Você está na página 1de 18

Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

O Papel dos Antioxidantes na Saúde Humana: Mecanismos Bioquímicos e Aplicações


Terapêuticas

Álvaro António Jaure


Código: 708223040

Trabalho de pesquisa cientifica apresentado a


Universidade Católica de Moçambique, Instituto de
Ensino à Distância, para avaliação na cadeira de
Bioquímica, orientado por:

Tutor:

Turma: G
Ano de Frequencia: 3º

Nampula, Maio de 2024

1
Índice

Introdução................................................................................................................................... 1
Mecanismos Bioquímicos dos Antioxidantes .............................................................................. 2
Como os Antioxidantes Combatem os Radicais Livres ................................................................ 2
Tipos de Antioxidantes: Enzimáticos e Não Enzimáticos ............................................................ 2
Alimentos Ricos em Antioxidantes ............................................................................................. 3
Principais Compostos Antioxidantes e suas Fontes ...................................................................... 3
Antioxidantes e Prevenção de Doenças Crônicas ......................................................................... 6
Métodos Analíticos para Avaliação da Capacidade Antioxidante ................................................ 8
Aplicações Terapêuticas e Industriais dos Antioxidantes ........................................................... 11
As perspectivas futuras ............................................................................................................. 11
Conclusão ................................................................................................................................. 14
Referências bibliográficas ......................................................................................................... 16

2
Introdução

Os antioxidantes são substâncias que desempenham um papel crucial na manutenção da saúde


humana ao combater os danos causados pelos radicais livres e o estresse oxidativo. Estes
compostos, presentes em diversos alimentos e suplementos, são essenciais para proteger as células
e os tecidos do corpo contra a deterioração e a degeneração, que podem levar a várias doenças
crônicas.

A relevância dos antioxidantes no campo da saúde tem sido objeto de extensiva pesquisa científica,
evidenciando seus benefícios na prevenção de doenças cardiovasculares, câncer, doenças
neurodegenerativas, entre outras condições. Além de seu papel protetor, os antioxidantes também
são amplamente utilizados na indústria alimentícia como conservantes naturais e na indústria
cosmética para promover a saúde da pele e retardar o envelhecimento.

Este trabalho tem como objetivo investigar os mecanismos bioquímicos pelos quais os
antioxidantes atuam no organismo, identificar fontes naturais ricas nesses compostos e avaliar
criticamente a relação entre o consumo de antioxidantes e a prevenção de doenças crônicas. Além
disso, serão analisados os métodos analíticos disponíveis para a avaliação da capacidade
antioxidante de compostos e alimentos, bem como discutidas as perspectivas futuras e possíveis
aplicações terapêuticas dos antioxidantes na medicina e nas indústrias de alimentos e cosméticos.

A compreensão aprofundada desses aspectos não só contribui para o conhecimento científico, mas
também pode guiar a formulação de estratégias eficazes para a promoção da saúde pública e o
desenvolvimento de novos produtos que aproveitem os benefícios dos antioxidantes. Assim,
explorar o papel dos antioxidantes na saúde humana é um passo fundamental para a melhoria da
qualidade de vida e a prevenção de diversas patologias.

1
Mecanismos Bioquímicos dos Antioxidantes

Os antioxidantes são compostos essenciais para a proteção das células contra os danos causados
pelos radicais livres. Esses radicais livres são moléculas instáveis e altamente reativas que podem
causar danos celulares significativos, levando a várias doenças crônicas e ao envelhecimento
precoce.

Como os Antioxidantes Combatem os Radicais Livres

Os radicais livres são gerados naturalmente no corpo durante processos metabólicos normais, como
a respiração celular, mas também podem ser aumentados por fatores externos como poluição,
radiação e tabagismo (Lobo et al., 2010). Essas moléculas têm um elétron desemparelhado que as
torna altamente reativas, podendo danificar proteínas, lipídios e DNA (Pisoschi & Pop, 2015).

