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Uriánalise - Cito e Líquidos Corporais
Uriánalise - Cito e Líquidos Corporais
INTRODUÇÃO À URINÁLISE
❖ A urinálise é a análise da urina com fins de diagnóstico ou prognóstico de estudos fisiológicos ou patológicos.
Muitas doenças podem exibir anormalidades na urina. Por isso, o exame de urina tem importante função
laboratorial.
❖ O exame de urina proporciona ao clínico informações precisas sobre patologias renais e do trato urinário, bem
como sobre algumas moléstias extra-renais. Além disso, permite uma avaliação da função renal e fornece indícios
sobre a etiologia da disfunção. Por sua simplicidade, baixo custo e facilidade na obtenção da amostra para análise,
é considerado exame de rotina.
HISTÓRIA DA URINÁLISE
❖ A medicina laboratorial, toda parte analítica, teve início com a análise da urina;
Primeiro elemento biológico que levou os cientistas a entenderem que fluidos do organismo poderiam estar
sinalizando processos patológicos, foi a urina.
❖ Referências ao estudo da urina foram encontradas em
Desenhos dos homens das cavernas;
Hieróglifos egípcios;
Escritos de Hipócrates.
❖ Análise através de observações como:
Cor
Turvação
Odor
Volume
Viscosidade
Açúcar
LINHA DO TEMPO
❖ Período paleolítico: Doenças e alterações urinárias;
❖ Sumérios e Babilônicos: Volume, cor, odor, sabor
❖ Hindus: Insetos (urinas com determinadas características atraiam insetos) e urina
❖ Hipócrates: Tratado “Os Prognósticos”
❖ Idade Média: Teste das formigas → deixar a formiga próximo de um formigueiro, ou seja, se as formigas se
aproximavam a princípio essa urina tinha alguma patologia, no caso diabetes mellitus, que na época não era
denominada assim.
❖ Profetas da urina: Previsão do futuro → “videntes” fazendo com que a credibilidade do exame de urina caísse.
❖ Paracelso (1493-1541): Início da análise química da urina
❖ Richard Bright (1789-1858): Pai da nefrologia exame de rotina → sugestão do exame de rotina, veio junto da
microscopocia, ou seja, analisar possíveis elementos que estariam na urina desses pacientes.
❖ Fritz Feigl (1891-1971): primeiro teste para glicose na urina
❖ Sylvio Soares de Almeida (1913-1976): 1961 sedimento urinário quantitativo no Brasil → análise do sedimento
urinário sendo realizado de forma quantitativa, ou seja, não bastava apenas avaliar a presença, mas sim quantificar
a presença desses.
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ANATOMIA RENAL
❖ O aparelho urinário é formado pelos dois rins, dois ureteres, a bexiga e a uretra.
Tanto nos homens e mulheres.
Em geral: dois rins que produzem a urina, essa é drenada pelos ureteres e
armazenada na bexiga urinaria e essa será eliminada pelo organismo através da
uretra.
Vale ressaltar que diferença de grande importância laboratorial é:
• No aparelho urinário masculino temos uma uretra mais longa, isto é, mais
comprida em relação a uretra das mulheres, que é mais curta. Com isso, é
mais fácil que bactérias que estão presentes na parte externa do sistema
urinário e genital, da mulher alcancem por parte via retrógada a bexiga e
sistema urinário, fazendo uma infecção urinaria.
• Associado a isso, a urina que é armazenada na bexiga, a medida que é expelida do organismo, ela faz uma
lavagem na uretra, e nas mulheres ela acaba carreando células do epitélio vaginal que será encaminhada
para analise laboratorial.
✓ Nos homens temos menos células epiteliais.
✓ Isto é, grande importância de higiene para remoção dessas células descamativas que poderão alcançar
a amostra urinária e interferir na análise laboratorial.
❖ A urina é formada continuamente (Ultrafiltrado do plasma)
❖ Processo:
O ultrafiltrado tem pH (7,4) e osmolaridade (285 mOsm/kg) semelhantes aos do plasma sanguíneo
Nos túbulos e ductos coletores dos néfrons de cada rim (2 milhões), as características físicas e a constituição
química do ultrafiltrado são modificadas
A concentração da urina final dependerá da hidratação do indivíduo e da quantidade de substâncias excretadas
Temos em média 180 L de filtrado glomerular formados a cada 24 horas são reduzidos a 1-2L de urina final por
dia. Ou seja, cerca de 178 L de ultrafiltrado são reabsorvidos.
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OS RINS
❖ Estão localizados lateralmente à coluna vertebral, ou seja, na parte posterior do abdômen.
Rim esquerdo possui posição anatômica um pouco superior ao rim direito.
❖ Apresentam coloração castanho avermelhado em formato de feijão
❖ Medem ±10 cm de comprimento, 5,5 cm de largura e 3 cm de espessura
❖ Peso médio = 150g
❖ São revestidos por uma cápsula fibrosa (mantém o formato e proteção
mecânica)
❖ Anatomia renal:
Cada rim contém de 1 a 1,5 milhão de unidades funcionais → néfrons
(denominados unidades funcionais dos rins)
Os néfrons são os responsáveis pela produção da urina a partir do
processo de filtração, secreção e reabsorção de substâncias.
Néfrons corticais (Córtex renal – porção mais externa do rim): representam 85% e são responsáveis pela
remoção de resíduos de produtos e reabsorção de nutrientes
Néfrons justamedulares (Medula renal): apresentam a alça de Henle profundas e promovem a concentração da
urina
O rim apresenta uma estrutura como parte externa, denominada de córtex, e a parte mais interna medula renal:
• A medula renal é caracterizada por de 8 a 15 pirâmides renais (separadas pelas colunas renais), que se
estreitam no ápice (porção inferior) para formar a
papila renal, onde a urina goteja no interior de um
cálice menor. Vários cálices menores formam um
cálice maior, e vários cálices maiores desembocam
dentro da pelve renal (região dilatada proximal do
ureter). Pelve renal conduz a urina através dos
ureteres para ser armazenada na bexiga urinária.
A produção da urina realiza-se nos néfrons por meio de
um processo complexo que envolve filtração, absorção
ativa, absorção passiva e secreção.
Em geral o procesos acontece:
• Sangue é fitlrado no rim e chega no rim por meio
da arteriola aferente, e entra na primeira estrutura
renal, o glomerulo renal (na qual temos um
aglomerado de capilares e possui a capsula de
Bowman), logo esse sangue é filtrado no glomerulo e
posterior a isso ultrafiltrado irá migrar atraves do tubulo
contorcido proximal, alcaçando a alça de henle descente
e depois migra pela alça de henle ascendente e chega no
tubulo contorcido distal e por fim chega no tubo/ducto
coletor.
• Durante todo o processo, temos arteriolas e venulas que
envolvem o nefron, que irão fazer o processo de
reabsorção ou secreção de substancias. Logo a partir do
ultrafiltrado, algumas subtancias retornam ao sangue e
outras serão secretadas a partir do sangue para o
ultrafiltrado.
✓ Conforme o ultrafiltrado passa pelas estruturas
do nefron, ele vai sofrendo moficaççoes em sua
constituição, no qual a urina formada tem uma
constitrução semelhante ao plasma mas
difernete em alguns elementos. Logo, quando
temos processos patologicos, temos a secreção
de algumas substancia em maior quantidade.
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❖ FILTRAÇÃO
Ocorre no corpúsculo renal e corresponde a passagem do filtrado dos capilares glomerulares para o interior da
Cápsula de Bowman
• Filtrado glomerular (ultrafiltrado) semelhante ao plasma do qual foram removidas as proteínas. Isto é,
proteínas de grande peso molecular são retiradas no sangue.
❖ REABSORÇÃO
Retorno de parte do conteúdo filtrado para a circulação sanguínea
• Reabsorção de nutrientes orgânicos e proteínas plasmáticas de baixo peso molecular e 60% das substâncias
inorgânicas, como íons sódio, cloro, bicarbonato e também temos a
água sendo bastante reabsorvida do ultrafiltrado para o sangue.
❖ SECREÇÃO
Elementos que não foram filtrados no glomérulo podem ser direcionados
para o os túbulos através dos capilares
• Eliminação de produtos residuais não filtrados pelo glomérulo e
regulação do equilíbrio acidobásico
❖ Excreção = filtração + secreção – reabsorção
SUPRIMENTO SANGUÍNEO
❖ Os rins são órgãos que funcionam bem somente quando recebem uma
irrigação sanguínea farta. Logo, qualquer patologia que comprometa a
irrigação sanguínea vai afetar o funcionamento renal. Assim, é comum que
pacientes cardíacos terem subsequentemente de patologias renais.
❖ Os rins recebem 20 a 25% do débito cardíaco total;
❖ Passam pelos rins ± 4.5 mL de sangue por minuto;
❖ A vascularização é fornecida pela artéria renal (ramo direito da aorta).
