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Assessoria e Consultoria em Serviço Social

Autoria: Ana Lúcia A. Antonio

Tema 01
Conceitos de Assessoria e Consultoria
PORDENTRODOTEMA
Conceitos de Assessoria e Consultoria
Na atual conjuntura, as práticas de assessoria/consultoria não são exclusivas da administração. Ao contrário do
que a maioria das pessoas pensa, assessoria/consultoria podem ser prestadas por diversos especialistas em sua área
de conhecimento e atuação para a execução de atividades profissionais mais eficientes e que atendam aos anseios
postulados em seus referidos projetos.

Nestas circunstâncias, a relação estabelecida entre assessores, consultores e profissionais, longe de se repetir o modelo
tradicional pautado em uma relação hierarquizada e de subordinação, comum não só à docência, mas também à
prestação de serviços assistenciais, requer uma participação efetiva de todos os envolvidos. Porém, se este espaço
exige um trato teórico do objeto, não é o espaço privilegiado das “aulas teóricas”. O conhecimento aqui não é só o objeto
de apreensão, mas, fundamentalmente, é instrumento para captar o movimento da realidade social. “É nessa direção
que esses processos requerem, antes de tudo, explicitação dos objetivos, expectativas, avaliações das possibilidades e
limites, por parte dos envolvidos.” (VASCONCELLOS, 1998, p. 125-126)

Assim, assessoria e consultoria são dois termos frequentemente utilizados por profissionais que no dia a dia de suas
atividades recorrem a essas práticas. Em razão da necessidade de se realizar uma prática sempre crítica da realidade
social sobre a qual se pretende intervir, decidiu-se discutir o uso e a recorrência dessas ações para o conjunto da
profissão, tendo em vista a utilização cada vez mais comum no âmbito do Serviço Social.

Como já explicitado anteriormente, esses termos estão aqui definidos de acordo com as informações técnicas da
área de administração de empresas. Para o entendimento desses conceitos, faz-se necessário inquirir as seguintes
conceituações:

• O que é um assessor?

• O que é um consultor?

• Qual é a diferença entre eles?

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PORDENTRODOTEMA
No intuito de responder a estas perguntas relativas aos conceitos de assessoria e consultoria, tão utilizados no âmbito
do mercado de trabalho, seja uma empresa privada, uma repartição pública, organização não governamental (ONG),
escolas, hospitais, entre outros, fez-se uso dos dicionários para entendê-los.

Foram encontradas as seguintes definições:

Assessor (latim assessor, -oris, ajudante, auxiliar)

1. Que ou quem assiste ou assessora.

2. Adjunto, ajudante, assistente, auxiliar.

3. Pessoa que tem como função profissional auxiliar um cargo superior nas suas funções.

Consultor (latim consultor, -oris, conselheiro)

1. Aquele a quem se consulta ou o que dá conselhos.

2. Pessoa qualificada que, junto de uma empresa, dá pareceres e trata de assuntos técnicos da sua especialidade.

Note que, de acordo com as definições encontradas nos dicionários, um assessor é alguém que presta assistência,
auxílio ou ajuda à outra pessoa ou instituição, enquanto o consultor dá pareceres e trata de assuntos técnicos de sua
área de especialidade, de sua área de conhecimento à outra pessoa ou instituição, possui uma ação mais pontual.

Assessoria ou Staff é uma equipe de apoio à decisão. Pode ser uma equipe de campanha presidencial, membros do
Estado-Maior das Forças Armadas, gerentes que assessoram o presidente de uma empresa.

Consultor é o profissional qualificado, geralmente com instrução superior e especialização em uma área, possuidor
de sólida experiência específica na área em que presta serviço de consultoria. Um Consultor profissional tem como
principal atividade a prática da Consultoria de Organização e, geralmente, realiza o treinamento das pessoas
envolvidas no processo (TERRA, 2002).

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PORDENTRODOTEMA
Sobre assessoria/consultoria, o consultor Luciano Terra (2002) exemplifica: uma assessoria de Tecnologia consiste
em dar suporte, ajuda na área de Tecnologia da Informação (TI). Exemplo: quando uma empresa ou mesmo pessoa
necessita adquirir um computador, é importante saber sobre dados de configuração, capacidade de memória, entre
outros, como também a necessidade da empresa e/ou da pessoa que irá utilizar o computador – qual seria a máquina
mais adequada para atender a esta demanda de serviços, a que se destina sua utilização. Neste caso, para que o cliente
adquira um produto que atenda a suas necessidades, ele poderá ser assessorado, orientado pelo assessor sobre qual
a melhor marca a ser adquirida (preço, qualidade etc.).

Porém, suponhamos que esse mesmo cliente deseja a instalação de um programa com integração em rede e verificação
do estado atual dos computadores para apresentar durante uma reunião de diretoria e efetuar um projeto de implantação.
Neste caso, irá precisar de um parecer técnico e de um levantamento mais completo. Aqui, cabe o trabalho de consultoria.

Assim, o trabalho de consultoria solicita uma pesquisa mais elaborada, levantamento de dados, validação dos dados
obtidos, estudo, documentação de processo, elaboração de documentos técnicos e pareceres.

ACOMPANHENAWEB
”Assessoria ou consultoria?”
• Leia ”assessoria ou consultoria?”.
Link para acesso: <http://www.tiespecialistas.com.br/2011/03/assessoria-ou-consultoria/#.UYEW76Kmi8g>.
Acesso em: 01 maio 2014.

“Privatividade das atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas”


• Leia o artigo “Privatividade das atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas”.
Link para acesso: <http://jus.com.br/revista/texto/8369/privatividade-das-atividades-de-consultoria-assesso-
ria-e-direcao-juridicas>. Acesso em: 01 maio 2014.

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ACOMPANHENAWEB
“Procura-se: atitude empreendedora!“
• Leia o artigo “Procura-se: atitude empreendedora!“.
Link para acesso: <http://www.parhceria.com.br/artigos.php>. Acesso em: 01 maio 2014.

“Assessoria e Consultoria em Serviço Social“


• Leia o artigo “Assessoria e Consultoria em Serviço Social“.
Link para acesso: <http://www.approbare.com.br/intranet/arquivos/ASSESSORIA,%20CONSULTORIA%20
E%20SERVI%C3%83%E2%80%A1O%20SOCIAL.pdf>. Acesso em: 01 maio 2014.

Os desafios para se tornar um empreendedor de sucesso

• Assista ao vídeo: Os desafios para se tornar um empreendedor de sucesso. Reportagem


sobre experiências bem-sucedidas de empreendedorismo no Brasil.
Link: <http://www.youtube.com/watch?v=tLEqUsffSw8>. Acesso em: 01 maio 2014.

Tempo: 04:13

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AGORAÉASUAVEZ
Instruções:
Agora, chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado. A seguir, você encontrará algumas questões de múltipla
escolha e dissertativas. Leia cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido.
Questão 1

Explicite a diferença entre assessor e consultor.

Questão 2

Segundo os autores, há uma confusão na categoria profissional de se compreender a supervisão profissional como assessoria,
o que Vieira (1981) alertava:

a) A diferença está na falta de autonomia do assessor.

b) A diferença está no grau de autonomia que a assessoria pressupõe, pois a supervisão profissional, por mais democrática que
seja, tem, pelo local que ocupa na organização, um poder de mando.

c) A diferença está na expedição do número de registro profissional.

d) A diferença está na supervisão curricular e na supervisão extracurricular.

e) NDA.

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AGORAÉASUAVEZ
Questão 3

A supervisão profissional, ao contrário dos anos 1980 em diante, foi um tema presente na profissão desde sua institucionalização.
A partir do movimento de reconceituação latino-americano e do processo de renovação do Serviço Social brasileiro, este tema,
paulatinamente, caiu em desuso. Esses processos foram marcados por:
a) Uma crise na categoria.
b) Uma recusa do tecnicismo e uma busca de interlocução da profissão com a sociedade.
c) Uma ruptura com o tecnicismo.
d) Uma crítica às técnicas adotadas na época.
e) NDA.

Questão 4

De acordo com os autores do Livro-Texto, a bibliografia sobre supervisão, tal qual outras desta época no Serviço Social e nas
chamadas ciências sociais, é marcada por influência do:

a) Materialismo dialético.

b) Estrutural-funcionalismo.

c) Dialética.

d) Marxismo.

e) NDA.

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AGORAÉASUAVEZ
Questão 5

Assinale V para as afirmações verdadeiras e F para as afirmações falsas.


Considera-se que as supervisões profissionais – pautadas nos princípios do projeto ético-político do Serviço Social – são estra-
tégias na medida em que possibilitam, entre outras questões:
I. A articulação entre os assistentes sociais.
II. A garantia de efetivação de um projeto de intervenção coletivamente construído nas instituições.
III. A construção de um novo projeto político-pedagógico.
IV. Um novo olhar na intervenção.
Está correto o que se afirma em:
a) I e IV.

b) I.

c) I, II e IV.

d) II e III.

e) I e II.

