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Organização Pedagógica – 2024 Coordenadoria Pedagógica

Leitura literária e Cultura escrita na


Educação Infantil (4 e 5 anos)

Queridas(os) educadoras(es), com bastante satisfação e entusiasmo, apresentamos este documento con-
tendo reflexões para o planejamento das ações no ano de 2024. Neste material propomos que os diálogos e re-
flexões entre todas e todos das Unidades tenham como objetivo garantir boas experiências para as crianças (4 e
5 anos) que convivem diariamente nos Centros Municipais de Educação Infantil - CEMEIs e nas Escolas Municipais
de Educação Infantil da Cidade de São Paulo.
Para dar início às nossas reflexões, voltemos ao Currículo da Cidade - Educação Infantil a partir dos princí-
pios: equidade, integralidade e inclusão.
Respeitar a equidade das crianças é respeitar suas narrativas, interações, expressões corporais, pesquisas
com os materiais e materialidades interessantes e selecionados pelas(os) professoras(es). Com as crianças, é pos-
sível organizarmos, em alguns momentos, contextos de aprendizagens com os elementos da natureza, pesquisas
nos parques e na sala de referência, a partir de oportunidades em que as(os) educadoras(es) respeitam os ritmos
e as necessidades, criando condições favoráveis para pesquisas e brincadeiras, e consequentemente para seu de-
senvolvimento pleno e integral. Nos diferentes espaços das Unidades, criamos confiança e bem-estar. Seguimos
os passos e as narrativas infantis sobre suas hipóteses, pesquisas e curiosidades sobre o mundo.
Garantir uma educação integral é seguir as pistas e rastros que as culturas infantis nos apresentam, suas
indagações, curiosidades, estilos de vida que ora se harmonizam, ora geram conflitos, cabendo às(aos) educa-
doras(es) estarem preparadas(os) para essas situações. Vivenciar esse princípio com as crianças é acreditar em
sua máxima potência de ser e estar no mundo, sem fragmentação do tempo, mas atenta na relação do cotidiano
(escuta atenta ao que dizem, dos movimentos corporais, acompanhando os seus ritmos e ampliando repertórios
artísticos e culturais). Significa acreditar no pensamento e nas expressões corporais que são capazes, por isso, é
tão importante que as equipes das Unidades Educacionais organizem espaços favoráveis para os movimentos,
danças, experiências artísticas e culturais, não fragmentando o pensamento, a linguagem e o corpo das crianças.
Considerando o princípio da inclusão, é compreender que o nosso planejamento necessita de organização
com práticas em que todas(os) possam experienciar o seu cotidiano e aprender do seu jeito. Estamos nos referin-
do aqui a uma educação inclusiva, em que possamos reconhecer as diversidades e diferenças, compreendê-las e
incorporá-las no cotidiano junto das crianças, e todas(os) as(os) educadoras(es), sem distinção.
Os estudos nos convidam a aprimorar o olhar para os momentos em que as crianças começam a conviver
nos espaços coletivos. As leituras, pesquisas e reflexões ajudam a nutrir nossos saberes quanto ao desenvolvi-
mento das crianças.

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Considerando que, por volta dos quatro e cinco anos de idade, as crianças apresentam grande interesse por
conhecer mais a linguagem escrita, e as professoras(es) que trabalham com essa idade acolhem essa curiosidade
trazendo para o seu cotidiano propostas que impulsionam a aprendizagem, no ano de 2024, convidamos as(os)
professoras(es) da nossa Rede para um estudo mais aprofundado sobre a leitura literária e a cultura escrita.
Na verdade, desde que são bebês, já se interessam por histórias e livros, por isso é essencial seu acesso a
esses recursos desde que nascem. No entanto, a curiosidade por conhecer melhor as letras, suas formas, seus
desenhos e seus significados vai se ampliando conforme vão crescendo e observando a presença desses elemen-
tos em tantos lugares.
Esse interesse e essa percepção das crianças nos provocam, como educadoras(es), a dar grande atenção
e ampliar as possibilidades de aprendizagem da cultura escrita. Esse é um dos grandes desafios da docência na
Educação Infantil, pois entendemos que essa fase não compreende atividades de alfabetização, mas experiências
reais que demandam a função escrita na vida social.