❖ Hilo renal:
Artéria renal → via de entrada do sangue nos rins
Veia renal e ureter → via de saída
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BEXIGA
❖ É o órgão responsável pelo armazenamento da urina;
❖ Seu tamanho e formato variam conforme a quantidade de líquido armazenado;
❖ Quando cheia pode armazenar cerca de um litro de urina.
VOLUME URINÁRIO
❖ Podem ser considerados normais os limites entre 600 a 2.000 mL de volume urinário diário;
Abaixo de 500ml por dia temos um quadro de anuria e de 600 a 1000ml temos um quadro de oligúria.
❖ O volume de urina depende da quantidade de água excretada pelos rins, o qual pode ser influenciada:
Ingestão de líquidos
Perda de líquidos por fonte não renal, pela sudorese.
Secreção de ADH (hormônio antidiurético)
VASOPRESSINA OU ADH
❖ Sua produção é dependente do estado de hidratação corporal;
❖ Interfere no processo de reabsorção de água, ou seja, promove uma
antidiurese;
❖ Promove a conservação de água, concentrando e reduzindo o volume da urina.
➢ Obs.: Todos as atividades do sistema urinário são cuidadosamente reguladas para manter a composição e a
concentração dos solutos no sangue dentro dos limites aceitáveis. Logo, o rim é um órgão responsável por
controlar a osmolaridade e, portanto, a concentração sanguínea.
FISIOLOGIA RENAL
❖ Os rins são indispensáveis para a homeostase corporal
❖ Controle do volume e da composição do fluido extracelular, ou seja, do sangue.
❖ Excretam resíduos metabólicos, drogas, pesticidas
❖ Glândula endócrina: sintetizam a eritropoietina, responsável por estimular a eritropoiese, e sintetizam a renina
❖ Realiza gliconeogênese
❖ Inativa insulina e glucagon
❖ Equilíbrio eletrolítico ácido-base
❖ Regulação do pH sanguíneo, principalmente por meio da excreção ou retenção de ions de hidrogênio, amônio e
bicarbonato.
❖ Ativa a vitamina D
❖ Regulação da pressão arterial, principalmente por meio da secreção de renina.
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RESUMO:
❖ O tipo de néfron responsável pela concentração renal é: Justamedular
❖ Quando o corpo está desidratado: A produção de ADH está aumentada, a fim de reter mais água e diluir aquele
volume extracelular que está apresentando uma hiper osmolaridade, que está bastante concentrado.
Os rins eliminam menos água na urina pela ação do ADH e vão reter mais água para manter a homeostase
em relação a osmolaridade.
❖ O sistema urinário desempenha todas as seguintes funções, exceto: Reter moléculas de glicose em excesso.
O volume urinário regula o volume sanguíneo, além de contribuir para estabilizar o ph sanguíneo e eliminar
produtos orgânicos residuais.
❖ O processo de filtração ocorre: No corpúsculo (glomérulo) renal.
❖ O processo de reabsorção ocorre no: túbulo contorcido proximal e distal
❖ O processo de secreção ocorre no ducto coletor.
COMPOSIÇÃO DA URINA
❖ Substâncias orgânicas (50% do filtrado)
Ureia (é o mais abundante) e Creatinina
• Confirmam que a amostra é urina
Ácido úrico
❖ Substâncias inorgânicas (Eletrólitos – sódio, potássio etc)
❖ Água → principalmente formada por água.
❖ Outros (Medicamentos, vitaminas, hormônios)
❖ Não fazem parte do filtrado original, ou seja, do ultrafiltrado:
Células
Muco
Bactérias
Cristais
Cilindros
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MANIPULAÇÃO DA AMOSTRA
❖ A urina é um material biologicamente INFECTANTE - procedimentos de biossegurança;
❖ Evitar respingos ou formação de aerossóis quando manusear amostras de urina;
❖ As amostras nunca devem ser centrifugadas sem tampas;
❖ O descarte da urina pode ser feito na pia;
❖ O recipiente deve ser descartado como lixo com risco biológico;
❖ Tanto o recipiente quanto a sua tampa devem ser rotulados.
CONSERVAÇÃO DA AMOSTRA
❖ Estabilidade da amostra: 2h/Tºamb ou 12h/4ºC
Logo, se amostra não é processada em até 2 horas, ela deve ser refrigerada até o momento da análise.
❖ Método de conservação mais utilizado → REFRIGERAÇÃO
A amostra deve atingir a temperatura ambiente antes da análise → deixar 30 minutos em temperatura
ambiente.
Obs.: a amostra sempre deve ser analisada
em temperatura ambiente, pois se a
amostra contiver determinados elementos
químicos em excesso, esses podem
precipitar por ação da refrigeração,
podendo dificultar a visualização de outros
elementos que podem estar presentes na
amostra.
❖ Conservante ideal deve ser bactericida, inibir a
urease, preservar os elementos formados no
sedimento e não interferir nos testes químicos.
Refrigeração é o conservante físico mais
ideal, porém até o momento não temos
nenhum substância química e física que
apresentem todos esses ideias, logo cada
um tem seu pró e contra para uso.
TRANSPORTE DA AMOSTRA
❖ Etapa importante para o processamento;
❖ Protegidas da luz (degradação de constituintes – bilirrubina (é fotossensível));
❖ Amostras de frascos quebrados ou derramados: risco ocupacional, contaminação da amostra;
Amostras se tornam inviabilizadas.
❖ Amostras que exigem refrigeração: transporte em recipiente isolante;
❖ Frascos bem vedados com identificação apropriada e solicitação médica → Fornecer informações do paciente.
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•
A maior parte das bactérias, a gram negativas, elas apresentam urease (enzima que metabólica ureia em
amônia) e com o aumento da produção de amônia, iremos elevar o pH dessa urina.
• Associado a isso, podemos ter uma volatização do CO2 que é uma substancia ácida, que colabora para o
aumento do pH urinário.
Nitrito
• Aumentam como consequências da multiplicação de bactérias redutoras de nitrato
✓ A maior parte das bactérias, especialmente as enterobacteriases, metabolizam nitrato em nitrito,
aumento a quantidade de nitrito presente na amostra da urina.
Bactérias
• Multiplicação → se multiplicam pelo calor.
Turbidez
• Crescimento bacteriano e precipitação do material amorfo como fosfatos e uratos que podem precipitar
e aumentar a turbidez da amostra.
❖ Alguns elementos terão sua quantidade diminuída em decorrência da má conservação como:
Glicose
• Havendo proliferação bacteriana, teremos um consumo da glicose presente na urina pelas bactérias,
fazendo a Glicólise.
Cetonas
• Volatilização dos corpos cetonicos e metabolização dos mesmos pela bacteriano
Bilirrubina
• Exposição a luz/foto-oxidação da biliverdina (pode se degradar por ser fotossensível)
Urobilinogênio
• Oxidação da urobilina
Eritrócitos/Cilindros
• Desintegração em urina alcalina diluída
• Obs.: cilindros são estruturas formadas no interior do rim que apresentam uma base de proteínas que
podem se desintegrar se a urina elevar muito o seu pH.
❖ E em decorrência de uma má conservação, podemos ter alterações na cor da urina também.
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❖ Orienta-se também que as mulheres não coletem a urina em período menstrual, ou seja, se possível realizar
uma semana após o termino do período menstrual, caso não seja possível, realizar a coleta com tampão vaginal.
AMOSTRA ALEATÓRIA
❖ Fácil obtenção (aguardar 2h da última micção) – jato médio
❖ Menor desconforto
❖ Triagem – detecção de anormalidades evidentes
❖ Alterações pela ingestão de alimentos ou exercícios físicos
AMOSTRAS DE URINA
❖ Jato médio da segunda urina da manhã
Amostra ideal para a avaliação de doenças renais e pesquisa de dismorfismo eritrocitário (a presença de um
determinado percentual de hemácias dismorficas é compatível com doenças glomerulares → logo essa
amostra deve ser o jato médio da segunda urina da manhã);
❖ Colheita do primeiro jato e do jato médio da primeira urina da manhã (em frascos separados, associado à
urocultura):
Padrão de análise realizado para diagnóstico diferencial de doenças urológicas e uretrais.
AMOSTRAS EM JEJUM
❖ Trata-se da segunda urina da manhã;
Resultado da segunda micção, após um período de jejum.
❖ É recomendada para monitoramento da glicose;
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AMOSTRAS DE 24 HORAS
❖ Normalmente é utilizada para fazer mensuração da DCE – depuração da creatinina endógena, que avalia
principalmente a função glomerular.
Uma amostra de 24hrs representa todo volume urinário em um período de 24hrs.
❖ No dia que iniciar a colheita de urina, pela manhã, desprezar totalmente o volume urinário na primeira micção.
No início e no fim da coleta, a bexiga estará vazia.
❖ O paciente deve anotar a hora de cada micção;
❖ Para conservar a urina, o frasco plástico - limpo e livre de produtos químicos – deverá ser mantido refrigerado
durante todo o período da colheita.
❖ Ao fim das 24 horas, toda a urina colhida será entregue ao laboratório.