Questão 6

Segundo Ferreira (1999), conceitue assessoria.

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Questão 7

Assinale V para as afirmações verdadeiras e F para as afirmações falsas:


I. O trabalho de assessoria passa por uma neutralidade.
II. A assessoria a ser desenvolvida pelos assistentes sociais, inexoravelmente, vai expressar uma concepção de profissão e de
mundo.
III. Existe trabalho de assessoria que visa adaptar o trabalho em equipe ou do profissional aos interesses institucionais.
IV. Existe uma vasta produção bibliográfica do Serviço Social sobre assessoria e consultoria.
Está correto o que se afirma em:
a) I, III e IV.

b) II, III e IV.

c) I, II, III e IV.

d) II e III.

e) I e III.

Questão 8

A recorrência do Serviço Social à categoria assessoria/consultoria é pouca e marcada por produções recentes. De acordo com
a análise dos autores, foram identificados dois argumentos que, imbricados, explicitam tal fato. Explicite o segundo argumento.

Questão 9

No fim dos anos 1970, e durante os anos 1980, o Serviço Social descobriu os movimentos sociais como espaço de atuação. Tal
descoberta está vinculada basicamente a duas características. Qual seria a primeira característica explicitada pelos autores?

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AGORAÉASUAVEZ
Questão 10
Com o adensamento da crítica ao Serviço Social tradicional, não houve redirecionamento teórico do trato da supervisão profissio-
nal – característica esta extensiva às outras temáticas “consideradas” operativas no Serviço Social. Qual o exemplo dado pelos
autores?

FINALIZANDO
Ao final do primeiro tema, conclui-se que assessoria/consultoria não são algo novo na prática profissional dos
assistentes sociais. Aprendeu-se que as discussões em torno dessas práticas nos dias atuais estão diretamente
relacionadas à maturidade intelectual da profissão demonstrada a partir da década de 1980 e, consequentemente,
vinculadas ao projeto ético-político profissional dos assistentes sociais.

Observa-se que as práticas de assessoria/consultoria não são neutras, livres de intencionalidades; ao contrário, elas
devem expressar uma concepção de profissão e de mundo e devem, ainda, possibilitar a interlocução entre profissionais,
a fim de garantir de forma democrática o acesso dos usuários aos direitos sociais.

REFERÊNCIAS
CARVALHO, Alba Maria Pinho. O projeto da formação do Assistente Social na conjuntura brasileira. Cadernos ABESS, São
Paulo: Cortez, n. 1, 1993.

IANNI, Otávio. A Ditadura do Grande Capital. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1981.

FERREIRA, Christiane L. et al. Educação Sem Fronteiras. Valinhos: Anhanguera Publicações, 2012.

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REFERÊNCIAS
NETTO, José Paulo. A construção do projeto ético-político do Serviço Social frente à crise contemporânea. In: CAPACITAÇÃO
EM SERVIÇO SOCIAL E POLÍTICA SOCIAL. Módulo 1: Crise contemporânea, questão social e serviço social. Brasília: CEAD,
1999. p. 93-108.

Luciano Terra

http://www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/bds.nsf/05459F13AD8217E5832577AB006E2381/$File/NT000447A2.pdf

GLOSSÁRIO
Adjunto: pessoa associada à outra para auxiliá-la em suas funções: professor adjunto.

Especialidade: caráter daquilo que é especial. Ramo de estudos, de trabalho a que alguém se dedica
particularmente: a paisagem é a especialidade desse pintor. Coisa fora do comum, distinta, notável.
Prato característico de uma região, de um restaurante: vatapá é a especialidade da casa. Especialidade farmacêutica,
medicamento industrializado e registrado, de fórmula especial, de propriedade particular.

Hierarquizada: ordenar ou organizar em uma hierarquia. A sociedade bizantina era muito hierarquizada (ou seja,
“organizada”). Organizar ou distribuir segundo uma ordem hierárquica. Exemplo: hierarquizando: Soldado, Cabo, 3o
Sargento, 2o Sargento, 1o Sargento, Subtenente, Tenente.

Subordinação: ação ou efeito de subordinar; ordem estabelecida entre as pessoas e que torna umas dependentes das
outras. Dependência de uma coisa em relação à outra.

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GABARITO
Questão 1

Resposta: Assessor: é identificado como aquele que assessora; assistente, adjunto, auxiliar ou ajudante. Consultor: é
aquele que dá conselhos, pareceres sobre o assunto da sua especialidade.

Questão 2

Resposta: Alternativa B.
Questão 3
Resposta: Alternativa A.
Questão 4
Resposta: Alternativa B.
Questão 5
Resposta: Alternativa E.
Questão 6

Resposta: Ferreira conceitua assessoria como órgão ou conjunto de pessoas que assessoram um chefe ou uma
instituição especializada na coleta de dados técnicos, estatísticos ou científicos sobre uma matéria.

Questão 7

Resposta: Alternativa D.

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Questão 8

Resposta: O segundo argumento sobre a recente inclusão do termo assessoria no Serviço Social ocorre pela impressão
da forma como este termo tem sido usado pelo profissional. Tal imprecisão se expressa de duas formas: a primeira ocorre
na identificação dos trabalhos que se apresentam sobre assessoria, mas que são registros de supervisão profissional
ou realização de cursos; a segunda imprecisão pode ser identificada no trabalho realizado pelo serviço social nos
movimentos sociais.

Questão 9

Resposta: A primeira é referente à conjuntura da época, que é marcada pela imersão dos movimentos sociais vinculados
à questão do cotidiano, na luta por melhores condições de vida, pois, com a crise da ditadura militar, foi possível a
imersão de inúmeras mobilizações em torno da busca por direitos referentes à habitação, saneamento, saúde, ensino,
entre outros.

Questão 10

Resposta: As questões relativas ao trato com entrevistas, grupos, visitas domiciliares, entre outras.

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Tema 02
Breve Histórico das Práticas de
Assessoria e Consultoria no
Serviço Social
PORDENTRODOTEMA
Breve Histórico das Práticas de Assessoria e Consultoria no Serviço Social

Cumpre observar que a formação profissional dos assistentes sociais deve ser um processo contínuo que se inicia
na graduação e prolonga-se durante a vida profissional.

No Serviço Social brasileiro, consubstanciou-se que a formação conferida pela graduação deve ser um alicerce, uma
sólida base oferecida por matrizes analíticas da vida social que norteiam o agir profissional.

A profissão do assistente social, por seu caráter extremamente interventivo, deve possibilitar, ainda que sob profunda
crítica, a atuação profissional em conjunturas que se transformam em componentes históricos e em locais com diferentes
particularidades e culturas singulares.

No período compreendido entre 1964 e 1985, esteve em movimento no país a ditadura militar do grande capital e, com
ela, uma política de “segurança e desenvolvimento” que denotou a prevalência da estratégia do capitalismo.

O slogan “segurança e desenvolvimento” foi muito bem utilizado pela ditadura em favor do capital. Neste período, o
Estado esteve presente em todas as esferas da vida da sociedade: sua vigilância estendeu-se do trabalho às escolas,
do partido à mídia, dos sindicatos à cultura, nada houve que o Estado não controlasse, até mesmo as igrejas e famílias.

A ditadura militar criminalizou a sociedade política, já que a própria questão social foi criminalizada, e todos eram vistos
como suspeitos: trabalhadores operários, homens pobres, camponeses, estudantes, pais de família, professores, padres
e médicos; todos eram suspeitos de subversão.

A ditadura militar estabeleceu proficuamente o período de favores e proteção estatal às empresas, principalmente às
grandes empresas; tal proteção fundamentou-se em uma elevadíssima taxa de exploração dos trabalhadores, revelando
a repressão como uma manifestação da economia política da ditadura militar.

De acordo com Ianni (1981), foi uma ditadura exercida contra as classes trabalhadoras do campo e das cidades.

As formas de organização da classe trabalhadora foram burocratizadas e colocadas sob excessiva vigilância e repressão
para desarticular as lutas que reinvidicavam limites à exploração. Os sindicatos perderam sua força.

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PORDENTRODOTEMA
A ditadura militar do grande capital controlou com violência quase todas as esferas da sociedade, especialmente os
trabalhadores do campo e da cidade.

No campo, houve intensa proletarização dos trabalhadores rurais; como não podia fugir à lógica de acumulação
imperialista imposta pela ditadura, a agricultura serviu à acumulação do capital financeiro.

Durante 21 anos de ditadura militar a serviço do grande capital, os problemas nacionais se agravaram: a inflação
“galopou” e a população empobreceu. A dívida externa cresceu assustadoramente. Os direitos conquistados foram
suprimidos a partir de 1964, e, com eles, a politização da sociedade foi brutalmente paralisada. O temor passou a fazer
parte da vida das pessoas que concebiam o Estado estranho, estranhado, estrangeiro (IANNI, 1981), e uma verdadeira
contrarrevolução foi realizada.