Os antioxidantes neutralizam os radicais livres doando um elétron, estabilizando a molécula reativa


sem se tornarem radicais livres instáveis eles mesmos (Halliwell & Gutteridge, 2015). Esse
processo impede que os radicais livres causem danos oxidativos às células. Por exemplo, a vitamina
C (ácido ascórbico) é um antioxidante hidrossolúvel que neutraliza radicais livres no fluido
intracelular, enquanto a vitamina E (tocoferol) atua nos lipídios da membrana celular (Valko et al.,
2007).

Tipos de Antioxidantes: Enzimáticos e Não Enzimáticos

Os antioxidantes podem ser classificados em duas categorias principais: enzimáticos e não


enzimáticos.

Antioxidantes Enzimáticos

Os antioxidantes enzimáticos são proteínas que catalisam reações para neutralizar radicais livres.
Eles incluem enzimas como superóxido dismutase (SOD), catalase e glutationa peroxidase (GPx).

 Superóxido Dismutase (SOD): Esta enzima converte o radical superóxido (O2•-) em


peróxido de hidrogênio (H2O2) e oxigênio molecular (O2) (McCord & Fridovich, 1969).

 Catalase: Catalase então converte o peróxido de hidrogênio em água (H2O) e oxigênio,


prevenindo os danos causados pelo H2O2 (Chelikani et al., 2004).

2
 Glutationa Peroxidase (GPx): GPx reduz peróxidos, incluindo o H2O2, usando glutationa
como substrato, convertendo-o em água (Arthur, 2000).

Antioxidantes Não Enzimáticos

Os antioxidantes não enzimáticos incluem pequenas moléculas que atuam como antioxidantes ao
neutralizar radicais livres diretamente. Estes podem ser divididos em antioxidantes hidrossolúveis
e lipossolúveis.

 Vitamina C (Ácido Ascórbico): Um antioxidante hidrossolúvel que protege as células


aquosas do corpo, incluindo o plasma sanguíneo (Carr & Frei, 1999).

 Vitamina E (Tocoferol): Um antioxidante lipossolúvel que protege as membranas


celulares contra a peroxidação lipídica (Traber & Atkinson, 2007).

 Flavonoides: Compostos polifenólicos encontrados em frutas e vegetais que possuem


propriedades antioxidantes e podem neutralizar vários tipos de radicais livres (Pietta, 2000).

Cada um desses antioxidantes desempenha um papel crucial na manutenção do equilíbrio redox do


corpo, prevenindo danos oxidativos e promovendo a saúde celular.

Alimentos Ricos em Antioxidantes

Os alimentos ricos em antioxidantes, predominantemente frutas, vegetais e frutos secos, são


essenciais para a saúde por conterem vitaminas A, C e E, betacarotenos, selênio, zinco, cisteína, e
glutationa. Além disso, bioflavonoides presentes em alimentos como uvas e frutos vermelhos
também possuem propriedades antioxidantes.

Os antioxidantes ajudam a prevenir doenças como Alzheimer, câncer e outras doenças crônicas,
promovendo o funcionamento adequado das células ao combater o estresse oxidativo e os radicais
livres.

Principais Compostos Antioxidantes e suas Fontes

1. Betacaroteno

 Função: Convertido em vitamina A no organismo, possui fortes propriedades


antioxidantes.

3
 Fontes: Frutas e vegetais vermelhos, laranjas e amarelos, como abóbora, beterraba,
brócolis, cenoura, repolho, melão e damasco seco.

2. Antocianinas

 Função: Pigmentos que dão coloração roxa, rosa, vermelha e azulada, reduzindo o
risco de doenças cardiovasculares.

 Fontes: Amoras, framboesas, cerejas, alface roxa, açaí, ameixas vermelhas,


berinjela, goiaba, morango e couve roxa.

3. Licopeno

 Função: Pigmento carotenoide com propriedades antioxidantes que protegem


contra certos tipos de câncer.

