Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Princípios, Fontes e Contrato de Trabalho 2022
Princípios, Fontes e Contrato de Trabalho 2022
DIREITO DO TRABALHO I
Direito Individual
Direito Material
Direito Coletivo
DIREITO DO TRABALHO
(DIVISÃO) Ações Individuais
Direito Processual
(art. 763 e segs. CLT) Ações Coletivas - Dissídio
Coletivo
PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO
Como ramo do direito, o direito do trabalho possui princípios próprios.
A existência de princípios próprios faz parte da autonomia científica do
direito do trabalho como ramo específico do direito geral.
• “da condição mais benéfica ao trabalhador” – V. CLT, art. 620; CF art. 5º, XXXVI, e art.
114, §2º; Súmula 51-TST (alterações prejudiciais);
b) princípio da irrenunciabilidade de direitos – a regra é da
irrenunciabilidade de direitos trabalhistas (o mínimo legislado), considerando-
se nula qualquer disposição em contrário às normas da CLT (V. art. 9º, CLT):
• Art. 9º - Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar,
impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente Consolidação.
• Claude de Pasquier afirma que fonte de regra jurídica ”é o ponto pelo qual
ela se sai das profundezas da vida social para aparecer à superfície do
Direito”;
• As fontes do Direito têm por objetivo estabelecer como o Direito se
expressa. São os meios pelos quais se formam ou se estabelecem as
normas jurídicas. É tudo o que dá origem, que produz o direito”
• FONTES FORMAIS: são as formas de exteriorização do direito. Ex.: leis,
contratos, costumes, acordos coletivos etc.;
• FONTES MATERIAIS: são fatos ou fatores que ocasionam o surgimento de
normas jurídicas envolvendo fatos e valores. São analisados fatores sociais,
psicológicos, econômicos, históricos, etc., fatores reais que irão influenciar
na criação da norma jurídica;
• As fontes são classificadas como HETERÔNOMAS e AUTÔNOMAS;
• Heterônomas são as impostas por agentes externos às partes que se relacionam. Ex:
Constituição Federal, Leis, Decretos, Sentença normativa;
• Autônomas são elaboradas pelos próprios interessados na relação jurídica. Ex.:
costumes, convenções e acordos coletivos, contratos individuais;
• Fontes estatais, em que o estado estabelece a norma. Ex: Constituição, leis,
sentenças normativas;
• Fontes extra-estatais são oriundas das próprias partes, como regulamento de
empresa, o costume, a convenção e o acordo coletivo;
• Quanto à vontade dos envolvidos, as fontes podem ser:
• Voluntárias: depende da vontade dos interessados como o contrato, a convenção e
o acordo coletivo;
• Imperativas: são as impostas coercitivamente às pessoas pelo Estado;
• CONSTITUIÇÃO FEDERAL
• As normas jurídicas têm hierarquias diversas, porém iniciam-se na Constituição
Federal;
• A Constituição é como se fosse o esqueleto ou o tronco (caule) de uma árvore.
• LEI
• Na Declaração dos Direitos Universais do Homem, de 1791, “lei é a expressão da
vontade geral”;
• Portalis afirmava que “lei é o Direito reduzido a regras positivas e preceitos
particulares;
• A lei é estabelecida genericamente para regular conduta. Obriga igualmente a
todos;
• A lei é geral: disciplinando o comportamento de várias pessoas;
• A lei é abstrata: determina uma categoria de ações e não de uma ação singular;
• Lei no sentido formal é a norma emanada pelo Estado, e tem caráter imperativo;
• A lei em sentido material é a disposição imperativa, que tem caráter geral,
contendo regra do direito objetivo;
• Classificação das Leis:
• Quanto à natureza, as leis podem ser classificadas
em materiais e instrumentais ou processuais;
• As materiais regulam os direitos das pessoas, como o direito do
casamento, à filiação, o direito de trabalho, etc., e obrigações.
• As instrumentais ou processuais são os meios que a pessoa tem de fazer
valer o seu direito material, que são os Códigos de Processo Civil, Código
de Processo Penal, normas processuais da CLT, e outras normas ;
• Quanto aos órgãos em relação aos quais são provenientes as leis, elas
podem ser federais, estaduais e municipais;
• As federais são oriundas do Congresso Nacional, as estaduais, das
assembleias legislativas e as municipais das Câmaras Municipais.