A trajetória das práticas de assessoria/consultoria no Serviço Social teve suas raízes no final dos anos 1970 e início
dos anos 1980 (período de ditadura militar) e acompanhou os movimentos sociais e, consequentemente, o processo de
renovação da profissão.

Na época, os movimentos sociais lutavam por melhoria das condições de vida da classe trabalhadora e mobilizavam
grandes contingentes de trabalhadores na luta por direitos sociais, tais como: saúde, habitação, educação, saneamento,
cultura e outros.

Neste mesmo período, na América Latina, o Serviço Social experimentava o processo de renovação da profissão,
também conhecido como Movimento de Reconceituação.

No Brasil, o processo de renovação profissional foi marcado por três vertentes de pensamento: perspectiva moderniza-
dora, perspectiva de reatualização do conservadorismo e perspectiva de intenção de ruptura.

A vertente de intenção de ruptura, marcada pelo pensamento crítico, é a aba que se aproximou dos movimentos sociais
na busca por trabalho fora das instituições (Althusser) e que acreditava no protagonismo dos intelectuais (Gramsci) no
processo de transformação da sociedade.

O trabalho dos assistentes sociais junto aos movimentos sociais se deu, na sua maioria, por meio da criação de
campos próprios de estágio para graduandos em serviço social. Esta ação é vista, na época, como estratégia, na
medida em que esse período também é marcado pela revisão curricular do curso de serviço social, aprovado pela
categoria em 1979. Na análise da época, para se efetivar esse projeto de formação profissional, era necessário
possibilitar ao aluno a vivência de um exercício profissional comprometido com a classe trabalhadora, e tal vivência
só poderia ocorrer em campos alternativos aos que os assistentes sociais trabalhavam. (MATOS, 2010)

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PORDENTRODOTEMA
Ao aproximarem-se dos movimentos sociais, vinculando-se a uma ação muito mais política, os profissionais que
corroboravam a vertente de intenção de ruptura passaram a negar o trabalho de desenvolvimento de comunidade.

Apesar da negação do desenvolvimento de comunidade por parte dos profissionais que compartilhavam da perspectiva
de intenção de ruptura com o conservadorismo no Serviço Social e com a criação do novo currículo, em 1979, a disciplina
Desenvolvimento de Comunidade passou a ser ministrada com conteúdos de movimentos sociais.

Matos (2010) afirma que, com o novo currículo, a visão tripartite do Serviço Social (serviço social de caso, serviço social
de grupo e serviço social de comunidade) foi rompida, o que levou, a partir de então, a uma compreensão da formação
profissional com base na teoria, na história e no método.

Matos (2010) afirma ainda:

Acreditamos que foram as experiências de campos próprias de estágio em movimentos sociais as precursoras dos
trabalhos de assessoria do serviço social a outros segmentos que não sejam os da mesma profissão. Mesmo que
poucos dos seus sujeitos profissionais (as equipes do serviço social) trabalhassem com a categoria “assessoria”
e, na maioria das vezes, se referissem à categoria “investigação-ação”. E, mesmo que não houvesse na época
uma clara distinção entre o trabalho e a militância política, foram essas experiências que deram bases para o
trabalho que atualmente os profissionais de assessoria fazem junto aos diferentes segmentos comprometidos
com a construção de políticas sociais públicas. Aqui estão as origens deste tipo de assessoria que, na atualidade,
passam por outras estratégias de ação, afinal, somos sabedores de que, desde os anos 1990, assistimos,
infelizmente, a um desse tipo de assessoria que, na atualidade, passa por brutal refluxo dos movimentos sociais.

ACOMPANHENAWEB
Bancas Jurídicas – Planejar ou Sobreviver?
• Leia o artigo: “Bancas Jurídicas – Planejar ou Sobreviver?”.
Link para acesso: <http://www.dynamikac.com.br/page6.html>. Acesso em: 2 jun 2014.

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ACOMPANHENAWEB
Artigos sobre consultoria
• Acesse o link e leia artigos sobre consultoria:
Link para acesso: <http://www.consultores.com.br/artigos.asp?modo=buscar&tipo=categorias&cod_catego-
ria=46>. Acesso em: 2 Jun 2014.

Tv Consultoria

• Assista ao vídeo: Tv Consultoria - Os Quatro Tipos de Profissional. Neste vídeo, o consultor


empresarial Wellington Moreira fala sobre os quatro tipos de profissional.
Link: <http://www.caputconsultoria.com.br/video/35-tv-consultoria--os-quatro-tipos-de-profissional>. Acesso em:
2 Jun 2014.

AGORAÉASUAVEZ
Instruções:
Agora, chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado. A seguir, você encontrará algumas questões de múltipla
escolha e dissertativas. Leia cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido.
Questão 1

No campo das atribuições privativas, o assistente social desenvolve assessoria na matéria “Serviço Social”. Assim, essa asses-
soria é toda aquela que se referencia à profissão. Portanto, só pode ser prestada por quem?

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AGORAÉASUAVEZ
Questão 2

Para Wanderley (1993), o Serviço Social, aprovado em 1979 e implementado a partir de 1982, reintroduziu a disciplina Desenvol-
vimento de Comunidade, mas com o conteúdo de movimentos sociais. Esse currículo possibilitou:

a) Um importante avanço.

b) Rompimento com uma antiga visão tripartite do Serviço Social.

c) A existência de um Serviço Social de Comunidade.

d) Compreensão da formação profissional sustentada no tripé: teoria, história e método.

e) Todas as alternativas estão corretas.

Questão 3

O trabalho dos assistentes sociais junto aos movimentos sociais ocorreu, na sua maioria, por meio da:
a) Crise da categoria.
b) Criação de campos próprios de estágio para graduandos em Serviço Social.
c) Ruptura com o tecnicismo.
d) Crítica às técnicas adotadas na época.
e) NDA.

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AGORAÉASUAVEZ
Questão 4
De acordo com os autores do Livro-Texto, a reedição da disciplina Desenvolvimento de Comunidade com conteúdo de movimen-
tos sociais foi problemática, pois poderia:

a) Sugerir a redução do trabalho em comunidade.

b) Produzir uma ruptura na categoria.

c) Produzir uma crise no currículo acadêmico.

d) Causar mudança nos instrumentais.

e) NDA.

Questão 5
Mesmo que não houvesse na época uma clara distinção entre o trabalho e a militância política, foram essas experiências que de-
ram base para o trabalho que atualmente os profissionais de assessoria realizam junto aos diferentes segmentos comprometidos
com:
a) Militância política.
b) Movimentos sociais.
c) Construção de políticas públicas.
d) Desenvolvimento de comunidade.

e) NDA.

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AGORAÉASUAVEZ
Questão 6

Ammann (1997) identifica quatro fases do desenvolvimento de comunidade no Brasil. Explicite quais são estas quatro fases.

Questão 7

De acordo com o Livro-Texto, a reedição da disciplina Desenvolvimento de Comunidade com conteúdo de movimentos sociais
foi problemática. Por quê?

Questão 8

Tomando como referência a Lei de regulamentação da profissão de Serviço Social no Brasil (8.662/1993), como é possível iden-
tificar o exercício de assessoria e consultoria?

Questão 9

De acordo com o Livro-Texto, assinale V para as afirmações verdadeiras e F para as afirmações falsas:

I. No Brasil, o desenvolvimento de comunidade é introduzido por organismos latino-americanos de cooperação nos anos 1940.
II. O desenvolvimento de comunidade é uma estratégia de controle ideológico da população contra a possibilidade do comunismo.
III. Nos anos 1950, a ONU passou a investir no Serviço Social, realizando pesquisas no plano internacional sobre a profissão.
IV. Na década de 1970, emergiram no Brasil as primeiras produções relativas a desenvolvimento de comunidade.

Está correto o que se afirma em:

a) I, III e IV.

b) II, III e IV.

c) I, II, III e IV.

d) II e III.

e) I e III.

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AGORAÉASUAVEZ
Questão 10
A assessoria do Serviço Social, no campo da competência profissional, refere-se àquelas ações desenvolvidas pelo assistente
social a partir do quê?

FINALIZANDO
As discussões em torno dessas práticas nos dias atuais estão diretamente relacionadas à maturidade intelectual da
profissão demonstrada a partir da década de 1980 e, consequentemente, vinculadas ao projeto ético-político profissional
dos assistentes sociais.

O projeto ético-político profissional se expressa por um conjunto de referências jurídico-legais, tais como a Lei de
Regulamentação da Profissão (8.662/1993), o Código de Ética (1993) e as diretrizes gerais para o curso de Serviço
Social (1996), somados ao acúmulo teórico-organizativo e político sustentado na tradição marxista.

