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O Ensino Bíblico Diante Do Ceticismo Contemporâneo
O Ensino Bíblico Diante Do Ceticismo Contemporâneo
Barbosa
Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os
em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;
Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho
mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a
consumação dos séculos. Amém (Mt. 28.19,20).
Onde está o sábio? Onde está o escriba? Onde está o
inquiridor deste século? Porventura não tornou Deus louca a
sabedoria deste mundo? Visto como na sabedoria de Deus o
mundo não conheceu a Deus pela sua sabedoria, aprouve a
Deus salvar os crentes pela loucura da pregação Co. 1.20.21).
P. T. Forsyth antecipou um tempo marcado pela
dúvida, no qual as pessoas desacreditariam
que se pudesse ter alguma certeza,
fundamentada na razão e na ciência.
O Iluminismo influenciou a constituição da
modernidade, fundamentada no pressuposto
de que a razão seria suficiente para determinar
as decisões individuais do ser humano;
A Segunda Guerra Mundial, no entanto,
desconstruiu os pressupostos racionais, e a
supervalorização da ciência, e essa também
incluiu a religião, que passou a ser visa como
dispensável, e às vezes, intolerante.
A modernidade tardia ainda acreditava
na religião, em seus pressupostos para a
moral, ainda que a razão era tida como
suficiente para a construção de um
mundo melhor;
O filosofo Charles Taylor define essa
realidade como “narrativa da subtração”
de secularizada, ou seja, a ciência e a
razão subtraiu Deus da imaginação
moderna, desconsiderando a fé e a
crença.
Os filósofos gregos viam o mundo material –
incluindo o corpo – como algo sem importância,
os cristãos ressignificaram o corpo, datando-lhe
de significado, como criação divina;
O ceticismo reformulou a percepção cristã,
assumindo que o corpo é a única realidade, e
argumenta que todas as coisas têm causas
físicas, e tudo pode ser explicado em bases
materiais;
Ramos da psicologia e da medicina partem do
pressuposto de que tudo se resolve na base da
medicação, a sociologia busca, por meio da
tecnologia, a solução para todos os problemas;
Os antigos viam a história como
algo cíclico e interminável, o ser
humano dependia do destino,
estava determinado pelas forças
das divindades
O ceticismo argumenta que a saída
para o ser humano é política, pois
em seu processo dialético e
democrático é possível alcançar o
bem-estar comum na polis.
Os antigos não davam ênfase ao
indivíduo, consideram-no de menor
importância, em relação ao clã ou à
tribo, a pessoa não tinha dignidade,
estava a serviço da coletividade;
O ceticismo passou a defender que
o propósito da sociedade é viver
sem imposição dos outros, sem se
importar com as relações
comunitárias, desde que o outro
não seja ofendido;
Os antigos acreditavam no
julgamento dos deuses, e no
julgamento futuro, que faria a
distinção entre justos e injustos;
O ceticismo defende que as
pessoas fazem por merecer, e
elas mesmas devem decidir o
que acham melhor para suas
vidas
Os antigos acreditavam que os
sentimentos e interesses individuais
deveriam ser suprimidos em favor
dos outros, especialmente da
coletividade, da sua família, clã ou
tribo;
O ceticismo defende que nossa
identidade não é externa, antes
interna – com base em nossos
desejos e papeis sociais – a
identidade deve ser demonstrada,
apesar da oposição social.
O ensino bíblico deve considerar a realidade das
intenções, inclusive dos desejos, mas esses devem ser,
em alguns casos, suprimidos, POIS O PECADO É REAL,
por isso os desejos devem GLORIFICAR A DEUS ;
Em termos bíblicos, fomos criados a imagem de Deus,
temos valor inerentes – somos humanos; e contingente –
somos dependentes de Deus, nossa IDENTIDADE
somente se completa em Deus (Fp. 3.9), despindo-me do
EU (Ef. 4.22-24), não mais viverá o EU, mas CRISTO em
nós (Gl. 2.20).
A resposta bíblica ao ceticismo contemporâneo, em
relação à questão identitária, não é QUEM SOU EU, mas
DE QUEM SOU EU Somente encontraremos plenitude
nAquele que é PERFEITO, nosso verdadeiro nome está
com Ele (Ap. 2.17)
Somos responsáveis pelo nosso
semelhante, essa foi a primeira indagação
de Deus a Caim: onde está seu irmão?
(Gn. 4.9,10);
Jesus nos ensinou a Deus e ao próximo
como a nós mesmos (Mt. 22.34-40), esse é
o GRANDE MANDAMENTO;
O amor-agape é uma expressão
sacrificial, as pessoas devem viver não
apenas para elas mesmas, mas para as
outras pessoas (I Co. 13).
As nações são responsáveis pela justiça sócial (Rm;
13; Am. 1.1-2.3), por isso os cristãos devem
participar da política, mas sem utopia ou ufanismo;
O bem-estar social deve estar acima dos interesses
individuais, o foco central deve ser a vontade de
Deus (Rm. 12.1,2);
A meritocracia é um ideal, mas não pode ser
levada às últimas consequências, pois todos somos
limitados, e dependentes da graça de Deus (Ef.
2.8,9);
O ensino bíblico deve destacar que porque fomos
alcançados pela graça, também devemos
demonstra graça, (Ef. 2.10), por meio de boas
obras (Tg. 2.-14-17);
O ensinamento bíblico questiona o positivismo
científico, a utopia de que o ser humano será
capaz de construir um futuro melhor, a partir
da sua competência tecnológica;
Nem tudo pode ser explicado cientificamente,
ao invés de investir apenas em conhecimento,
devemos buscar também sabedoria, e essa
somente pode ser encontrada em Deus (Pv.
1.7).
Deus é o Senhor da história, e ainda que tenha
entregue seu curso aos seres humanos,
chegará o tempo em que o reino de Deus será
pleno (Ap. 19).
CETICISMO CRISTIANISMO
O corpo é eminentemente MATÉRIA, e como tal deve O corpo é parte importante do indivíduo, mas esse é
ser tratado, mais que isso, é alma e espírito
A história é cíclica, e segue sem rumo, em um A história segue em progresso, o governo foi
processo dialético, dependente da política entregue aos homens, mas o reino de Deus está em
curso, e será pleno no eschatos.
Os indivíduos são importantes, mais importante ainda A coletividade é importante, inclusive na koinonia,
é a coletividade. mas o indivíduo não deve ser desconsiderado.
As escolhas humanas devem ser determinadas As escolhas humanas são importantes, mas somos
coletivamente, e no âmbito privada, cada um deve responsáveis por nossas ações, sobretudo pelas
decidir o que convier práticas pecaminosas
Os desejos humanos são importantes, e devem ser Os desejos foram criados por Deus, mas devem ser
explorados, desde que não prejudiquem os outros direcionados, a fim de GLÓRIFICAR A DEUS.
O ensinamento bíblico, diante do ceticismo contemporâneo,
deve servir para libertar as pessoas das prisões nas quais se
encontram;
Essas pessoas não são inimigas, antes prisioneiras de um
sistema desumano, por isso devemos abordá-las com mansidão
e temor.
O Rei verdadeiro
chegou disfarçado num
maltrapilho e convida a
todos para uma
campanha
de sabotagem ao
império das trevas.
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