Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 21

Questões éticas

Ética e Legislação em bem-


• De uma forma simples os defensores dos
estar animal “direitos dos animais” entendem e advogam
que é moralmente errado usar e/ou explorar
animais em qualquer circunstância e que
humanos não devem fazer isto.
Adroaldo J. Zanella
Dep. de Med. Vet. Prev. e Saúde Animal, FMVZ- USP

1 2

Alguns exemplos de campanhas de Direito dos animais


grupos radicais nos Estados Unidos
– Responsabilidade social, atendendo aos consumidores que estão
exigindo mudanças no tratamento dos animais (produção, pesquisa, • O argumento, de uma forma simplista,
companhia, diversão…)
estabelece que os interesse dos animais
não humanos são equivalentes aos dos
humanos de desta forma eles são sujeitos
ao mesmo tipo de proteção que é garantido
aos humanos.

Senciência a teoria unificadora Questões éticas


• Pesquisas científicas recentes indicam que
animais, particularmente os vertebrados, • A abordagem que endereça bem-estar
animal argumenta que é moralmente
tem estados mentais complexos
aceitável para humanos utilizarem animais
demonstrando experiências subjetivas como
dor, prazer, ansiedade, medo, frustração, desde que as ações não criem situações de
sofrimento ou que ações sejam levadas a
empatia, perdão, pessimismo, otimismo,
efeito para reduzir, minimizar sofrimento e
entre outros.
promover estados emocionais positivos.
5 6

1
Nova abordagem! Pensadores influentes
• Vida que “vale a pena viver”!
• O conceito no final do século XX era • O filósofo Australiano Peter Singer, com o
predominantemente baseado na “ausência” livro Libertação Animal, abordou os
de sofrimento. “interesses” dos animais dentro de uma
perspectiva “utilitária”, enfatizando a
• Identificar estados afetivos positivos é um
necessidade de que a proteção dos
dos maiores desafios para a avaliação de
“interesses” dos animais não humanos
bem-estar.
tenham prioridades.
7 8

Pensadores influentes Posições éticas


• Tom Reagan, filósofo Americano, autor do • Segundo Palmer e Sandoe (2011) se
livro “The Case For Animal Rights”; alguém mencionar que não gosta de café
argumenta que os animais têm direitos não é preciso nenhuma explicação
morais e que, independentemente das adicional, porém se alguém indicar que algo
consequências, devemos abolir, e não é moralmente errado, é necessário que o
meramente regular, a exploração animal. argumento racional seja explicado, e caso
Ele apresenta o conceito de “sujeitos-de- julgado procedente aceito, implicando em
uma-vida”. mudanças.
9 10

Abordagem ética Pensamento ético

• Segundo Bentham (1748-1832) o “divisor de • Palmer e Sandoe, (2011)


águas” não é a habilidade de raciocinar ou – Contratual
falar, porém a capacidade de “sofrer”. Este – Utilitário
argumento é complexo e aborda
– Direito dos Animais
inconsistências no tratamento de situações
– Contextual
envolvendo crianças recém-nascidas e
– Natureza
humanos em estado vegetativo, por
exemplo.
11 12

2
Contratual Utilitária
• A visão contratual apenas considera os • Devemos considerar não apenas os
interesses humanos, e a observância do interesses de todos seres humanos
bem-estar dos animais depende do impacto afetados, mas também de todos os seres
que esta ação terá com outros humanos, sencientes afetados. O objetivo deve ser o
que são possíveis signatários deste de produzir o melhor equilíbrio do “bem”
contrato. Não existe espaço para animais no sobre o “mal”, através da maximização da
circulo moral habitado por humanos. satisfação dos interesses sencientes.

13 14

Direito dos animais Abordagem contextual

• Os animais que são sencientes e tenham • A interação de uma variedade de fatores,


habilidades cognitivas de alto nível tem bem como os próprios animais “tem
direito à vida, à liberdade e tratamento significado moral”. Este significado é
respeitoso. Os direitos dos indivíduos não representados pelos laços emocionais entre
pode ser substituído, a fim de beneficiar os os seres humanos e os animais bem como
outros, como na visão utilitária. compromisso especial que seres humanos
têm para determinadas espécies.

15 16

Respeito pela natureza

• Nesta abordagem deve se considerar a


proteção da natureza das espécies, Exercícios sobre avaliação
integridade genética, integridade física. ética
Alguns processos naturais são considerados
de importância moral; animais são
valorizadas como símbolos de sua espécie.

