR, M. E. O crescimento pela inovação: como


crescer de forma sustentada e reinventar o sucesso. Rio de Janeiro:
Campus/Elsevier, 2003.

CORAL, E.; OGLIARI, A.; ABREU, A. F. (org.). Gestão integrada da


inovação: estratégia, organização e desenvolvimento de produtos. São
Paulo: Atlas, 2008.

MATTOS, J. R. L.; GUIMARÃES, L. dos S. Gestão da tecnologia e da


inovação: uma abordagem prática. São Paulo: Saraiva, 2005.

TIDD, J.; BESSANT, J.; PAVITT, K. Gestão da inovação. Porto Alegre:


Bookman, 2008.

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