Discutiu-se que as práticas de assessoria/consultoria não são neutras, livres de intencionalidades; ao contrário, elas
devem expressar uma concepção de profissão e de mundo e ainda possibilitar a interlocução entre profissionais, a fim
de garantirem de forma democrática o acesso dos usuários aos direitos sociais.

REFERÊNCIAS
CARVALHO, Alba Maria Pinho. O projeto da formação do Assistente Social na conjuntura brasileira. Cadernos ABESS, São
Paulo: Cortez, n. 1, 1993.
IANNI, Otávio. A Ditadura do Grande Capital. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1981.

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REFERÊNCIAS
FERREIRA, Christiane L. et al. Educação Sem Fronteiras. Valinhos: Anhanguera Publicações, 2012.
NETTO, José Paulo. A construção do projeto ético-político do Serviço Social frente à crise contemporânea. In: CAPACITAÇÃO
EM SERVIÇO SOCIAL E POLÍTICA SOCIAL. Módulo 1: Crise contemporânea, questão social e serviço social. Brasília: CEAD,
1999. p. 93-108.

GLOSSÁRIO
Alicerce: Aquilo que fundamenta e sustenta, base, apoio, sustentáculo: o bom êxito se fundamenta nos alicerces do
trabalho. O processo de escavação pelo qual são assentados os alicerces.

Althusser: Filósofo francês que influenciou o Serviço Social com ideias marxistas, conhecido como filósofo das
ideologias.

Gramsci: Filósofo italiano que teorizou sobre a necessidade de educar os trabalhadores e de formar intelectuais prove-
nientes da classe trabalhadora, a qual ele chamou de intelectuais orgânicos. Tem forte influência sobre o Serviço Social
ainda nos dias atuais.

Proletário: Classe antagônica à classe capitalista; aquele que vende sua força de trabalho (único meio de vida que pos-
sui) como meio de sobrevivência.

Ruptura: Ato ou efeito de romper; interrupção. Quebra, fratura. Quebra de relações sociais; violação de contrato: ruptura
diplomática.

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GABARITO
Questão 1

Resposta: Por um profissional graduado na área.

Questão 2

Resposta: Alternativa E.
Questão 3
Resposta: Alternativa B.
Questão 4
Resposta: Alternativa A.
Questão 5
Resposta: Alternativa C.
Questão 6

Resposta: A primeira, 1950-1959, quando o trabalho ocorre com base em supostos acríticos e aclassistas. Segunda
fase, quando é marcada pela interlocução dos profissionais de desenvolvimento de comunidade com as mobilizações
sociais que aconteciam no país, no período de 1960 até o golpe militar de 1964. Terceira fase, de 1964 a 1977, em que
a interlocução é cassada e o desenvolvimento de comunidade é utilizado como recurso para legitimar a ditadura militar.
E a quarta fase, em que a autora analisa o desenvolvimento de comunidade no período da transição democrática, de
1978 a 1989, expresso no trabalho realizado por prefeituras de oposição e por profissionais inseridos nos movimentos
populares.

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Questão 7

Resposta: Porque poderia sugerir a redução do trabalho em comunidade, concebendo-o apenas como uma ação
dirigida para a população organizada.

Questão 8

Resposta: Pode-se identificar o exercício da assessoria e consultoria como atribuição privativa deste profissional, bem
como uma competência que este profissional dispõe.

Questão 9

Resposta: Alternativa D.

Questão 10

Resposta: Sua competência no campo do conhecimento coletivo, pois os assistentes sociais vêm sendo requeridos a
prestar assessoria à gestão/formulação de políticas sociais, públicas e privadas e aos movimentos sociais.

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Tema 03
Assessoria no Serviço Social: o Papel da Universidade
PORDENTRODOTEMA
Assessoria no Serviço Social: Papel da Universidade
De acordo com os autores do Livro-Texto, para além da assessoria aos profissionais de Serviço Social, a relação
estabelecida entre assessoria e academia acabou implicando desdobramentos que se relacionam principalmente com
campos de estágio, por meio das disciplinas de estágio supervisionado, e com os projetos de pesquisa e extensão.

A discussão da assessoria no âmbito do Serviço Social e da universidade se relaciona diretamente com determinada
concepção de formação profissional, assim como com a universidade, que tem como um de seus pilares a
indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.

Para Andréa Gonzaga de Oliveira, ao dar início a um debate sobre a importância da assessoria e Serviço Social: a
articulação entre ensino, pesquisa e extensão na Faculdade de Serviço Social da UERJ, faz-se necessário debater
e compreender que esta discussão não ocorre isolada da realidade. Assim, ao se tratar da temática, faz-se mister
retomar os determinantes da profissão e contextualizar esta atividade no âmbito do exercício profissional historicamente
desenvolvido.

Ainda de acordo com a autora, a análise da gênese e trajetória histórica da profissão nos remete à sua relação intrínseca
com a questão social – enquanto objeto da profissão – e à relação entre Estado e sociedade. Assim, ao abordar o
tema assessoria e consultoria no Serviço Social, parte-se da compreensão do significado social da profissão, enquanto
profissão inserida na divisão sociotécnica do trabalho, tendo em vista o debate sobre os desafios atuais postos ao
trabalho profissional dos assistentes sociais para a consolidação do projeto ético-político.

A profissão registra, ao longo de sua construção, uma crescente ampliação do mercado de trabalho, condicionada
pelos determinantes sócio-históricos aludidos a cada período. A partir dos anos 1980, com as significativas mudanças
no mundo do trabalho, os espaços ocupacionais do Serviço Social também foram reformulados e outros foram abertos,
a partir das novas vestes, de antigas demandas ou, até mesmo, de novas expressões do objeto de ação do assistente
social, a questão social.

Considera-se que o contexto desvelado a partir deste período, de reestruturação produtiva e assertiva do projeto
neoliberal, influencia diretamente na configuração do trabalho do assistente social.

4
PORDENTRODOTEMA
Desta forma, parte-se do desafio da reflexão, construção e viabilização de alternativas que avancem na concretização
do projeto ético-político profissional, o qual coloca como pressuposto o compromisso com as classes trabalhadoras
com vistas à construção, consolidação e ampliação da cidadania, visando contribuir para a construção de uma ordem
societária sem opressão de uma classe sobre a outra.

Este é um dos maiores desafios colocados aos profissionais comprometidos com um projeto societário contra-hegemônico
aos interesses do capital, o que implica um esforço, visando à implementação e legitimação prática do arcabouço teórico-
metodológico já consolidado no debate da categoria.

É no intuito de contribuir que se aborda a atividade de assessoria no Serviço Social, frente de ação relativamente nova
do assistente social, que surge no bojo das transformações dos espaços ocupacionais das últimas décadas.

Acredita-se que, por meio das possibilidades e dos desdobramentos apontados por esta atividade, seja possível colaborar
para a consolidação e ampliação dos espaços ocupacionais do assistente social, além de contribuir para a afirmação de
uma possível estratégia de articulação entre teoria e exercício profissional para a efetivação do projeto ético-político, por
meio de proposições alicerçadas na relação dialética entre teoria e realidade.

A formalidade legal da assessoria, que regulamenta a profissão a partir da década de 1990, sinaliza a legitimação social
de tal exercício no âmbito do Serviço Social, subsidiando a afirmação desta atividade enquanto frente de trabalho para
os assistentes sociais.

Para empreender uma discussão sobre assessoria, a autora recorre à bibliografia registrada no Serviço Social sobre
esta atividade profissional, por meio da exploração de características, fundamentos teórico-metodológicos e objetivos
apresentados pelos autores, possibilitando visualizar a configuração do debate travado sobre o presente tema no Serviço
Social.

Vieira (1981) afirma que o assessor precisa conduzir o assessorado a uma reflexão, não impondo seu ponto de vista, mas
trazendo subsídios para que o assessorado forme um conceito, tome uma decisão mediante as opções apresentadas.

O papel do assessor é de um agente de mudança, cujo objetivo é fortalecer o supervisionado em um dos seus
papéis profissionais; suas funções são de fornecer informações especializadas, levar os assessorados a pensar
nos vários aspectos do seu problema, formular hipóteses e visualizar sequências operacionais. (VIEIRA, 1981,
p. 19)

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PORDENTRODOTEMA
Observa-se, também, o aspecto referente à assessoria enquanto processo de troca de conhecimentos, ideias e
experiências. Esta relação é construída a partir do acúmulo de conhecimentos específicos que o assessor detém e do
conhecimento da realidade na qual o assessorado se encontra inserido.

ACOMPANHENAWEB
“O papel da Universidade no contexto da política de Educação Inclusiva: reflex-
ões sobre a formação de recursos humanos e a produção de conhecimento”
• Leia o artigo “O papel da Universidade no contexto da política de Educação Inclusiva: reflexões
sobre a formação de recursos humanos e a produção de conhecimento”, de Rosana Glat, Márcia
Denise Pletsch.
Link para acesso: <http://cascavel.ufsm.br/revistas/ojs-2.2.2/index.php/educacaoespecial/article/
view/2095/1444>. Acesso em: 13 julho 2014.