❖ A análise quantitativa de diversas substâncias na urina varia durante o dia, a urina de 24 horas fornece uma
média que expressa melhor o que acontece no corpo (testes de filtração glomerular, exames de depuração).
❖ Essa amostra de 24 horas não é utilizada para realização do E.Q.U.
AMOSTRA PEDIÁTRICA
❖ Realizada por meio de coletores de plástico transparente, macios, com
adesivo hipoalergênico que se fixam à área genital;
❖ Deve-se tomar cuidado para não tocar no interior do saco coletor.
❖ Cuidados: correta higiene da genitália da criança.
O prazo coletor tem prazo de 2 horas, ou seja, se a criança não urinou em
duas horas, deve-se retirar o saco coletor e fazer uma nova higiene e colocar outro saco
coletor novo.
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❖ Volume insuficiente;
Exame de urina é padronizado em 10ml, se recebemos um volume muito inferior, verificamos a possibilidade
de uma nova colheita de amostra, porém deve-se observar que especialmente em RN e bebes não
conseguimos um volume de 10ml, assim, realizamos o exame e coloca uma observação no laudo do paciente
que o volume foi X e que pode apresentar um preparo prévio.
❖ Quando não houver preparo prévio pelo paciente (higiene ou relação sexual).
CONTROLE DE QUALIDADE
❖ 70% dos erros: fase pré-analítica
❖ Problemas na coleta: idosos, crianças, orientação inadequada quanto a assepsia.
❖ Transporte e conservação antes da análise:
Máximo de espera: 2 h
Refrigerar a amostra - geladeiras e maletas térmicas
RESUMO
❖ Qual é o melhor método de escolha para a conservação de amostras para exame de urina de rotina? Refrigeração
❖ Um fluido não identificado é recebido no laboratório com solicitação para determinar se é urina ou outro fluido
corporal. Utilizando testes laboratoriais de rotina, quais exames poderiam determinar que provavelmente o
líquido é urina: Ureia e creatinina
❖ Qual é amostra de escolha para exame de urina de rotina? Primeira urina da manhã
❖ O método correto para a identificação dos frascos de amostras de urina é o seguinte: Coloque a etiqueta no
recipiente
❖ Quais mudanças pode vir a ter uma amostra sem conservante, coletada às 8 h da manhã, que permaneceu em
temperatura ambiente até a tarde:
Diminuição da glicose e cetonas.
Aumento de bactérias e nitrito.
❖ Preparação das amostras para a análise
Volume: < 10 mL não permitem que o procedimento padronizado seja cumprido (valor qualitativo) →
informar no laudo
Coloração:
• Sangue, medicamentos (alteram a cor da amostra e prejudicando os resultados físico-químicos)
• Nos casos de haver pigmentação intensa da amostra, reportar no laudo do exame as seguintes
observações para justificar qualquer resultado que esteja falsamente aumentado nestas situações
✓ Urina de cor medicamentosa, ou
✓ Urina de aspecto hemorrágico
✓ Exame físico-químico prejudicado pela pigmentação
intensa da amostra
Após a inspeção, homogeneizar o frasco com a amostra de
urina e transferir 10 mL para um tubo cônico para proceder a
fase analítica
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E.Q.U
❖ Cada etapa é uma orientação para a etapa seguinte, logo cada resultado é compatível com a análise anterior.
❖ EXAME FÍSICO
Volume (desuso)
Cor
Aparência
Densidade
Odor (desuso)
❖ EXAME QUÍMICO
pH
Proteína
Sangue e hemoglobina
Bilirrubina e urobilinogênio
Glicose e cetonas
Nitritos e esterase leucocitária
❖ SEDIMENTOSCOPIA
Células epiteliais
Hemácias
Leucócitos
Outros: cilindros, cristais, bacteriúria
IMPORTÂNCIA
❖ Fornece informações preliminares que podem estar associadas a:
Distúrbios
Hemorragia glomerular
Hepatopatias
Erros inatos do metabolismo
Infecção do trato urinário
❖ Todas informação que iremos encontrar no exame físico, temos que ter uma confirmação ou explicação nos
achados no exame químico e/ou microscópico do sedimento urinário.
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❖VOLUME
Fatores que influenciam:
• Quantidade de líquidos ingeridos
• Perda de fluídos por fontes não-renais, sudorese, vômitos etc.
• Variações nas concentrações de ADH – responsável por diluir ou concentrar a nossa urina.
• Necessidade de excretar solutos (sais e glicose)
Volume médio: 1,2 a 1,5 litros/24h
Limites normais: 0,6 a 2,0 litros/24h
Anuria:
• <100 ml/24h
• Lesão renal grave
• Diminuição do fluxo sanguíneo para os glomérulos
Oligúria
• <400mL/24hr
• Desidratação (vômitos, diarreia, transpiração, queimaduras)
• Lesão renal grave
• Diminuição do fluxo sanguíneo para os rins
Nictúria
• >500ml/noite
• Elevação do volume urinário noturno, associado principalmente a pacientes diabéticos. Associados a
poliúria.
Poliúria
• +2000 ml/24h
• Diabetes, medicamentos (diúretos), cafeína e álcool.
❖ ASPECTO:
Refere-se a transparência da amostra
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Aspecto x Patologias
Recipiente transparente
❖TURVAÇÃO
Associada as variações do aspecto.
Nem sempre a turvação é indicativa de patogenicidade
Pode ocorrer em decorrência da presença de: Cristais; Leucócitos; Hemácias; Células
epiteliais; Bactérias; Lipídeo; Leveduras; Material fecal; Materiais externos (talco,
contraste).
• Logo dependem também do processo de conservação.
Não-patológico:
• Refrigeração; Células epiteliais; Muco; Precipitado amorfo; Sêmen; Contaminação fecal; Contraste
radiográfico; Talco; Cremes vaginais.
Patológico:
• Hemácias; Bactérias; Fungos; Células epiteliais não escamosas; Cristais anormais; Linfa; Lipídeos.
❖DENSIDADE ESPECÍFICA
Representa a concentração de sólidos totais dissolvidos na urina;
• Ureia (20%), cloreto de sódio (25%), sulfato e fosfato → todos estarão dissolvidos na urina e a
concentração desses sólidos irão nos determinar qual a densidade dele.
Varia conforme o volume urinário e a quantidade de solutos excretados
• Indicador de hidratação e capacidade de concentração e diluição dos rins
A densidade é definida em comparação com a densidade de mesmo volume de água destilada e na mesma
temperatura.
Interpretação: ter em mente que a densidade da água é 1 → 1,000; logo a densidade das amostras serão
semelhantes a densidade da água.
• Densidade normal: 1,003 a 1,035
• Densidade < 1,007 → Hipostenúria (normalmente associados a indivíduos com Diabetes – devido a
poliúria, ou seja, eles urinam mais durante o dia, logo a urina é mais diluída)
• Densidade = 1,010 → Isostenúria (Dano renal grave – perda da capacidade de concentração e diluição da
urina e ela mantem esse intervalo de 1,010)
• Excreção prolongada de urina de baixa densidade ocorre em casos de pielonefrite e glomeronefrite;
• Casos de densidade elevada após perda excessiva de água, insuficiência adrenal ou cardíaca,
desidratação, proteinúria, glicosúria, nefrose lipídica e restrição de água.
Observação: Para a classificação entre hipostenúria e isostenúria não se deve considerar amostras isoladas.
A determinação ocorre quando repetidas amostras de urina apresentarem os valores de referência
associados à essa classificação. Além disso, deve-se considerar outros aspectos que podem estar interferindo
nos resultados.
• Para determinar a hipostenúria e isostenúria não iremos avaliar a amostra de maneira individual, logo
precisamos manter diversos exames de urina e comparar com outros aspectos, como exames químicos e
microscópicos além da condição clínica do paciente para assim determinar realmente se a densidade do
paciente é hipostenúria ou isostenúria.
Interpretação:
• Pode diferenciar diabetes insípido e diabetes melito. Ambas as doenças provocam grande volume
urinário, entretanto, no diabetes insípido, a gravidade específica é muito baixa devido a deficiência de
hormônio antidiurético, logo a densidade sempre se manterá baixa, pois o ADH concentra a urina, logo
se temos baixa dele, a urina estará mais diluida.
• Uma vez que a gravidade específica varia ao longo do dia, uma única leitura aleatória pode não fornecer
ao médico informação suficiente, de modo que uma coleta de amostra de 24 horas pode ser solicitada.
Equipamentos medição de densidade:
• Urodensímetro:
✓ Hidrômetro adaptado para medir diretamente a densidade da urina em temperatura ambiente;
o ±3°C da temperatura ambiente, correção de 0,001
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o Correção sobre a quantidade de glicose (1g/dL eleva a densidade em 0,004) e proteína (1g/dL
eleva a densidade em 0,003)
✓ A densidade é representada pelo nível que o Urodensímetro afunda;
✓ Exige grande volume de amostra;
✓ A urodensimetria é menos exata que outros métodos disponíveis e não é recomendada pela CLSI.
