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Introdução
Introdução
Após a fecundação dos óvulos em seu interior, o ovário inicia um crescimento, acompanhado de
uma modificação de seus tecidos provocada pela influência de hormônios vegetais, que
interferem na estrutura, consistência, cores e sabores, dando origem ao fruto. Os frutos mantêm-
se fechados sobre as sementes até, pelo menos, o momento da maturação. Quando as sementes
estão prontas para germinar, os frutos amadurecem, e podem se abrir, liberando as sementes ao
solo, ou tornam-se aptos a serem ingeridos por animais, que depositarão as sementes após estas
passarem por seu aparelho digestivo.
Alguns frutos podem ter sua origem sem que haja o processo de fecundação do óvulo, este
processo é conhecido como partenocarpia. Ela pode ser induzida pelo homem, através da
utilização de hormônios ou acontecer de forma natural. Entre a academia de ciências existem
muitas discursões se estes “frutos” podem ou não ser assim chamados. São chamados de
infrutescências.
Este trabalho tem por objetivo descrever a classificação dos frutos de acordo as suas diversas
características morfofisiológicas e mecanismos de aberturas existentes nas diversas espécies.
Origem do fruto
Após a polinização, ocorre a formação do tubo polínico e a fecundação. Os dois núcleos do grão
de pólen descem por dentro do tubo polínico e, durante a descida, o núcleo generativo se divide,
dando origem aos dois gametas masculinos do vegetal, estes, ao atingir o óvulo, fecundam a
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oosfera e os núcleos polares (que previamente se fundem), respetivamente. A partir deste
momento, as paredes do ovário começam a se transformar no pericarpo, que é a parte externa do
fruto, enquanto que o óvulo fecundado se transforma na semente.
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Função dos Frutos
Outra importante função do fruto é o mecanismo de dispersão. Há frutos que secam e abrem-se
na maturação, simplesmente liberando as sementes sobre o solo. Outros se abrem expelindo as
sementes de forma explosiva, arremessando-as a grandes distâncias. Já os frutos carnosos
dependem de animais, que os carregam a outros lugares para serem liberadas longe do local de
origem. Certos frutos armados de espinhos agarram-se à pelagem de mamíferos ou penugem
de aves, e assim percorrem grandes distâncias. Há ainda frutos providos de alas e pelos, que
permitem que flutuem por alguns momentos antes de atingir o solo.
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Os frutos se dividem em três estruturas básicas:
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Figura 3: Diversos frutos demonstrando suas estruturas.
Os frutos são divididos em dois grupos de acordo a consistência do pericarpo, os frutos carnosos
e os frutos secos. A principal diferença entre eles é a existência, nos frutos carnosos, de um
mesocarpo muito suculento, podendo ser acúmulo de reservas.
A grande maioria dos frutos carnosos é de característica indeiscente, frutos que não se abrem
espontaneamente. Enquanto os frutos secos podem ser deiscentes, frutos que se abrem m de
forma espontânea ou indeiscentes.
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Divisão relacionada à formação do fruto
Outra classificação dos frutos se dá de acordo ao seu processo de formação desde a fecundação
até a sua maturação. No fruto simples, os carpelos da flor que irá formá-lo se unem dando
origem a um único fruto. Já o fruto composto, os carpelos se desenvolvem separadamente
formando vários frutos.
Baga: se originam de um ovário uni ou multicarpelar, sendo assim formado por um ou mais
carpelos, contendo uma ou mais sementes. O pericarpo da baga, normalmente comestível, é
composto do exterior para o interior por um epicarpo muito fino, um mesocarpo carnoso
(chamado sarcocarpo) e de um endocarpo carnoso.
Drupa: se originam de um ovário unicarpelar, é formado por apenas um carpelo contendo uma
semente concrescida, com endocarpo muito duro formando um caroço.
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Figura 6: A uva é um fruto do tipo baga e o pêssego é um fruto tipo drupa.