17
18

3
Estudo de caso 1 (modificado após Qual o papel do médico
B.Rollin) veterinário?
• Você é chamado para atender um problema • Você pergunta sobre a fêmea com fratura e
de diarreia em uma unidade de suínos, o gerente responde da seguinte forma: “ela
possivelmente causada por E. coli. vai parir nos próximos dois dias. Assim que
• Na sua visita você observa uma fêmea ela parir, vamos sacrificá-la e passar os
suína, no final da gestação, com fratura no leitões para outras fêmeas”.
membro posterior.

19 20

Sua ação? Estudo de caso 2


• 1) Ignorar o ocorrido pois a sua visita é para • Você está prestando consultoria a uma
atender um caso de diarreia. empresa que aloja 100.000 aves de postura.
• 2) Recomendar ao gerente que a fêmea receba A visita é para diagnosticar a causa da má
medicação para controlar a dor. qualidade na casca dos ovos.
• 3) Exigir imediata eutanásia do animal. • Você não é especialista em aves, está
• 4) Denunciar o ocorrido para as autoridades substituindo o seu colega especialista que o
competentes.
incumbiu de coletar amostras para análise.
• 5) Nenhuma das alternativas acima é correta.
21 22

Estudo de caso 2 Estudo de caso 2

• Você observa que o produtor está mantendo • O produtor comenta que a redução em 28%
um dos galpões sem alimentação com o do peso das aves é um processo para
objetivo de reduzir o peso corporal dos propiciar um segundo ciclo produtivo,
animais em 28%. precedido pela perda das penas, e
• Os funcionários estão retirando animais alterações no trato reprodutivo.
mortos do galpão durante a sua visita.

23 24

4
Estudo de caso 2 Sua ação?
• 1) Ignorar o manejo, pois a sua visita é para
atender uma solicitação de um colega.
• Ele menciona que os ancestrais da galinha
• 2) Recomendar ao produtor que interrompa a
doméstica passam por um processo muda forçada.
semelhante em condições naturais. • 3) Sugerir que animais doentes sejam submetidos
a eutanásia
• 4) Denunciar o produtor por maus-tratos.
• 5) Nenhuma das alternativas acima é correta.
25 26

Estudo de caso 3 Estudo de caso 3


• Uma equipe de pesquisadores de uma • As aves demonstraram produtividade
empresa de genética de aves desenvolveu comparável, ou superior as linhagens
uma linhagem de galinhas de postura que comerciais existentes. Indicadores de bem-
demonstrou ausência total de canibalismo, estar, como condição corporal, situação das
situação que compromete o bem-estar penas, indicadores de saúde, respostas
animal pelo fato de que os animais precisam imunológicas, ausência de lesões
ser submetidos a remoção parcial do bico. mostravam um futuro promissor para a nova
linhagem comercial.
27 28

Estudo de caso 3 Caso de estudo 3


• Você é médico veterinário do serviço
• Uma característica que foi identificada nas oficial, que emite parecer sobre as
aves, em avaliações posteriores, em testes
linhagens genéticas certificadas. Qual vai
nas granjas multiplicadoras, é o fato de que
ser o seu parecer sobre os animais?
os animais eram cegos. O argumento da
– ( ) Aprovar pois o bem-estar dos animais é
empresa de genética é de que o bem-estar superior
das aves, mensurados pelos indicadores – ( ) Negar a aprovação pelo problema de visão
validados eram muito bons.
– ( ) Exigir mais testes endereçando impacto a
longo prazo nos animais
29 30

5
Caso de estudo 4 Caso de estudos 5
• Você atua como veterinário responsável em • Você está retornando de suas férias de
uma competição internacional de cavalos da verão e se encontra em um
raça Quarto-de-Milha. Você observa que o a congestionamento na rodovia Anhanguera.
cauda de alguns animais está com uma falta Na sua frente está um caminhão
de mobilidade que é sugestiva de transportando frangos de corte, sem controle
manipulação farmacológica (injeção de de temperatura. Você observa pela
álcool, por exemplo). Qual será a sua ação? aberturas das gaiolas de transporte, que os
animais estão sofrendo estresse térmico.
31 32

Caso de estudo 5 Caso de estudos 6


• Você é aluno de iniciação científica,
• Qual é o procedimento que você vai tomar? financiado pelo CNPq. O seu orientador
– ( ) Ignorar pois não é a minha responsabilidade submete uma publicação para um periódico
– ( ) Alertar o motorista sobre a situação de alto impacto relacionada com o projeto
– ( ) Ligar para o Ministério da Agricultura que você trabalhou. Na preparação do
– ( ) Denunciar a empresa por maus-tratos manuscrito o seu orientador “falsifica”
– ( ) Solicitar ajuda da Polícia para liberar o informações sobre o procedimento de
caminhão eutanásia, utilizado no protocolo, para
– ( ) Parar de consumir carne de aves atender as exigências do periódico.
33 34