 Fontes: Goiaba, melancia e tomate.

4. Vitamina C

 Função: Favorece a cicatrização, aumenta a produção de colágeno, facilita a


absorção de ferro e fortalece o sistema imunológico.

 Fontes: Acerola, brócolis, castanha da índia, repolho, espinafre, kiwi, laranja,


limão, manga, melão, morango, mamão e tomate.

5. Flavonoides

 Função: Polifenóis com propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes que


regulam os níveis de colesterol e aliviam sintomas da menopausa.

 Fontes: Frutas cítricas, nozes, chá verde, chá preto, vinho tinto, café e uva roxa.

6. Catequinas

 Função: Flavonoides com ação antioxidante e anti-inflamatória que melhoram a


saúde cardiovascular e previnem doenças neurodegenerativas.

 Fontes: Chá verde, camomila, morango, frutas vermelhas, cacau e uva.

7. Vitamina E
4
 Função: Vitamina lipossolúvel com propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias
que melhoram o sistema imunológico e a saúde da pele.

 Fontes: Arroz integral, amêndoa, amendoim, castanha do Pará, gema de ovo,


gérmen de trigo, milho, sementes de girassol e óleos vegetais.

8. Isoflavonas

 Função: Fitoestrogênios que aliviam sintomas da menopausa e síndrome pré-


menstrual, além de prevenir câncer e doenças cardiovasculares.

 Fontes: Sementes de linhaça, soja e produtos à base de soja.

9. Ácido Elágico

 Função: Polifenol que protege as células dos danos dos radicais livres.

 Fontes: Frutos vermelhos, uvas, goiaba, nozes e romã.

10. Ômega-3

 Função: Reduz inflamações, controla níveis de colesterol e protege contra doenças


cardiovasculares e cerebrais.

 Fontes: Atum, salmão, sardinha, sementes de chia e de linhaça e óleos vegetais.

11. Polifenóis

 Função: Melhoram a função cerebral, previnem o envelhecimento precoce e


algumas doenças crônicas.

 Fontes: Frutos vermelhos, frutos secos, cereais integrais, cebola, chá verde,
camomila, nozes, soja, tomate, uva roxa e vinho tinto.

12. Selênio

 Função: Mineral com alto poder antioxidante que melhora a função da tireoide e
fortalece o sistema imunológico.

 Fontes: Aveia, aves, amêndoas, castanha do Pará, fígado, nozes, frutos do mar,
sementes de girassol e trigo integral.
5
13. Resveratrol

 Função: Fitonutriente que protege contra infecções e possui propriedades anti-


inflamatórias e antioxidantes.

 Fontes: Cacau, uva roxa e vinho tinto.

14. Cisteína e Glutationa

 Função: Aminoácidos que neutralizam radicais livres e ajudam na desintoxicação


do organismo.

 Fontes: Carnes brancas, atum, lentilha, feijão, frutos secos, sementes, cebola e alho.

15. Zinco

 Função: Mineral essencial para várias reações químicas do corpo, que aumenta as
defesas e favorece a cicatrização.

 Fontes: Carnes, aves, frutos do mar, nozes, sementes e grãos integrais.

Incorporar uma variedade desses alimentos na dieta pode proporcionar múltiplos benefícios para a
saúde, ajudando na prevenção de doenças e promovendo o bem-estar geral.

Antioxidantes e Prevenção de Doenças Crônicas

As Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) representam um desafio global em saúde,


desenvolvendo-se ao longo da vida devido a múltiplos fatores. Estas doenças incluem condições
como:

 Doenças cardiovasculares: hipertensão arterial sistêmica, infarto agudo do miocárdio,


derrame, acidente vascular cerebral.

 Cânceres: vários tipos de câncer.

 Doenças respiratórias: Doenças Pulmonares Obstrutivas Crônicas (DPOC), asma,


bronquite.