• FORMAS DAS LEIS
• Compreende 3 fases: iniciativa, aprovação, execução;
• Iniciativa: faculdade que a pessoa tem de propor um projeto lei;
• Execução: compreende sansão, veto, promulgação e publicação de norma;
• DISPOSIÇÕES CONTRATUAIS
• os contratos são leis entre as partes, fixando regras, condutas e até multas
pelo inadimplemento de certa cláusula;
• São, portanto, fontes do Direito.
• USOS E COSTUMES
• Na reiterada aplicação de certo costume pela sociedade é que pode se originar a
norma legal;
• O costume é a vontade social decorrente da uma prática reiterada, de certo
hábito, de seu exercício;
• O costume tem valor normativo e existe sanção por seu descumprimento, que
pode até mesmo ser moral;
• O uso não é fonte do direito objetivo;
• Distingue-se a lei do costume, pois a primeira é escrita;
• O costume não se promulga, é criado, formado no curso do tempo;
• Havendo um conflito entre a lei e o costume, o primeiro prevalece;
• Dispõe o art. 4º da LINDB que, sendo a lei omissa, o juiz decidirá o caso de
acordo com os costumes;
• Indica o art. 8º da CLT que os usos e costumes são fontes supletivas, na falta de
disposições legais e contratuais sobre questões trabalhistas;
• DOUTRINA E JURISPRUDÊNCIA
• A doutrina e a jurisprudência também exercem importante papel no
Direito, mas a verdadeira fonte é a legislação;
• Não pode ser considerada como fonte do Direito a jurisprudência;
• A Jurisprudência não cria o Direito. Interpreta-o;
• A doutrina se constitui em valioso subsídio para análise do Direito, mas
também não se pode dizer que venha a ser uma de suas fontes;
• A analogia, a equidade, os princípios gerais do Direito e do Direito
Comparado não constituem fontes formais e, sim, critérios de integração
da norma jurídica;
• HIERARQUIA
• A Constituição é hierarquicamente superior as demais normas, pois o
processo de validade destas é regulado pela primeira.
CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO
CLT, art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços
de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante
salário.
Parágrafo único. Não haverá distinções relativas à espécie de emprego e à
condição de trabalhador, nem entre o trabalho intelectual, técnico e manual.
• Observe-se que também não há distinção entre trabalho prestado no
estabelecimento do empregador, no domicílio próprio do empregado e o
realizado à distância (teletrabalho), para efeito da relação de emprego. Na
hipótese de trabalho a domicílio, geralmente a remuneração é por
produtividade (ex. por peças de vestuário produzidas, ou consertadas, etc.),
com remuneração variável.
§ 2º Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas,
personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração
de outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem
grupo econômico, serão responsáveis solidariamente pelas obrigações decorrentes
da relação de emprego. (Lei 13.467/2017).
“Art. 5º-A . Contratante é a pessoa física ou jurídica que celebra contrato com empresa de
prestação de serviços determinados e específicos. (Tomadora)
(....)
§ 5º A empresa contratante é subsidiariamente responsável pelas obrigações trabalhistas
referentes ao período em que ocorrer a prestação de serviços, e o recolhimento das
contribuições previdenciárias observará o disposto no art. 31 da Lei nº 8212, de 24 de
julho de 1991.”
CLT, Art. 455 - Nos contratos de subempreitada responderá o subempreiteiro pelas obrigações
derivadas do contrato de trabalho que celebrar, cabendo, todavia, aos empregados, o direito de
reclamação contra o empreiteiro principal pelo inadimplemento daquelas obrigações por parte do
primeiro.
Parágrafo único - Ao empreiteiro principal fica ressalvada, nos termos da lei civil, ação regressiva
contra o subempreiteiro e a retenção de importâncias a este devidas, para a garantia das
obrigações previstas neste artigo.
• O art. 442 da CLT define o contrato de trabalho como sendo: "o acordo tácito ou
expresso, correspondente à relação de emprego“.