Caso de estudo 6 Caso de estudo 7


• Você e co-autor na publicação e está bem-
• Uma empresa farmacêutica tem aprovada a
informado com relação a inadequada
comercialização de um produto que, quando
escolha do protocolo de eutanásia utilizado,
administrado por via oral, aumenta o ganho
que foi propositadamente omitido, na
de peso, conversão alimentar e reduz a
preparação do manuscrito.
deposição de gordura em suínos e bovinos.
• Qual será a sua resposta a este evento
hipotético?

35 36

6
Caso de estudo 7 Caso de estudo 7
• Em testes de desempenho foram
observadas mudanças comportamentais
sugestivas de que os animais estavam mais • Você é veterinário consultor de uma
reativos, com ansiedade e medo. Estudos empresa que está considerando a utilização
posteriores demonstraram que o produto deste fármaco devidamente licenciado pelas
aumentava a liberação de catecolaminas, e autoridades competentes. Qual será a sua
desta forma induzia as mudanças ação?
comportamentais observadas.
37 38

Bem-estar animal no mundo


Preocupações • Interpretado como parte do capital humano,
Morais Veterinários essencial para o bem estar comum. Fundamenta
Zootecnistas as ações de governos e também de entidades
não governamentais

Público Complexo de
Organização Mundial do
Consumidores
Atacadistas produção de Comércio (WTO), 12/2013
alimentos
produtos originados da caça
de focas.

Comunicação com o Comunicação (Anna Cristina Oliveria & Karina Ishida)


consumidor

• https://youtu.be/y_K2In
liVKE
(Anna Cristina Oliveria, Karina Ishida &
Márcia I.G. Zanella )

42
41

7
Cenário na USP - Grupos
• CECSBE
Divulgamos nossas ações de
– Centro de Estudos Comparativos em Saúde, pesquisa !
Sustentabilidade e Bem-Estar
• GEBEA
– Grupo de Estudos em Comportamento e Bem-Estar Animal
• LAE
– Laboratório de Análises Socioeconômicas e Ciência Animal
• LABE
– Laboratório de Biometereologia e Etologia
• NUPEA
https://docs.google.com/open?id=0B2D6nzO8wiZGcmR
– Núcleo de Pesquisa em Ambiência GeHlfUmwzQ0E
44
43

Novas oportunidades Nossa proposta

• Desenvolver a competição mundial de


bem-estar animal (Heleski et al., 2004), • Avaliar e harmonizar conhecimentos
desenvolvida pela Michigan State em aspectos científicos em bem-estar
University. animal para estudantes de graduação
• 18ª competição em 2018 e pós-graduação nas áreas de
• Colorado State University. veterinária, zootecnia, agronomia,
biologia e outras.
46

Competição

47 48

8
Competição global de bem- Competição global de bem-
estar animal estar animal

Global research landscape: drivers


• Universities • European Commission: DG
• Research institutes Research; DG Santé
• Scientific societies (ISAE) • Industry
• Professional organisations • Certification programmes
(WVA) • NGOs (WAP; HSI; Donkey
• Agriculture research Sanctuary; The Brooke)
organisations (INRA, USDA • Consumer´s groups
and EMBRAPA) • Funding organisations:
• World Organization for UFAW; EU HORIZON 2020;
Animal Health (OIE) USAID; BBSRC; Bill and
• FAO Melinda Gates; DFG

Business Benchmark on Animal Welfare

68 Organizações avaliadas em 2012


70 Organizações avaliadas em 2013
80 Organizações avaliadas em 2014
90 Organizações avaliadas em 2015
99 Organizações avaliadas em 2016

a) Compassion in World Farming


b) World Animal Protection
http://www.bbfaw.com

54

9
Influência do BBFAW

55 56

57 58

TAMANHO DO MERCADO IMPACTADO

O Brasil por não conseguir colocar o seu produto no mercado alemão pelo
mesmo preço que os demais grandes fornecedores DEIXOU DE FATURAR
entre 2010 até 2016:

• € 294,00 milhões se recebesse tal qual os produtores Australianos

• € 118,07 milhões se recebesse tal qual os produtores Argentinos

• € 36,68 milhões se recebesse tal qual os produtores Uruguaios

59 Elaboração: FGV com base em dados do EUROSTAT


60

10
NORMAS E LEGISLAÇÃO EXEMPLO DO PRODUTO NA
ALEMANHA
CERTIFICAÇÃO DE BEA NO BRASIL
▪ Na ausência de fiscalização pelo MAPA nas etapas de criação e transporte de
animais agropecuários, algumas certificadoras passaram, recentemente, a
ocupar o papel de fiscalizadoras e promotoras de BEA no Brasil.