 Doenças metabólicas: obesidade, diabetes, dislipidemias, síndrome metabólica.

 Doenças renais: insuficiência renal crônica.


6
 Saúde mental: problemas de saúde mental.

A inclusão de alimentos ricos em antioxidantes, aliada a hábitos saudáveis, pode promover a saúde
e prevenir o desenvolvimento dessas doenças crônicas. Antes de explorar as funções específicas
dos antioxidantes, é crucial compreender as reações de oxidantes e o estresse oxidativo. O estresse
oxidativo, caracterizado pelo desequilíbrio de radicais livres, pode causar danos celulares e
contribuir para doenças como câncer e diabetes. O organismo possui sistemas antioxidantes para
combater esses efeitos, que são complementados pela inclusão de antioxidantes na dieta.

Prevenção de Doenças Cardiovasculares e Câncer

Os carotenoides, presentes em frutas e vegetais coloridos como cenouras, abóboras e mangas,


ajudam a proteger contra doenças cardiovasculares e câncer, atuando como antioxidantes e
desempenhando funções imunomoduladoras.

Redução do Risco de Câncer de Próstata

O licopeno, um antioxidante encontrado em tomates, melancia, goiaba e pitanga, está associado à


redução do risco de certos tipos de câncer, especialmente o de próstata.

Redução do Estresse Oxidativo e Fortalecimento do Sistema Antioxidante

O selênio, presente em alimentos como castanha-do-Brasil, cereais integrais, ostras, carne suína,
aves, carne bovina e peixes, contribui para a redução do estresse oxidativo e fortalece o sistema
antioxidante.

Bom Funcionamento das Células

O zinco, encontrado em carnes vermelhas, aves e leite, é essencial para a integridade das
membranas celulares e o metabolismo de carboidratos, lipídios, proteínas e ácidos nucleicos.

Prevenção do Diabetes

Antioxidantes como as vitaminas C e E, entre outros nutrientes, ajudam a combater os danos


causados pelos radicais livres, que aumentam durante a hiperglicemia no diabetes. Esses
antioxidantes protegem as células contra esses danos, contribuindo para a prevenção do diabetes.

7
Incorporar uma variedade de alimentos ricos em antioxidantes na dieta diária pode proporcionar
uma defesa eficaz contra diversas doenças crônicas, promovendo uma vida mais saudável e
equilibrada. A combinação de antioxidantes com hábitos de vida saudáveis é uma estratégia
promissora para a prevenção e o controle de doenças crônicas não transmissíveis.

Métodos Analíticos para Avaliação da Capacidade Antioxidante

A avaliação da capacidade antioxidante em alimentos e compostos é fundamental para entender


seu potencial benefício à saúde. Diversos métodos analíticos são utilizados para medir essa
capacidade, cada um com suas vantagens e limitações.

1. DPPH (2,2-Difenil-1-Picrilhidrazil)

Descrição: Este método mede a capacidade de um antioxidante em reduzir o radical livre DPPH.
A redução é indicada por uma mudança de cor (de púrpura para amarelo), quantificada por
espectrofotometria.

Eficácia:

 Vantagens: Simples, rápido e não requer equipamentos complexos.

 Limitações: Não é específico para certos tipos de antioxidantes e pode ser influenciado por
fatores como solubilidade do composto antioxidante.

2. ABTS (2,2'-Azino-Bis(3-Etilbenzotiazolina-6-Ácido Sufônico))

Descrição: Avalia a capacidade de antioxidantes em neutralizar o radical ABTS. A reação resulta


em uma mudança de cor (de azul/verde para incolor), medida por espectrofotometria.

Eficácia:

 Vantagens: Versátil, aplicável a compostos hidrofílicos e lipofílicos.

 Limitações: Pode superestimar a capacidade antioxidante de certos compostos devido à


alta reatividade do radical ABTS.