Folículo: é um tipo de fruto seco, deiscente, com apenas uma folha carpelar que se abre em
apenas um lado. É o modelo mais simples de fruto, e possivelmente o mais primitivo. São
encontrados na família Magnoliaceae, Proteaceae e Malvaceae Sterculioideae.
Legume: um fruto seco simples, que se desenvolve de um único carpelo e usualmente deiscente
pela abertura da sutura da folha carpelar e da nervura oposta. Ervilhas e feijões são exemplos.
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Figura 8: Fruto tipo legume.
Síliqua: é um tipo de fruto seco e deiscente, constituído por 2 carpelos. Em seu interior há um
septo plano, onde se inserem as sementes, em ambas as suas faces (encerrando-as em cada um
dos dois lóculos formados). Este septo, na abertura do fruto, destaca-se de ambos os carpelos,
expondo as sementes ao vento. São frutos conhecidos como ipês.
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Figura 10: Fruto tipo esquizocarpo.
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Figura 12: Fruto tipo craspédio.
Cápsula: são frutos secos e deiscentes, composto por mais de um carpelo. De todas as categorias
de frutos, esta é a mais variável, tanto no número de carpelos como no tipo de deiscência. De
acordo ao tipo de deiscência os frutos cápsulas são classificados em: septicida, fruto que se abre
pela linha de união dos carpelos (azaléa), loculicida, que se abre pelo meio de cada carpelo
(algodão), pixidiária, que se abre por uma linha transversal (castanha-do-Pará; sapucaia) e
poricida que se abre através de poros (papoula, quaresmeira).
Aquênio: são frutos que possuem uma semente, ligada à parede do fruto em um único ponto.
Como exemplo temos o girassol (Helianthus annus).
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Figura 14: Fruto tipo aquênio.
Sâmara: é um tipo de fruto identificado pela sua forma, mais do que pela sua estrutura carpelar.
São normalmente secos, com uma ou duas alas membranosas associadas à região do lóculo, onde
se encontra uma só semente. Várias leguminosas, Sapindáceas e Malpiguiáceas são exemplos.
Cariopse: é um fruto com uma semente presa ao pericarpo em toda a sua extensão. Os grãos são
chamados de cariopse e é típico das gramíneas, do trigo, do arroz e do milho.
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Figura 16: Fruto tipo cariopse.
Noz: é um fruto seco com apenas uma semente (raramente duas) no qual a parede do ovário ou
parte dela torna-se muito dura na maturidade. Como exemplo temos a noz-moscada.
Pseudofrutos
Muitas vezes confundido com fruto, os pseudofrutos ou falsos frutos, são partes comestíveis do
fruto formados não pelos ovários, mas pelo receptáculo da flor, ou mesmo por diversos frutos
fundidos. Os pseudofrutos são classificados em:
Pseudofrutos simples: Provenientes do receptáculo de uma única flor, que incha, envolvendo o
fruto verdadeiro total ou parcialmente. Temos como exemplo a maçã e o caju.
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Figura 18: Pseudofruto simples.
Pseudofrutos compostos: formado a partir de uma flor com gineceu apocárpico (diversos
carpelos não fundidos) em que cada carpelo produz um fruto (aquênio). Após a fecundação o
receptáculo se expande, tornando-se carnoso e suculento, ficando os pequenos frutos distribuídos
ao seu redor. O morango é o exemplo deste fruto.
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Figura 20: pseudofruto múltiplo.
Conclusão
O trabalho demonstra que os frutos são órgãos gerados a partir do desenvolvimento do ovário de
plantas superiores, possuindo as mais variadas formas e constituições. E que podem ser
classificados de diversas maneiras a depender das características analisadas. Foi possível analisar
o processo da formação de um fruto, suas diversas formas de desenvolvimento e maturação, bem
como os mecanismos de abertura ou não. Conhecemos também os pseudofrutos ou frutos falsos.
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Referências Bibliográficas
FERRI, M. G. Botânica: Morfologia Externa das Plantas (organografia); 14ª ed. Editora
Nobel, São Paulo, 1999.
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