▪ A certificação, ainda que embrionária, é fundamental para estabelecer ROTULAGEM E


padrões em BEA. RASTREABILIDAE
- Onde nasceu
- Onde foi criado
▪ As 3 certificações de BEA no Brasil se baseiam nas Cinco Liberdades (FAWC), - Onde foi abatido
no protocolo Welfare Quality (2009) e nos Indicadores de Bem Estar Animal – - Onde foi processado

AWIN (2015) para o desenvolvimento do processo de avaliação e certificação. Número de série


DIFERENCIAÇÃO
(Mazzocca et al., 2017)
62

NORMAS E LEGISLAÇÃO NORMAS E LEGISLAÇÃO


CERTIFICAÇÃO DE BEA PARA O CONSUMIDOR CERTIFICAÇÃO DE BEA PARA O CONSUMIDOR

▪ Desde 2008, a ECOCERT (empresa francesa de


▪ Os participantes do programa são inspecionados
certificação orgânica) era a empresa responsável
anualmente por auditores independentes.
pela certificação de BEA para o consumidor no
Brasil, através do selo Certified Humane.
▪ Padrões de criação, que incorporam pesquisa
científica, recomendações profissionais e
▪ Em 2016, foi substituída pelo Instituto Certified
experiências práticas dos produtores, determinam o
Humane Brasil, representante na América do
manejo e os sistemas de criação por espécie animal
Sul da Humane Farm Animal Care (HFAC) -
a serem auditados.
principal organização internacional sem fins
lucrativos de certificação voltada para a melhoria
da vida das criações animais na produção de ▪ Os padrões do programa estão divididos em cinco
alimentos, do nascimento até o abate. grandes áreas de forma a atender às Cinco
Liberdades e garantir o bem-estar dos animais.
(Mazzocca et al., 2017)
(Mazzocca et al., 2017)

NORMAS E LEGISLAÇÃO NORMAS E LEGISLAÇÃO


CERTIFICAÇÃO SÓCIO AMBIENTAL
CERTIFICAÇÃO SÓCIO AMBIENTAL
▪ A Política de Certificação de Propriedades Agrícolas
▪ O Imaflora é um instituto sem fins da RAS também é aplicável ao processo de
lucrativos, fundado em 1995. auditoria da propriedade pecuária.

▪ Desde então, realiza certificação ▪ A propriedade garante a criação responsável dos


socioambiental no Brasil por meio do animais por meio de uma programa de BEA que
protocolo Rede Agricultura Sustentável inclui o transporte seguro. As operações pecuárias
(RAS), com forte poder indutor do têm instalações físicas adequadas para o
desenvolvimento local, sustentável, nos treinamento e o manejo responsável dos animais,
setores florestal e agrícola. onde eles não são maltratados. Aos animais é
proporcionado abrigo, alimento e água em
▪ Em 2010, o Imaflora desenvolveu um quantidade e qualidade adequadas para manter
protocolo para certificação na pecuária. sua saúde e produtividade.
(Mazzocca et al., 2017) (Mazzocca et al., 2017)

11
NORMAS E LEGISLAÇÃO NORMAS E LEGISLAÇÃO
CERTIFICAÇÃO DE BEA PARA A INDÚSTRIA
▪ Protocolo normativo que atua no mercado global CERTIFICAÇÃO DE BEA PARA A INDÚSTRIA
como referência chave de Boas Práticas Agrícolas
(BPA) e permite a inserção em mercados outros ▪ A certificação Global G.A.P. minimiza os
mercados. Obrigatório para a comercialização via impactos negativos no meio ambiente,
supermercados europeus, a implantação das reduz os insumos químicos e garante
normas do GLOBAL G.A.P. possibilita ao produtor o também o bem estar dos trabalhadores e
acesso ao mercado varejista da Zona do Euro. animais. A Ceres Qualidade é uma
empresa brasileira habilitada a implantar
▪ Esse selo ganha importância para garantir as processos que garantam a certificação
exportações do agronegócio brasileiro para Global G.A.P. no Brasil.
mercados que exigem BEA, como é o caso da (Mazzocca et al., 2017)
Alemanha, que é o terceiro maior comprador de (Mazzocca et al., 2017)
frango industrializado do Brasil (Agrostat).
Source: http://www.oiabrasil.com.br/certificacao/

