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Catarina Honrado

ENSAIO
FILOSÓFICO

Será que os animais não-humanos são


dignos de consideração moral?
Trabalho realizado por:
▪ Catarina Honrado
10.º I

Será que os animais não humanos são dignos de consideração moral?

Este ensaio filosófico tem como problema em discussão a questão “Será que os
animais não humanos são dignos de consideração moral?” O objetivo deste ensaio é
justificar o direito à dignidade das vidas não humanas. Considero que a discussão
deste problema filosófico é muito importante, pois todos os dias surgem notícias de
que existem muitos animais que são sujeitos a maus-tratos. Com a realização deste

Ensaio Filosófico
Estatuto Moral dos Animais
Catarina Honrado
ensaio, mostrarei a minha posição a favor desta premissa.
No desenvolvimento deste ensaio irei apresentar a minha tese e expor os
argumentos que a sustentam.
A tese que defendo considera os animais como seres vivos dignos de
consideração moral.

Desde o aparecimento da humanidade que os animais são usados de variadas


formas pelos seres humanos, entre as quais, como fontes de alimentação, vestuário,
na realização de experiências científicas, no entretenimento (circos e touradas) ou
como seres de companhia. Usamos os animais de acordo com os nossos interesses e
supostas necessidades, causando-lhes um enorme sofrimento e tratando-os com um
enorme desprezo.

Peter Singer, um filosofo defensor da consideração moral para com os animais,


defende que a exploração e utilização dos animais por parte dos seres humanos é
incompreensível e acredita que estes deveriam ser mais respeitados e ter mais
direitos. Este autor defende, tal como eu, que os animais também sentem dor e
sofrem como os seres racionais, desta forma, deverão integrar-se numa mesma
sociedade moral. Mesmo não tendo os mesmos direitos que o ser humano, os
animais devem ser respeitados.

Bentham, um outro filosofo, analisou vários argumentos na defesa da dignidade


moral dos animais não racionais. Ele refere que se os animais não têm importância
moral porque não possuem capacidade de falar e pensar, logo os bebés e as pessoas
com deficiências mentais profundas também não têm essa importância e sabemos
que isso não corresponde a verdade, logo este argumento nunca pode ser
considerado válido.

Um argumento aceitável é a senciência dos seres. O conceito de senciência é


muito importante para as reflexões do bem-estar dos animais não humanos, pois ao
olharmos para os animais como seres sencientes, estamos a admitir que possuem a
capacidade de perceber o que lhes acontece e do que os rodeia. A meu entender, isto
significa que os animais não racionais também sofrerem em situações dolorosas,
desconfortáveis ou frustrantes e conseguem perceber o que lhes está a acontecer.
Daqui concluo, que o Homem é o único responsável, do ponto de vista ético e
moral, pelas condições em que mantemos os animais que foram retirados do seu

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Estatuto Moral dos Animais
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ambiente natural e estão sob os nossos cuidados, sendo esses animais
domésticos ou não.

Segundo alguns filósofos, quem insiste que só os seres humanos têm importância
moral incide no especismo. O especista é a pessoa que considera que por pertencer à
espécie Humana tem um estatuto moral superior aos outros seres não pensantes. Na
minha opinião, este argumento não é válido, pois todos os seres vivos devem ser
respeitados e considerados seres integrantes de uma sociedade, apesar de terem
papeis diferentes nela.
As nossas dores/sofrimento não deve ser considerado mais importantes do que os
dos animais, por maiores que sejam as nossas capacidades intelectuais e morais.
O Homem é um ser omnívoro, ou seja, também consome carne, sendo que não
existe uma ligação obrigatória entre o matar para alimentar e o provocar sofrimento.
Como ser racional, o Homem tem o dever e obrigação de tratar os animais não
racionais com respeito e dignidade. O uso dos mesmos para fins de diversão (touradas
e circos), na minha opinião é um desrespeito pelo sofrimento e dignidades destes seres
vivos. Muitos defendem as tradições e as atividades históricas, mas vivemos num
Mundo em contratante desenvolvimento e o cumprimento dos deveres dos animais
não humanos deve fazer parte dessa globalização.
A utilização de animais não racionais em experiências laboratoriais é uma discussão
muito controversa, pois na minha opinião, só deverá ser permitido em “último
recurso” e em estudos relacionados com a medicina.

Após esta reflexão, tenho a considerar que, se está ao alcance da sociedade alterar
as suas normas e protótipos de modo a aumentar o bem-estar dos seres sencientes
humanos e não humanos, então torna-se imprescindível reconhecer o estatuto moral de
ambos.
A principal razão que justifica a minha posição é o facto de que não atribuir
estatuto moral aos animais implica ignorar o seu sofrimento. Uma vez que todos os dias
milhões de animais são alvo de mãos tratos, violência ou simplesmente criados em
condições precárias e depois abatidos para consumo, considero que é dever do Homem,
como um ser também capaz de experimentar dor, tentar minimizar o sofrimento dos
animais e, consequentemente atribuir-lhes estatuto moral.

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Estatuto Moral dos Animais
Catarina Honrado

Peter Singer: o filósofo mais perigoso do mundo | Fronteiras do Pensamento

As ideias de Peter Singer sobre a libertação animal | GZH (clicrbs.com.br)

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