“O futuro da universidade na sociedade do conhecimento: que universidade


e para quem?”
• Leia o artigo “O futuro da universidade na sociedade do conhecimento: que universidade e
para quem?”, de Egeslaine de Nes.
Link para acesso: <http://fcecoordinacioneducacion.files.wordpress.com/2012/02/00211.pdf>. Acesso em: 11
julho 2014.

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ACOMPANHENAWEB
A Universidade Empreendedora do séc. XXI: O Papel Estratégico da Proprie-
dade Industrial
• Leia a dissertação de mestrado de Dina Celeste de Rodrigues Chaves, A Universidade
Empreendedora do séc. XXI: O Papel Estratégico da Propriedade Industrial.
Link para acesso: <http:///www.marcasepatentes.pt/files/collections/pt_PT/1/271/A%20Universidade%20Em-
preendedora%20do%20s%C3%A9c.%20XXI.PDF>. Acesso em: 06 julho 2014.

“Reflexões sobre o Serviço Social e o Projeto ético político da profissão”


• Leia o artigo “Reflexões sobre o Serviço Social e o Projeto ético político da profissão”, de Maria
Lúcia Martinelli.
Link para acesso: <http://www.revistas2.uepg.br/index.php/emancipacao/article/view/69/67>. Acesso em: 10
julho 2014.

O Papel da universidade na sociedade contemporânea

• Assista ao vídeo: O Papel da universidade na sociedade contemporânea.


Link: <http://www.youtube.com/watch?v=V6LhFP8ZXzM>. Acesso em: 05 julho 2014.

Tempo: 07:33

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AGORAÉASUAVEZ
Instruções:
Agora, chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado. A seguir, você encontrará algumas questões de múltipla
escolha e dissertativas. Leia cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido.
Questão 1

É fundamental a compreensão de que a universidade, enquanto instituição social, está inserida no complexo de relações sociais
que estabelecem a dinâmica da sociedade. Sob esta ótica, a universidade adquire características e formas peculiares ao contexto
sócio-histórico, refletindo um embate. Qual seria este embate colocado pelos autores?

Questão 2

Segundo o Livro-Texto, faz-se necessária a compreensão de que a universidade, enquanto instituição social, está inserida no
complexo de relações sociais que estabelecem a dinâmica da sociedade e, de tal modo, se insere:

a) A reformulação dos espaços ocupacionais do Serviço Social e inauguração de novos espaços ocupacionais.

b) Exclusão da questão social na prática profissional.

c) Expedição do número de registro profissional.

d) Supervisão curricular e supervisão extracurricular.

e) No conjunto de relações entre Estado e Sociedade.

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AGORAÉASUAVEZ
Questão 3

De acordo com os autores, no Brasil, a reforma universitária de 1968 deixou marcas profundas na cultura e na estrutura que con-
formam a universidade, estando estreitamente vinculadas a um projeto ideológico centrado:
a) Na construção e viabilização de alternativas e concretização do projeto ético-político profissional.
b) No tecnicismo e na busca de interlocução da profissão com a sociedade.
c) Na ruptura com o tecnicismo.
d) Em uma crítica às técnicas adotadas na época.
e) Na “ideologia da escola, da competência e da meritocracia”.

Questão 4

De acordo com os autores do Livro-Texto, nos períodos subsequentes ao regime militar, a direção política de aceleração do pro-
cesso de privatização e de “empresariamento do ensino” no Brasil continuou com maior aprofundamento no governo FHC. Na
atual conjuntura, como o governo do PT tem se posicionado:

a) Distanciando-se desta prática.

b) Permanece com algumas características, porém redirecionou a qualidade de ensino.

c) Com continuidade e concretude à proposta iniciada pela gestão anterior.

d) Rompeu porém ainda segue as normativas que regem a política econômica mundial,

e) NDA.

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AGORAÉASUAVEZ
Questão 5

Na concepção dos autores do Livro-Texto, o Programa Universidade para Todos (Prouni) visa:
a) Comprar vagas ociosas da rede privada de ensino.

b) Conceder incentivo fiscal.

c) Servir de controle burocrático e ideológico.

d) Sob a ótica mercadológica, continua sendo utilizado para o “ranqueamento” das universidades.

e) Todas as alternativas estão corretas.

Questão 6

No período ditatorial, o ensino superior tinha como principal característica “a progressiva aceleração do processo de privatização
e de empresariamento do ensino” (ANDES, 2003, p. 8). Foi garantida por meio de quais processos?

Questão 7

Associada à proposta de “Reforma Universitária”, seguindo uma lógica mercantil, gerencial e antidemocrática, tendo como um dos
principais baluartes de sua política a inversão da concepção de autonomia universitária, com outras significações, possibilitando
algumas ações. Quais seriam estas ações?

Questão 8

De acordo com Chauí (2003), qual proposta de universidade é apresentada pelo Estado?

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AGORAÉASUAVEZ
Questão 9

A universidade pública resguarda, ainda, algumas dimensões contraditórias, tanto de espaço público quanto de liberdade, consi-
derada ainda uma das instituições em que alguns potenciais podem se manifestar, como:

a) Hierarquia entre as partes.

b) Resolução de problemas.

c) Cultural-crítico, criativo e contestador.

d) Definição do problema.

e) NDA.

Questão 10
Os autores do Livro-Texto, diante do quadro sócio-histórico apresentado, defendem que a autonomia universitária somente tem
sentido se obedecer a determinado princípio. Que princípio é este?

FINALIZANDO
Ao final do terceiro tema, observa-se que a ideia de mudança, expressa diversas vezes, é suscetível de discussão.
No contexto utilizado por Vieira (1981), o conceito de mudança se refere à concepção funcionalista, em que o agente
de mudança (assistente social) intervém no objeto (situação-problema) para solucionar problemas e estabelecer a
ordem esperada pela instituição, garantindo, consequentemente, a manutenção de todo o sistema (em nível micro e
macrossocietário).

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REFERÊNCIAS
CARVALHO, Alba Maria Pinho. O projeto da formação do Assistente Social na conjuntura brasileira. Cadernos ABESS, São
Paulo: Cortez, n. 1, 1993.

FERREIRA, Christiane L. et al. Educação Sem Fronteiras. Valinhos: Anhanguera Publicações, 2012.

IANNI, Otávio. A Ditadura do Grande Capital. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1981.

NETTO, José Paulo. A construção do projeto ético-político do Serviço Social frente à crise contemporânea. In: CAPACITAÇÃO
EM SERVIÇO SOCIAL E POLÍTICA SOCIAL. Módulo 1: Crise contemporânea, questão social e serviço social. Brasília: CEAD,
1999. p. 93-108.

GLOSSÁRIO
Formalidade: operação obrigatória para o cumprimento de certos atos jurídicos, administrativos etc. Ato de pouca
importância: simples formalidade. Regra imposta pela civilidade, pelas conveniências: sentou-se sem mais formalidades.

Gênese: série de fatos e causas que concorreram para a formação de alguma coisa: a gênese de um romance.

Indissociabilidade: característica ou particularidade do que é indissociável; que não se dissocia; que não pode ser
separado ou desunido.

Intrínseca: que é próprio e essencial; interior, interno: qualidade intrínseca. Que existe por si mesmo e se estabelece
fora de qualquer convenção: o valor intrínseco de uma moeda é seu valor conforme o peso do metal precioso à cotação
comercial.

Mister: o que é forçoso e necessário: é mister cumprir a lei. Fazer-se de mister ou ser mister. Ser essencial, ser
imprescindível: são mister de várias criações artísticas, são mister de várias criações artísticas. Haver mister (de). Em
que há necessidade de algo, que é preciso fazer: hei mister de produzir várias criações artísticas.

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GABARITO
Questão 1

Resposta: Reflete o embate e a correlação de forças entre os projetos societários que sobre ela incidem ao longo da
sua conformação.

Questão 2

Resposta: Alternativa E.
Questão 3
Resposta: Alternativa E.
Questão 4
Resposta: Alternativa C.
Questão 5
Resposta: Alternativa E.
Questão 6

Resposta: Garantida por meio do autoritarismo estatal e de uma política nacional que precarizava as condições de
ensino e pesquisa na produção acadêmica.

Questão 7

Resposta: Que passa a significar “liberdade para captar recursos na iniciativa privada (por intermédio de fundações de
apoio e da venda de serviços pela universidade) e para contratar e demitir professores e funcionários” (Livro-Texto, p.
118).

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Questão 8

Resposta: Para Chauí (2003), a proposta de universidade que é apresentada pelo Estado é a que favorece as classes
dominantes, podendo ser denominada universidade operacional, ou seja, uma universidade “regida por contratos de
gestão, avaliada por índices de produtividade, calculada para ser flexível (...), definida e estruturada por normas e
padrões inteiramente alheios ao conhecimento e à formação intelectual” (CHAUÍ 2003, p. 2 apud LIVRO-TEXTO, p. 119).