Source: http://www.oiabrasil.com.br/certificacao/

111 empresas, 4800 propriedades, 45 estados


americanos, 4 províncias canadenses, além do NORMAS E LEGISLAÇÃO
Brasil e do Peru CERTIFICAÇÃO SÓCIO AMBIENTAL

Número de Fazendas ❖ A rede varejista Carrefour e a processadora de


Referenciais Certified Humane - carnes Marfrig colocaram no mercado brasileiro
disponíveis: Outros a primeira carne bovina certificada pela
- Bovinos de corte / 1900ral Rainforest Alliance em 2013, com 20.000
Bovinos Leiteiros / animais entregues à Marfrig.
Bovinos Jovens
Gado
- Frangos de Corte 1904ral ❖ Em 2016 foram certificados 57.632 animais pelo
/ Galinhas Aves Imaflora, demonstrando a evolução da
Poedeiras 1905ral
certificação. Outro dado importante é que em
- Cabras 2015 havia apenas uma fazenda e em 2016 esse
- Suínos número aumento para 5 fazendas.
- Ovelhas
Suinos
- Perus
1901ral (Mazzocca et al., 2017)
- Bisontes
Source: Imaflora, http://www.imaflora.org/certificacao-socioambiental_pecuaria.php

NORMAS E LEGISLAÇÃO NORMAS E LEGISLAÇÃO


RAZÕES PARA A CERTIFICAÇÃO SEGUNDO EMPRESAS CERTIFICADORAS
QUE ATUAM NO BRASIL (Mazzocca et al., 2017) RAZÕES PARA A CERTIFICAÇÃO SEGUNDO EMPRESAS CERTIFICADORAS
QUE ATUAM NO BRASIL (Mazzocca et al., 2017)
▪ ACESSO À MERCADOS - No Brasil, pessoas com idade entre 20 e 35 anos
preferem se relacionar com marcas e empresas cujos negócios não utilizem
▪ PRODUTIVIDADE - As boas práticas de bem-estar animal tornam as granjas,
matérias-primas com origem em animais submetidos a maus tratos. A
sítios e fazendas mais eficientes: animais bem tratados adoecem menos. Isso
certificação também possibilita ao produtor o acesso ao mercado varejista da
diminui a mortalidade e poupa custos com tratamento veterinário e
Zona do Euro.
medicamentos. Além disso, as normas para o transporte adequado dos
animais diminuem os riscos de que eles se machuquem.
▪ IMAGEM DA EMPRESA - Mesmo consumidores que dão pouca importância à
forma como os alimentos são produzidos passarão a rejeitar uma marca ou
produto que tenha a reputação de

12
Legislação

• As leis são instrumentos que formalizam a


Legislação implementação do pensamento ético de
uma população, através de uma código de
conduta esperado.

74
73

Objetivo Legislações e diretivas que


contemplam o Bem-Estar
• Desenvolver estratégias para o efetivo Animal
engajamento de cientistas em bem-estar • OIE – ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL
animal nas discussões sobre o arcabouço DE SAÚDE ANIMAL para bem-estar animal
legal neste importante tema, no Brasil. nas diferentes etapas da produção e para
diferentes espécies:
• http://www.oie.int/es/bienestar-
animal/temas-principales/
75 76

NORMAS E LEGISLAÇÃO
(Mazzocca et al., 2017)
Decreto Nº 30.691: regulamenta a Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal. Estabelece
que o abatedouro é responsável pelos animais recebidos e que todos os atos considerados maus tratos são
1952 passíveis de punição. Torna obrigatório o abate humanitário através do uso de métodos científicos e autorizados
para a prévia insensibilização dos animais. Estabelece as normas que regulam, em todo o território nacional, a
inspeção industrial e sanitária de produtos de origem animal.
• A legislação de bem-estar animal no Brasil Lei Federal Nº 9.605: conhecida como Lei de Crimes Ambientais (LCA), estabelece sanções administrativas e

teve inicio com o Decreto nº 24.645 de julho 1998


penais contra violações ao meio ambiente. Essa lei deu nova disciplina à legislação penal ambiental em geral,
incluindo um capítulo reservado à fauna silvestre e aos animais domésticos (os animais agropecuários estão
inseridos nesta proteção).
de 1934, que estabelece medidas de
proteção animal. 2000
Instrução Normativa 03/2000: aprova o Regulamento Técnico de Métodos de Insensibilização para o Abate
Humanitário de Animais de Açougue. Estabelece os procedimentos autorizados para insensibilização dos animais,
para o manejo dentro do estabelecimento de abate, assim como monitoramento do processo pelo
estabelecimento de abate e pelo serviço veterinário oficial.

