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Andreza Ávila de Moura – Biomed Not

INTRODUÇÃO À URINÁLISE

❖ A urinálise é a análise da urina com fins de diagnóstico ou prognóstico de estudos fisiológicos ou patológicos.
 Muitas doenças podem exibir anormalidades na urina. Por isso, o exame de urina tem importante função
laboratorial.
❖ O exame de urina proporciona ao clínico informações precisas sobre patologias renais e do trato urinário, bem
como sobre algumas moléstias extra-renais. Além disso, permite uma avaliação da função renal e fornece indícios
sobre a etiologia da disfunção. Por sua simplicidade, baixo custo e facilidade na obtenção da amostra para análise,
é considerado exame de rotina.

HISTÓRIA DA URINÁLISE
❖ A medicina laboratorial, toda parte analítica, teve início com a análise da urina;
 Primeiro elemento biológico que levou os cientistas a entenderem que fluidos do organismo poderiam estar
sinalizando processos patológicos, foi a urina.
❖ Referências ao estudo da urina foram encontradas em
 Desenhos dos homens das cavernas;
 Hieróglifos egípcios;
 Escritos de Hipócrates.
❖ Análise através de observações como:
 Cor
 Turvação
 Odor
 Volume
 Viscosidade
 Açúcar

LINHA DO TEMPO
❖ Período paleolítico: Doenças e alterações urinárias;
❖ Sumérios e Babilônicos: Volume, cor, odor, sabor
❖ Hindus: Insetos (urinas com determinadas características atraiam insetos) e urina
❖ Hipócrates: Tratado “Os Prognósticos”
❖ Idade Média: Teste das formigas → deixar a formiga próximo de um formigueiro, ou seja, se as formigas se
aproximavam a princípio essa urina tinha alguma patologia, no caso diabetes mellitus, que na época não era
denominada assim.
❖ Profetas da urina: Previsão do futuro → “videntes” fazendo com que a credibilidade do exame de urina caísse.
❖ Paracelso (1493-1541): Início da análise química da urina
❖ Richard Bright (1789-1858): Pai da nefrologia exame de rotina → sugestão do exame de rotina, veio junto da
microscopocia, ou seja, analisar possíveis elementos que estariam na urina desses pacientes.
❖ Fritz Feigl (1891-1971): primeiro teste para glicose na urina
❖ Sylvio Soares de Almeida (1913-1976): 1961 sedimento urinário quantitativo no Brasil → análise do sedimento
urinário sendo realizado de forma quantitativa, ou seja, não bastava apenas avaliar a presença, mas sim quantificar
a presença desses.

USO DE MÉTODOS QUÍMICOS MODERNOS E SOFISTICADAS TÉCNICAS DE IDENTIFICAÇÃO DE ELEMENTOS FIGURADOS


❖ A tecnologia laboratorial evolui bastante e hoje temos métodos químicos modernos e mais sofisticados para
quantificação e identificação das substâncias e elementos presentes na urina dos
pacientes.
 Hoje, utiliza-se a metodologia de química seca em grande escala, isto é, tiras
urinárias. Identificação e semi-quantificação desses elementos, além do uso de rotina
associado a análise sedimentoscopia da urina com microscopia ótica convencional e
microscópica com luz polarizada e contraste de fase que permite a indentação mais
correta de alguns elementos presentes na urina que não são identificados na
microscopia óptica.
❖ Microscopia com luz polarizada e contraste de fase:

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 Informações úteis a respeito do trato urinário e de doenças sistêmicas:


 Exemplo: presença/detecção de glicose na urina sinalizando a possível presença de diabetes mellitus.
❖ Alterações quantitativas ou qualitativas dos constituintes da urina
❖ Automatização e uso de metodologias diferentes:
❖ É um exame que não apresenta risco e com o mínimo de desconforto para o paciente.

POR QUE A URINA?


❖ Facilidade na obtenção da amostra para análise;
❖ Fornece informações referentes às diversas funções metabólicas do organismo;
❖ Baixo custo, rapidez e simplicidade da análise;
❖ Auxilia no diagnóstico, realiza a triagem de populações assintomáticas, avalia o progresso de doenças e monitora
a eficácia do tratamento

ANATOMIA RENAL
❖ O aparelho urinário é formado pelos dois rins, dois ureteres, a bexiga e a uretra.
Tanto nos homens e mulheres.
 Em geral: dois rins que produzem a urina, essa é drenada pelos ureteres e
armazenada na bexiga urinaria e essa será eliminada pelo organismo através da
uretra.
 Vale ressaltar que diferença de grande importância laboratorial é:
• No aparelho urinário masculino temos uma uretra mais longa, isto é, mais
comprida em relação a uretra das mulheres, que é mais curta. Com isso, é
mais fácil que bactérias que estão presentes na parte externa do sistema
urinário e genital, da mulher alcancem por parte via retrógada a bexiga e
sistema urinário, fazendo uma infecção urinaria.
• Associado a isso, a urina que é armazenada na bexiga, a medida que é expelida do organismo, ela faz uma
lavagem na uretra, e nas mulheres ela acaba carreando células do epitélio vaginal que será encaminhada
para analise laboratorial.
✓ Nos homens temos menos células epiteliais.
✓ Isto é, grande importância de higiene para remoção dessas células descamativas que poderão alcançar
a amostra urinária e interferir na análise laboratorial.
❖ A urina é formada continuamente (Ultrafiltrado do plasma)
❖ Processo:
 O ultrafiltrado tem pH (7,4) e osmolaridade (285 mOsm/kg) semelhantes aos do plasma sanguíneo
 Nos túbulos e ductos coletores dos néfrons de cada rim (2 milhões), as características físicas e a constituição
química do ultrafiltrado são modificadas
 A concentração da urina final dependerá da hidratação do indivíduo e da quantidade de substâncias excretadas
 Temos em média 180 L de filtrado glomerular formados a cada 24 horas são reduzidos a 1-2L de urina final por
dia. Ou seja, cerca de 178 L de ultrafiltrado são reabsorvidos.

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OS RINS
❖ Estão localizados lateralmente à coluna vertebral, ou seja, na parte posterior do abdômen.
 Rim esquerdo possui posição anatômica um pouco superior ao rim direito.
❖ Apresentam coloração castanho avermelhado em formato de feijão
❖ Medem ±10 cm de comprimento, 5,5 cm de largura e 3 cm de espessura
❖ Peso médio = 150g
❖ São revestidos por uma cápsula fibrosa (mantém o formato e proteção
mecânica)
❖ Anatomia renal:
 Cada rim contém de 1 a 1,5 milhão de unidades funcionais → néfrons
(denominados unidades funcionais dos rins)
 Os néfrons são os responsáveis pela produção da urina a partir do
processo de filtração, secreção e reabsorção de substâncias.
 Néfrons corticais (Córtex renal – porção mais externa do rim): representam 85% e são responsáveis pela
remoção de resíduos de produtos e reabsorção de nutrientes
 Néfrons justamedulares (Medula renal): apresentam a alça de Henle profundas e promovem a concentração da
urina
 O rim apresenta uma estrutura como parte externa, denominada de córtex, e a parte mais interna medula renal:
• A medula renal é caracterizada por de 8 a 15 pirâmides renais (separadas pelas colunas renais), que se
estreitam no ápice (porção inferior) para formar a
papila renal, onde a urina goteja no interior de um
cálice menor. Vários cálices menores formam um
cálice maior, e vários cálices maiores desembocam
dentro da pelve renal (região dilatada proximal do
ureter). Pelve renal conduz a urina através dos
ureteres para ser armazenada na bexiga urinária.
 A produção da urina realiza-se nos néfrons por meio de
um processo complexo que envolve filtração, absorção
ativa, absorção passiva e secreção.
 Em geral o procesos acontece:
• Sangue é fitlrado no rim e chega no rim por meio
da arteriola aferente, e entra na primeira estrutura
renal, o glomerulo renal (na qual temos um
aglomerado de capilares e possui a capsula de
Bowman), logo esse sangue é filtrado no glomerulo e
posterior a isso ultrafiltrado irá migrar atraves do tubulo
contorcido proximal, alcaçando a alça de henle descente
e depois migra pela alça de henle ascendente e chega no
tubulo contorcido distal e por fim chega no tubo/ducto
coletor.
• Durante todo o processo, temos arteriolas e venulas que
envolvem o nefron, que irão fazer o processo de
reabsorção ou secreção de substancias. Logo a partir do
ultrafiltrado, algumas subtancias retornam ao sangue e
outras serão secretadas a partir do sangue para o
ultrafiltrado.
✓ Conforme o ultrafiltrado passa pelas estruturas
do nefron, ele vai sofrendo moficaççoes em sua
constituição, no qual a urina formada tem uma
constitrução semelhante ao plasma mas
difernete em alguns elementos. Logo, quando
temos processos patologicos, temos a secreção
de algumas substancia em maior quantidade.

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❖ FILTRAÇÃO
 Ocorre no corpúsculo renal e corresponde a passagem do filtrado dos capilares glomerulares para o interior da
Cápsula de Bowman
• Filtrado glomerular (ultrafiltrado) semelhante ao plasma do qual foram removidas as proteínas. Isto é,
proteínas de grande peso molecular são retiradas no sangue.
❖ REABSORÇÃO
 Retorno de parte do conteúdo filtrado para a circulação sanguínea
• Reabsorção de nutrientes orgânicos e proteínas plasmáticas de baixo peso molecular e 60% das substâncias
inorgânicas, como íons sódio, cloro, bicarbonato e também temos a
água sendo bastante reabsorvida do ultrafiltrado para o sangue.
❖ SECREÇÃO
 Elementos que não foram filtrados no glomérulo podem ser direcionados
para o os túbulos através dos capilares
• Eliminação de produtos residuais não filtrados pelo glomérulo e
regulação do equilíbrio acidobásico
❖ Excreção = filtração + secreção – reabsorção

SUPRIMENTO SANGUÍNEO
❖ Os rins são órgãos que funcionam bem somente quando recebem uma
irrigação sanguínea farta. Logo, qualquer patologia que comprometa a
irrigação sanguínea vai afetar o funcionamento renal. Assim, é comum que
pacientes cardíacos terem subsequentemente de patologias renais.
❖ Os rins recebem 20 a 25% do débito cardíaco total;
❖ Passam pelos rins ± 4.5 mL de sangue por minuto;
❖ A vascularização é fornecida pela artéria renal (ramo direito da aorta).
❖ Hilo renal:
 Artéria renal → via de entrada do sangue nos rins
 Veia renal e ureter → via de saída

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BEXIGA
❖ É o órgão responsável pelo armazenamento da urina;
❖ Seu tamanho e formato variam conforme a quantidade de líquido armazenado;
❖ Quando cheia pode armazenar cerca de um litro de urina.

VOLUME URINÁRIO
❖ Podem ser considerados normais os limites entre 600 a 2.000 mL de volume urinário diário;
 Abaixo de 500ml por dia temos um quadro de anuria e de 600 a 1000ml temos um quadro de oligúria.
❖ O volume de urina depende da quantidade de água excretada pelos rins, o qual pode ser influenciada:
 Ingestão de líquidos
 Perda de líquidos por fonte não renal, pela sudorese.
 Secreção de ADH (hormônio antidiurético)

VASOPRESSINA OU ADH
❖ Sua produção é dependente do estado de hidratação corporal;
❖ Interfere no processo de reabsorção de água, ou seja, promove uma
antidiurese;
❖ Promove a conservação de água, concentrando e reduzindo o volume da urina.

➢ Obs.: Todos as atividades do sistema urinário são cuidadosamente reguladas para manter a composição e a
concentração dos solutos no sangue dentro dos limites aceitáveis. Logo, o rim é um órgão responsável por
controlar a osmolaridade e, portanto, a concentração sanguínea.

FISIOLOGIA RENAL
❖ Os rins são indispensáveis para a homeostase corporal
❖ Controle do volume e da composição do fluido extracelular, ou seja, do sangue.
❖ Excretam resíduos metabólicos, drogas, pesticidas
❖ Glândula endócrina: sintetizam a eritropoietina, responsável por estimular a eritropoiese, e sintetizam a renina
❖ Realiza gliconeogênese
❖ Inativa insulina e glucagon
❖ Equilíbrio eletrolítico ácido-base
❖ Regulação do pH sanguíneo, principalmente por meio da excreção ou retenção de ions de hidrogênio, amônio e
bicarbonato.
❖ Ativa a vitamina D
❖ Regulação da pressão arterial, principalmente por meio da secreção de renina.