Questão 9

Resposta: Alternativa C.

Questão 10

Resposta: O princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, aliando-se, de forma não desvinculável,
ao processo de democratização interna das IES.

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Tema 04
O Empreendedorismo e o Profissional de Serviço Social
PORDENTRODOTEMA
O Empreendedorismo e o Profissional de Serviço Social

As práticas de intervenção social demandam uma reflexão para que as atuações interventivas tenham
sustentabilidade nas ações desenvolvidas nos projetos sociais, em propostas inovadoras e dinâmicas dentro de uma
visão empreendedora que possa dar continuidade à ação de ruptura do círculo da vulnerabilidade trabalhada.

As chamadas “mazelas sociais”, que na prática podem ser traduzidas como ausência de ações efetivas do Estado em
determinada área das cidades, estão geralmente localizadas na periferia.

Nas áreas periféricas, na maioria das vezes a população se vê obrigada a conviver com a ausência de atendimento à
saúde, com precariedade de vagas em Ceinfs, educação de baixa qualidade, pouquíssima garantia de segurança, falta
de saneamento básico, com raras opções de lazer, tráfego inadequado, entre outros. Em virtude da ausência do poder
público, de acesso às políticas públicas, “as mazelas sociais” e suas soluções requerem empreendimentos do Estado.

A população carece de acesso a seus direitos, mas também de conhecer e fazê-los valer; porém, aguardam esperançosos
que em algum momento o Estado cumpra seu papel de provedor social. Entretanto, na maioria das vezes, nem sempre
isso não ocorre, visto que são promovidas pequenas ações paliativas e, até mesmo, insuficientes que auxiliam a
população necessitada, ainda que de forma precária. A lentidão e a ineficácia dos serviços oferecidos à população pelo
poder público contribuem para a descrença e, até mesmo, para a comodidade das pessoas em relação ao poder público.

No entanto, nem todos se deixam abater pelas dificuldades, mas sim são impelidos a lutar por condições melhores.
Surgem, então, pessoas que almejam mudar uma situação, fazer valer seus direitos. O número de pessoas com perfil
de “lutadores”, apesar de ainda pequeno, vem crescendo. O que se observa na atualidade são pessoas que começam
por iniciativa própria a mobilizar sua energia e seu poder criador para também motivar outros indivíduos. Conjuntamente,
buscam criar alternativas com a finalidade de solucionar problemas no ambiente em que vivem.

Caracterizadas desta forma por essas e outras ausências, “as mazelas sociais” e suas soluções requerem empreendimentos
do Estado. Disso, a maioria da população é sabedora e aguarda permanentemente por transformações, na esperança
de que em algum momento o Estado cumpra seu papel de provedor social.

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PORDENTRODOTEMA
Porém, somente aguardar não basta. Daí a importância de ações interventivas que realmente propiciem transformações
positivas na vida das pessoas que necessitam ter seus direitos sociais respeitados. As ações sociais, atualmente
denominadas e conhecidas como empreendedorismo social, cujo “negócio” é o bem-estar social, vêm atraindo a
atenção da comunidade científica.

Assim, faz-se necessário discutir como os empreendedores sociais constroem e dão sustentabilidade a seus projetos,
ou seja, o que fazem para manter a sustentabilidade de seus empreendimentos sociais, que em sua maioria são
desenvolvidos por ONGs e OCISP.

Cumpre salientar que, no Brasil, existem organizações para incentivar, apoiar e orientar o empreendedorismo convencional,
como é o caso do SEBRAE. Há também aquelas instituições que vêm trabalhando no apoio, orientação, educação,
treinamento e até no descobrimento de novos empreendedores sociais, como é o caso da Ashoka Empreendedores
Sociais; do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social; e do Instituto Internacional de Educação; e do
Instituto Internacional de Educação do Brasil.

No entanto, ainda é insuficiente o conhecimento sistematizado a respeito das questões que envolvem a gestão
empreendedora social, principalmente no que se refere a um aspecto considerado importantíssimo: a sustentabilidade
financeira de empreendimentos.

Os estudos de empreendedorismo foram analisados originalmente pela teoria econômica, por meio dos estudos clássicos
de Richard Cantillon, Jean Baptiste Say e John Stuart Mill.

Os estudos de Steveson e Jarillo (1990, p. 18) classificam o empreendedorismo em três vertentes: a primeira delas
é formada por economistas, cujo interesse se aplica nos resultados das ações empreendedoras, e não apenas no
empreendedor ou em suas ações. A segunda vertente é composta por psicólogos e sociólogos que enfatizam o
empreendedor como indivíduo, analisando seu passado, suas motivações, seu ambiente e seus valores. A terceira
vertente é organizada por administradores e busca conhecer suas habilidades gerenciais e administrativas, a maneira
como atingem seus objetivos, suas metodologias, técnicas e ferramentas, o processo de tomada de decisão, a forma de
resolver problemas e todo o instrumental utilizado.

A concepção em relação ao empreendedor é a de alguém especial, um inovador, que traz algo novo para o processo.
Pessoas empreendedoras provocam mudanças, sugerindo maior proatividade.

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ACOMPANHENAWEB
Empreendedorismo Social e Desenvolvimento Local
• Leia a Dissertação de Mestrado de Daniele Farfus: Empreendedorismo Social e Desenvolvi-
mento Local: Um Estudo de Caso no SESIU Paraná.
Link para acesso: <www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select>. Acesso em: 2 ago.
2014.

Proposta de Indicadores para um Observatório de Empreendedorismo


• Leia o artigo “Proposta de Indicadores para um Observatório de Empreendedorismo no Brasil”,
de Alecsander Roncon.
Link para acesso: <http://www.ead.fea.usp.br/semead/14semead/resultado/trabalhosPDF/496.pdf‎>. Acesso em:
2 Jun 2014.

Assessoria: processo de trabalho do Serviço Social


• Leia o artigo “Assessoria: processo de trabalho do Serviço Social”, de Caroline Goerck e
Eunice Maria Viccari.
Link para acesso: <http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/fass/article/viewFile/990/770>. Acesso em:
2 Jun 2014.

Práticas de inovação e empreendedorismo social

• Assista ao vídeo: Práticas de inovação e empreendedorismo social.


Link: <http://www.youtube.com/watch?v=mrc_ITDZncE>. Acesso em: 2 Jun 2014.

Tempo: 12:36

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AGORAÉASUAVEZ
Instruções:
Agora, chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado. A seguir, você encontrará algumas questões de múltipla
escolha e dissertativas. Leia cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido.
Questão 1

De acordo com os autores do Livro-Texto, diante da discussão travada referente ao projeto ético-político e de formação na atua-
lidade, acredita-se que o referido projeto encontra-se sintonizado de que forma?

Questão 2

A universidade é o lócus privilegiado da formação profissional, e sua direção social é fundamental para a garantia da formação de
profissionais conscientes, críticos e criativos, que consigam pautar sua ação na unidade dialética:

a) Atividades que caracterizam a extensão universitária.

b) Rompimento com uma antiga visão tripartite do Serviço Social.

c) Na existência de um Serviço Social de Comunidade.

d) Na compreensão da formação profissional teórica.

e) Entre teoria e práxis.

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AGORAÉASUAVEZ
Questão 3

Para dar seguimento à luta dos sujeitos sociais em defesa da saúde pública, foi criado em janeiro de 2009 mais um mecanismo
de articulação na luta por estes direitos. Qual foi esse mecanismo?
a) Conselho de Saúde.
b) Unidade Estadual de Saúde.
c) Fórum da Saúde.
d) Comissão intersetorial de saúde.
e) GT de saúde.

Questão 4

Segundo os autores do Livro-Texto, considera-se que as ações de mobilização e organização popular e assessoria aos movimen-
tos sociais são espaços de trabalho em que os assistentes sociais:

a) Não podem estar inseridos.

b) Não possuem contribuições significativas.

c) Somente poderiam atuar na área da política de assistência social.

d) Somente poderiam atuar na área de atenção à criança e ao adolescente.

e) Podem contribuir para o fortalecimento dos sujeitos políticos na perspectiva da garantia e/ou ampliação dos direitos sociais.

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AGORAÉASUAVEZ
Questão 5

De acordo com os autores do Livro-Texto, a condução da atividade de assessoria está apoiada em alguns pressupostos. Quais
são esses pressupostos?
a) Históricos e teóricos.
b) Teóricos e metodológicos.
c) Políticos e práticos.
d) Teóricos e práticos.

e) Políticos e teóricos.

Questão 6

Os autores colocam os assessores como aqueles que provisoriamente se movimentam no espaço institucional, no sentido de:
a) Fiscalizar, planejar e penalizar.
b) Monitorar, acompanhar e fiscalizar.
c) Acolher, escutar, subsidiar a reflexão, a leitura, o estudo e o olhar crítico.
d) Elaborar, planejar e coordenar.

e) Todas estão corretas.