Lei Federal Nº 10.519: dispõe sobre a promoção e fiscalização da defesa sanitária animal quando da
realização de rodeio e dá outras providências. Estabelece regras para o uso de animais em rodeios, bem como o
seu transporte e as exigências para o uso de equipamentos nos animais. Essa lei atende animais agropecuários
2002 de lazer.
77

13
NORMAS E LEGISLAÇÃO
(Mazzocca et al., 2017)
Portaria Nº 185: MAPA institui a Comissão Técnica Permanente do Bem-Estar Animal (CTEBEA).

2008 Instrução Normativa Nº 56: estabelece os procedimentos gerais de Recomendações de Boas Práticas de
Bem-Estar para Animais de Produção e de Interesse Econômico (REBEM), abrangendo os sistemas de produção
e transporte. Estabelece as diretrizes gerais para a criação de animais de produção com fins comerciais, do
nascimento até o abate.

Instrução Normativa Nº 10: aprova Regulamento Técnico para exportação de ruminantes vivos para o abate.
• Decreto n° 30.691 de 1952
2010 Estabelece as condições necessárias para a exportação de bovinos vivos destinados ao abate, incluindo
elementos para garantir as boas práticas de bem-estar dos animais, como adaptação prévia a viagem, estrutura
dos pontos de concentração e portos, estruturas dos navios, tempo de viagem até o porto, entre outros.
Aprova o novo Regulamento da Inspeção
Instrução Normativa Nº 46: estabelece o Regulamento Técnico para sistemas orgânicos de produção animal
Industrial e Sanitária de Produtos de Origem
2011
e vegetal e as listas de substâncias permitidas para uso nos sistemas orgânicos de produção. Define que se deve
promover a saúde e o BEA em todas as fases do processo produtivo com a adoção de técnicas sanitárias e Animal.
práticas de manejo preventiva.

Atualização LCA: aumentou a pena por crueldade de 3 meses a 1ano para 1 a 4 anos e até 6 anos se o animal
é morto (os animais agropecuários estão inseridos nessa proteção).

2012
80

• Nossa atual Constituição Federal de 1988, •


no seu artigo nº 225, dota o poder público de Portaria n° 524, de março de 2011
competência para proteger a fauna e a flora, Institui a Comissão Técnica Permanente
vedando práticas que submetam os animais para estudos específicos sobre bem-estar
a crueldade. animal nas diferentes áreas da cadeia
pecuária.

81 82

Decreto nº 8.852/2016

• A Comissão Técnica Permanente de Bem- • As atribuições sobre o bem-estar dos


Estar Animal do Mapa, Portaria nº 185 de animais de produção e interesse econômico
março de 2008 (atualizada pela Portaria nº são compartilhados entre as Secretarias de
524 de 2011), coordena as ações de bem- Defesa Agropecuária, no caso da
estar animal do Ministério e fomenta a fiscalização, e na Secretaria de Mobilidade
adoção das boas práticas para o bem-estar Social, do Produtor Rural e Cooperativismo,
animal pela cadeia produtiva. no caso do fomento.
83 84

14
Decreto nº 8.852/2016
• Ações da Comissão de Bem-Estar Animal
• A normatização sobre bem-estar animal é no Brasil são embasadas na legislação
um trabalho conjunto entre as secretarias. vigente e no conhecimento técnico-científico
disponível.

85 86

• I - propor normas e recomendações técnicas • IV - articular com entidades representativas


de boas práticas para bem-estar animal; do setor pecuário e de pesquisa;
• II - estimular e promover eventos • V - propor a publicação e divulgação de
relacionados ao tema objeto da Comissão; material técnico e informativo sobre bem-
• III - fomentar a capacitação dos diversos estar animal; star animal.
atores envolvidos nas cadeias pecuárias;

87 88

• VI - incentivar e propor a celebração de


acordos, convênios e termos de cooperação • Instrução Normativa nº 46, de 2011
com entidades públicas e privadas para Aprova o Regulamento Técnico para os
fomento de ações ligadas ao bem-estar Sistemas Orgânicos de Produção Animal e
animal. Vegetal.