✓ Precisamos de grande volume para colocar na proveta.
• Refratômetro:
✓ Determina a concentração de partículas dissolvidas na amostra por índice de refração →
Comparação da velocidade da luz no ar com a velocidade da luz na solução.
✓ Vantagens:
o Pequeno volume de amostra (1 ou 2 gotas)
o Não há necessidade de correção da temperatura (compensada 15,5 à 37,7ºC)
• Tiras reativas:
✓ Praticidade no exame de urina → forma mais usada.
o A tira reativa é um plástico com almofadas com determinados reativos para conseguirmos
realizar a identificação dos parâmetros químicos.
✓ Alteração no pK (constante de dissociação) do polieletrólito ionizado liberam íons H+ que provocam
a queda do pH;
✓ Níveis elevados de proteínas aumentam, ligeiramente, a leitura;
✓ Valores próximos a 1,000: confirmar por outro método;
✓ Avaliação pelo indicador azul de bromotimol: principal composto da tira reativa para que
conseguimos fazer determinação de faixas de intervalo em relação a densidade. Valores próximos a
1, temos que confirmar por outro método, pois é associado a densidade da água, além de termos a
possibilidade de interferência de níveis elevados de proteínas que podem aumentar ligeiramente a
leitura, promovendo um falso positivo.
❖ODOR
Normalmente não faz parte o exame → desuso;
Causas de maus odores:
• Infecções bacterianas
• Ingestão de alimentos (aspargos)
• Fenilcetonúria (cheiro de rato)
• Urina recém eliminada: sui generis
Amostra em repouso: odor de amônia predominante.
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TIRAS REATIVAS
❖ Meio simples e rápido de realizar várias análises bioquímicas simultâneas;
❖ É necessário conformiar os resultados das tiras reagentes com método não
colorimétrico em amostras coloridas em alguns tipos de casos.
❖ Condensa a informação de 10 parâmetros em até 2 minutos.
Análise ficou mais otimizada e rápida.
❖ As tiras reativas de urina constituem um meio simples e rápido de realizar dez ou
mais análises bioquímicas clinicamente importantes, como pH, proteínas, glicose,
cetonas, hemoglobina, bilirrubina, urobilinogênio, nitrito, densidade e leucócitos.
❖ Tiras de papeis absorventes impregnadas por substâncias químicas e presos em tiras
de plástico;
Almofadinhas que possuem substâncias químicas que determinam as reações e a
quantidades dos parâmetros analisados.
Almofadas apresentam colorações diferentes que durante a análise irá apresentar
variações dessas conforme os aspectos analisados.
Avaliação conforme fornecedor.
❖ Vantagens:
Fácil utilização – Tiras simples ou múltiplas;
Realização de 10 ou mais análises bioquímicas clinicamente importantes.
Pouco espaço físico e pessoal
Maior reprodutividade
Baixo custo
Conveniência
Rapidez
Pequeno volume de urina
❖ Instruções e uso → todo processo de avaliação do exame químico sempre irá se basear em relação a tira reativa.
1) Homogeneizar bem a urina não centrifugada
2) Submergir completamente todas as áreas da tira
3) Retirar a tira imediatamente de dentro do recipiente pela borda afim de eliminar o excesso.
4) Eliminar o excesso de urina em papel absorvente
5) Aguardar o tempo recomendado para a reação → iniciar pelos que possuem menor tempo, ou seja, de baixo
pra cima, iniciar pela glicose (30seg) até chegar aos leucócitos (2minutos)
6) Fazer a leitura de acordo com orientação do fabricante
❖ Cuidados:
Não devem ser utilizadas após a data de expiração;
Devem ser guardadas no frasco original;
Não expor à luz nem umidade;
Frascos bem fechados e em temperatura adequada;
Retirar pequenas quantidades para uso;
Evitar usar tiras de diferentes frascos;
Respeitar o tempo correto de leitura das reações
❖ Causas de erro:
Excesso de:
• Urina na tira → acaba transbordando para as almofadas do lado.
• Tempo de análise
✓ pH - 30 seg | Leucócitos – 120 seg
Pouca iluminação
Amostra refrigerada → deixar ela em temperatura ambiente para não provocar interferência.
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AUTOMAÇÃO
❖ Diminui a subjetividade da leitura – olhar da tira reativa diferente entre os colaboradores dos serviços;
Diminui as diferenças de resultados entre os operadores e acaba padronizando o resultado.
❖ Melhor reprodutibilidade, agilidade e discriminação das cores;
❖ Automação ajuda na:
Liberação dos resultados das amostras normais sem a necessidade de revisão microscópica manual;
Sinalização correta do sistema de automação para a presença de elementos patológicos nas amostras;
• Indica se tem cilindro, bacteriúria, cristal, levedura etc.
Maior tempo disponível para os analistas se dedicarem a análise das amostras com elementos patológicos;
Maior agilidade na liberação dos resultados.
Permitem a análise de grandes quantidades de amostras em pouco tempo;
Requerem pouco volume de amostra;
Apresentam acurácia aceitável para RBC, WBC e células epiteliais escamosas;
Fornecem resultados quantitativos com coeficientes de variações pequenos;
Deixam maior tempo livre para análise manual de amostras complexas.
❖ Limitações da automação:
Classificam os cilindros apenas como hialinos ou patológicos, não identificando os subtipos;
Identificam apenas a presença de cristais, mas não classificam os subtipos;
Não identificam lipídeos;
Microscopia manual necessária para amostras com alta complexidade.
❖ Diferentes metodologias, podendo:
Medir a reflexão da luz a partir da superfície das tiras;
Comparar a luz emitida com padrões e detecta a concentração presente na amostra.
❖ A Solução adequada para cada rotina → imagem
❖ Analisador de urina cobas u 601
Automatização na análise físico-químia de urina
Característica do equipamento:
•Rendimento de até 240 amostras / hora
•Tempo de incubação: 60 segundos
• Tempo de ciclo: 15 segundos
• Carregamento contínuo de 75 amostras em bandeja com 15 racks
Nova geração de sistema de tira de teste
• Nova tecnologia de fotômetro para leitura de tiras: um sensor de imagem realiza medições fotométricas por
reflectância em cada campo da tira de teste, com 4 comprimentos de onda.
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•Essa nova tecnologia permite a diferenciação de eritrócitos intactos e lisados até 50 e/Ul, evitando falhas de
medição causadas por poeira, baixo volume de amostra ou posicionamento errado da tira de teste etc, para
assegurar resultados confiáveis.
• Tiras com resistência ao ácido ascórbico
• A malha de nylon garante o desenvolvimento de cor uniforme através da penetração uniforme de urina na
área de teste.
Facilidade de uso
• Conceito conveniente de cassete de 400 tiras, com embalagem protegida da umidade com tecnologia RFID e
pronto para uso
• Minimizando a intervenção do operador com aumento da produtividade.
• Tela touch screen 19’’
• Interface intuitiva, melhorando gestão do Controle de Qualidade
CONTROLE DE QUALIDADE
❖ Testar os frascos com controles;
Frequência conforme laboratório
❖ Controles comerciais ou caseiros;
❖ Participação em controle externo;
❖ Registrar todos os procedimentos de controle e o número dos lotes das tiras.
TRIAGEM BIOQUÍMICA
GLICOSE
❖ Exame bioquímico mais realizado devido ao acompanhamento de diabetes mellitus;
❖ Normalmente, não há glicose na urina;
Em circunstâncias normais, a glicose é filtrada pelo glomérulo e é reabsorvida no túbulo contorcido proximal.
❖ Glicosúria – quantidades detectáveis de glicose na urina;
Em caso de hiperglicemia (valores sanguíneos > 180 ou 200 mg/dL) a capacidade de reabsorção é excedida e a
glicose é excretada na urina.
Logo a glicose só estará presente na urina se excedermos a capacidade de reabsorção renal, isto é, 160 a 180
mg/dL, logo o excesso de glicose será encontrado na urina.
São necessários outros exames para determinar a causa de glicosúria.
Possíveis causas:
• Diabetes mellitus
• Reabsorção tubular diminuída: Doença renal avançada
• Lesões do sistema nervoso central (SNC)
• Período pósprandial, após ingestão de grandes quantidades de carboidratos
• Administração de certos medicamentos (tiazídicos, corticosteroides)
• Estresse emocional
• Distúrbios endócrinos de pituitária e da suprarrenal
• Gravidez
❖ Tiras reativas: Método da glicose oxidase e peroxidase
Resultado em sistema de “cruzes” ou em medidas quantitativas (recomendado pela American Diabetic
Association) variando conforme o fabricante.
30 segundos para análise.
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Interferentes
• Falso positivo:
✓ Peróxido ou detergentes oxidantes fortes que vão interferir na reação da glicose oxidase e da
peroxidase.
• Falso-negativos
✓ Ácido-ascórbico (impede a oxidação do cromógeno)
o Alto nível de cetonas
• Menor sensibilidade do teste
✓ Gravidade específica elevada
o Baixa temperatura da amostra
• Não há interferência de outros açúcares pois o método é específico para glicose.