3. FRAP (Ferric Reducing Antioxidant Power)

8
Descrição: Este método avalia a capacidade antioxidante baseada na redução do complexo ferrico-
tripiridiltriazina (Fe3+-TPTZ) para Fe2+-TPTZ, que resulta em uma cor azul medida por
espectrofotometria.

Eficácia:

 Vantagens: Simples, rápida e correlaciona-se bem com a capacidade antioxidante total.

 Limitações: Não avalia a capacidade antioxidante frente a radicais livres, apenas a


capacidade de redução.

4. ORAC (Oxygen Radical Absorbance Capacity)

Descrição: Mede a capacidade antioxidante baseada na inibição da fluorescência causada por


radicais peroxila. A capacidade antioxidante é quantificada pela diferença na fluorescência emitida.

Eficácia:

 Vantagens: Avalia a capacidade antioxidante contra radicais peroxila, representando bem


a atividade antioxidante biológica.

 Limitações: Procedimento mais complexo e demorado.

5. TEAC (Trolox Equivalent Antioxidant Capacity)

Descrição: Similar ao ABTS, este método quantifica a capacidade antioxidante de um composto


em relação ao Trolox (um análogo da vitamina E).

Eficácia:

 Vantagens: Aplicável a uma ampla gama de antioxidantes.

 Limitações: Resultados podem variar dependendo do padrão de referência usado.

6. CUPRAC (Cupric Reducing Antioxidant Capacity)

Descrição: Avalia a capacidade antioxidante baseada na redução de Cu2+ para Cu+. A formação
do complexo colorido é medida por espectrofotometria.

Eficácia:

9
 Vantagens: Sensível e aplicável a uma ampla gama de compostos antioxidantes.

 Limitações: Menos conhecido e utilizado comparado a outros métodos tradicionais.

Comparação da Eficácia e Limitações

1. Sensibilidade:

 Mais Sensíveis: ORAC, CUPRAC.

 Menos Sensíveis: DPPH, FRAP.

2. Versatilidade:

 Mais Versáteis: ABTS, TEAC.

 Menos Versáteis: DPPH (limitado a compostos solúveis em solventes específicos).

3. Complexidade:

 Mais Simples: DPPH, FRAP.

 Mais Complexos: ORAC, TEAC.

4. Aplicabilidade Biológica:

 Mais Relevantes Biologicamente: ORAC, ABTS.

 Menos Relevantes Biologicamente: FRAP (não avalia interação com radicais


livres diretamente).

5. Tempo de Análise:

 Mais Rápidos: DPPH, FRAP.

 Mais Lentos: ORAC, CUPRAC.

A escolha do método analítico para avaliação da capacidade antioxidante depende do tipo de


amostra, da especificidade necessária, do equipamento disponível e da relevância biológica
desejada. Enquanto métodos como DPPH e FRAP são rápidos e simples, métodos como ORAC e
ABTS fornecem uma avaliação mais abrangente da capacidade antioxidante, embora sejam mais

10
complexos e demorados. Combinar diferentes métodos pode proporcionar uma visão mais
completa da capacidade antioxidante de alimentos e compostos.

Aplicações Terapêuticas e Industriais dos Antioxidantes

Na Medicina: Os antioxidantes são amplamente utilizados na medicina devido à sua capacidade


de neutralizar os radicais livres, que são moléculas instáveis que podem danificar as células e
contribuir para o envelhecimento e o desenvolvimento de doenças. Flavonoides, por exemplo, são
uma classe de antioxidantes encontrados em muitas frutas e vegetais, como maçãs, repolho, uvas,
cebolas e brócolis. Esses compostos têm mostrado potencial no desenvolvimento de medicamentos
eficazes contra doenças consideradas problemas de saúde pública. Eles têm sido associados à
prevenção de doenças crônicas relacionadas ao estresse oxidativo, como inflamações e câncer.