89 90

15
• Instrução Normativa nº 56, de 6 de • Instrução Normativa n° 03 de 2000 -
novembro de 2008 Aprova o Regulamento Técnico de Métodos
Estabelece os procedimentos gerais de de Insensibilização para o Abate
Recomendações de Boas Práticas de Bem- Humanitário de Animais de Açougue.
Estar para Animais de Produção e de
Interesse Econômico (Rebem), abrangendo
os sistemas de produção e o transporte.
91 92

Legislações que contemplam Legislações que contemplam


o Bem-Estar Animal o Bem-Estar Animal
• Lei Nº 11.794, de 8 de outubro de 2008
• Lei Nº 10.519, de 17 de julho de 2002
Estabelece procedimentos para o uso
científico de animais. • Dispõe sobre a promoção e fiscalização da
defesa sanitária animal quando da
realização de rodeio e dá outras
providências

93 94

Legislações que contemplam


o Bem-Estar Animal
• Lei Nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 • Resolução Nº 675/2017 CONTRAN - Dispõe
• Lei de crimes ambientais sobre transporte de animais de produção ou
interesse econômico, esporte, lazer e
exposição

95 96

16
• Instrução Normativa n° 12 de 2017 - • Decreto n° 9.013 de 2017 - Aprova o novo
Credenciamento de entidades para Regulamento da Inspeção Industrial e
Treinamento em Abate Humanitário Sanitária de Produtos de Origem Animal.

97 98

Conteúdo da Lei de Abate


Humanitário
(Humane Slaughter Act - 7 U.S.C.A. § 1902.
Amostra de leis em bem- Humane methods

estar animal Nenhum método de abate ou


manipulação associada ao abate será
Estados Unidos considerada conforme com as
Europa políticas públicas dos Estados Unidos
a não ser que seja humanitário.
99

Leis e Regulamentos nos EUA para


a proteção de animais de produção Leis e Regulamentos nos EUA para
a proteção de animais de produção
Conteúdo da Lei de Abate Humanitário Conteúdo da Lei de Abate Humanitário
(Humane Slaughter Act - 7 U.S.C.A. § 1902. Humane methods
(Humane Slaughter Act - 7 U.S.C.A. § 1902.
Humane methods  (a) no caso de gado, bezerros, cavalos, mulas,
ovelhas, suínos o outros rebanhos, todos os animais
Qualquer dos seguintes dois devem ser insensibilizados por um único tiro (pressão
ou arma) ou algum meio elétrico, químico ou outro
métodos de abate e manipulação que seja rápido e eficaz, antes de ser imobilizado,
pendurado, jogado, ou cortado;
são considerados humanitários:

17
Leis e Regulamentos nos EUA para Leis e Regulamentos nos EUA para
a proteção de animais de produção a proteção de animais de produção
Conteúdo da Lei de Abate Humanitário
(Humane Slaughter Act - 7 U.S.C.A. § 1902. Humane methods
 (b)sendo abatidos de acordo com os rituais islâmicos
ou judeus ou qualquer outra religião que considere um • Criação de aves está excluída do “Humane
método de abate no qual o animal sofra perda de Slaughter Act”
consciência por anemia cerebral causada pelo
rompimento simultâneo e instantâneo das artérias • American Meat Institute Guidelines é muito
carótidas com um instrumento afiado manipulação importante, bem como auditorias privadas.
associada a tal abate.

Leis e Regulamentos nos EUA para Leis e Regulamentos nos EUA para
a proteção de animais de produção a proteção de animais de produção

• Animais de produção usados para pesquisa • O “Animal Welfare Act” é aplicado a todos
e ensino estão cobertos pela Lei Federal de os animais utilizados em pesquisa
Bem Estar Animal (Federal Animal Welfare biomédica, circos e zoológicos.
Act).

Breve história sobre bem-estar animal na Europa

1751 William Hogarth (RU): Quem é cruel para os


Europa animais também é cruel para os humanos
1822 Richard Martin (RU): Lei no Parlamento
contra crueldade em bovinos, ovinos e equinos
1840 RSPCA Royal Society for the Protection of
Animals against Cruelty
1933 German Animal Protection Law baniu
vivisecção e abate sem insensibilização.