ENVELHECIMENTO E A FUNÇÃO RENAL


❖ Diminuição de 30-40% do número de néfrons funcionais
❖ Redução da filtração glomerular
❖ Redução da sensibilidade ao ADH
❖ Problemas com o reflexo de micção (tônus muscular)

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RESUMO:
❖ O tipo de néfron responsável pela concentração renal é: Justamedular
❖ Quando o corpo está desidratado: A produção de ADH está aumentada, a fim de reter mais água e diluir aquele
volume extracelular que está apresentando uma hiper osmolaridade, que está bastante concentrado.
 Os rins eliminam menos água na urina pela ação do ADH e vão reter mais água para manter a homeostase
em relação a osmolaridade.
❖ O sistema urinário desempenha todas as seguintes funções, exceto: Reter moléculas de glicose em excesso.
 O volume urinário regula o volume sanguíneo, além de contribuir para estabilizar o ph sanguíneo e eliminar
produtos orgânicos residuais.
❖ O processo de filtração ocorre: No corpúsculo (glomérulo) renal.
❖ O processo de reabsorção ocorre no: túbulo contorcido proximal e distal
❖ O processo de secreção ocorre no ducto coletor.

FORMAÇÃO E COMPOSIÇÃO DA URINA E TIPOS DE AMOSTRAS


ANÁLISE DA URINA – E.Q.U
❖ Amplamente solicitado
❖ Amostra de fácil e rápida obtenção
❖ Facilidade e simplicidade de procedimentos.
❖ Informações sobre as principais funções metabólicas:
 trato urinário
 função renal
 doenças metabólicas, hemolíticas e hepáticas
 patologias raras: mioglobinúria e porfirias

COMPOSIÇÃO DA URINA
❖ Substâncias orgânicas (50% do filtrado)
 Ureia (é o mais abundante) e Creatinina
• Confirmam que a amostra é urina
 Ácido úrico
❖ Substâncias inorgânicas (Eletrólitos – sódio, potássio etc)
❖ Água → principalmente formada por água.
❖ Outros (Medicamentos, vitaminas, hormônios)
❖ Não fazem parte do filtrado original, ou seja, do ultrafiltrado:
 Células
 Muco
 Bactérias
 Cristais
 Cilindros

INDICAÇÕES – ANÁLISE DA URINA


❖ De acordo com o Comittee for Clinical Laboratory Standard-NCCLS:
 Auxiliar no diagnóstico de uma doença
 Triagem de uma população quanto a doenças assintomáticas, congênitas ou hereditárias
 Monitorar a evolução de certas doenças
 Monitorar a eficácia ou as complicações de terapias

COLHEITA DA AMOSTRA – CUIDADOS


❖ Recipiente → Limpo, seco, descartável (normalmente esse recipiente também é estéril, fornecido pelo próprio
laboratório).
❖ Identificar o recipiente → Nome completo, Data, Hora, Exames
❖ Verificar o uso de medicamentos e dieta

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❖ Entrega imediata → Análise em até 2 horas ou Refrigeração/conservante adequado


 Alterações in vivo e in vitro
❖ Para colher uma amostra representativa do estado metabólico do paciente, as vezes, é necessário controlar
aspectos como:
 Hora
 Dieta
 Medicamentos
 Métodos de colheita

MANIPULAÇÃO DA AMOSTRA
❖ A urina é um material biologicamente INFECTANTE - procedimentos de biossegurança;
❖ Evitar respingos ou formação de aerossóis quando manusear amostras de urina;
❖ As amostras nunca devem ser centrifugadas sem tampas;
❖ O descarte da urina pode ser feito na pia;
❖ O recipiente deve ser descartado como lixo com risco biológico;
❖ Tanto o recipiente quanto a sua tampa devem ser rotulados.

CONSERVAÇÃO DA AMOSTRA
❖ Estabilidade da amostra: 2h/Tºamb ou 12h/4ºC
 Logo, se amostra não é processada em até 2 horas, ela deve ser refrigerada até o momento da análise.
❖ Método de conservação mais utilizado → REFRIGERAÇÃO
 A amostra deve atingir a temperatura ambiente antes da análise → deixar 30 minutos em temperatura
ambiente.
 Obs.: a amostra sempre deve ser analisada
em temperatura ambiente, pois se a
amostra contiver determinados elementos
químicos em excesso, esses podem
precipitar por ação da refrigeração,
podendo dificultar a visualização de outros
elementos que podem estar presentes na
amostra.
❖ Conservante ideal deve ser bactericida, inibir a
urease, preservar os elementos formados no
sedimento e não interferir nos testes químicos.
 Refrigeração é o conservante físico mais
ideal, porém até o momento não temos
nenhum substância química e física que
apresentem todos esses ideias, logo cada
um tem seu pró e contra para uso.

TRANSPORTE DA AMOSTRA
❖ Etapa importante para o processamento;
❖ Protegidas da luz (degradação de constituintes – bilirrubina (é fotossensível));
❖ Amostras de frascos quebrados ou derramados: risco ocupacional, contaminação da amostra;
 Amostras se tornam inviabilizadas.
❖ Amostras que exigem refrigeração: transporte em recipiente isolante;
❖ Frascos bem vedados com identificação apropriada e solicitação médica → Fornecer informações do paciente.

ALTERAÇÕES NA URINA NÃO PRESERVADA


❖ Alguns elementos possuirão sua quantidade aumenta em decorrência do mal conservação como:
 pH:
• Pode se elevar em função da metabolização da ureia em amônia por bactérias produtoras de
urease/perda de CO2

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A maior parte das bactérias, a gram negativas, elas apresentam urease (enzima que metabólica ureia em
amônia) e com o aumento da produção de amônia, iremos elevar o pH dessa urina.
• Associado a isso, podemos ter uma volatização do CO2 que é uma substancia ácida, que colabora para o
aumento do pH urinário.
 Nitrito
• Aumentam como consequências da multiplicação de bactérias redutoras de nitrato
✓ A maior parte das bactérias, especialmente as enterobacteriases, metabolizam nitrato em nitrito,
aumento a quantidade de nitrito presente na amostra da urina.
 Bactérias
• Multiplicação → se multiplicam pelo calor.
 Turbidez
• Crescimento bacteriano e precipitação do material amorfo como fosfatos e uratos que podem precipitar
e aumentar a turbidez da amostra.
❖ Alguns elementos terão sua quantidade diminuída em decorrência da má conservação como:
 Glicose
• Havendo proliferação bacteriana, teremos um consumo da glicose presente na urina pelas bactérias,
fazendo a Glicólise.
 Cetonas
• Volatilização dos corpos cetonicos e metabolização dos mesmos pela bacteriano
 Bilirrubina
• Exposição a luz/foto-oxidação da biliverdina (pode se degradar por ser fotossensível)
 Urobilinogênio
• Oxidação da urobilina
 Eritrócitos/Cilindros
• Desintegração em urina alcalina diluída
• Obs.: cilindros são estruturas formadas no interior do rim que apresentam uma base de proteínas que
podem se desintegrar se a urina elevar muito o seu pH.
❖ E em decorrência de uma má conservação, podemos ter alterações na cor da urina também.

ORIENTAÇÕES DAS AMOSTRAS – ORIENTAÇÕES


❖ Um exame de qualidade precisa de uma amostra bem colhida, logo precisa orientar os pacientes.
 Imagem da lâmina: visualização da sedimentoscopia → observamos uma amostra rica em células com
citoplasma abundante e núcleos picnótico, sendo células descamativas, logo essa amostra possivelmente é
oriunda de mulher que provavelmente não realizou uma higiene adequada
antes da colheita urinária.
❖ Linguagem clara ao paciente
❖ Objetividade
❖ Salientar a importância de seguir as orientações:
 Amostras de urina podem apresentar aumento de alguns elementos (sem
significado clínico) por falta de higiene adequada ou não ter desprezado o
primeiro jato da urina.
❖ Temos varios tipos de amostras que podem ser enviadas para o laboratorio,
logo o tipo de amostra que iremos utilziar depende do objetivo que o clínico
solicitar.

COLHEITA ESTÉRIL DE JATO MÉDIO


❖ Fazer a higiene das mãos e genital antes da coleta;
❖ Desprezar o primeiro jato da urina no vaso e colher o jato médio da micção em frasco estéril;
❖ A urina ideal é a primeira urina da manhã (por ser mais concentrada) ou que tenha permanecido no mínimo 2h
na bexiga (é uma urina que tem tempo para acumular em sua constituição elementos que são importantes para
detecção de patologias);
❖ Orientar para que preferencialmente se evite a relação sexual anterior à coleta.

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❖ Orienta-se também que as mulheres não coletem a urina em período menstrual, ou seja, se possível realizar
uma semana após o termino do período menstrual, caso não seja possível, realizar a coleta com tampão vaginal.

PRIMEIRA AMOSTRA DA MANHÃ


❖ Urina concentrada
❖ Detecção de substâncias químicas e elementos
❖ Amostra ideal
❖ Coletar a amostra imediatamente após se levantar

AMOSTRA ALEATÓRIA
❖ Fácil obtenção (aguardar 2h da última micção) – jato médio
❖ Menor desconforto
❖ Triagem – detecção de anormalidades evidentes
❖ Alterações pela ingestão de alimentos ou exercícios físicos

AMOSTRAS DE URINA
❖ Jato médio da segunda urina da manhã
 Amostra ideal para a avaliação de doenças renais e pesquisa de dismorfismo eritrocitário (a presença de um
determinado percentual de hemácias dismorficas é compatível com doenças glomerulares → logo essa
amostra deve ser o jato médio da segunda urina da manhã);
❖ Colheita do primeiro jato e do jato médio da primeira urina da manhã (em frascos separados, associado à
urocultura):
 Padrão de análise realizado para diagnóstico diferencial de doenças urológicas e uretrais.

AMOSTRAS EM JEJUM
❖ Trata-se da segunda urina da manhã;
 Resultado da segunda micção, após um período de jejum.
❖ É recomendada para monitoramento da glicose;

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❖ Muitos laboratórios utilizam esta amostra para o exame de urina de rotina.

AMOSTRAS DE 24 HORAS
❖ Normalmente é utilizada para fazer mensuração da DCE – depuração da creatinina endógena, que avalia
principalmente a função glomerular.
 Uma amostra de 24hrs representa todo volume urinário em um período de 24hrs.
❖ No dia que iniciar a colheita de urina, pela manhã, desprezar totalmente o volume urinário na primeira micção.
 No início e no fim da coleta, a bexiga estará vazia.
❖ O paciente deve anotar a hora de cada micção;
❖ Para conservar a urina, o frasco plástico - limpo e livre de produtos químicos – deverá ser mantido refrigerado
durante todo o período da colheita.
❖ Ao fim das 24 horas, toda a urina colhida será entregue ao laboratório.
❖ A análise quantitativa de diversas substâncias na urina varia durante o dia, a urina de 24 horas fornece uma
média que expressa melhor o que acontece no corpo (testes de filtração glomerular, exames de depuração).
❖ Essa amostra de 24 horas não é utilizada para realização do E.Q.U.

AMOSTRAS COLHIDA POR CATETER


❖ Amostra colhida em condições estéreis, pela colocação de um cateter
através da uretra até a bexiga;
❖ Amostra destinada principalmente para urocultura ou para avaliação da
função renal.
❖ Processo:
 Fechar o coletor
 Fazer a assepsia do botão (junção entre cateter e
tubo coletor) com álcool a 70º;
 Introduzir uma seringa com agulha;
 Aspirar a urina;
 Reabrir o botão;
 Identificar e enviar imediatamente ao laboratório.

AMOSTRA DE PUNÇÃO SUPRAPÚBICA


❖ Urina é colhida por uma agulha que é introduzida até
a bexiga;
 Aceitar somente amostra em seringa.
❖ Ideia: obter uma urina diretamente da bexiga afim de diferenciar uma infecção urinaria alta de uma
baixa.
❖ Devido a condição estéril da bexiga, a amostra está isenta de bactérias;
❖ Pode ser utilizada para exame citológico

AMOSTRA PEDIÁTRICA
❖ Realizada por meio de coletores de plástico transparente, macios, com
adesivo hipoalergênico que se fixam à área genital;
❖ Deve-se tomar cuidado para não tocar no interior do saco coletor.
❖ Cuidados: correta higiene da genitália da criança.
 O prazo coletor tem prazo de 2 horas, ou seja, se a criança não urinou em
duas horas, deve-se retirar o saco coletor e fazer uma nova higiene e colocar outro saco
coletor novo.