BILIRRUBINA
❖ Pigmento amarelo oriundo da degradação da hemoglobina;
❖ Indicador precoce de doença hepática;
Positivo antes da ocorrência de icterícia → sendo um sinal clínico associado a essa alteração.
❖ A urina apresenta formação de espuma amarela ou amarela-esverdeada após agitação.
Durante a micção podemos observar a
espuma associada.
❖ >1,2 mg/dL de bilirrubina conjugada no sangue
é detectada na urina → obstrução do ducto
biliar
❖ Quando temos presença de bilirrubina na
urina, essa é denominada bilirrubinúria está
associada com urina cor âmbar com espuma e
fezes descoradas (ausência do pigmento).
❖ Detecção precoce para:
Hepatite; cirosse; doenças da vesícula biliar;
câncer
❖ Processo de degradação da Hemoglobina até a presença de Bilirrubina na
urina:
Hb degradada em ferro, protoporfirina e globina
Protoporfirina será convertida em Hb não conjugada que se ligará a
albumina que será direcionada ao fígado, onde teremos
ligação/transformação dessa bilirrubina não conjugada para uma
conjugada, que se ligará ao ácido glicurônico
Essa Bilirrubina conjugada será direcionada através da vesícula biliar
para o intestino delgado.
No momento que ela estará no intestino delgado, ela sofre uma ação
bacteriana e se transforma em urobilinogênio
O urobilinogênio sofre oxidação, promovendo a formação de dois
pigmentos:
• Urobilina e estercobilina → responsáveis por pigmentar as nossas
fezes.
Logo, a bilirrubina será detectada na urina devido a uma obstrução
biliar pois no momento que tivermos um problema na vesícula biliar
que direciona a bilirrubina conjugada para o intestino delgado pra ser
transformado em urobilinogênio, a gente impede que ocorra a
receptação dessa bilirrubina pro plasma. Isto é, teremos o excedente
sendo excretado, ou seja, passando pela barreira renal e por isso
teremos a excreção]ao de bilirrubina pelos rins e ocorrência de
bilirrubina na urina.
❖ Tiras reativas
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Reação do diazo
•Urina combina-se com sal de diazônio podendo ter difícil interpretação devido a influencia de pigmentos
presentes na urina.
Difícil interpretação devido a influência de outros pigmentos presentes na urina.
• Testes confirmatórios devem ser realizados em todas as amostras com resultado questionável.
Resultado em sistema de “cruzes” ou em medidas quantitativas.
• Falso positivos: pigmentos na urina
• Falsos negativos: amostras exposta a luz e mal conversada
• Redução da sensibilidade: presença de acido ascórbico e nitritos (combinam com sal diazônio)
UROBILINOGÊNIO
❖ Pigmento biliar resultante da degradação de hemoglobina → não de forma direta como a bilirrubina;
❖ Produto da conversão de bilirrubina em urobilinogênio e estercobilinogênio pelas bactérias intestinais;
❖ < 1 mg/dL ou uma unidade de Ehrlich de urobilinogênio na urina é considerado normal;
Ao circular no sangue, pode passar pelos rins e é filtrado pelo glomérulo.
A barreira glomerular não impede a passagem de urobilinogênio, logo possui passagem livre podendo ser
excretado na urina.
❖ Ocorrência:
Transtornos hemolíticos
Lesões hepáticas
Desidratação + Febre + Urina concentrada
❖ Ausência: decorrente da obstrução do ducto biliar
❖ O urobilinogênio será reabsorvido pela circulação enterohepatica e será reexcretado pelo fígado. Além disso,
temos direcionamento da excreção de urobilinogênio na urina.
Temos uma excreção consideradas normais tanto de bilirrubina e urobilinogênio na urina.
❖ Detecção precoce de doenças hepáticas
Menor capacidade do fígado de processar o urobilinogênio reabsorvido, logo, quando ocorre a reabsorção
pela circulação enterohepatica, quando o fígado tiver algum dano, o urobilinogênio não será reexcretrado,
Logo teremos um excesso de urobilinogeio na urina de forma a eliminar esse excesso circulante.
❖ Qualquer alteração nesse mecanismo, seja pela maior quantidade de bilirrubina formada, seja por lesão hepática
que impeça a excreção do urobilinogênio reabsorvido, acarreta aumento do urobilinogênio no sangue e posterior
excreção elevada pela urina.
❖ Tiras reativas
Reação da tira reativa difere conforme o fabricante
Tempo de observação: 60 segundos
• Falso-positivo:
✓ urina muito pigmentada
✓ 2 a 3h após as refeições – maior excreção de urobilinogênio.
• Falso-negativo:
✓ ↑ nitrito, amostra mal preservada;
✓ Sensibilidade à luz - análise imediata, armazenar em recipiente escuro.
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DOENÇA HEPATOBILIAR
❖ A bilirrubina direta que não será excretada devido a lesão hepatobiliar, logo essa bilirrubina que é hidrossolúvel,
ela irá refluir para o sangue.
❖ Essa bilirrubina conjugada é solúvel no plasma e, portanto, filtrada pelos glomérulos renais; conforme a
concentração aumenta no sangue, aumenta a sua excreção renal
Rim consegue eliminar a bilirrubina normalmente.
❖ Acarreta uma obstrução biliar, a bilirrubina que chega ao intestino é reduzida, causando diminuição na produção
de urobilinogênio, podendo negativar sua pesquisa na urina.
❖ Um indivíduo com uma doença hepatobiliar teremos uma alta concentração de bilirrubina circulante no sangue,
caracterizando uma Icterícia e acolia (fezes descoradas – justamente por não termos a formação dos pigmentos
nas fezes)
DOENÇA HEMOLÍTICA
❖ Marcadores:
Excesso de urobilinogênio na urina
Ausência de bilirrubina na urina
❖ Processo:
Há um aumento acentuado na produção da bilirrubina indireta → degradação maior de Hb que formara o Fe,
protoporfirina e globina.
Como o fígado está normal, grande quantidade de bilirrubina direta é produzida e lançada no intestino, com
consequente conversão em urobilinogênio.
Há um aumento da reabsorção de urobilinogênio em nível intestinal, elevando o nível sanguíneo e
aumentando sua excreção no nível renal.
Não ocorre excreção de bilirrubina pela urina, uma vez que a fração que está aumentada é a indireta, não
solúvel e que circula ligada às proteínas, não sendo filtrada.
CETONAS
❖ Cetonas representa os três produtos intermediários do metabolismo da gordura → cetonas são oriundas da
metabolização de ácidos graxos.
Acetona (2%)
Ácido acetoacético (20%)
Ácido beta-hidroxibutírico (78%)
❖ Cetonas não são encontradas normalmente na urina;
A gordura metabolizada é decomposta em dióxido de carbono e água.
❖ A excreção de cetonas na urina é chamada cetonuria
❖ Cetonúria
Defeito no metabolismo, problemas na absorção de carboidratos ou quantidade inadequada de carboidratos
na dieta fazendo com que o corpo utilize essa fonte alternativa de energia (Acidos graxos)
Causas:
• Jejum prolongado
• Após exercícios físicos intensos
• Dietas para redução de peso
• Frio intenso
• Diabetes mellitus
• Febre
❖ TIRAS REATIVAS
Reagente: Nitroprussiato de sódio
• Em meio alcalino, as cetonas reagem com o nitroprussiato de sódio e produzem uma cor púrpura
predominante → independente do fornecedor ele fará esse processo.
Resultado em sistema de “cruzes” ou em medidas quantitativas
Interferentes: amostra não conservadas, promovendo um resultado falso negativo (volatilização da acetona
e degradação do ácido acetoacético por bactérias), fenilcetonas e metabólitos de L-dopa (reação de cor).
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pH
❖ Pulmões + Rins → principais reguladores do equilíbrio ácidobásico no organismo;
❖ Secreção de H+, NH4, H3PO4 , e reabsorção de HCO3
❖ Um indivíduo hígido apresenta pH de 5,0 a 6,0 na 1° urina da manhã → urina mais acida;
❖ Após as refeições o pH fica mais alcalino;
❖ Amostras aleatórias variam entre 4,5 a 8,0.
❖ Não há valores anormais de pH urinário
Avaliação do pH em conjunto com o valor do equilíbrio ácido-básico do sangue, função renal, presença de
infecção no trato urinário, ingestão de alimentos e tempo de coleta da amostra.
❖ Significado clínico
Alcalose respiratória/metabólica
Acidose respiratória/metabólica
Anormalidades na secreção e reabsorção de ácidos e bases pelos túbulos renais
Precipitação de cristais e formação de cálculos
Indivíduos com dieta rica em proteínas e carne apresentam urina mais ácida
Em dietas vegetarianas, uso de medicamentos alcalinizantes e com ITU → urina alcalina
❖ Tiras reativas
Sistema de indicador duplo → Vermelho de metila (pH 4 a 6) e Azul de bromotimol (pH 6 a 9);
Utilizar urina recente (pH e bilirrubina são os principais aspectos que vão “prejudicar” o controle → fazem com
que não conseguimos mais utilizá-los ao passar do tempo: alteração dos aspectos);
Não são conhecidas substâncias interferentes;
Urina alcalina frequentemente indica que a amostra foi mantida à temperatura ambiente por mais de 2h →
logo urina foi mal conversada.