Para conhecerem mais sobre cultura escrita na Educação Infantil


e como as crianças aprendem, recomendamos assistir ao vídeo
Cultura Escrita, disponível em:

https://drive.google.com/file/d/1u4c-u3p1zj2MVArIoAnHGP8RQC4-
LeN_/view?usp=drivesdk

Dessa forma, convidamos as(os) educadoras(es) para mergulharem nesses estudos e reflexões que irão pro-
piciar planejamento e proposição de práticas pedagógicas que garantam aprendizagem de linguagem escrita
como prática social, alinhada à leitura literária como experiência estética.

Nesse vídeo, O trabalho estético com a literatura I, vocês vão conhecer um


pouco mais sobre como pensar a leitura literária e a literatura como uma
linguagem da arte, privilegiando a experiência estética. Disponível em:

https://drive.google.com/file/d/1EgDPISq9aE9sp_QYrUdiZKr8-
M_7AWq0/view?usp=sharing

Ao perceber o interesse das crianças pelas letras e pelas palavras escritas, é comum que educadoras(es)
se empenhem na organização de um ambiente letrado e na proposição de atividades voltadas para esse tema,
porém, é preciso atenção aos elementos que compõem esse ambiente e essas propostas para não cultivarmos
proposições que são mais alinhadas aos processos de aprendizagem do ensino fundamental.

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No vídeo, Espaços de leitura nas Unidades de Educação Infantil, vocês
vão conhecer elementos importantes sobre a organização do espaço e
possibilidades da literatura em espaços diversificados no contexto da
Educação Infantil. Disponível em:

https://drive.google.com/file/d/1_20gLafz_IrrfmWUI0O-y3Vie8P1qYja/
view?usp=sharing

É preciso estudo e reflexão para compreender as especificidades do trabalho com linguagem escrita e leitura
literária dentro dos princípios da Educação Infantil e considerando sua relação com as múltiplas linguagens, pois
a aprendizagem não ocorre de forma isolada, o pensamento infantil é complexo e todas as experiências vivencia-
das são indissociáveis, criando conexões, cruzamentos e complementaridade entre si.
Dessa forma, a sala de referência pode ser organizada com livros de fácil acesso às crianças, os quais devem
ser trocados com certa frequência. As Unidades de Educação Infantil possuem um rico acervo de livros literários
que devem circular nas mãos de bebês e crianças sem receio de que sejam rasgados ou amassados. As crianças
vão aprender a cuidar, guardar e conservar os livros a partir da experiência cotidiana de lidar diretamente com
suas materialidades. O desgaste ocorrerá de qualquer forma pelo tempo, os livros são bens de consumo, portan-
to, sua renovação deve ser constante. Por outro lado, não se deve abrir mão do zelo com o acervo, é preciso, de
fato, dialogar e construir junto às crianças práticas de cuidado e valorização desses recursos.

Assista A curadoria dos livros e a importância dos projetos literários,


disponível em:

https://drive.google.com/file/d/14GTdrOADD4sYGk9esHkXHp64HrnELY1-/
view?usp=sharing

Um ambiente favorável à aprendizagem e vivência com a linguagem escrita é composto por elementos da
vida real que se relacionam com necessidades reais dessa linguagem. Portanto, faz sentido ter listas com nomes
das crianças da turma, listas com os nomes de livros favoritos, por exemplo, além de outras que possam ser pro-
duzidas no coletivo, ou seja, com participação das crianças e a(o) professora(or) como escriba. A fixação de letras
do alfabeto nas paredes ou placas com os nomes dos objetos não dialoga com as necessidades das crianças, é
importante que toda a presença de linguagem escrita tenha sentido prático.
A leitura literária e a presença de livros literários fazem parte desse processo sem a necessidade de atrelar
a literatura à aprendizagem da linguagem escrita ou a atividades. Ter contato com bons livros e ouvir a leitura
da professora já são parte do universo da cultura escrita. Dessa forma, a leitura literária deve fazer parte do
cotidiano das crianças por ser uma experiência com a linguagem das artes, sendo a mediação realizada pela(o)
professora(or) o disparador de boas conversas sobre as histórias.