REJEIÇÃO DA AMOSTRA NO LABORATÓRIO


❖ Frasco inadequado ou com sinal de dano;
❖ Identificação inadequada;
❖ Tempo de coleta > 2h;
❖ Contaminação visível (fezes, substâncias químicas ou material em suspensão);

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❖ Volume insuficiente;
 Exame de urina é padronizado em 10ml, se recebemos um volume muito inferior, verificamos a possibilidade
de uma nova colheita de amostra, porém deve-se observar que especialmente em RN e bebes não
conseguimos um volume de 10ml, assim, realizamos o exame e coloca uma observação no laudo do paciente
que o volume foi X e que pode apresentar um preparo prévio.
❖ Quando não houver preparo prévio pelo paciente (higiene ou relação sexual).

MULHERES EM PERÍODO MENSTRUAL


❖ Na medida do possível, deve-se evitar a coleta de urina durante o período menstrual e realizar o E.Q.U após uma
semana;
❖ Somente nas UTIs e, neste caso, usar tampão vaginal antes da coleta e fazer higiene adequada;
❖ Resultado com falsa hematúria e proteinúria.

CONTROLE DE QUALIDADE
❖ 70% dos erros: fase pré-analítica
❖ Problemas na coleta: idosos, crianças, orientação inadequada quanto a assepsia.
❖ Transporte e conservação antes da análise:
 Máximo de espera: 2 h
 Refrigerar a amostra - geladeiras e maletas térmicas

RESUMO
❖ Qual é o melhor método de escolha para a conservação de amostras para exame de urina de rotina? Refrigeração
❖ Um fluido não identificado é recebido no laboratório com solicitação para determinar se é urina ou outro fluido
corporal. Utilizando testes laboratoriais de rotina, quais exames poderiam determinar que provavelmente o
líquido é urina: Ureia e creatinina
❖ Qual é amostra de escolha para exame de urina de rotina? Primeira urina da manhã
❖ O método correto para a identificação dos frascos de amostras de urina é o seguinte: Coloque a etiqueta no
recipiente
❖ Quais mudanças pode vir a ter uma amostra sem conservante, coletada às 8 h da manhã, que permaneceu em
temperatura ambiente até a tarde:
 Diminuição da glicose e cetonas.
 Aumento de bactérias e nitrito.
❖ Preparação das amostras para a análise
 Volume: < 10 mL não permitem que o procedimento padronizado seja cumprido (valor qualitativo) →
informar no laudo
 Coloração:
• Sangue, medicamentos (alteram a cor da amostra e prejudicando os resultados físico-químicos)
• Nos casos de haver pigmentação intensa da amostra, reportar no laudo do exame as seguintes
observações para justificar qualquer resultado que esteja falsamente aumentado nestas situações
✓ Urina de cor medicamentosa, ou
✓ Urina de aspecto hemorrágico
✓ Exame físico-químico prejudicado pela pigmentação
intensa da amostra
 Após a inspeção, homogeneizar o frasco com a amostra de
urina e transferir 10 mL para um tubo cônico para proceder a
fase analítica

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E.Q.U
❖ Cada etapa é uma orientação para a etapa seguinte, logo cada resultado é compatível com a análise anterior.
❖ EXAME FÍSICO
 Volume (desuso)
 Cor
 Aparência
 Densidade
 Odor (desuso)
❖ EXAME QUÍMICO
 pH
 Proteína
 Sangue e hemoglobina
 Bilirrubina e urobilinogênio
 Glicose e cetonas
 Nitritos e esterase leucocitária
❖ SEDIMENTOSCOPIA
 Células epiteliais
 Hemácias
 Leucócitos
 Outros: cilindros, cristais, bacteriúria

EXAME DE URINA DE ROTINA: EXAME FÍSICO


❖ Fornecem informações como cor, volume, aspecto, densidade e odor.

IMPORTÂNCIA
❖ Fornece informações preliminares que podem estar associadas a:
 Distúrbios
 Hemorragia glomerular
 Hepatopatias
 Erros inatos do metabolismo
 Infecção do trato urinário
❖ Todas informação que iremos encontrar no exame físico, temos que ter uma confirmação ou explicação nos
achados no exame químico e/ou microscópico do sedimento urinário.

RECOMENDAÇÕES PARA AVALIAÇÃO


❖ Amostra bem homogeneizada
❖ Recipiente adequado
❖ Volume adequado
❖ Observação contra fundo branco
❖ Luz adequada
❖ Os resultados observados no exame físico, não necessariamente deverão fazer parte do laudo/resultado da
análise, na qual a decisão cabe a cada laboratório. Porém, devem ser relatados variações na cor e no aspecto da
amostra.
➢ Obs.: “Todo teste laboratorial deve ser correlacionado com o quadro clínico do paciente, sem o qual a
interpretação do resultado é apenas relativa.”

ASPECTOS DO EXAME FÍSICO


❖ COR
 Varia de um tom incolor até uma urina mais escura
• Influenciada por: alimentos, quadros patologicos diversos e
medicamentos.
 Normalmente essa urina é composta por diferentes tonalidades de amarelo.

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• Temos a presença de 3 principais pigmentos nessa urina:


✓Uroeritrina: pigmento rósea-avermelhado → conseguimos fazer uma quantificação melhor dele em
amostras refrigeradas, que esse pigmento se liga ao urato caso esteja presente na amostra e irá formar
um precipitado rósea, conseguindo visualizarmos cristais de urato.
✓Urobilina: pigmento produzido a partir da redução da bilirrubina pelas bactérias intestinais e será
excretado pelos rins e o observamos na coloração da urina.
✓Urocromo: pigmento que é excretado constantemente na urina, pois ele é derivado da urobilina que
varia do amarelo a uma coloração âmbar que caracteriza a cor da urina como amarela.
✓Uroetrinina e urobilina possuem concentração variáveis, podendo ou não estar presenta na amostra de
urina. Porém, o urocromo tem uma presente constante.

 Representa o índice de concentração urinária e hidratação


 Indica a presença de patologias
 Diferenças de termos utilizados entre laboratórios
•Padronização importante
•Treinamento de pessoal
❖ Variações na coloração da urina
 A urina varia na aparência, dependendo principalmente do seu nível de hidratação. A urina normal é uma
solução transparente que varia do incolor ao âmbar, mas geralmente é amarela pálida.
 Cores castanhas podem ser inofensivas ou podem indicar sérios problemas.
 Procure orientação médica para um diagnóstico atualizada de cores incomuns.
 Legenda imagem: se a urina corresponder as
cores numeradas de 1 a 3, condiz em um
indivíduo bem hidratado. Porém, se a urina
estiver de 4 a 8, a pessoa está desidratada e
precisa ingerir mais líquido no qual suas
funções metabólicas não estão sendo
realizadas em formato ideal.
❖ Causas que correspondem a alteração na cor:
 Marrom/Preta:
• Melanina: conseguimos associar ao melanona maligno, no qual teremos liberação de melanina na urina
que irá pigmentar ela com uma coloração mais escura.
• ácido homogentísico: associado a erros inatos do metabolismo.
• Porfirinas
• Alcaptonúria (uma das características é a urina escurecer após horas de exposição ao ar) –
• Hemocromatose
 Laranja: Compostos derivados da piridina
• fenazopiridinas, rifampicina e varfarina
• Estado de desidratação (urina muito concentrada)
• Presença de sangue e de bilirrubina.
• Alimentos: cenoura; páprica e urucum.
• Pyridium: cloridrato de fenazopiridina → produz uma coloração vermelho-alaranjado na urina e nas fezes.
 Amarelo: Urina normal
 Amarelo vivo,verde ou mesmo azul
• Medicamentos - antissépticos urinários e vitaminas
• Amarelo escuro: acido fólico – medicamento vitamina B9 e folacina.
• Amarelo-esverdeado: anitta.

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• Amarelo escuro – marrom: metotrexato: sintomas de efeito no fígado.


 Verde: Pseudomonas → realizar uma urocultura.
• Alimento: aspargo e espinafre.
 Vermelho- Rosa: Hemoglobina (exame químico e microscópico nos deixa associar) ou beterraba
• amora ou corantes • Síndrome da fralda vermelha - S.marcescens não patogênica • fenolftaleína,
pyridium e fenitoína
• Alimentos: ruibarbo; beterraba; amora.
• Rabdomiólise (mioglobinúria)
 Acastanhada:
• Bilirrubina, caroteno, antimaláricos, vitaminas
do complexo B, nitrofurantoína
 Âmbar: aumento da Bilirrubina ou da urobilina
 Roxa: Bactérias que alcalinizam a urina: Providencia
stuartii, Klebsiella pneumoniae, Pseudomonas aeruginosa, Escherichia coli ou Enterococcus. Mais comum
em pacientes acamados, que utilizam cateter vesical.
 Azul-esverdeada: Medicamentos
• Adriamicina, amitriptilina e indometacina
• Infecções por P. aeruginosa; -
• Hipercalcemia benigna familiar (Síndrome da fralda azul).
• Medicamento sepurin: indicado no alívio da disúria através da redução da carga bacteriana e na profilaxia
de infecções vesicais. É excretado na urina e nas fezes, produzindo uma coloração azulada ou esverdeada.
• Medicamento Cystex: coloração azul intensa na urina. Ação parecida com as penicilinas, por inibir a síntese
das paredes das células bacterianas, tanto gram positivas quanto gram negativas.

❖VOLUME
 Fatores que influenciam:
• Quantidade de líquidos ingeridos
• Perda de fluídos por fontes não-renais, sudorese, vômitos etc.
• Variações nas concentrações de ADH – responsável por diluir ou concentrar a nossa urina.
• Necessidade de excretar solutos (sais e glicose)
 Volume médio: 1,2 a 1,5 litros/24h
 Limites normais: 0,6 a 2,0 litros/24h
 Anuria:
• <100 ml/24h
• Lesão renal grave
• Diminuição do fluxo sanguíneo para os glomérulos
 Oligúria
• <400mL/24hr
• Desidratação (vômitos, diarreia, transpiração, queimaduras)
• Lesão renal grave
• Diminuição do fluxo sanguíneo para os rins
 Nictúria
• >500ml/noite
• Elevação do volume urinário noturno, associado principalmente a pacientes diabéticos. Associados a
poliúria.
 Poliúria
• +2000 ml/24h
• Diabetes, medicamentos (diúretos), cafeína e álcool.

❖ ASPECTO:
 Refere-se a transparência da amostra

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 Aspecto x Patologias
 Recipiente transparente
❖TURVAÇÃO
 Associada as variações do aspecto.
 Nem sempre a turvação é indicativa de patogenicidade
 Pode ocorrer em decorrência da presença de: Cristais; Leucócitos; Hemácias; Células
epiteliais; Bactérias; Lipídeo; Leveduras; Material fecal; Materiais externos (talco,
contraste).
• Logo dependem também do processo de conservação.
 Não-patológico:
• Refrigeração; Células epiteliais; Muco; Precipitado amorfo; Sêmen; Contaminação fecal; Contraste
radiográfico; Talco; Cremes vaginais.
 Patológico:
• Hemácias; Bactérias; Fungos; Células epiteliais não escamosas; Cristais anormais; Linfa; Lipídeos.