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• pH = 9 não ocorre em condições normais de um individuo. Esse valor está associado à conservação
incorreta.
• Ph fica muito alcalino.
SANGUE
❖ Sangue não está presente normalmente na urina
> 5 células/microlitro: Clinicamente Importante
❖ A ocorrência pode estar relacionada à
São detectados pela tira reagente; diferenciação através da microscopia
• Hematúria
• Hemoglobinúria
• Mioglobinúria
❖ A centrifugação de uma urina com coloração alterada pode diferenciar entre hematúria verdadeira e
hemoglobinúria ou mioglobinúria, pois as hemácias íntegras sedimentam no fundo da amostra, evidenciando um
sobrenadante turvo.
Hemoglubinúria e mioglobinuria: teremos uma amostra avermelhada com sobrenadante límpido.
❖ HEMATÚRIA
Hemácias íntegras
Amostra vermelha e turva
Doenças do trato urinário inferior ou genital, incluindo infecção, neoplasia, doença inflamatória ou idiopática,
e do trato urinário superior
❖ HEMOGLOBINÚRIA
Hemoglobina livre
Amostra vermelha e límpida
Eritrócitos intactos lisam em urina extremamente diluída ou quando há níveis elevados de hemoglobina no
sangue decorrente de hemólise intravascular
❖ MIOGLOBINÚRIA
Proteína do tecido muscular
Amostra vermelha e límpida
Após rabdomiólise, seja por injúria isquêmica, traumática, tóxica ou necrose
• Rabdomiólise: ruptura muscular provoca lesões nos rins.
✓ Degradação do tecido muscular que libera uma proteína prejudicial no sangue.
❖ Tiras reativas:
Atividade de peroxidase da hemoglobina
• Eritrócitos íntegros são lisados na tira, induzindo uma reação isolada conseguondp fazer diferenciação;
• O grau de hematúria pode ser presumido pela intensidade das manchas;
• Hemoglobinúria produz coloração uniforme.
As tiras reagentes não distinguem mioglobinúria de hemoglobinúria, mas a presença de icterícia ou hemólise
sugere hemoglobinemia.
Interferentes:
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PROTEÍNAS
❖ Exame químico mais representativo de doença renal precoce (proteína apresenta taxa máxima de reabsorção
tubular);
❖ A albumina sérica é a principal proteína encontrada na urina normal;
❖ Quantidades pequenas:
Microglobulinas séricas e tubulares
Proteína de tamm-horsfall
Proteínas das secreções prostática, seminal e vaginal
❖ Valores normais < 100 a 150 mg/dL em 24 horas
❖ Valores elevados associados:
Desidratação
Atividade física intensa
Insuficiência cardíaca congênita
Exposição prolongada ao frio ou calor
Estresse emocional
❖ Intensidade de proteinúria:
Mínima:
• Excreção <0,5g/24h
• Glomerulonefrite crônica, enfermidade policística renal, distúrbios do trato urinário inferior
Moderada:
• Excreção entre 0,5 e 3,5g/24h
• Glomerulonefrite crônica, nefropatia diabética, mieloma múltiplo, nefropatia tóxica, pré-eclâmpsia,
alterações inflamatórias malignas, degenerativas e irritativas do trato urinário
Elevada:
• Excreção >3,5g/24h
• Típica de síndrome nefrótica
• Glomerulonefrite, nefrosclerose, lúpus eritematoso sistêmico, trombose da veia renal, insuficiência
cardíaca congestiva ou pericardite
Proteinúria por extravasamento
• Anteriormente denominada de proteinúria de BenceJones
• É filtrada em quantidades que ultrapassam a capacidade de reabsorção tubular, sendo excretada na urina;
• Está associada com casos de mieloma múltiplo, macroglobulinemias e linfomas malignos.
• Nem todos os indivíduos com mieloma múltiplo secretam níveis detectáveis da proteína na urina
❖ MICROALBUMINÚRIA
Presença de albumina na urina acima dos valores normais;
Indicativo de dano glomerular precoce.
Em pacientes com diabete melito tipo 2 está associada com aumento na mortalidade cardiovascular;
Não é detectável pelas tiras reativas.
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❖ PROTEINÚRIA PÓS-RENAL
Extravasamento de proteínas em decorrência de processos inflamatórios, infecciosos ou neoplásicos em vias
urinárias.
❖ PROTEINÚRIA FUNCIONAL
É transitória
Associada a estados febris, exposição ao calor ou ao frio intensos, exercícios físicos extenuantes.
❖ PROTEINÚRIA POSTURAL
Indivíduo permanece em posição ereta por longo período.
A excreção diária pode atingir até 1 g.
❖ Proteínas – tiras reativas
Princípio do “erro proteico dos indicadores”
✓ Indicador muda de cor na ausência ou presença de proteínas
Azul de tetrabromofenol + tampão de ácidos
Tempo de reação: 60 segundos
Mais sensível para a albumina
Interferentes: urina alcalina, contaminação bacteriana, urina pigmentada, densidade específica elevada.
A intensidade da cor é proporcional a quantidade de proteínas presentes
NITRITOS
❖ Indica a presença de bactérias capazes de converter nitrato em nitrito
Uma coloração na área reagente de nitrito sugere a presença de bactérias, capazes de reduzir nitrato a nitrito.
❖ Principalmente bactérias Gram –
Triagem para infecções no trato urinário (Detecção de infecção inicial na bexiga (cistite) e pielonefrite;
Acompanhamento de terapia antibiótica;
Controle de pacientes com risco de infecções do trato urinário;
Triagem de amostras para urocultura.
Todos esses aspectos terão um significado clínico associado.
• Importante ter noção de que apesar a presença de nitritos estar associado a presença de infecção no trato
urinário, isso não quer dizer que é exclusivamente sobre a infecção. Se o nitrito deu positivo é porque temos
presença de bactérias que transformam nitrato em nitrito, porém existe outros tipos de bactérias que não
irão transformar esse aspecto em positivo.
❖ Tiras reativas:
Reação de Greiss
• Nitrito reage (pH ácido) como uma amina aromática, formando um sal diazônio, que produz cor rosa.
• Não mede o grau de bacteriúria, resultado negativo ou positivo → teremos apenas uma avaliação qualitativa
desse parâmetro diferente dos outros que temos resultados quantitativos.
• Tempo de reação: 60 segundos
Amostra positiva: 100.000 microrganismos/mL
Falso negativo:
• Bactérias Gram+ e leveduras não produzem a enzima redutase.
• Tempo insuficiente de contato entre as bactérias e o nitrato urinário.
• Grande quantidade de ácido ascórbico
• Antibióticos
Falso positivo:
• Amostras malconservadas ou tardias
• Multiplicação das bactérias.
• Urina pigmentada
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METODOLOGIA
❖ Coleta de urina de jato médio minimiza a contaminação externa do sedimento.
❖ Análise de amostra fresca ou adequadamente conservada;
Urina alcalina diluída desintegra principalmente hemácias, leucócitos e cilindros hialinos;
Refrigeração pode causar precipitação de urato e fosfato amorfos e cristais não patológicos.
❖ Amostra aleatória diluída pode causar leituras falso-negativas.
❖ Homogeneizar cuidadosamente a amostra antes da centrifugação → sangue é o principal parâmetro
prejudicado por uma não homogeneização, uma vez que as hemácias ficam no fundo do tubo.
❖ Processo:
Centrifugar a amostra (10 mL) de 1.500 a 2.000 rpm. por 10 min;
Aspirar 9,5mL do sobrenadante por sistema simples a vácuo ou com pipeta;
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Ressuspender o sedimento
Transferir 50 μL (utilizando pipeta calibrada) dessa suspensão do sedimento entre lâmina e lamínula;
Observar no microscópio em dois aumentos 100X e 400X com luz reduzida e realizar a contagem total
dos elementos em pelo menos 20 campos.
❖ Pequeno aumento (10x)
Verificar homogeneidade e distribuição dos elementos presentes no sedimento.
❖ Grande aumento (40x)
Contagem de estruturas celulares, identificação de microrganismos, cilindros, células e dos cristais
para o exame quantitativo
❖ Observar com luz reduzida – constituintes do sedimento com índice de refringência semelhante ao da urina
❖ Informar no laudo sobre a presença de cristais, subtipos de cilindros, presença de células epiteliais tubulares
renais e demais elementos relevantes que possam estar presentes na amostra.
USO DE CORANTES
❖ Utilizados quando há dificuldade na identificação dos elementos.
❖ Aumenta a visibilidade geral dos elementos (muda índice de refringência)
❖ Corante mais utilizado: Sternheimer-Malbin – depois de aspirarmos o
sobrenadante acrescentamos uma gota desse corante na ressuspensão do
seguimento.