Questão 7

O curso de extensão “Política de Saúde na Atualidade”, explicitado pelo autores do Livro-Texto, surgiu como uma requisição das
entidades que participaram do Fórum de Saúde. Qual foi o principal objetivo deste curso?

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AGORAÉASUAVEZ
Questão 8

A função da assessoria não pode restringir-se à formação de quadros de recursos humanos, muito embora esta seja uma ativida-
de central da universidade; os assessores também têm de produzir e socializar conhecimento. Sob esta perspectiva, os autores
ilustram dois momentos motivadores a serem considerados. Quais seriam esses dois momentos?

Questão 9

Em consonância ao Livro-Texto, a assessoria é pensada, refletida e sistematizada. Ela não ocorre somente pela vontade política
dos atores presentes. Há outras vertentes a serem consideradas. Quais seriam?

Questão 10

O que os autores evidenciam é que não basta uma demanda, uma encomenda. São necessários objetivos e planejamentos a
serem efetuados pelos assessores. Quais seriam?

FINALIZANDO
O tema em pauta evidencia que os empreendedores sociais necessitam possuir características semelhantes aos
empreendedores empresariais, porém, sem perder o foco e com bem-estar social em suas motivações. A capacidade
de sustentação dos empreendimentos sociais precisa de competências organizativas, produtivas, de articulação,
comunicação, mobilização e participação das comunidades e sociedade, alvos dos empreendimentos sociais. Os
empreendedores sociais precisam estar aptos a desenvolver qualidades e capacidades para lidar com as mudanças
impostas pelo mercado.

Outra vertente a ser analisada refere-se à necessidade de um trabalho junto ao público-alvo de conscientização e
convencimento em relação aos benefícios e necessidade da colaboração das pessoas para a transformação da realidade.

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REFERÊNCIAS
CARVALHO, Alba Maria Pinho. O projeto da formação do Assistente Social na conjuntura brasileira. Cadernos ABESS, São
Paulo: Cortez, n. 1, 1993.
FERREIRA, Christiane L. et al. Educação Sem Fronteiras. Valinhos: Anhanguera Publicações, 2012.
IANNI, Otávio. A Ditadura do Grande Capital. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1981.
NETTO, José Paulo. A construção do projeto ético-político do Serviço Social frente à crise contemporânea. In: CAPACITAÇÃO
EM SERVIÇO SOCIAL E POLÍTICA SOCIAL. Módulo 1: Crise contemporânea, questão social e serviço social. Brasília: CEAD,
1999. p. 93-108.

GLOSSÁRIO
Empreendedorismo: Qualidade ou caráter do que é empreendedor. Atitude de quem, por iniciativa própria, realiza
ações ou idealiza novos métodos, com o objetivo de desenvolver e dinamizar serviços, produtos ou quaisquer atividades
de organização e administração.

Gestão: Ação de gerir. Gerência, administração. Gestão de negócios, diz-se quando uma pessoa administra os negó-
cios de outra, por eles se responsabilizando solidariamente, mas sem autorização legal.

Inovador: Que inova. Aquele que inova.

Proativo: Proativo é definido como um conjunto de comportamentos extrapapel em que o trabalhador busca espontane-
amente por mudanças no seu ambiente de trabalho, solucionando e antecipando-se aos problemas, visando metas de
longo prazo que beneficiam a organização.

Sustentabilidade: Qualidade de sustentável.

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GABARITO
Questão 1

Resposta: Acredita-se estar explícito que o projeto de formação profissional está sintonizado com o projeto que defende
a universidade pública, gratuita e de qualidade alicerçada sobre o tripé ensino, pesquisa e extensão.

Questão 2

Resposta: Alternativa E.
Questão 3
Resposta: Alternativa C.
Questão 4
Resposta: Alternativa E.
Questão 5
Resposta: Alternativa E.
Questão 6

Resposta: Alternativa C.

Questão 7

Resposta: O curso teve como objetivo instrumentalizar os movimentos sociais no que tange à saúde, visando fomentar
e fortalecer a atuação política, abrangendo os que atuam nas lutas por saúde e que iniciam uma aproximação com o
tema.

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Questão 8

Resposta: Em um primeiro momento, em reação ao desenvolvimento da atividade de assessoria, é a necessidade de


conhecer e sistematizar o que os profissionais estão fazendo. E, em um segundo momento, é resgatar junto a esses
profissionais aquilo que se acumulou, a capacidade de pensar o processo de trabalho, a capacidade de auxiliar os
procedimentos de sistematização.

Questão 9

Resposta: A vontade política também é fundamental, porém há necessidade de envolvimento, implicação e integração
entre os agentes institucionais, no caso aqui mencionado, professor, supervisores, alunos e residentes.

Questão 10

Resposta: É necessário que se tenha em vista os objetivos que estão além da imediaticidade da ação profissional e da
fragmentação do próprio processo de trabalho (MERHY, 2002). Há necessidade de uma avaliação de qualidade do tipo
de prestação de serviço que no momento se coloca como objeto do trabalho, em conjunto com os profissionais daquele
determinado lugar de intervenção.

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Tema 05
Assessoria e Consultoria em Serviço Social
PORDENTRODOTEMA
Assessoria e Consultoria em Serviço Social

A consultoria no Serviço Social não é algo recente, e sim uma prática que emergiu há algumas décadas. Essa
prática é assinalada na bibliografia dos pioneiros da profissão. Apesar de existir há tempos como prática importante para
assistentes sociais, não há muitos estudos sobre o tema na literatura do Serviço Social.

Atualmente, uma referência para a compreensão deste tema no Serviço Social está em Souza Bravo e Matos (2010),
que tratam o assunto com objetividade e clareza, abordando o tema de forma a esclarecer e entender o papel dessas
práticas para o Serviço Social.

De acordo com Souza Bravo e Matos (2010), a inserção deste debate por parte dos assistentes sociais representa a
maturidade intelectual da profissão e a importância que o projeto de profissão do Serviço Social brasileiro, conhecido
nacionalmente como projeto ético-político do Serviço Social, tem para o conjunto da categoria.

O amadurecimento intelectual da profissão e a constituição e o fortalecimento do projeto ético-político do Serviço Social


a que os autores se referem estão diretamente incluídos na história recente da profissão e, portanto, é preciso resgatá-
los, a fim de se entender o papel da assessoria/consultoria.

No Brasil, coube à Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS) a tarefa de contribuir para
o avanço da qualidade de ensino superior em Serviço Social. A então Associação Brasileira de Ensino em Serviço So-
cial (ABESS), em 1979, elaborou uma proposta do currículo mínimo, aprovada pelo Conselho Federal de Educação
em 1982, quando começou a ser implementada pelas unidades de ensino no país.

A construção e a implantação deste projeto curricular foram determinantes para a profissão, porque corroboraram a
necessidade de um posicionamento político-ideológico que compreende o exercício profissional na dinâmica das relações
da sociedade. Esse momento de avanço do Serviço Social direcionou-o para uma nova concepção de sociedade e foi
amplamente legitimado pela profissão. Nestes termos, a década de 1980 foi de relevante importância para o debate
teórico-metodológico, ético e político do Serviço Social brasileiro.

4
PORDENTRODOTEMA
Iamamoto (2005), ao tratar da formação profissional entre os anos 1980 e 1990, avulta o “salto qualitativo na análise
da profissão”, porém, afirma que este processo deve ser compreendido na dinâmica da continuidade e da ruptura.
Continuidade no sentido de preservar e reafirmar as conquistas já obtidas; ruptura com o teoricismo estéril e com o
pragmatismo que aparecem aprisionados na intervenção de alvos e interesses imediatos descolados da ação teórico-
metodológica, ética e política assentada nas Diretrizes Curriculares de 1996.

Iamamoto (2005) observou, ainda, dois impasses presentes na atualidade e bastante questionados por acadêmicos e
profissionais da intervenção:

a) A relação teoria x prática e o suposto distanciamento do cunho teórico-metodológico para o exercício da prática
cotidiana.

b) A necessidade de estratégias de atuação, ou seja, uma formação técnico-operativa que venha solidificar a base
teórica apreendida.

Uma das alternativas para a superação desses impasses é um trato teórico-metodológico rigoroso já desenvolvido e
que, além de preservado (concepção de continuidade), também deve ser acompanhado de acordo com a história da
sociedade (concepção de ruptura), tendo como superação desse desafio a mediação entre a bagagem teórica acumulada
e a inserção da profissão na realidade.

Para a autora, a proposta de currículo deve conter um Projeto Profissional que, amplamente discutido e coletivamente
construído, tenha desdobramentos ético-políticos para a profissão.