Na Indústria de Alimentos: Na indústria de alimentos, os antioxidantes são adicionados para


prevenir ou retardar a oxidação, que pode causar a perda de cor, degradação de nutrientes e o
desenvolvimento de sabores e odores desagradáveis. Eles ajudam a aumentar a vida útil dos
alimentos e a manter sua qualidade sensorial e nutricional. Antioxidantes naturais, como vitaminas
C e E, carotenoides, flavonoides e outros compostos fenólicos, são particularmente valorizados por
seu apelo em produtos mais naturais.

Na Indústria de Cosméticos: Os antioxidantes também são fundamentais na indústria de


cosméticos, onde são usados para proteger os produtos contra a degradação oxidativa, que pode
afetar a cor, o aroma e a eficácia dos produtos. Eles ajudam a manter a integridade dos produtos
cosméticos e podem oferecer benefícios adicionais para a pele, como proteção contra danos
ambientais.

Essas aplicações demonstram a importância dos antioxidantes em diversos campos, contribuindo


para a saúde e bem-estar, bem como para a qualidade e segurança dos produtos que utilizamos
diariamente.

As perspectivas futuras

Na Medicina:

1. Desenvolvimento de Novos Medicamentos: Os flavonoides, uma classe de antioxidantes


naturais, estão sendo investigados para o desenvolvimento de medicamentos contra doenças
11
crônicas e problemas de saúde pública. A pesquisa futura pode se concentrar em isolar e
sintetizar novos compostos com maior eficácia e menos efeitos colaterais.

2. Terapias Personalizadas: Com o avanço da medicina personalizada, os antioxidantes


podem ser usados para criar tratamentos específicos para o perfil genético e as necessidades
individuais dos pacientes, potencialmente melhorando a eficácia e reduzindo riscos.

3. Prevenção de Doenças Degenerativas: Antioxidantes como as vitaminas C e E estão


sendo estudados para seu potencial em retardar ou prevenir doenças neurodegenerativas,
como Alzheimer e Parkinson.

Na Indústria de Alimentos:

1. Substituição de Antioxidantes Sintéticos: Há um crescente interesse em substituir


antioxidantes sintéticos por naturais devido ao apelo por produtos mais saudáveis e
sustentáveis. Especiarias e ervas da família Labiatae, por exemplo, são exploradas como
fontes naturais de antioxidantes.

2. Embalagens Ativas: A incorporação de antioxidantes em embalagens pode ajudar a


prolongar a vida útil dos alimentos, mantendo a qualidade nutricional e sensorial.

3. Bebidas Funcionais: Desenvolvimento de bebidas enriquecidas com antioxidantes naturais


que oferecem benefícios à saúde além da nutrição básica.

Na Indústria de Cosméticos:

1. Produtos Anti-Envelhecimento: Antioxidantes são ingredientes chave em produtos anti-


idade, ajudando a proteger a pele contra danos causados por radicais livres e poluição.

2. Cosméticos Personalizados: Assim como na medicina, a personalização pode se tornar


uma tendência na cosmética, com produtos formulados para atender às necessidades
antioxidantes específicas de cada tipo de pele.

3. Proteção Solar Avançada: O uso de antioxidantes em protetores solares pode ser ampliado
para oferecer uma proteção mais eficaz contra os danos dos raios UV.

Essas são apenas algumas das muitas possibilidades que os antioxidantes podem oferecer no futuro,
à medida que a ciência avança e novas descobertas são feitas. A pesquisa contínua e o
12
desenvolvimento de novas aplicações terapêuticas e industriais dos antioxidantes certamente trarão
inovações significativas para a saúde e o bem-estar.

13
Conclusão

Os antioxidantes desempenham um papel essencial na proteção das células contra os danos


causados pelos radicais livres, moléculas altamente reativas que podem levar a doenças crônicas e
ao envelhecimento precoce. Esses compostos agem doando elétrons para neutralizar os radicais
livres, prevenindo danos oxidativos às proteínas, lipídios e DNA.