107

18
Breve história sobre bem-estar na Europa Breve história sobre bem-estar na Europa

1964 Ruth Harrison “Animal Machines” (RU), 51 1979 Farm Animal Welfare Council (FAWC) (RU) foi estabelecido
anos 1992 Documento de Maastricht („animal welfare“ mencionado)
1996 Primeira Cátedra de bem-estar animal em Cambridge
1965 Brambell Report (Prof. Roger Brambell): 1999 Tratado de Amsterdam (“seres senscientes” 1 menção”)
Cinco Liberdades 2002 Proteção Animal como objetivo da Constituição da Alemanha
2004 EuroFAWC plataforma Européia para discussão de Bem-estar
1967 Farm Animal Advisory Council foi criado animal for criada
1968 Council of Europe (CEC) (Strassburg): 2004 29 de outubro: Bem-estar animal foi incluido na Constituição para a
Convenção Européia Europa
2012 – 2015 – Estratégia de bem-estar animal da União Européia

Bem-estar animal e sistema legal na Europa Development of animal welfare in EU documents

• Official Journal of the European Union (C 310/56) of 16.12.2004

• Artigo III - 121


• O Tratado estabelecendo a Constituição
para a Europa, assinado no dia 29 de " Na definição e execução das políticas da União Européia na
agricultura, pesca , transportes , mercado interno , pesquisa e
outubro de 2004, pelos Chefes de Estado desenvolvimento tecnológico e do espaço , a União e os Estados-
Membros , uma vez que os animais são seres sencientes devem levar
ou Governos de 25 Países Membros e 3 em conta plenamente as exigências do bem-estar animal , respeitando
Países candidatos também manteve o a disposições legislativas ou administrativas dos Estados-Membros
nomeadamente em matéria de ritos religiosos, tradições culturais e
compromisso de assegurar a proteção dos património regional. "
animais. •
Como estes requerimentos são implementados?

• Official Journal of the European Union (C 310/56) of 16.12.2004

Europa
Estrutura das leis de bem-estar animal
1. Leis Internacionais: Council of Europe (Conselho da Europa)
Convenção Européia em Bem-Estar Animal; OIE
2. União Européia
Diretivas, Orientações
EFSA (European Food Safety Authority)
3. Leis Nacionais nos Estados Membros da União Européia FACILITAR AVALIAÇÃO
Alemanha
Lei Federal (em 16 Estados da Alemanha)
CERTIFICAR AVALIAÇÃO.
Leis Estaduais (não podem ser inferiores as leis da Europa ou MELHORAR APLICAÇÃO.
Federais)
Acordos assinados com a indústria sobre bem -estar animal
MELHORAR FORMAÇÃO.
Opiniões de especialistas (casos legais) MELHORAR INFORMAÇÃO.
ENVOLVER TODOS , incluindo M.V.

19
The European Union & Animal Welfare Legislation The European Union & Animal Welfare Legislation

Calves
Pigs
Council Directive 2008/119/ECof 18
December 2008, Official Journal L 010, Council Directive 91/630/EEC of 19
15/01/2009 P. 0007 - 0013 laying down November 1991 laying down minimum
minimum standards for the protection of standards for the protection of pigs
calves (codified version) Official Journal L 340, 11/12/1991 p.
0033 - 0038

• http://europa.eu.int/comm/food/animal/index_en.htm • http://europa.eu.int/comm/food/animal/index_en.htm

The European Union & Animal Welfare Legislation The European Union & Animal Welfare Legislation

Laying Hens
Council Directive 1999/74/EC of 19 July
1999 laying down minimum standards Chickens kept for meat production
for the protection of laying hens Official Council Directive 2007/43 of 28 June 2007
Journal L 203, 03/08/1999 p. 0053 - laying down minimum rules for the
0057 protection of chickens kept for meat
production (OJ L 182, 12.7.2007 p.
0019-0028)
• http://europa.eu.int/comm/food/animal/index_en.htm

• http://europa.eu.int/comm/food/animal/index_en.htm

The European Union & Animal Welfare Legislation

The European Union & Animal Welfare Legislation

Protection at time of slaughter and killing Protection at time of slaughter and killing
Council Directive 93/119/EC of 22 Commission COM 2008/553 of 18
December 1993 on the protection of September 2008 for a Council
animals at the time of slaughter or killing Regulation the protection of animals at
Official Journal L 340 , 31/12/1993 p. the time of killing
0021 - 0034 • http://europa.eu.int/comm/food/animal/index_en.htm
• http://europa.eu.int/comm/food/animal/index_en.htm

20
The European Union & Animal Welfare Legislation The European Union & Animal Welfare Legislation

Protection during transport


REGULAMENTO (CE) N.o 1099/2009 Council Regulation (EC) No 1/2005 of 22
DO CONSELHO de 24 de Setembro de December 2004 on the protection of
2009 relativo à proteção dos animais no animals during transport and related
momento do abate (Texto relevante para operations and amending Directives
efeitos do EEE) 64/432/EEC and 93/119/EC and
Regulation (EC) No 1255/97
• http://europa.eu.int/comm/food/animal/index_en.htm

• http://europa.eu.int/comm/food/animal/index_en.htm

21

Você também pode gostar