❖DENSIDADE ESPECÍFICA
 Representa a concentração de sólidos totais dissolvidos na urina;
• Ureia (20%), cloreto de sódio (25%), sulfato e fosfato → todos estarão dissolvidos na urina e a
concentração desses sólidos irão nos determinar qual a densidade dele.
 Varia conforme o volume urinário e a quantidade de solutos excretados
• Indicador de hidratação e capacidade de concentração e diluição dos rins
 A densidade é definida em comparação com a densidade de mesmo volume de água destilada e na mesma
temperatura.
 Interpretação: ter em mente que a densidade da água é 1 → 1,000; logo a densidade das amostras serão
semelhantes a densidade da água.
• Densidade normal: 1,003 a 1,035
• Densidade < 1,007 → Hipostenúria (normalmente associados a indivíduos com Diabetes – devido a
poliúria, ou seja, eles urinam mais durante o dia, logo a urina é mais diluída)
• Densidade = 1,010 → Isostenúria (Dano renal grave – perda da capacidade de concentração e diluição da
urina e ela mantem esse intervalo de 1,010)
• Excreção prolongada de urina de baixa densidade ocorre em casos de pielonefrite e glomeronefrite;
• Casos de densidade elevada após perda excessiva de água, insuficiência adrenal ou cardíaca,
desidratação, proteinúria, glicosúria, nefrose lipídica e restrição de água.
 Observação: Para a classificação entre hipostenúria e isostenúria não se deve considerar amostras isoladas.
A determinação ocorre quando repetidas amostras de urina apresentarem os valores de referência
associados à essa classificação. Além disso, deve-se considerar outros aspectos que podem estar interferindo
nos resultados.
• Para determinar a hipostenúria e isostenúria não iremos avaliar a amostra de maneira individual, logo
precisamos manter diversos exames de urina e comparar com outros aspectos, como exames químicos e
microscópicos além da condição clínica do paciente para assim determinar realmente se a densidade do
paciente é hipostenúria ou isostenúria.
 Interpretação:
• Pode diferenciar diabetes insípido e diabetes melito. Ambas as doenças provocam grande volume
urinário, entretanto, no diabetes insípido, a gravidade específica é muito baixa devido a deficiência de
hormônio antidiurético, logo a densidade sempre se manterá baixa, pois o ADH concentra a urina, logo
se temos baixa dele, a urina estará mais diluida.
• Uma vez que a gravidade específica varia ao longo do dia, uma única leitura aleatória pode não fornecer
ao médico informação suficiente, de modo que uma coleta de amostra de 24 horas pode ser solicitada.
 Equipamentos medição de densidade:
• Urodensímetro:
✓ Hidrômetro adaptado para medir diretamente a densidade da urina em temperatura ambiente;
o ±3°C da temperatura ambiente, correção de 0,001

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o Correção sobre a quantidade de glicose (1g/dL eleva a densidade em 0,004) e proteína (1g/dL
eleva a densidade em 0,003)
✓ A densidade é representada pelo nível que o Urodensímetro afunda;
✓ Exige grande volume de amostra;
✓ A urodensimetria é menos exata que outros métodos disponíveis e não é recomendada pela CLSI.
✓ Precisamos de grande volume para colocar na proveta.
• Refratômetro:
✓ Determina a concentração de partículas dissolvidas na amostra por índice de refração →
Comparação da velocidade da luz no ar com a velocidade da luz na solução.
✓ Vantagens:
o Pequeno volume de amostra (1 ou 2 gotas)
o Não há necessidade de correção da temperatura (compensada 15,5 à 37,7ºC)
• Tiras reativas:
✓ Praticidade no exame de urina → forma mais usada.
o A tira reativa é um plástico com almofadas com determinados reativos para conseguirmos
realizar a identificação dos parâmetros químicos.
✓ Alteração no pK (constante de dissociação) do polieletrólito ionizado liberam íons H+ que provocam
a queda do pH;
✓ Níveis elevados de proteínas aumentam, ligeiramente, a leitura;
✓ Valores próximos a 1,000: confirmar por outro método;
✓ Avaliação pelo indicador azul de bromotimol: principal composto da tira reativa para que
conseguimos fazer determinação de faixas de intervalo em relação a densidade. Valores próximos a
1, temos que confirmar por outro método, pois é associado a densidade da água, além de termos a
possibilidade de interferência de níveis elevados de proteínas que podem aumentar ligeiramente a
leitura, promovendo um falso positivo.

❖ODOR
 Normalmente não faz parte o exame → desuso;
 Causas de maus odores:
• Infecções bacterianas
• Ingestão de alimentos (aspargos)
• Fenilcetonúria (cheiro de rato)
• Urina recém eliminada: sui generis
 Amostra em repouso: odor de amônia predominante.

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EXAME DE ROTINA: EXAME QUÍMICO


❖ Exame contempla análise: pH, proteína, sangue e hemoglobina, bilirrubina e urobilinogênio, glicose e cetonas,
nitritos, leucócitos e densidade.
❖ Tipos de análise: manual (tiras reativas); semiautomatizada e automatizada.

TIRAS REATIVAS
❖ Meio simples e rápido de realizar várias análises bioquímicas simultâneas;
❖ É necessário conformiar os resultados das tiras reagentes com método não
colorimétrico em amostras coloridas em alguns tipos de casos.
❖ Condensa a informação de 10 parâmetros em até 2 minutos.
 Análise ficou mais otimizada e rápida.
❖ As tiras reativas de urina constituem um meio simples e rápido de realizar dez ou
mais análises bioquímicas clinicamente importantes, como pH, proteínas, glicose,
cetonas, hemoglobina, bilirrubina, urobilinogênio, nitrito, densidade e leucócitos.
❖ Tiras de papeis absorventes impregnadas por substâncias químicas e presos em tiras
de plástico;
 Almofadinhas que possuem substâncias químicas que determinam as reações e a
quantidades dos parâmetros analisados.
 Almofadas apresentam colorações diferentes que durante a análise irá apresentar
variações dessas conforme os aspectos analisados.
 Avaliação conforme fornecedor.
❖ Vantagens:
 Fácil utilização – Tiras simples ou múltiplas;
 Realização de 10 ou mais análises bioquímicas clinicamente importantes.
 Pouco espaço físico e pessoal
 Maior reprodutividade
 Baixo custo
 Conveniência
 Rapidez
 Pequeno volume de urina
❖ Instruções e uso → todo processo de avaliação do exame químico sempre irá se basear em relação a tira reativa.
1) Homogeneizar bem a urina não centrifugada
2) Submergir completamente todas as áreas da tira
3) Retirar a tira imediatamente de dentro do recipiente pela borda afim de eliminar o excesso.
4) Eliminar o excesso de urina em papel absorvente
5) Aguardar o tempo recomendado para a reação → iniciar pelos que possuem menor tempo, ou seja, de baixo
pra cima, iniciar pela glicose (30seg) até chegar aos leucócitos (2minutos)
6) Fazer a leitura de acordo com orientação do fabricante
❖ Cuidados:
 Não devem ser utilizadas após a data de expiração;
 Devem ser guardadas no frasco original;
 Não expor à luz nem umidade;
 Frascos bem fechados e em temperatura adequada;
 Retirar pequenas quantidades para uso;
 Evitar usar tiras de diferentes frascos;
 Respeitar o tempo correto de leitura das reações
❖ Causas de erro:
 Excesso de:
• Urina na tira → acaba transbordando para as almofadas do lado.
• Tempo de análise
✓ pH - 30 seg | Leucócitos – 120 seg
 Pouca iluminação
 Amostra refrigerada → deixar ela em temperatura ambiente para não provocar interferência.

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AUTOMAÇÃO
❖ Diminui a subjetividade da leitura – olhar da tira reativa diferente entre os colaboradores dos serviços;
 Diminui as diferenças de resultados entre os operadores e acaba padronizando o resultado.
❖ Melhor reprodutibilidade, agilidade e discriminação das cores;
❖ Automação ajuda na:
 Liberação dos resultados das amostras normais sem a necessidade de revisão microscópica manual;
 Sinalização correta do sistema de automação para a presença de elementos patológicos nas amostras;
• Indica se tem cilindro, bacteriúria, cristal, levedura etc.
 Maior tempo disponível para os analistas se dedicarem a análise das amostras com elementos patológicos;
 Maior agilidade na liberação dos resultados.
 Permitem a análise de grandes quantidades de amostras em pouco tempo;
 Requerem pouco volume de amostra;
 Apresentam acurácia aceitável para RBC, WBC e células epiteliais escamosas;
 Fornecem resultados quantitativos com coeficientes de variações pequenos;
 Deixam maior tempo livre para análise manual de amostras complexas.
❖ Limitações da automação:
 Classificam os cilindros apenas como hialinos ou patológicos, não identificando os subtipos;
 Identificam apenas a presença de cristais, mas não classificam os subtipos;
 Não identificam lipídeos;
 Microscopia manual necessária para amostras com alta complexidade.
❖ Diferentes metodologias, podendo:
 Medir a reflexão da luz a partir da superfície das tiras;
 Comparar a luz emitida com padrões e detecta a concentração presente na amostra.
❖ A Solução adequada para cada rotina → imagem
❖ Analisador de urina cobas u 601
 Automatização na análise físico-químia de urina

 Característica do equipamento:
•Rendimento de até 240 amostras / hora
•Tempo de incubação: 60 segundos
• Tempo de ciclo: 15 segundos
• Carregamento contínuo de 75 amostras em bandeja com 15 racks
 Nova geração de sistema de tira de teste
• Nova tecnologia de fotômetro para leitura de tiras: um sensor de imagem realiza medições fotométricas por
reflectância em cada campo da tira de teste, com 4 comprimentos de onda.

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•Essa nova tecnologia permite a diferenciação de eritrócitos intactos e lisados até 50 e/Ul, evitando falhas de
medição causadas por poeira, baixo volume de amostra ou posicionamento errado da tira de teste etc, para
assegurar resultados confiáveis.
• Tiras com resistência ao ácido ascórbico
• A malha de nylon garante o desenvolvimento de cor uniforme através da penetração uniforme de urina na
área de teste.
 Facilidade de uso
• Conceito conveniente de cassete de 400 tiras, com embalagem protegida da umidade com tecnologia RFID e
pronto para uso
• Minimizando a intervenção do operador com aumento da produtividade.
• Tela touch screen 19’’
• Interface intuitiva, melhorando gestão do Controle de Qualidade

CONTROLE DE QUALIDADE
❖ Testar os frascos com controles;
 Frequência conforme laboratório
❖ Controles comerciais ou caseiros;
❖ Participação em controle externo;
❖ Registrar todos os procedimentos de controle e o número dos lotes das tiras.

TRIAGEM BIOQUÍMICA
GLICOSE
❖ Exame bioquímico mais realizado devido ao acompanhamento de diabetes mellitus;
❖ Normalmente, não há glicose na urina;
 Em circunstâncias normais, a glicose é filtrada pelo glomérulo e é reabsorvida no túbulo contorcido proximal.
❖ Glicosúria – quantidades detectáveis de glicose na urina;
 Em caso de hiperglicemia (valores sanguíneos > 180 ou 200 mg/dL) a capacidade de reabsorção é excedida e a
glicose é excretada na urina.
 Logo a glicose só estará presente na urina se excedermos a capacidade de reabsorção renal, isto é, 160 a 180
mg/dL, logo o excesso de glicose será encontrado na urina.
 São necessários outros exames para determinar a causa de glicosúria.
 Possíveis causas:
• Diabetes mellitus
• Reabsorção tubular diminuída: Doença renal avançada
• Lesões do sistema nervoso central (SNC)
• Período pósprandial, após ingestão de grandes quantidades de carboidratos
• Administração de certos medicamentos (tiazídicos, corticosteroides)
• Estresse emocional
• Distúrbios endócrinos de pituitária e da suprarrenal
• Gravidez
❖ Tiras reativas: Método da glicose oxidase e peroxidase
 Resultado em sistema de “cruzes” ou em medidas quantitativas (recomendado pela American Diabetic
Association) variando conforme o fabricante.
 30 segundos para análise.

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 Interferentes
• Falso positivo:
✓ Peróxido ou detergentes oxidantes fortes que vão interferir na reação da glicose oxidase e da
peroxidase.
• Falso-negativos
✓ Ácido-ascórbico (impede a oxidação do cromógeno)
o Alto nível de cetonas
• Menor sensibilidade do teste
✓ Gravidade específica elevada
o Baixa temperatura da amostra
• Não há interferência de outros açúcares pois o método é específico para glicose.