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No vídeo, Mediação de leitura, vamos conhecer mais sobre como
educadoras(es) podem elaborar bons processos de mediação de leitura
literária. Disponível em:

https://drive.google.com/file/d/1rnRSW1RymGA5zJLgaGIckr3Us8qnicm1/
view?usp=sharing

Outro ponto importante é em relação aos livros literários e seus temas. É muito importante, e faz parte do
planejamento pedagógico, escolher os livros levando em consideração o tema da narrativa, no entanto, é ne-
cessário ter cuidado para não relacionar a literatura apenas às temáticas. Os livros devem ser selecionados pelo
tratamento estético com a linguagem e com as ilustrações, no caso do livro ilustrado, e não apenas pelo tema.
A leitura de livros literários costuma ser um dos caminhos que educadoras(es) encontram para abordar pautas
antirracistas, por exemplo. Dessa forma, chamamos atenção para o cuidado necessário com essa escolha e reco-
mendamos assistir ao seguinte vídeo para refletir sobre esse processo:

Assista o vídeo Além dos temas antirracistas, disponível em:

https://drive.google.com/file/d/1VwPleexsygRrd7aooPkKLO7h0ocH-TqY/
view?usp=sharing

A Coordenadoria de Alimentação Escolar - CODAE colabora com esse momento de organização das Unidades
Educacionais ao nos apresentar as reflexões a seguir e que dialogam com a concepção de bebês, crianças e infân-
cias nos momentos de alimentação:

Princípios e práticas de EAN na Educação Infantil (4 e 5 anos)

Conforme a “Orientação Normativa de Educação Alimentar e Nutricional para Educação Infantil” (São Paulo, 2020):

As oficinas culinárias são práticas integradas às demais ações do cotidiano educacional. Elas
aguçam a curiosidade, ampliam o repertório alimentar, fortalecem as relações e as(os)
educadoras(es) e crianças aprendem uns com os outros.

As práticas pedagógicas que envolvem o tema da alimentação, possibilitam trabalhar em consonância com
o Currículo da Cidade de São Paulo.

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Para saber mais, leio a Orientação Normativa de Educação Alimentar e Nutricional para
Educação Infantil (São Paulo, 2020), disponível em:

https://acervodigital.sme.prefeitura.sp.gov.br/acervo/orientacao-normativa-da-educacao-
alimentar-e-nutricional-para-educacao-infantil/

Com experimentações lúdicas, a Educação Alimentar e Nutricional - EAN possibilita aprendizagens plurais,
na escola e além dela, contribuindo para desenvolver o multiletramento, as diversas linguagens de mundo, reper-
tórios culturais, o autocuidado, pensamento crítico, científico e criativo, respeitando as diversidades e ampliando
o protagonismo e o pertencimento na sociedade, indo ao encontro com o Projeto Político-Pedagógico - PPP da
Unidade Educacional.
A EAN amplia e transforma a relação da criança com o alimento e seu consumo, cria hábitos alimentares,
propõe a riqueza das culturas, biomas, convida a conhecer a cultura dos povos ancestrais e as diversas possi-
bilidades de descobertas de receitas e costumes, elementos fundamentais para a conscientização alimentar e
ambiental. Deve-se privilegiar alimentos biodiversos, de origem local ou de comunidades tradicionais, agroeco-
lógicas e produzidos pela agricultura familiar e da horta da escola, sempre que possível. Tais escolhas favorecem
um debate sobre as cadeias de produção e consumo dos alimentos, apoiando na conscientização para o impacto
de nossas escolhas desde o plantio até o descarte, seja na saúde, na sociedade ou no meio ambiente.
A partir de 4 anos, com a supervisão de um adulto e os utensílios adequados (facas sem ponta, descascado-
res e raladores grandes etc.), a criança já pode cortar, ralar, refogar, investigar e degustar as possíveis transfor-
mações do alimento, observando suas propriedades. Através da apresentação diária do cardápio escolar e das
oficinas culinárias, é possível aprender conceitos matemáticos, estimular a leitura e a construção da escrita, na
execução de cada receita ou alimento apresentado, sendo possível trabalhar, também, ciências, história, dentre
outros componentes integrados. Outra proposta de trabalho é a utilização da literatura, através de contos, his-
tórias, lendas, fábulas e parlendas, abrangendo os temas pertencentes à alimentação, apoiando e orientando os
educadores para o sucesso da estratégia pedagógica e do processo criativo e educativo, nas rodas de conversa,
músicas e histórias, fomentando a consciência crítica, investigativa e científica.
Que este material possa alcançar a todos vocês, professoras e professores da rede municipal de educação in-
fantil paulistana, e que juntas(os) possamos aprimorar nosso olhar e fazer diário junto às crianças bem pequenas.

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