• Pode-se dizer que é "o negócio jurídico pelo qual uma pessoa física (empregado)
se obriga, mediante o pagamento de uma contraprestação (salário), a prestar
trabalho não-eventual em proveito de outra pessoa física ou jurídica
(empregador) a quem fica juridicamente subordinado“.
• O Contrato de Trabalho é chamado de Contrato-realidade (primazia da realidade)
O Acordo tácito é aquele em que as partes, sem declarar ou mencionar suas
intenções, nem por escrito e nem verbalmente, agem de forma consensual ao
longo do tempo, e, dessa relação passam a existir direitos e obrigações.
Exigência de Experiência
Art. 442-A. Para fins de contratação, o empregador não exigirá do candidato a emprego
comprovação de experiência prévia por tempo superior a 6 (seis) meses no mesmo tipo
de atividade.
Artigos acrescentados pela Reforma Trabalhista - Lei 13.467/2017.
CONTRATAÇÃO DE AUTÔNOMO EXCLUSIVO
Art. 442-B. A contratação do autônomo, cumpridas por este todas as formalidades legais,
com ou sem exclusividade,
o
de forma contínua ou não, afasta a qualidade de empregado
prevista no art. 3 desta Consolidação.
OBS.:
1- Pejotização - tem sido utilizada pela jurisprudência para se referir à contratação de
serviços pessoais, exercidos por pessoas físicas, de modo subordinado, não eventual e
oneroso, realizada por meio de pessoa jurídica constituída especialmente para esse fim,
na tentativa de disfarçar eventuais relações de fato, e, eximir a empresa de encargos
trabalhistas.
2- Fraude - Havendo prova de trabalho pessoal, não eventual, com subordinação, na
forma dos artigos 2º e 3º da CLT, tanto na contratação de AUTÔNOMO quanto de PESSOA
JURÍDICA, considera-se em fraude (art. 9º da CLT), prevalecendo a primazia da realidade e
caracteriza-se a vínculo de emprego.
CONTRATO DE TRABALHO INTERMITENTE – (Lei 13.467/2017- Alterou a CLT)
• Art. 443. O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou
expressamente, verbalmente ou por escrito, por prazo determinado ou
indeterminado, ou para prestação de trabalho intermitente. (Alterado p/Lei 13.467/17)
• § 3o Considera-se como intermitente o contrato de trabalho no qual a prestação
de serviços, com subordinação, não é contínua, ocorrendo com alternância de
períodos de prestação de serviços e de inatividade, determinados em horas, dias
ou meses, independentemente do tipo de atividade do empregado e do
empregador, exceto para os aeronautas, regidos por legislação própria.
Art. 452-A. O contrato de trabalho intermitente deve ser celebrado por escrito e
deve conter especificamente o valor da hora de trabalho, que não pode ser inferior
ao valor horário do salário mínimo ou àquele devido aos demais empregados do
estabelecimento que exerçam a mesma função em contrato intermitente ou não.
• § 1o O empregador convocará, por qualquer meio de comunicação eficaz, para a
prestação de serviços, informando qual será a jornada, com, pelo menos, três dias
corridos de antecedência.
• § 2o Recebida a convocação, o empregado terá o prazo de um dia útil para
responder ao chamado, presumindo-se, no silêncio, a recusa.
• § 3o A recusa da oferta não descaracteriza a subordinação para fins do
contrato de trabalho intermitente.
• § 4o Aceita a oferta para o comparecimento ao trabalho, a parte que
descumprir, sem justo motivo, pagará à outra parte, no prazo de trinta dias,
multa de 50% (cinquenta por cento) da remuneração que seria devida,
permitida a compensação em igual prazo.
• §5o O período de inatividade não será considerado tempo à disposição do
empregador, podendo o trabalhador prestar serviços a outros contratantes.
OBS.: (*) para a validade dos recolhimentos à previdência social e contar como tempo de
contribuição, o valor recolhido mensalmente não poderá ser inferior ao percentual devido
aplicado sobre o salário mínimo.
• § 6o Ao final de cada período de prestação de serviço, o empregado
receberá o pagamento imediato das seguintes parcelas:
• I - remuneração;
• II - férias proporcionais com acréscimo de um terço;
• III - décimo terceiro salário proporcional;
• IV - repouso semanal remunerado; e
• V - adicionais legais.