BILIRRUBINA
❖ Pigmento amarelo oriundo da degradação da hemoglobina;
❖ Indicador precoce de doença hepática;
 Positivo antes da ocorrência de icterícia → sendo um sinal clínico associado a essa alteração.
❖ A urina apresenta formação de espuma amarela ou amarela-esverdeada após agitação.
 Durante a micção podemos observar a
espuma associada.
❖ >1,2 mg/dL de bilirrubina conjugada no sangue
é detectada na urina → obstrução do ducto
biliar
❖ Quando temos presença de bilirrubina na
urina, essa é denominada bilirrubinúria está
associada com urina cor âmbar com espuma e
fezes descoradas (ausência do pigmento).
❖ Detecção precoce para:
 Hepatite; cirosse; doenças da vesícula biliar;
câncer
❖ Processo de degradação da Hemoglobina até a presença de Bilirrubina na
urina:
 Hb degradada em ferro, protoporfirina e globina
 Protoporfirina será convertida em Hb não conjugada que se ligará a
albumina que será direcionada ao fígado, onde teremos
ligação/transformação dessa bilirrubina não conjugada para uma
conjugada, que se ligará ao ácido glicurônico
 Essa Bilirrubina conjugada será direcionada através da vesícula biliar
para o intestino delgado.
 No momento que ela estará no intestino delgado, ela sofre uma ação
bacteriana e se transforma em urobilinogênio
 O urobilinogênio sofre oxidação, promovendo a formação de dois
pigmentos:
• Urobilina e estercobilina → responsáveis por pigmentar as nossas
fezes.
 Logo, a bilirrubina será detectada na urina devido a uma obstrução
biliar pois no momento que tivermos um problema na vesícula biliar
que direciona a bilirrubina conjugada para o intestino delgado pra ser
transformado em urobilinogênio, a gente impede que ocorra a
receptação dessa bilirrubina pro plasma. Isto é, teremos o excedente
sendo excretado, ou seja, passando pela barreira renal e por isso
teremos a excreção]ao de bilirrubina pelos rins e ocorrência de
bilirrubina na urina.
❖ Tiras reativas

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 Reação do diazo
•Urina combina-se com sal de diazônio podendo ter difícil interpretação devido a influencia de pigmentos
presentes na urina.
 Difícil interpretação devido a influência de outros pigmentos presentes na urina.
• Testes confirmatórios devem ser realizados em todas as amostras com resultado questionável.
 Resultado em sistema de “cruzes” ou em medidas quantitativas.
• Falso positivos: pigmentos na urina
• Falsos negativos: amostras exposta a luz e mal conversada
• Redução da sensibilidade: presença de acido ascórbico e nitritos (combinam com sal diazônio)

UROBILINOGÊNIO
❖ Pigmento biliar resultante da degradação de hemoglobina → não de forma direta como a bilirrubina;
❖ Produto da conversão de bilirrubina em urobilinogênio e estercobilinogênio pelas bactérias intestinais;
❖ < 1 mg/dL ou uma unidade de Ehrlich de urobilinogênio na urina é considerado normal;
 Ao circular no sangue, pode passar pelos rins e é filtrado pelo glomérulo.
 A barreira glomerular não impede a passagem de urobilinogênio, logo possui passagem livre podendo ser
excretado na urina.
❖ Ocorrência:
 Transtornos hemolíticos
 Lesões hepáticas
 Desidratação + Febre + Urina concentrada
❖ Ausência: decorrente da obstrução do ducto biliar
❖ O urobilinogênio será reabsorvido pela circulação enterohepatica e será reexcretado pelo fígado. Além disso,
temos direcionamento da excreção de urobilinogênio na urina.
 Temos uma excreção consideradas normais tanto de bilirrubina e urobilinogênio na urina.
❖ Detecção precoce de doenças hepáticas
 Menor capacidade do fígado de processar o urobilinogênio reabsorvido, logo, quando ocorre a reabsorção
pela circulação enterohepatica, quando o fígado tiver algum dano, o urobilinogênio não será reexcretrado,
Logo teremos um excesso de urobilinogeio na urina de forma a eliminar esse excesso circulante.
❖ Qualquer alteração nesse mecanismo, seja pela maior quantidade de bilirrubina formada, seja por lesão hepática
que impeça a excreção do urobilinogênio reabsorvido, acarreta aumento do urobilinogênio no sangue e posterior
excreção elevada pela urina.
❖ Tiras reativas
 Reação da tira reativa difere conforme o fabricante
 Tempo de observação: 60 segundos
• Falso-positivo:
✓ urina muito pigmentada
✓ 2 a 3h após as refeições – maior excreção de urobilinogênio.
• Falso-negativo:
✓ ↑ nitrito, amostra mal preservada;
✓ Sensibilidade à luz - análise imediata, armazenar em recipiente escuro.

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DOENÇA HEPATOBILIAR
❖ A bilirrubina direta que não será excretada devido a lesão hepatobiliar, logo essa bilirrubina que é hidrossolúvel,
ela irá refluir para o sangue.
❖ Essa bilirrubina conjugada é solúvel no plasma e, portanto, filtrada pelos glomérulos renais; conforme a
concentração aumenta no sangue, aumenta a sua excreção renal
 Rim consegue eliminar a bilirrubina normalmente.
❖ Acarreta uma obstrução biliar, a bilirrubina que chega ao intestino é reduzida, causando diminuição na produção
de urobilinogênio, podendo negativar sua pesquisa na urina.
❖ Um indivíduo com uma doença hepatobiliar teremos uma alta concentração de bilirrubina circulante no sangue,
caracterizando uma Icterícia e acolia (fezes descoradas – justamente por não termos a formação dos pigmentos
nas fezes)

DOENÇA HEMOLÍTICA
❖ Marcadores:
 Excesso de urobilinogênio na urina
 Ausência de bilirrubina na urina
❖ Processo:
 Há um aumento acentuado na produção da bilirrubina indireta → degradação maior de Hb que formara o Fe,
protoporfirina e globina.
 Como o fígado está normal, grande quantidade de bilirrubina direta é produzida e lançada no intestino, com
consequente conversão em urobilinogênio.
 Há um aumento da reabsorção de urobilinogênio em nível intestinal, elevando o nível sanguíneo e
aumentando sua excreção no nível renal.
 Não ocorre excreção de bilirrubina pela urina, uma vez que a fração que está aumentada é a indireta, não
solúvel e que circula ligada às proteínas, não sendo filtrada.

CETONAS
❖ Cetonas representa os três produtos intermediários do metabolismo da gordura → cetonas são oriundas da
metabolização de ácidos graxos.
 Acetona (2%)
 Ácido acetoacético (20%)
 Ácido beta-hidroxibutírico (78%)
❖ Cetonas não são encontradas normalmente na urina;
 A gordura metabolizada é decomposta em dióxido de carbono e água.
❖ A excreção de cetonas na urina é chamada cetonuria
❖ Cetonúria
 Defeito no metabolismo, problemas na absorção de carboidratos ou quantidade inadequada de carboidratos
na dieta fazendo com que o corpo utilize essa fonte alternativa de energia (Acidos graxos)
 Causas:
• Jejum prolongado
• Após exercícios físicos intensos
• Dietas para redução de peso
• Frio intenso
• Diabetes mellitus
• Febre
❖ TIRAS REATIVAS
 Reagente: Nitroprussiato de sódio
• Em meio alcalino, as cetonas reagem com o nitroprussiato de sódio e produzem uma cor púrpura
predominante → independente do fornecedor ele fará esse processo.
 Resultado em sistema de “cruzes” ou em medidas quantitativas
 Interferentes: amostra não conservadas, promovendo um resultado falso negativo (volatilização da acetona
e degradação do ácido acetoacético por bactérias), fenilcetonas e metabólitos de L-dopa (reação de cor).

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GRAVIDADE (DENSIDADE) ESPECÍFICA


❖ Representa a concentração de sólidos totais dissolvidos na urina;
 Ureia (20%), cloreto de sódio (25%), sulfato e fosfato.
❖ Densidade baixa pode refletir a perda de funcionalidade renal → pode ser não quer dizer que é necessário.
 Densidade influencia na morfologia de hemácias e leucócitos.
❖ Varia conforme o volume urinário e a quantidade de solutos excretados
 Indicador de hidratação e capacidade de concentração e diluição dos rins
❖ A densidade é definida em comparação com a densidade de mesmo volume de água destilada e na mesma
temperatura.
❖ Tiras reativas:
 Azul de bromotimol: marcador associado a reação.
 É uma reação associada ao pH.
 Densidade de 1 é presente na auga logo é necessário fazer um teste confirmatório para saber porque estão
tão diluída.
 Tempo de avaliação: 45 segundos

pH
❖ Pulmões + Rins → principais reguladores do equilíbrio ácidobásico no organismo;
❖ Secreção de H+, NH4, H3PO4 , e reabsorção de HCO3
❖ Um indivíduo hígido apresenta pH de 5,0 a 6,0 na 1° urina da manhã → urina mais acida;
❖ Após as refeições o pH fica mais alcalino;
❖ Amostras aleatórias variam entre 4,5 a 8,0.
❖ Não há valores anormais de pH urinário
 Avaliação do pH em conjunto com o valor do equilíbrio ácido-básico do sangue, função renal, presença de
infecção no trato urinário, ingestão de alimentos e tempo de coleta da amostra.
❖ Significado clínico
 Alcalose respiratória/metabólica
 Acidose respiratória/metabólica
 Anormalidades na secreção e reabsorção de ácidos e bases pelos túbulos renais
 Precipitação de cristais e formação de cálculos
 Indivíduos com dieta rica em proteínas e carne apresentam urina mais ácida
 Em dietas vegetarianas, uso de medicamentos alcalinizantes e com ITU → urina alcalina
❖ Tiras reativas
 Sistema de indicador duplo → Vermelho de metila (pH 4 a 6) e Azul de bromotimol (pH 6 a 9);
 Utilizar urina recente (pH e bilirrubina são os principais aspectos que vão “prejudicar” o controle → fazem com
que não conseguimos mais utilizá-los ao passar do tempo: alteração dos aspectos);
 Não são conhecidas substâncias interferentes;
 Urina alcalina frequentemente indica que a amostra foi mantida à temperatura ambiente por mais de 2h →
logo urina foi mal conversada.

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• pH = 9 não ocorre em condições normais de um individuo. Esse valor está associado à conservação
incorreta.
• Ph fica muito alcalino.

SANGUE
❖ Sangue não está presente normalmente na urina
 > 5 células/microlitro: Clinicamente Importante
❖ A ocorrência pode estar relacionada à
 São detectados pela tira reagente; diferenciação através da microscopia
• Hematúria
• Hemoglobinúria
• Mioglobinúria
❖ A centrifugação de uma urina com coloração alterada pode diferenciar entre hematúria verdadeira e
hemoglobinúria ou mioglobinúria, pois as hemácias íntegras sedimentam no fundo da amostra, evidenciando um
sobrenadante turvo.
 Hemoglubinúria e mioglobinuria: teremos uma amostra avermelhada com sobrenadante límpido.
❖ HEMATÚRIA
 Hemácias íntegras
 Amostra vermelha e turva
 Doenças do trato urinário inferior ou genital, incluindo infecção, neoplasia, doença inflamatória ou idiopática,
e do trato urinário superior
❖ HEMOGLOBINÚRIA
 Hemoglobina livre
 Amostra vermelha e límpida
 Eritrócitos intactos lisam em urina extremamente diluída ou quando há níveis elevados de hemoglobina no
sangue decorrente de hemólise intravascular
❖ MIOGLOBINÚRIA
 Proteína do tecido muscular
 Amostra vermelha e límpida
 Após rabdomiólise, seja por injúria isquêmica, traumática, tóxica ou necrose
• Rabdomiólise: ruptura muscular provoca lesões nos rins.
✓ Degradação do tecido muscular que libera uma proteína prejudicial no sangue.
❖ Tiras reativas:
 Atividade de peroxidase da hemoglobina
• Eritrócitos íntegros são lisados na tira, induzindo uma reação isolada conseguondp fazer diferenciação;
• O grau de hematúria pode ser presumido pela intensidade das manchas;
• Hemoglobinúria produz coloração uniforme.
 As tiras reagentes não distinguem mioglobinúria de hemoglobinúria, mas a presença de icterícia ou hemólise
sugere hemoglobinemia.
 Interferentes:

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• Falso-positivos: Contaminação menstrual, agentes oxidantes fortes, peroxidases bacterianas


• Falso-negativos: Ácido ascórbico > 25 mg/dL, gravidade específica elevada (células crenadas), nitrito
elevado, amostras não homogeneizadas

PROTEÍNAS
❖ Exame químico mais representativo de doença renal precoce (proteína apresenta taxa máxima de reabsorção
tubular);
❖ A albumina sérica é a principal proteína encontrada na urina normal;
❖ Quantidades pequenas:
 Microglobulinas séricas e tubulares
 Proteína de tamm-horsfall
 Proteínas das secreções prostática, seminal e vaginal
❖ Valores normais < 100 a 150 mg/dL em 24 horas
❖ Valores elevados associados:
 Desidratação
 Atividade física intensa
 Insuficiência cardíaca congênita
 Exposição prolongada ao frio ou calor
 Estresse emocional
❖ Intensidade de proteinúria:
 Mínima:
• Excreção <0,5g/24h
• Glomerulonefrite crônica, enfermidade policística renal, distúrbios do trato urinário inferior
 Moderada:
• Excreção entre 0,5 e 3,5g/24h
• Glomerulonefrite crônica, nefropatia diabética, mieloma múltiplo, nefropatia tóxica, pré-eclâmpsia,
alterações inflamatórias malignas, degenerativas e irritativas do trato urinário
 Elevada:
• Excreção >3,5g/24h
• Típica de síndrome nefrótica
• Glomerulonefrite, nefrosclerose, lúpus eritematoso sistêmico, trombose da veia renal, insuficiência
cardíaca congestiva ou pericardite
 Proteinúria por extravasamento
• Anteriormente denominada de proteinúria de BenceJones
• É filtrada em quantidades que ultrapassam a capacidade de reabsorção tubular, sendo excretada na urina;
• Está associada com casos de mieloma múltiplo, macroglobulinemias e linfomas malignos.
• Nem todos os indivíduos com mieloma múltiplo secretam níveis detectáveis da proteína na urina
❖ MICROALBUMINÚRIA
 Presença de albumina na urina acima dos valores normais;
 Indicativo de dano glomerular precoce.
 Em pacientes com diabete melito tipo 2 está associada com aumento na mortalidade cardiovascular;
 Não é detectável pelas tiras reativas.