❖ Coloração de Papanicolau – Urinálise citodiagnóstica.
Coloração mais uniforme das células
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COMPONENTES DO SEDIMENTO
❖ Elementos figurados:
Eritrócitos
Leucócitos
Células epiteliais
Cilindros
Cristais
Filamentos de muco
Componentes externos
❖ Quantificação → cada laboratório otimiza de sua maneira.
Raras: (1-2 por 10 campos)
Poucas: 5-6 celulas por 10 campos.
Algumas
Várias
Muitas
Grande número (+ de 50 por campo)
ERITRÓCITOS
❖ Forma: dois discos bicôncavos, 4 a 10 μm;
Sofre influência do pH e de mudanças osmóticas.
❖ Urina normal: até 2 células/campo
❖ Urina alterada: > 3 células/campo (40x)
Maior o número de hemácias presentes, conseguimos associar com reações toxicas presentes.
❖ Pode ser confundida com leveduras, gotículas de óleo e bolhas de ar.
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❖ Hemácias dismórficas
Em geral, em hemácias dismórficas temos a presença de acantócitos e codócitos.
• Sempre que tivermos hemácias dismórficas, essas serão associadas a um dano a nível glomerular.
Caracterizam-se pela presença de bolhas, brotamentos e perda parcial da membrana celular
• Exemplos: acantocitos e codocitos
• Microscopia de contraste de fase auxilia na identificação
• Representam hematúria glomerular → significado clínico.
A amostra deve ser, preferencialmente, a segunda urina da manhã e analisada até 30min após a coleta.
• Realizar o mesmo método de análise convencional.
• Realizar a análise química da urina, cujo resultados de interesse são pH, Hb e albumina; na microscopia
avaliar 20 campos em grande aumento para verificar se existe no mínimo 1 eritrócito por campo. Em
seguida, pesquisar cilindros eritrocitários contando 50 campos de pequeno aumento; Posterior, avaliar
100 eritrócitos, classificando-os como dimórficos ou isomórficos e entre os eritrócitos dimórficos, contar
o número de acantócitos ou células G1.
Classificação em hematúria como glomerular com base nos critérios:
• Presença de ≥ 40% de eritrócitos dismórficas
• Presença de ≥ 5% de acantócitos
• Presença de cilindros eritrocitários
A formação dessas hemácias dismórficas está associada a uma lesão glomerular:
• Lesão glomerular: Formação de fendas na membrana basal glomerular causados por reações
inflamatórios
✓ 1 lesão: Com a formação dessas fendas, acontecerá a passagem dos eritrócitos por fendas na
membrana basal glomerular - 5-10 μm;
• Quando chegam no sistema tubular renal, visualizamos mudanças de pH/osmolaridade interferem na
habilidade das células de recuperar sua forma original (2ª lesão relacionada a essas hemácias). Formando
as hemácias dismorficas.
• Os eritrócitos passam pelas fendas alcançando a cápsula de Bowman, o sistema tubular e por último a
urina → logo durante o processo ela sofre alterações.
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LEUCÓCITOS
❖ Medem de 7 a 15 μm, contém núcleos lobulados e grânulos citoplasmáticos.
❖ Leucocitúrias → Maioria neutrófilos
❖ Normal:
< 5 leucócitos/campo (400x)
0 a 2/campo (homens)
0 a 5/campo (mulheres)
❖ Piúria: número elevado de leucócitos na urina
Causas: Cistite, Pielonefrite Prostatite, Uretrite,
Glomerunefrite, Rejeição celular → maioria associado a infecção a nível renal.
Indica infecção ou inflamação
Leucócitos isolados ou aglutinados
Resulta de infecções bacterianas ou patologias não infecciosas.
❖ Imagem: macrófagos →
CÉLULAS EPITELIAIS
❖ Algumas células epiteliais resultam da descamação normal do epitélio renal, enquanto outras indicam lesão por
processo inflamatório ou doenças renais;
❖ São oriundas do sistema geniturinário:
Células escamosas
Células transicionais
Células tubulares renais
❖ CÉLULAS PAVIMENTOSAS (ESCAMOSAS)
Mais frequentemente encontradas (menor significado clínico associado)
Revestimento da vagina da uretra feminina e das porções inferiores da uretra masculina.
• Descamação celular normal
Normal: 6 células/campo (mulheres)
Células grandes e achatadas: 17 a 118 μm → maiores células do sedimento
Quantidade depende da forma de coleta da urina → jato médio e higiene intima anterior.
Citoplasma abundante e irregular, núcleo pequeno e central
❖ Clue Cell
Variação da célula epitelial coberta pela bactéria Gardnerella vaginalis
Significado patológico
Aparência granular e irregular
❖ CÉLULAS TRANSICIONAIS (UROTELIAIS)
Revestimento da pelve renal, bexiga e porção superior da uretra.
Menores que as escamosas: 17 a 43 μm
Normal: 3 células/campo (mulheres)
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❖ CÉLULAS DECOY
Células epiteliais tubulares renais e outras células uroepiteliais que manifestam
mudanças associadas com infecção viral.
• Possuem significado clínico importante.
Presentes principalmente em pacientes transplantados renais e imunocomprometidos
e imunossuprimidos.
• Células decoy são bastante visíveis nesses casos. Ter atenção.
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Andreza Ávila de Moura – Biomed Not
Em pacientes transplantados renais tratados com tacrolimo ou micofenolato mofetil é comum a presença
de células decoy, podendo também confirmar a infecção pelo poliomavírus BK (BKV).
• Pacientes transplantados é bastante associado ao vírus BK → em um período de um anos após
transplante – serve como triagem.
• BK vírus mora nos túbulos renais e nas células urotelias, ureter e bexiga. Logo se a reativação acontecer
a nível tubular renal, essa alteração morfológica que é marcada por um aumento nuclear (vírus
nuclear, entra dentro da célula e desloca o núcleo) fazendo com que a célula se desprenda do túbulo
e vá para a urina. Assim, túbulo renal perde função e o enxerto não trabalha mais – manejo do
paciente: baixar imunossupressão.
• Se a célula decoy estiver dentro do cilindro temos a certeza de que ela tem origem renal. (indiciador
de nefropatia por poliamovirus)
Sedimentos contendo células decoy possui alguns achados associados característicos: como a preena de
células epiteliais tubulares renais (inclusive em degeneração), macrófagos, cilindros epiteliais (inclusive
com células decoy dentro) e cilindros granulosos.
Apresentam uma morfologia bastante diferente as células normias, apresentando um aumento nuclear
(deslocamento do núcleo para a periferia celular) e uma marginação da cromatina – presença de padrões
anormais, ou seja, grânulos grosseiros em formatos variáveis. Ocorrência de vesículas citoplasmáticas,
como se fosse uma “cauda”.
CILINDROS
❖ São elementos exclusivamente renais, não iremos encontra-los em nenhum outro líquido corporal.
Formados pela polimerização da proteína à luz tubular.
Formados no ramo ascendente da alça de Henle e, principalmente, nos túbulos distais e coletores, nos
quais a urina alcança a sua concentração e acidificação máximas.
❖ O principal componente dos cilindros é a glicoproteína de Tamm-Horsfall
Excretada constantemente pelas células da alça ascendente de Henle;
↑ taxa de excreção: estresse e exercício físico intenso;
Não é detectada pelas tiras reagentes.
❖ Suas formas representam a luz do tubo e do ducto.
Grande variabilidade em aspecto, tamanho, morfologia e estabilidade.
❖ Possibilitam visão microscópica das condições existentes no interior dos néfrons
❖ Condições de ocorrência:
↓velocidade do fluxo urinário (maior interação entre urina que passa pelos túbulos)
↓pH
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↑ osmolaridade
Quando temos essas condições, temos o quadro chamado Cilindrúria;
❖Podem ser:
HIALINO; CÉREOS; HEMÁTICOS; LEUCOCITÁRIO; EPITELIAIS; GRANULARES; ADIPOSO; LARGOS.
❖ CILINDRO HIALINO:
Tipo mais frequentes na urina – formado pela Proteína de Tamm- Horsfall
• Cilindros de matriz hiliana são formados por proteína de Tamm Horsfall
Normal: até 2 cilindros/campo (objetiva de 10x)
Quantidade elevada após exercício físico intenso, desidratação, exposição ao calor, febre e
estresse emocional.
Ao correlacionar com doenças renais moderadas ou graves em 100% das glomerulonefrites e
em 86% das nefrites intersticiais.
Analisar com pouca luminosidade; ocorrência dele será mais bem observada em amostras
concentradas e ácidas
Podemos utilizar o corante Sternheimer-Malbin (coloração rosa) e microscopia de contraste de fase.
São incolores, baixo índice de refringência (semelhante à urina), morfologia variada (formas normais,
enrugados e contorcidos). É formado apenas pela matriz proteica da proteína de Tamm-Horsfall
❖ CILINDROS CÉREOS
Formados por matriz de origem desconhecida → sua matriz NÃO é formada pela proteína de Tamm-Horsfall
• São facilmente visualizados (alto índice de refringência).