• O contrato individual de trabalho, que por ficção legal é um acordo bilateral entre
empregado e empregador, de regra geral, não terá prazo de duração previamente
determinada, isto é, será por prazo indeterminado.
• Essa regra se extrai da leitura combinada dos textos dos artigos 443 e 451 da CLT,
pois o artigo 443 limita o rol de contratos de prazo determinado a unicamente
três espécies – obra certa, atividade transitória e contrato de experiência.
• Por outras palavras: de regra geral, o contrato é de prazo indeterminado; como
exceção poderá ser de prazo certo exclusivamente nas hipóteses do art. 443 - CLT.
• Contratos Sucessivos - Art. 452 - Considera-se por prazo indeterminado todo
contrato que suceder, dentro de 6 (seis) meses, a outro contrato por prazo
determinado, salvo se a expiração deste dependeu da execução de serviços
especializados ou da realização de certos acontecimentos.
b) PRAZO DETERMINADO – CLT, art. 443, §§1º e 2º
Art. 443. O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou
expressamente, verbalmente ou por escrito, por prazo determinado ou
indeterminado, ou para prestação de trabalho intermitente.
• § 1º - Considera-se como de prazo determinado o contrato de trabalho cuja
vigência dependa de termo prefixado ou da execução de serviços
especificados ou ainda da realização de certo acontecimento suscetível de
previsão aproximada.
• § 2º - O contrato por prazo determinado só será válido em se tratando:
• a) de serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do
prazo (obra certa, duração máxima 2 anos);
• b) de atividades empresariais de caráter transitório (sazonalidade, atividade
transitória, temporária Lei 6.019/74); (substituição de pessoal ou demanda extraordinária)
• c) de contrato de experiência (contrato de prova).
OBS.: => V. Contrato temporário criado em ACT/CCT – Lei 9.601/98
Duração Máxima e Prorrogação –
O contrato de trabalho, mesmo nas hipóteses de prazo determinado
autorizados pela CLT, não poderá ter duração estipulada para mais de dois
(02) anos, conforme prevê o art. 445 da CLT, observada a soma do contrato
original e sua eventual prorrogação (permitida SOMENTE UMA prorrogação,
nos termos do art. 451 da CLT).
Art. 445 - O contrato de trabalho por prazo determinado não poderá ser
estipulado por mais de 2 (dois) anos, observada a regra do art. 451.
Parágrafo único. O contrato de experiência não poderá exceder de 90
(noventa) dias.
Sintese:
Falência do Empregador -
Art. 449 - Os direitos oriundos da existência do contrato de trabalho subsistirão
em caso de falência, concordata ou dissolução da empresa.
Cargo em Comissão -
Art. 450 - Ao empregado chamado a ocupar, em comissão, interinamente, ou
em substituição eventual ou temporária, cargo diverso do que exercer na
empresa, serão garantidas a contagem do tempo naquele serviço, bem como
volta ao cargo anterior.
• Sucessão de Empresas – Responsabilidades
• Art. 448 - A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa
não afetará os contratos de trabalho dos respectivos empregados.
• Art. 448-A. Caracterizada a sucessão empresarial ou de empregadores
prevista nos arts. 10 e 448 desta Consolidação, as obrigações trabalhistas,
inclusive as contraídas à época em que os empregados trabalhavam para a
empresa sucedida, são de responsabilidade do sucessor. (Incluído pela Lei nº
13.467, de 2017)
• Tal poder não é absoluto, como todo o direito tem limites, isto é, sofre os
limites porque deve respeitar a Constituição Federal, as leis, as normas
coletivas, o contrato, bem como os limites internos da boa fé objetiva e
do exercício regular do direito (o negócio jurídico irregular é ilícito – art.
180, I, do CC).
• Exemplificando = o empregado não está obrigado a cumprir ordens ilegais.
• O Poder Diretivo do Empregador compreende os poderes de:
Direito Individual
Direito Material
Direito Coletivo
DIREITO DO TRABALHO
Ações Individuais
Direito Processual
(art. 763 e segs. CLT) Ações Coletivas - Dissídio
Coletivo
DIREITO DO TRABALHO I
OBRIGADO