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❖ PROTEINÚRIA PÓS-RENAL
 Extravasamento de proteínas em decorrência de processos inflamatórios, infecciosos ou neoplásicos em vias
urinárias.
❖ PROTEINÚRIA FUNCIONAL
 É transitória
 Associada a estados febris, exposição ao calor ou ao frio intensos, exercícios físicos extenuantes.
❖ PROTEINÚRIA POSTURAL
 Indivíduo permanece em posição ereta por longo período.
 A excreção diária pode atingir até 1 g.
❖ Proteínas – tiras reativas
 Princípio do “erro proteico dos indicadores”
✓ Indicador muda de cor na ausência ou presença de proteínas
 Azul de tetrabromofenol + tampão de ácidos
 Tempo de reação: 60 segundos
 Mais sensível para a albumina
 Interferentes: urina alcalina, contaminação bacteriana, urina pigmentada, densidade específica elevada.
 A intensidade da cor é proporcional a quantidade de proteínas presentes

NITRITOS
❖ Indica a presença de bactérias capazes de converter nitrato em nitrito
 Uma coloração na área reagente de nitrito sugere a presença de bactérias, capazes de reduzir nitrato a nitrito.
❖ Principalmente bactérias Gram –
 Triagem para infecções no trato urinário (Detecção de infecção inicial na bexiga (cistite) e pielonefrite;
 Acompanhamento de terapia antibiótica;
 Controle de pacientes com risco de infecções do trato urinário;
 Triagem de amostras para urocultura.
 Todos esses aspectos terão um significado clínico associado.
• Importante ter noção de que apesar a presença de nitritos estar associado a presença de infecção no trato
urinário, isso não quer dizer que é exclusivamente sobre a infecção. Se o nitrito deu positivo é porque temos
presença de bactérias que transformam nitrato em nitrito, porém existe outros tipos de bactérias que não
irão transformar esse aspecto em positivo.
❖ Tiras reativas:
 Reação de Greiss
• Nitrito reage (pH ácido) como uma amina aromática, formando um sal diazônio, que produz cor rosa.
• Não mede o grau de bacteriúria, resultado negativo ou positivo → teremos apenas uma avaliação qualitativa
desse parâmetro diferente dos outros que temos resultados quantitativos.
• Tempo de reação: 60 segundos
 Amostra positiva: 100.000 microrganismos/mL
 Falso negativo:
• Bactérias Gram+ e leveduras não produzem a enzima redutase.
• Tempo insuficiente de contato entre as bactérias e o nitrato urinário.
• Grande quantidade de ácido ascórbico
• Antibióticos
 Falso positivo:
• Amostras malconservadas ou tardias
• Multiplicação das bactérias.
• Urina pigmentada

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LEUCÓCITOS (ESTERASE LEUCOCITÁRIA)


❖ Leucócitos granulócitos tem enzimas que catalisam a hidrolise dos ésteres, denominadas esterases.
❖ O desenvolvimento de cor na área de esterase leucocitária indica a presença de leucócitos na urina,
presumivelmente atraídos pela invasão de microrganismos no trato urinário.
❖ Das infecções do trato urinário, vale ressaltar que 80 a 85% são provadas pela Escherichia coli. → caso não
haja tratamento coreto, o caso pode evoluir para pielonefrite (infecção sobre para os rins)
❖ Avaliação de processos infecciosos e inflamatórios do trato urinário.
 Pode ocorrer com ou sem bacteriúria, ou seja, não é porque teve leucócito positivo que teremos uma
infecção por bactéria, isto é, ele pode estar associado a outras alterações;
 Os neutrófilos são os leucócitos mais associados, devido a detecção da enzima esterase. Por exemplo,
linfócito não produz esterase, logo não conseguimos fazer a mensuração deles.
❖ Reação tira reativa:

 Tempo de reação 2 minutos.


 Interferentes:
• FALSO-NEGATIVO
✓ Níveis de glicose, proteína e ácido ascórbico elevados
• FALSO-POSITIVO
✓ Presença de oxidantes fortes
✓ Urina pigmentada

ÁCIDO ASCÓRBICO → principal interferente na análise.


❖ Encontrado na urina de indivíduos tratados com doses terapêuticas de vitamina C;
❖ Inibe várias reações nas tiras reativas, formando resultados falso-negativos;
❖ Excreção na urina normal: 2 a 10 mg/dL;
o Após a ingesta de ácido ascórbico pode chegar a 200 mg/dL.

EXAME DE URINA DE ROTINA: SEDIMENTOSCOPIA


❖ Identificação e quantificação de elementos:
 Células epiteliais, eritrócitos, leucócitos, cilindros, cristais, bactérias, leveduras, muco, espermatozoides e
artefatos.
❖ O exame microscópico constitui uma parte vital da análise de urina de rotina.
❖ É uma ferramenta diagnóstica valiosa para a detecção e avaliação de transtornos renais e do trato urinário, assim
como de outras enfermidades sistêmicas.
❖ O valor do exame microscópico depende de dois fatores fundamentais: uma amostra adequada e o conhecimento
do profissional.
❖ CLSI recomenda que seja realizado o exame microscópico, quando for solicitado pelo médico, quando uma
população de pacientes específicos estiver sendo testada, ou quando qualquer resultado anormal das análises
físicas ou químicas for obtido.
 Ideal: fazer sempre análise de todas as amostras de urinas mesmo que não seja encontrado alterações nas
etapas iniciais.
SEDIMENTOSCOPIA
❖ Fornece inúmeros dados → representa o que ocorre nos néfrons (unidades funcionais dos rins) → conseguimos ter
uma visão a nível renal.

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 Etapas: envolvem uma observação dos elementos


presentes no sedimento; uma identificação do que
estamos vendo e por fim a quantificação para avaliar
qual é o nível e gravidade da ocorrência daquele
elemento celular.

CORRELAÇÕES DO EXAME FÍSICO E QUÍMICO COM A ANÁLISE MICROSCOPICA


❖ A microscopia é o última etapa do exame, assim, conseguimos fazer correlações do que vimos no exame físico
e químico. A partir dos resultados que encontrarmos nas primeiras etapas conseguimos direcionar o nosso
olhar durante a microscopia
❖ Cor → Sangue
 Uma amostra avermelhada, conseguimos associar a presença de sangue nesse seguimento.
❖ Aspecto → Hematúria vs. Hemoglobinúria/Mioglobinúria
❖ Sangue no exame químico → Eritrócitos/Cilindros hemáticos (buscando isso na microscopia)
❖ Proteínas → Cilindros/Células
❖ Nitritos → Bactérias/Leucócitos
❖ Esterase leucocitária → Leucócitos/ Cilindros leucocitários/ Bactérias
❖ Aspecto → pode estar associado a uma série de elementos celulares.
 Transparente ou límpido
 Opalescente
 Levemente turva
 Turva
 Muito turva
 Leitosa
❖ Turvação:
 Cristais
 Leucócitos
 Hemácias
 Células epiteliais
 Bactérias
 Lipídeos
 Leveduras
 Material fecal
 Materiais externos (talco, contraste)
❖ Aspecto e sangue:
 Hematúria: hemácias integras
 Hemoglobinúria: Hb livre
 Mioglobinúria: proteína do tecido muscular
❖ Proteínas: Exame químico mais representativo de doença renal precoce
❖ Nitritos: Triagem para infecções no trato urinário
❖ Esterase leucocitária: Avaliação de processos infecciosos e inflamatórios do trato urinário

METODOLOGIA
❖ Coleta de urina de jato médio minimiza a contaminação externa do sedimento.
❖ Análise de amostra fresca ou adequadamente conservada;
 Urina alcalina diluída desintegra principalmente hemácias, leucócitos e cilindros hialinos;
 Refrigeração pode causar precipitação de urato e fosfato amorfos e cristais não patológicos.
❖ Amostra aleatória diluída pode causar leituras falso-negativas.
❖ Homogeneizar cuidadosamente a amostra antes da centrifugação → sangue é o principal parâmetro
prejudicado por uma não homogeneização, uma vez que as hemácias ficam no fundo do tubo.
❖ Processo:
 Centrifugar a amostra (10 mL) de 1.500 a 2.000 rpm. por 10 min;
 Aspirar 9,5mL do sobrenadante por sistema simples a vácuo ou com pipeta;

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 Ressuspender o sedimento
 Transferir 50 μL (utilizando pipeta calibrada) dessa suspensão do sedimento entre lâmina e lamínula;
 Observar no microscópio em dois aumentos 100X e 400X com luz reduzida e realizar a contagem total
dos elementos em pelo menos 20 campos.
❖ Pequeno aumento (10x)
 Verificar homogeneidade e distribuição dos elementos presentes no sedimento.
❖ Grande aumento (40x)
 Contagem de estruturas celulares, identificação de microrganismos, cilindros, células e dos cristais
para o exame quantitativo
❖ Observar com luz reduzida – constituintes do sedimento com índice de refringência semelhante ao da urina
❖ Informar no laudo sobre a presença de cristais, subtipos de cilindros, presença de células epiteliais tubulares
renais e demais elementos relevantes que possam estar presentes na amostra.

USO DE CORANTES
❖ Utilizados quando há dificuldade na identificação dos elementos.
❖ Aumenta a visibilidade geral dos elementos (muda índice de refringência)
❖ Corante mais utilizado: Sternheimer-Malbin – depois de aspirarmos o
sobrenadante acrescentamos uma gota desse corante na ressuspensão do
seguimento.
❖ Coloração de Papanicolau – Urinálise citodiagnóstica.
 Coloração mais uniforme das células

MICROSCOPIA DE CONTRASTE DE FASE E DE LUZ POLARIZADA


❖ Espécimes biológicos que não tenham sido corados, em geral, se apresentam transparentes, o que torna sua
observação difícil ao microscópio óptico comum.
❖ O detalhamento da imagem fica prejudicado pela proximidade das densidades ópticas e índices de refração.
❖ Elimina a necessidade de fixação e coloração.
❖ O uso da metodologia de contraste e luz polarizada, permite mudar a densidade óptica dos elementos celulares além
do índice de refração dos elementos, eliminando a necessidade de fixação e coloração.
❖ Por contraste de fase: o fundo fica escuro e acaba evidenciando o elemento presente.
❖ Microscopia polarizada: os elementos emitem feixes luminosos que vao polarizar esse feixe por uma única direção
através de um filtro, permitindo com que as luzes passem por estruturas que tem característica de birrefringente e
através da luz faz com que o elemento seja visualizado.

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COMPONENTES DO SEDIMENTO
❖ Elementos figurados:
 Eritrócitos
 Leucócitos
 Células epiteliais
 Cilindros
 Cristais
 Filamentos de muco
 Componentes externos
❖ Quantificação → cada laboratório otimiza de sua maneira.
 Raras: (1-2 por 10 campos)
 Poucas: 5-6 celulas por 10 campos.
 Algumas
 Várias
 Muitas
 Grande número (+ de 50 por campo)

ERITRÓCITOS
❖ Forma: dois discos bicôncavos, 4 a 10 μm;
 Sofre influência do pH e de mudanças osmóticas.
❖ Urina normal: até 2 células/campo
❖ Urina alterada: > 3 células/campo (40x)
 Maior o número de hemácias presentes, conseguimos associar com reações toxicas presentes.
❖ Pode ser confundida com leveduras, gotículas de óleo e bolhas de ar.