Existem duas categorias principais de antioxidantes: enzimáticos, como superóxido dismutase,


catalase e glutationa peroxidase, que catalisam reações para neutralizar radicais livres; e não
enzimáticos, como vitaminas C e E, e flavonoides, que atuam diretamente neutralizando os radicais
livres.

A importância dos antioxidantes é evidente em diversos alimentos ricos nesses compostos, como
frutas, vegetais e nozes, que são fontes de vitaminas, carotenoides, flavonoides e outros nutrientes
essenciais. A inclusão desses alimentos na dieta pode ajudar a prevenir doenças crônicas, como
doenças cardiovasculares, câncer e diabetes, ao combater o estresse oxidativo.

Os métodos analíticos, como DPPH, ABTS e ORAC, são utilizados para avaliar a capacidade
antioxidante de alimentos e compostos, cada um com suas vantagens e limitações. Esses métodos
são fundamentais para identificar e quantificar a atividade antioxidante, contribuindo para o
desenvolvimento de produtos alimentares, cosméticos e medicamentos.

Os antioxidantes têm aplicações terapêuticas e industriais significativas. Na medicina, eles são


estudados para o desenvolvimento de novos medicamentos e terapias personalizadas, além de
prevenção de doenças degenerativas. Na indústria de alimentos, antioxidantes naturais estão
substituindo os sintéticos, e embalagens ativas estão sendo desenvolvidas para prolongar a vida útil
dos produtos. Na cosmética, antioxidantes são utilizados em produtos anti-envelhecimento e
proteção solar avançada, além de personalização de cosméticos para necessidades específicas de
cada tipo de pele.

O futuro da pesquisa e desenvolvimento de antioxidantes promete inovações significativas para a


saúde e bem-estar, com potencial para criar tratamentos mais eficazes, produtos alimentares mais
seguros e saudáveis, e cosméticos mais eficientes. À medida que a ciência avança, novas
descobertas e aplicações continuarão a emergir, reafirmando a importância dos antioxidantes em
diversas áreas da vida moderna.
14
15
Referências bibliográficas

Arthur, J. R. (2000). The glutathione peroxidases. Cellular and Molecular Life Sciences, 57(13-
14), 1825-1835.

Carr, A., & Frei, B. (1999). Toward a new recommended dietary allowance for vitamin C based on
antioxidant and health effects in humans. The American Journal of Clinical Nutrition, 69(6),
1086-1107.
Chelikani, P., Fita, I., & Loewen, P. C. (2004). Diversity of structures and properties among
catalases. Cellular and Molecular Life Sciences, 61(2), 192-208.

Halliwell, B., & Gutteridge, J. M. C. (2015). Free Radicals in Biology and Medicine. Oxford
University Press.
Lobo, V., Patil, A., Phatak, A., & Chandra, N. (2010). Free radicals, antioxidants and functional
foods: Impact on human health. Pharmacognosy Reviews, 4(8), 118-126.
McCord, J. M., & Fridovich, I. (1969). Superoxide dismutase. An enzymic function for
erythrocuprein (hemocuprein). Journal of Biological Chemistry, 244(22), 6049-6055.

Pietta, P. G. (2000). Flavonoids as antioxidants. Journal of Natural Products, 63(7), 1035-1042.


Pisoschi, A. M., & Pop, A. (2015). The role of antioxidants in the chemistry of oxidative stress: A
review. European Journal of Medicinal Chemistry, 97, 55-74.

Traber, M. G., & Atkinson, J. (2007). Vitamin E, antioxidant and nothing more. Free Radical
Biology and Medicine, 43(1), 4-15.
Valko, M., Leibfritz, D., Moncol, J., Cronin, M. T. D., Mazur, M., & Telser, J. (2007). Free radicals
and antioxidants in normal physiological functions and human disease. The International
Journal of Biochemistry & Cell Biology, 39(1), 44-84.

16

Você também pode gostar