• Presentes na doença renal crônica→ Cilindros da insuficiência renal
• Doenças renais crônicas: Insuficiência renal crônica, inflamação e degeneração tubular, rejeição aguda ou
crônica ao enxerto renal → significado clínico grave associado.
✓ Causam obstrução localizada do néfron e oligúria.
• São cilindros refringentes, densos, aspecto homogêneo, se fragmentam ao passar pelo túbulo
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❖ CILINDRO LEUCOCITÁRIO
Representam infecção ou inflamação no interior do néfron;
• Principal marcador de pielonefrite, quando associado a piúria.
Indicam a necessidade de cultura;
Leucócitos livres no sedimento ajudam na identificação
São refringentes, possuem grânulos e são visíveis núcleos multilobulados
• Podem ter leucócitos livres dentro dessa matriz proteica, ou podem estar
desintegrados adquirindo um aspecto mais granular.
❖ CILINDRO GORDUROSO/ADIPOSO/GRAXO
Apresenta em seu interior gotículas de gordura, corpos ovais gordurosos ou cristais de
colesterol
• Cristais de colesterol são identificados com luz polarizada (cruz de Malta)
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❖ CILINDROS LARGOS
Apresentam diâmetro 2-6x maior que os demais.
• Tamanho varia a medida que a doença altera a estrutura tubular.
Todos os tipos de cilindros podem ser largos → Qualquer cilindro pode ser um
cilindro largo
• Maioria granulosos ou céreos
Presença de muitos cilindros céreos largos sugere prognóstico desfavorável.
• Cilindro céreo é indicativo de “insuficiência renal”
OUTROS CILINDROS
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CRISTAIS
❖ Comuns na urina → Raramente significado clínico associado
❖ Comuns em amostras deixadas a temperatura ambiente ou refrigeradas.
❖ Precipitação de sais da urina
concentração de solutos, alteração de pH e diminuição de temperatura
❖ Identificação: descartar anormalidades
Excluir doenças hepáticas, distúrbios no metabolismo, lesão renal
❖ Podem ser formados nos túbulos ou bexiga qunado não provocados por más condições da amostra.
❖ Conhecimento do pH da urina é importante para a identificação dos cristais.
pH ácido:
• Oxalato de cálcio
• Urato amorfo
• Ácido úrico
pH neutro:
• Fosfato de cálcio
• Fosfato amorfo
• Oxalato de cálcio
pH alcalino:
• Biurato de amônio
• Carbonato de cálcio
• Fosfato triplo
• Fosfato amorfo
• Fosfato de cálcio
❖ CRISTAIS DE OXALATO DE CÁLCIO
Urina ácida (Ph ideal <5,8)
Podem aparecer em forma de halteres/ovoides (monoidratado) ou envelope octaédrico/duas
pirâmides (di-hidratado)
• Monoidratados são birrefringentes – luz polarizada ajuda na diferenciação.
Associados à formação de cálculos renais e intoxicação por etilenoglicol (anticongelante)
Influenciáveis pela alimentação (ácido oxálico, ácido ascórbico - maça, laranja, tomate, carambola)
Parecem umas estrelinhas na microscopia optica (comum).
Pacientes que utilizam inibidores de calcineurina que favorecem a deposição de cristais de oxalato
de cálcio a nível tubular renal, ou seja, podemos ter também cilindros contendo cristais de oxalato
de cálcio → pacientes transplantados renais usam calcineurina.
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❖ CRISTAIS DE TIROSINA
Urina ácida
Cristais raros
Incolores ou amarelos
Associados a pacientes com hepatopatias graves, junto com outras
alterações podemos associar.
São bainhas de agulhas finas em feixes ou grumos
❖ CRISTAS DE LEUCINAS
Urina ácida
Associados a doença hepática grave e doenças hereditárias do
metabolismo dos aminoácidos
São encontrados associados aos cristais de tirosina.
São esferas de cor amarelo-castanha com círculos concêntricos,
altamente birrefringentes
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PERFIS URINÁRIOS
• Processos nefríticos: A síndrome nefrítica é uma manifestação de inflamação glomerular (glomerulonefrite) que ocorre
em qualquer idade. As causas diferem de acordo com a idade e os mecanismos diferem em relação à causa. A síndrome
pode ser aguda (creatinina sérica aumenta ao longo de muitas semanas ou menos) ou crônica (a insuficiência renal
crônica pode progredir ao longo de anos). Pode apresentar dismorfismo eritrocitário, células epiteliais tubulares, graus
variados de proteinúria, presença de anticorpos anti-membrana, basal glomerular e anticorpos anti-citoplasma de
neutrófilos.
o Sedimento nefrítico: é a elevação rápida da creatinina sérica, aparecimento de hematúria, proteinúria variável,
oligúria e hipertensão.
o Algumas das causas mais comuns de síndrome nefrítica aguda: nefropatia IgA; glomerulonefrite proliferativa;
glomerulonefrite aguda pos-infecciosa; glomerulonefrite extracapilar/necrotizante; nefrite lúpica ativa classes
III e IV.
▪ Esses pacientes têm deposição de complexos imunes, e nos espaços entre os podocitos, os neutrofilos
chegam no capilar reconhecem que tem complexos imunes e liberam as enzimas líticas deles e fazem
ruptura do capilar glomerular favorecendo a passagem de hemácias e proteínas e oq tiver passadno pelo
capilar glomerular para a urina.
▪ As fendas podem ser grandes ou pequenas, e as hemácias conseguem se estreitar por essas fendas,
sofrendo uma agressão mecânica, logo elas passam para o sistema tubular renal onde são submetidas a
variações osmóticas muito grande e acham murchando e inflam gradualmente, formando hemácias
dismorficas, que são hemácias estreitadas.
• Processos nefróticos: A síndrome nefrótica é um distúrbio dos glomérulos (aglomerados de vasos sanguíneos
microscópicos nos rins que têm pequenos poros através dos quais o sangue é filtrado) em que quantidades excessivas
de proteína são excretadas na urina. A excreção de proteína excessiva tipicamente leva ao acúmulo de líquido no
corpo (edema) e níveis baixos de albumina de proteína e altos níveis de gorduras no sangue. Proteinúria maciça,
lipidúria (corpos graxos ovais e cristais de colesterol), cilindrúria, hipoalbuminemia e dislipidemia.
o Síndrome nefrotica acontece perda maciça proteica sem lesão na membrana do capilar glomerular, há apenas
uma perda da capacidade glomerular de reter as proteínas. Se houver lesão, pode ter proteínura intensa, mas
terá outras questões.
▪ Sindrome nefrótica: caracteriza-se pela presença de proteinúria e lipúria.
o Comprometimento hepático, infeccioso, inflamatório e de imunossupressão.
o Sedimento nefrótico (observado na síndrome nefrócitca)
▪ Condição caracterizada por proteinúria de > 3,5 g/24 horas associada a Hipoalbuminemia,
hipercolesterolemina e edema variável.
▪ Qualquer doença glomerular pode causar uma síndrome nefrótica, algumas das mais comuns são:
glomeruloesclerose focal segmental; nefropatia idiopática membrana; nefropatia diabética e doença de
depósito de cadeias leves.
o Sedimento nefrítico e nefrótico (Glomerulonefrites proliferativas)
▪ Um perfil urinário contendo ambos os sedimentos nefríticos e nefróticos pode ser encontrado
praticamente em todas as glomerulonefrites proliferativas.
▪ Ex.: nefropatia IgA, glomerulonefrite extracapilar/necrotiznate e nefrite lupica classe IV.
Perfil urinário infeccioso: Infecção do trato urinário. Normalmente envolve presença de esterase leucocitária positiva,
piúria (presença de dez ou mais células brancas por milímetro cúbico de uma amostra de urina), bacteriúria e nitrito
positivo. Eventualmente pode haver cilindros leucocitários. Esse perfil pode estar associado ao vírus HIV, cujos
pacientes apresentam síndrome nefrítica secundária ao HIV, que se manifesta como nefropatia associada ao HIV.
Também pode estar associado a comprometimento hepático, como no caso de infecção pelo vírus HCV, da hepatite
C, com manifestação da síndrome nefrítica secundária por HCV, cujos achados podem incluir bilirrubina, cristais de
leucina e tirosina e crioglobulina tipo II. Ou seja, a manifestação das infecções pelos vírus HIV e HCV se dá na forma de
síndrome nefrítica, que se caracterizam por um processo inflamatório nos glomérulos (exemplo de perfil inflamatório).
Perfil urinário de imunossuprimidos: Infecções oportunistas causadas por Strongyloides stercoralis, Cryptococcus sp.,
Trypanossoma cruzi, Trichomonas vaginalis ou Poliomavirua bk. Tais patógenos podem ser observados em
microscopia.
❖ Paciente imunossuprimido: normalmente são transplantados, HIV, terapia com corticosteróides.
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