❖ Após exercícios físicos intensos podem ser observados:


 Glóbulos vermelhos (GV); cilindros hialinos, granulares e hemáticos.
❖ Descartar a possibilidade de contaminação menstrual em mulheres.
❖ Alterações nas hemácias:
 Hemácias dimórficas. Hemácias crenadas; hemácias fantasmas.
 Hemácias isomórficas (morfologia normal): imagem →

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❖ Hemácias dismórficas
 Em geral, em hemácias dismórficas temos a presença de acantócitos e codócitos.
• Sempre que tivermos hemácias dismórficas, essas serão associadas a um dano a nível glomerular.
 Caracterizam-se pela presença de bolhas, brotamentos e perda parcial da membrana celular
• Exemplos: acantocitos e codocitos
• Microscopia de contraste de fase auxilia na identificação
• Representam hematúria glomerular → significado clínico.
 A amostra deve ser, preferencialmente, a segunda urina da manhã e analisada até 30min após a coleta.
• Realizar o mesmo método de análise convencional.
• Realizar a análise química da urina, cujo resultados de interesse são pH, Hb e albumina; na microscopia
avaliar 20 campos em grande aumento para verificar se existe no mínimo 1 eritrócito por campo. Em
seguida, pesquisar cilindros eritrocitários contando 50 campos de pequeno aumento; Posterior, avaliar
100 eritrócitos, classificando-os como dimórficos ou isomórficos e entre os eritrócitos dimórficos, contar
o número de acantócitos ou células G1.
 Classificação em hematúria como glomerular com base nos critérios:
• Presença de ≥ 40% de eritrócitos dismórficas
• Presença de ≥ 5% de acantócitos
• Presença de cilindros eritrocitários
 A formação dessas hemácias dismórficas está associada a uma lesão glomerular:
• Lesão glomerular: Formação de fendas na membrana basal glomerular causados por reações
inflamatórios
✓ 1 lesão: Com a formação dessas fendas, acontecerá a passagem dos eritrócitos por fendas na
membrana basal glomerular - 5-10 μm;
• Quando chegam no sistema tubular renal, visualizamos mudanças de pH/osmolaridade interferem na
habilidade das células de recuperar sua forma original (2ª lesão relacionada a essas hemácias). Formando
as hemácias dismorficas.
• Os eritrócitos passam pelas fendas alcançando a cápsula de Bowman, o sistema tubular e por último a
urina → logo durante o processo ela sofre alterações.

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LEUCÓCITOS
❖ Medem de 7 a 15 μm, contém núcleos lobulados e grânulos citoplasmáticos.
❖ Leucocitúrias → Maioria neutrófilos
❖ Normal:
 < 5 leucócitos/campo (400x)
 0 a 2/campo (homens)
 0 a 5/campo (mulheres)
❖ Piúria: número elevado de leucócitos na urina
 Causas: Cistite, Pielonefrite Prostatite, Uretrite,
Glomerunefrite, Rejeição celular → maioria associado a infecção a nível renal.
 Indica infecção ou inflamação
 Leucócitos isolados ou aglutinados
 Resulta de infecções bacterianas ou patologias não infecciosas.

❖ Imagem: macrófagos →

CÉLULAS EPITELIAIS
❖ Algumas células epiteliais resultam da descamação normal do epitélio renal, enquanto outras indicam lesão por
processo inflamatório ou doenças renais;
❖ São oriundas do sistema geniturinário:
 Células escamosas
 Células transicionais
 Células tubulares renais
❖ CÉLULAS PAVIMENTOSAS (ESCAMOSAS)
 Mais frequentemente encontradas (menor significado clínico associado)
 Revestimento da vagina da uretra feminina e das porções inferiores da uretra masculina.
• Descamação celular normal
 Normal: 6 células/campo (mulheres)
 Células grandes e achatadas: 17 a 118 μm → maiores células do sedimento
 Quantidade depende da forma de coleta da urina → jato médio e higiene intima anterior.
 Citoplasma abundante e irregular, núcleo pequeno e central

❖ Clue Cell
 Variação da célula epitelial coberta pela bactéria Gardnerella vaginalis
 Significado patológico
 Aparência granular e irregular
❖ CÉLULAS TRANSICIONAIS (UROTELIAIS)
 Revestimento da pelve renal, bexiga e porção superior da uretra.
 Menores que as escamosas: 17 a 43 μm
 Normal: 3 células/campo (mulheres)

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 Raramente tem significado clínico:


•Descamação celular normal → poucas células;
•Grande quantidade, formas anômalas → exame citológico para investigar melhor o que está ocorrendo.
 Mais frequentemente observadas em pacientes com cistite.
 São células esféricas, caudadas ou poliédricas com núcleo central
•Visualizamos células agrupadas/em conjunto em geral: chamamos de sincício.
•Na imagem temos um sincício de células epiteliais transicionais.

❖ CÉLULAS DOS TÚBULOS RENAIS (TUBULARES)


 Pequena quantidade: descamação normal
• Normal: 1 célula/campo
 Grande quantidade: indica dano/necrose tubular (importantes na rejeição do
enxerto renal), nefrite, intoxicação → decorrência dessas células em pacientes
transplantados cria um alerta para o analista.
 Doenças causadoras de lesão tubular (glomerulonefrite, pielonefrite, reações
tóxicas, rejeição de transplante)
 Em geral estão acompanhadas por elementos indicativos de doenças do
parênquima renal, como cilindros, eritrócitos dismórficos ou lipídios.
 São clinicamente significativas
• São células mais difíceis de serem identificadas.
• Estão bastante presentes em um contexto hospitalar.
 São células redondas e pouco maiores que os leucócitos, núcleo redondo
e excêntrico, citoplasma granular. Tamanho varia entre 9-25
micrometros.
• Possuem variação morfológica diferente.
 Exemplo:

❖ CÉLULAS DECOY
 Células epiteliais tubulares renais e outras células uroepiteliais que manifestam
mudanças associadas com infecção viral.
• Possuem significado clínico importante.
 Presentes principalmente em pacientes transplantados renais e imunocomprometidos
e imunossuprimidos.
• Células decoy são bastante visíveis nesses casos. Ter atenção.

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 Em pacientes transplantados renais tratados com tacrolimo ou micofenolato mofetil é comum a presença
de células decoy, podendo também confirmar a infecção pelo poliomavírus BK (BKV).
• Pacientes transplantados é bastante associado ao vírus BK → em um período de um anos após
transplante – serve como triagem.
• BK vírus mora nos túbulos renais e nas células urotelias, ureter e bexiga. Logo se a reativação acontecer
a nível tubular renal, essa alteração morfológica que é marcada por um aumento nuclear (vírus
nuclear, entra dentro da célula e desloca o núcleo) fazendo com que a célula se desprenda do túbulo
e vá para a urina. Assim, túbulo renal perde função e o enxerto não trabalha mais – manejo do
paciente: baixar imunossupressão.
• Se a célula decoy estiver dentro do cilindro temos a certeza de que ela tem origem renal. (indiciador
de nefropatia por poliamovirus)
 Sedimentos contendo células decoy possui alguns achados associados característicos: como a preena de
células epiteliais tubulares renais (inclusive em degeneração), macrófagos, cilindros epiteliais (inclusive
com células decoy dentro) e cilindros granulosos.
 Apresentam uma morfologia bastante diferente as células normias, apresentando um aumento nuclear
(deslocamento do núcleo para a periferia celular) e uma marginação da cromatina – presença de padrões
anormais, ou seja, grânulos grosseiros em formatos variáveis. Ocorrência de vesículas citoplasmáticas,
como se fosse uma “cauda”.

❖ CORPOS GORDUROSOS OVAIS


 São células tubulares ou macrófagos que absorveram lipoproteínas (colesterol e triacilgliceróis) extravasados
dos glomérulos nefróticos;
 Pode se apresentar como gotículas gordurosas livres
 Lipiúria + Proteinúria = síndrome nefrótica
 Identificação é confirmada com o uso do corante Sudan III ou Oil Red (elementos lipídicos
→ gotas cor laranja-avermelhado)
 Microscopia polarizada (colesterol → formação de cruzes de Malta).
❖ CÉLULAS NEOPLÁSICAS
 Pode ser o primeiro sinal de um processo tumoral ou metastático.
 Suspeita: exame citológico
 Critérios de identificação específicos
 Coloração de Papanicolaou

CILINDROS
❖ São elementos exclusivamente renais, não iremos encontra-los em nenhum outro líquido corporal.
 Formados pela polimerização da proteína à luz tubular.
 Formados no ramo ascendente da alça de Henle e, principalmente, nos túbulos distais e coletores, nos
quais a urina alcança a sua concentração e acidificação máximas.
❖ O principal componente dos cilindros é a glicoproteína de Tamm-Horsfall
 Excretada constantemente pelas células da alça ascendente de Henle;
 ↑ taxa de excreção: estresse e exercício físico intenso;
 Não é detectada pelas tiras reagentes.
❖ Suas formas representam a luz do tubo e do ducto.
 Grande variabilidade em aspecto, tamanho, morfologia e estabilidade.
❖ Possibilitam visão microscópica das condições existentes no interior dos néfrons
❖ Condições de ocorrência:
 ↓velocidade do fluxo urinário (maior interação entre urina que passa pelos túbulos)
 ↓pH

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 ↑ osmolaridade
 Quando temos essas condições, temos o quadro chamado Cilindrúria;
❖Podem ser:
 HIALINO; CÉREOS; HEMÁTICOS; LEUCOCITÁRIO; EPITELIAIS; GRANULARES; ADIPOSO; LARGOS.
❖ CILINDRO HIALINO:
 Tipo mais frequentes na urina – formado pela Proteína de Tamm- Horsfall
• Cilindros de matriz hiliana são formados por proteína de Tamm Horsfall
 Normal: até 2 cilindros/campo (objetiva de 10x)
 Quantidade elevada após exercício físico intenso, desidratação, exposição ao calor, febre e
estresse emocional.
 Ao correlacionar com doenças renais moderadas ou graves em 100% das glomerulonefrites e
em 86% das nefrites intersticiais.
 Analisar com pouca luminosidade; ocorrência dele será mais bem observada em amostras
concentradas e ácidas
 Podemos utilizar o corante Sternheimer-Malbin (coloração rosa) e microscopia de contraste de fase.
 São incolores, baixo índice de refringência (semelhante à urina), morfologia variada (formas normais,
enrugados e contorcidos). É formado apenas pela matriz proteica da proteína de Tamm-Horsfall

❖ CILINDROS CÉREOS
 Formados por matriz de origem desconhecida → sua matriz NÃO é formada pela proteína de Tamm-Horsfall
• São facilmente visualizados (alto índice de refringência).
• Presentes na doença renal crônica→ Cilindros da insuficiência renal
• Doenças renais crônicas: Insuficiência renal crônica, inflamação e degeneração tubular, rejeição aguda ou
crônica ao enxerto renal → significado clínico grave associado.
✓ Causam obstrução localizada do néfron e oligúria.
• São cilindros refringentes, densos, aspecto homogêneo, se fragmentam ao passar pelo túbulo

❖ CILINDRO HEMÁTICO (ERITROCITÁRIO)


 Específico → sangramento no interior do néfron
 Relacionado a doença glomerular proliferativa
• Marcador de hematúria glomerular (hematúria microscópica), especialmente
quando associado a presença de dismorfismo eritrocitário.
• Pode ser associado a traumatismo renal, infarto renal, pielonefrite grave e exercício
físico intenso
 Sedimento urinário com cilindro hemático deve conter hemácias livres.
 São refringentes, paredes celulares visíveis, cor varia de incolor a castanho.
• Imagem esquerda: podemos observa-lo em formato de hemácias integras presente no cilindro
eritrocitário. Ou podemos ver hemácias mais
degradadas, de modo que não conseguimos
observar a matriz proteica presente.

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❖ CILINDRO LEUCOCITÁRIO
 Representam infecção ou inflamação no interior do néfron;
• Principal marcador de pielonefrite, quando associado a piúria.
 Indicam a necessidade de cultura;
 Leucócitos livres no sedimento ajudam na identificação
 São refringentes, possuem grânulos e são visíveis núcleos multilobulados
• Podem ter leucócitos livres dentro dessa matriz proteica, ou podem estar
desintegrados adquirindo um aspecto mais granular.

❖ CILINDRO DE CÉLULAS EPITELIAIS


 Tem origem no túbulo renal - descamação
• São cilindros que possuem em sua morfologia células epiteliais renais.
• Usualmente, pacientes que possuem perda maciça de proteína possui
dano tubular associado.
 Associados a:
• Lesão/necrose tubular
• Exposição a agentes nefrotóxicos ou isquêmicas
• Infecções virais (CMV e hepatite)
• Rejeição ao enxerto
 Morfologia: são formados a partir da descamação do pavimento do túbulo renal, no qual
ocorre uma posterior inclusão da matriz proteica dos cilindros hialinos ou granulares, ou seja,
podem ser compostos por diferentes tipos de células.

❖ CILINDROS GRANULARES (GRANULOSOS)


 Ocorre em duas situações:
• Na ocorrência de lisossomos contendo proteínas ultrafiltradas que, devido aos danos das células
tubulares, caem dentro do lúmen tubular e se prendem na matriz do cilindro em formação ou oriundos
da degeneração celular.
• Bastante associado a necrose tubular, assim como cilindro epitelial e as células tubulares renais.
 Podem ter significado patológico ou não.
• Patológico → doenças glomerulares e tubulares e rejeição de transplante renal
• Não patológico → exercício intenso e dieta rica em carboidratos
 Presentes em doenças glomerulares e tubulares, pielonefrite, infecções virais, intoxicação crônica por
chumbo, após períodos de estresse e exercício físico rigoroso
 São grânulos pequenos ou grandes oriundos de agregados proteicos ou desintegração celular
• Grânulos podem ser mais grosseiros ou não.

❖ CILINDRO GORDUROSO/ADIPOSO/GRAXO
 Apresenta em seu interior gotículas de gordura, corpos ovais gordurosos ou cristais de
colesterol
• Cristais de colesterol são identificados com luz polarizada (cruz de Malta)

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 Bastante comum aparecer na microscopia em caso de proteinúria intensa no exame químico.


 Material gorduroso incorporado a matriz do cilindro a partir das células tubulares renais carregadas de
lipídios;
• Oriundo/decorrente da decomposição dos produtos celulares que contém corpos adiposos ovais.
 Encontrados quando há proteinúria;
• Síndrome nefrótica, nefropatia diabética, doenças renais crônicas, glomerulonefrites e intoxicações
 São altamente refringentes e contém gotículas gordurosas de cor marrom-amarelada.

❖ CILINDROS LARGOS
 Apresentam diâmetro 2-6x maior que os demais.
• Tamanho varia a medida que a doença altera a estrutura tubular.
 Todos os tipos de cilindros podem ser largos → Qualquer cilindro pode ser um
cilindro largo
• Maioria granulosos ou céreos
 Presença de muitos cilindros céreos largos sugere prognóstico desfavorável.
• Cilindro céreo é indicativo de “insuficiência renal”

OUTROS CILINDROS

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CRISTAIS
❖ Comuns na urina → Raramente significado clínico associado
❖ Comuns em amostras deixadas a temperatura ambiente ou refrigeradas.
❖ Precipitação de sais da urina
 concentração de solutos, alteração de pH e diminuição de temperatura
❖ Identificação: descartar anormalidades
 Excluir doenças hepáticas, distúrbios no metabolismo, lesão renal
❖ Podem ser formados nos túbulos ou bexiga qunado não provocados por más condições da amostra.
❖ Conhecimento do pH da urina é importante para a identificação dos cristais.
 pH ácido:
• Oxalato de cálcio
• Urato amorfo
• Ácido úrico
 pH neutro:
• Fosfato de cálcio
• Fosfato amorfo
• Oxalato de cálcio
 pH alcalino:
• Biurato de amônio
• Carbonato de cálcio
• Fosfato triplo
• Fosfato amorfo
• Fosfato de cálcio
❖ CRISTAIS DE OXALATO DE CÁLCIO
 Urina ácida (Ph ideal <5,8)
 Podem aparecer em forma de halteres/ovoides (monoidratado) ou envelope octaédrico/duas
pirâmides (di-hidratado)
• Monoidratados são birrefringentes – luz polarizada ajuda na diferenciação.
 Associados à formação de cálculos renais e intoxicação por etilenoglicol (anticongelante)
 Influenciáveis pela alimentação (ácido oxálico, ácido ascórbico - maça, laranja, tomate, carambola)
 Parecem umas estrelinhas na microscopia optica (comum).
 Pacientes que utilizam inibidores de calcineurina que favorecem a deposição de cristais de oxalato
de cálcio a nível tubular renal, ou seja, podemos ter também cilindros contendo cristais de oxalato
de cálcio → pacientes transplantados renais usam calcineurina.

❖ CRISTAIS DE URATO AMORFO


 Urina ácida
 Podem ser confundidos com fosfato amorfo – diferem pelo pH
 São birrefringentes
 Encontrados em amostras refrigeradas e produzem um sedimento rosa a avermelhado
• Pigmento uroeritrina – componente que forma a coloração amarelada da urina.
 São grânulos castanho amarelados organizados frequentemente em grumos.
• Prejudica a análise microscópica pois os cristais ocupam todo o campo, igual as células escamosas.

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❖ CRISTAIS DE ÁCIDO ÚRICO


 Urina ácida (pH 5,4 – 5,8)
 Coloração do amarelo ao castanho-avermelhado
 Pacientes com leucemia em tratamento de quimioterapia ou com gota.
 São altamente birrefringentes, visualizados sob luz polarizada.
• Diferencia dos cristais de cistina
• Podem ser policromáticos
 São Agulhas, prismas, rosetas, losangos, placas irregulares

❖ CRISTAIS DE BIURATO DE AMÔNIO


 Urina alcalina neutra
 Cor castanho-amarelada
 São birrefringentes
 Dissolvem-se a 60°C com ácido acético.
 Podem ser associados com a presença de amônia produzida pelas bactérias que metabolizam a
ureia.
• Amostra malconservada
 Forma de “ouriço do mar” (esfera recoberta por espículas)

❖ CRISTAIS DE CARBONATO DE CÁLCIO


 Urina alcalina
 Podem formar pares ou agregados de quatro;
 Não tem significado clínico.
 Diferenciam-se dos outros cristais pela produção de gás carbônico na presença de ácido acético.
 São pequenos e incolores, com formas esféricas ou granulosas

❖ CRISTAIS DE FOSFATO TRIPLO


 Urina alcalina a neutra
 Cristal de fosfato-amoníacomagnesiano
 Variação de tamanho e forma
 Podem estar associados a infecção urinária causada por microrganismos
produtores de urease, como Proteus mirabilis e Pseudomonas aeroginosa.
 Sem significado clínico
 São prismas incolores (tampa de caixão) birrefringentes

❖ CRISTAIS DE FOSFATO AMORFO


 Urina alcalina
 Grande quantidade precipita-se pela permanência prolongada em geladeira
ou temperatura ambiente
• Turvação branca na amostra
 Não são birrefringentes
 Pouco ou nenhum significado clínico.
 Incolores, aspecto granular, precipitado fino

❖ CRISTAIS DE FOSFATO DE CÁLCIO


 Urina neutra
 Não são encontrados com frequência
 Não tem importância clínica
 Prismas finos em formato de rosetas

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CRISTAIS ANORMAIS → possuem significado clínico.


❖ CRISTAIS DE CISTINA
 Urina ácida
 Cistinúria - defeito metabólico que compromete o transporte
transmembrana dos aminoácidos (cistina, ornitina, lisina e arginina)
 Cistina tem uma baixa solubilidade e acarreta na supersaturação,
cristalização e formação de cálculos urinário
▪ Podem ser confundidos com os cristais de ácido úrico incolores
▪ Diferenciação por não serem birrefringentes como os cristais de
ácido úrico (cristais de cistina não formam aquele composto
colorido como os cristais de ácido úrico).
 São placas hexagonais incolores

❖ CRISTAIS DE TIROSINA
 Urina ácida
 Cristais raros
 Incolores ou amarelos
 Associados a pacientes com hepatopatias graves, junto com outras
alterações podemos associar.
 São bainhas de agulhas finas em feixes ou grumos

❖ CRISTAS DE LEUCINAS
 Urina ácida
 Associados a doença hepática grave e doenças hereditárias do
metabolismo dos aminoácidos
 São encontrados associados aos cristais de tirosina.
 São esferas de cor amarelo-castanha com círculos concêntricos,
altamente birrefringentes

OUTROS ELEMENTOS NA SEDIMENTOSCOPIA


❖ Também podem ser encontrados na urina elementos como filamentos de muco (tapa bastante o campo de
visão – sem caráter patológico), fibras vegetais, espermatozóides (normalmente está com a mobilidade
ativa, logo observamos os flagelos se mexendo), amido (talco da luva ou fraldas), fungos (blastoconídios e
hifas), bactérias (índice de refrigencia baixo, porem elas possuem movimento dai vemos se mexendo),
parasitas (Trichomonas, Strongyloides).

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PERFIS URINÁRIOS
• Processos nefríticos: A síndrome nefrítica é uma manifestação de inflamação glomerular (glomerulonefrite) que ocorre
em qualquer idade. As causas diferem de acordo com a idade e os mecanismos diferem em relação à causa. A síndrome
pode ser aguda (creatinina sérica aumenta ao longo de muitas semanas ou menos) ou crônica (a insuficiência renal
crônica pode progredir ao longo de anos). Pode apresentar dismorfismo eritrocitário, células epiteliais tubulares, graus
variados de proteinúria, presença de anticorpos anti-membrana, basal glomerular e anticorpos anti-citoplasma de
neutrófilos.
o Sedimento nefrítico: é a elevação rápida da creatinina sérica, aparecimento de hematúria, proteinúria variável,
oligúria e hipertensão.
o Algumas das causas mais comuns de síndrome nefrítica aguda: nefropatia IgA; glomerulonefrite proliferativa;
glomerulonefrite aguda pos-infecciosa; glomerulonefrite extracapilar/necrotizante; nefrite lúpica ativa classes
III e IV.
▪ Esses pacientes têm deposição de complexos imunes, e nos espaços entre os podocitos, os neutrofilos
chegam no capilar reconhecem que tem complexos imunes e liberam as enzimas líticas deles e fazem
ruptura do capilar glomerular favorecendo a passagem de hemácias e proteínas e oq tiver passadno pelo
capilar glomerular para a urina.
▪ As fendas podem ser grandes ou pequenas, e as hemácias conseguem se estreitar por essas fendas,
sofrendo uma agressão mecânica, logo elas passam para o sistema tubular renal onde são submetidas a
variações osmóticas muito grande e acham murchando e inflam gradualmente, formando hemácias
dismorficas, que são hemácias estreitadas.

• Processos nefróticos: A síndrome nefrótica é um distúrbio dos glomérulos (aglomerados de vasos sanguíneos
microscópicos nos rins que têm pequenos poros através dos quais o sangue é filtrado) em que quantidades excessivas
de proteína são excretadas na urina. A excreção de proteína excessiva tipicamente leva ao acúmulo de líquido no
corpo (edema) e níveis baixos de albumina de proteína e altos níveis de gorduras no sangue. Proteinúria maciça,
lipidúria (corpos graxos ovais e cristais de colesterol), cilindrúria, hipoalbuminemia e dislipidemia.
o Síndrome nefrotica acontece perda maciça proteica sem lesão na membrana do capilar glomerular, há apenas
uma perda da capacidade glomerular de reter as proteínas. Se houver lesão, pode ter proteínura intensa, mas
terá outras questões.
▪ Sindrome nefrótica: caracteriza-se pela presença de proteinúria e lipúria.
o Comprometimento hepático, infeccioso, inflamatório e de imunossupressão.
o Sedimento nefrótico (observado na síndrome nefrócitca)
▪ Condição caracterizada por proteinúria de > 3,5 g/24 horas associada a Hipoalbuminemia,
hipercolesterolemina e edema variável.
▪ Qualquer doença glomerular pode causar uma síndrome nefrótica, algumas das mais comuns são:
glomeruloesclerose focal segmental; nefropatia idiopática membrana; nefropatia diabética e doença de
depósito de cadeias leves.
o Sedimento nefrítico e nefrótico (Glomerulonefrites proliferativas)
▪ Um perfil urinário contendo ambos os sedimentos nefríticos e nefróticos pode ser encontrado
praticamente em todas as glomerulonefrites proliferativas.
▪ Ex.: nefropatia IgA, glomerulonefrite extracapilar/necrotiznate e nefrite lupica classe IV.

Perfil urinário infeccioso: Infecção do trato urinário. Normalmente envolve presença de esterase leucocitária positiva,
piúria (presença de dez ou mais células brancas por milímetro cúbico de uma amostra de urina), bacteriúria e nitrito
positivo. Eventualmente pode haver cilindros leucocitários. Esse perfil pode estar associado ao vírus HIV, cujos
pacientes apresentam síndrome nefrítica secundária ao HIV, que se manifesta como nefropatia associada ao HIV.
Também pode estar associado a comprometimento hepático, como no caso de infecção pelo vírus HCV, da hepatite
C, com manifestação da síndrome nefrítica secundária por HCV, cujos achados podem incluir bilirrubina, cristais de
leucina e tirosina e crioglobulina tipo II. Ou seja, a manifestação das infecções pelos vírus HIV e HCV se dá na forma de
síndrome nefrítica, que se caracterizam por um processo inflamatório nos glomérulos (exemplo de perfil inflamatório).

Perfil urinário de imunossuprimidos: Infecções oportunistas causadas por Strongyloides stercoralis, Cryptococcus sp.,
Trypanossoma cruzi, Trichomonas vaginalis ou Poliomavirua bk. Tais patógenos podem ser observados em
microscopia.
❖ Paciente imunossuprimido: normalmente são transplantados, HIV, terapia com corticosteróides.

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