Assim, um projeto profissional coletivo necessita indicar a existência de um projeto societário. Este último traduz uma
representação de sociedade de forma macroscópica. Entretanto, para não reeditar as ilusões vividas em outros períodos
pela categoria, deve-se ter clareza de que as transformações societárias não podem e não serão operadas no interior
de uma categoria profissional, principalmente em uma profissão como a do Serviço Social, que pode e deve utilizar-se
de sua ação profissional para dar acesso aos direitos sociais pela via das políticas sociais com as quais os assistentes
sociais trabalham cotidianamente os fragmentos mais pauperizados da classe trabalhadora.

Assim, é possível perceber, mesmo sem revelar, que toda a profissão articula em sua formação, ao seu projeto de
formação profissional, um projeto societário. Para Netto (1999, p. 93-94), também são os projetos de uma profissão que

[...] Ao se construir um projeto coletivo, deve-se concordar que nele estão contidos projetos individuais, de sujeitos
individuais, de origens diferentes, com concepções diferentes, de comportamentos diferentes, portanto se dá num
ambiente heterogêneo, mas para a efetivação de um projeto coletivo, há de se respeitar o pluralismo de ideias
como um princípio democrático, permitindo um acordo entre seus membros quanto às escolhas firmadas.

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PORDENTRODOTEMA
Convencionou-se chamar de Projeto Ético-Político do Serviço Social o conjunto de referências jurídico-legais norteadas
pela Lei de Regulamentação da Profissão (8.662/1993), o Código de Ética (1993) e as Diretrizes Gerais para o Curso
de Serviço Social (1996), somado ao acúmulo teórico, organizativo e político sustentado na tradição marxista.

O Projeto de Formação Profissional do Assistente Social pretende, dentro de uma perspectiva da ética profissional, do
compromisso político e, sobretudo, de uma sólida formação teórica, aparelhar profissionais críticos teórica e politicamente
e com alto grau de competência técnica para atuar sobre as diferentes conjunturas que se apresentam para a intervenção
relacionada à questão social.

Portanto, os fundamentos teórico-metodológicos devem ser suficientemente sólidos para que os profissionais sejam
capazes de compreender as diferentes demandas da sociedade e que nenhuma prática profissional possa revelar,
separadamente e em si, todos os elementos constitutivos de uma teoria firmada na totalidade da vida social.

Com isso, afirma-se: uma prática profissional não anulará a legitimidade de uma teoria social porque na imediaticidade
da vida profissional não se pode apreender todos os elementos constituintes de um arsenal teórico.

Assim, afirma-se que nenhuma prática é neutra, livre de intencionalidades, e, por esta razão, a assessoria e consultoria
desenvolvidas pelos assistentes sociais devem expressar uma concepção de profissão e de mundo, devem ser um
espaço que possibilite interlocução entre profissionais, que sirva de aperfeiçoamento; portanto, não deve perder o foco
democrático do acesso aos direitos.

Diante do exposto, faz-se mister esclarecer que a assessoria/consultoria deve ser referenciada nas matrizes teóricas
que norteiam a profissão e deve sempre estar preocupada com a qualidade do exercício profissional dos assistentes
sociais.

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ACOMPANHENAWEB
Projeto ético político do serviço social
• Leia o artigo “Projeto ético político do serviço social: limites e possibilidades”, de Alessivânia
Márcia Assunção Mota.
Link para acesso: <revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/fass/article/view/8031/6439>. Acesso em: 2 ago.
2014.

O projeto ético­político do Serviço Social


• Leia o artigo “O projeto ético­político do Serviço Social”, de Joaquina Barata Teixeira.
Link para acesso: <http://www.prof.joaodantas.nom.br/materialdidatico/material/4_-_O_projeto_etico-politico_
do_Servico_Social.pdf>. Acesso em: 2 ago. 2014.

Teoria Social e o Projeto Ético-Político do Serviço Social


• Leia o artigo “Teoria Social e o Projeto Ético-Político do Serviço Social”, de Claudia Regina
Tenório Monteiro.
Link para acesso: <http://www.uff.br/iacr/ArtigosPDF/14T.pdf>. Acesso em: 2 ago. 2014.

Reflexões sobre o Serviço Social

• Leia o artigo “Reflexões sobre o Serviço Social e o Projeto ético político da profissão”, de Maria
Lúcia Martinelli.
Link para acesso: <http://www.revistas2.uepg.br/index.php/emancipacao/article/view/69/67>. Acesso em: 2
ago. 2014.

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ACOMPANHENAWEB
O Serviço Social na Atualidade e o Projeto ético político

• Assista ao vídeo: O Serviço Social na Atualidade e o Projeto ético político.


Link: <http://www.youtube.com/watch?v=rHszbtLSueM>. Acesso em: 2 ago. 2014.

Tempo: 6:52

AGORAÉASUAVEZ
Instruções:
Agora, chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado. A seguir, você encontrará algumas questões de múltipla
escolha e dissertativas. Leia cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido.
Questão 1

Para Andréa Gonzaga de Oliveira, a análise da gênese e trajetória histórica da profissão remete à sua relação intrínseca com a
questão social – enquanto objeto da profissão – e à relação entre Estado e Sociedade. Tendo em vista o debate sobre os desafios
atuais colocados ao trabalho profissional dos assistentes sociais para a consolidação do projeto ético-político, a profissão realiza
alguns registros. Quais seriam esses registros?

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AGORAÉASUAVEZ
Questão 2

Segundo o Livro-Texto, a partir dos anos 1980, com as significativas mudanças no mercado de trabalho ocorrem algumas situa-
ções como:

a) A reformulação dos espaços ocupacionais do Serviço Social e inauguração de novos espaços ocupacionais.

b) Exclusão da questão social na prática profissional.

c) Expedição do número de registro profissional.

d) Supervisão curricular e supervisão extracurricular.

e) NDA.

Questão 3

De acordo com os autores, considera-se que o contexto descortinado a partir de 1980 de reestruturação produtiva e assertiva do
projeto neoliberal incide diretamente na configuração do trabalho do assistente social. Assim, parte-se de alguns desafios. Quais
seriam?
a) Reflexão, construção e viabilização de alternativas no avanço e concretização do projeto ético-político profissional.
b) Recusa do tecnicismo e busca de interlocução da profissão com a sociedade.
c) Ruptura com o tecnicismo.
d) Crítica às técnicas adotadas na época.
e) NDA.

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AGORAÉASUAVEZ
Questão 4

De acordo com os autores do Livro-Texto, para realizar a discussão sobre assessoria, recorreu-se à bibliografia registrada no
Serviço Social sobre esta atividade profissional. A fim de explorar as características fundamentais teórico-metodológicas, consi-
deraram-se principalmente as abordagens de duas renomadas autoras da categoria:

a) Aldaiza Sposatti e Marilda Villela Iammamoto.

b) Balbina Ottoni Vieira e Ana Maria de Vasconcelos.

c) Maria Lúcia Martinelli e Ivanete Boschetti.

d) Ana Maria de Vasconcelos e Marilda Villlela Iamamoto.

Questão 5

Analisando a obra de Balbina Ottoni Vieira, fica claro que sua fundamentação é:
a) Fundamentalismo histórico.
b) Estrutural-funcionalismo.
c) Materialismo histórico.
d) Estruturalismo histórico.

e) NDA.

Questão 6

Segundo o Livro-Texto, a atividade de assessoria configura-se tanto enquanto competência quanto como atribuição privativa do
assistente social. Cite os incisos e parágrafos da Lei 8.662/1993 que dispõem sobre estas prerrogativas.

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AGORAÉASUAVEZ
Questão 7

Por ser construído dentro da perspectiva funcionalista, o trabalho de Balbina Ottoni Vieira desconsidera alguns contextos e con-
dições. Quais seriam?

Questão 8

Na contribuição de Vieira (1981), qual é o conceito de assessor? Explicite.

Questão 9

Para Vieira, o assessor deve levar o assessorado a uma reflexão, não impondo seu ponto de vista, mas trazendo:

a) Poder de decisão.

b) Hierarquia entre as partes.

c) Resolução de problemas.

d) Elementos para que o assessorado tome sua decisão mediante as opções apresentadas.

e) Definição do problema.

Questão 10

Destaca-se também o aspecto que se refere à assessoria enquanto um processo de troca de conhecimentos, ideias e experiên-
cias. Esta relação é estabelecida mediante o quê?

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FINALIZANDO
Ao final deste tema, você viu que o entendimento da questão social e do papel do assistente social no seu
enfrentamento é fundamental na execução das políticas sociais.

Também discutiu sobre a atual conjuntura das políticas sociais, a ofensiva neoliberal e seus rebatimentos para o conjunto
da classe trabalhadora, discussão de extrema importância para o profissional que pretende prestar assessoria/consultoria
na gestão, formulação ou execução das políticas sociais.

Ficou evidente que o papel do assessor/consultor não é neutro, livre de intencionalidades, ao contrário, de acordo com a
formação profissional e de acordo com o projeto ético-político profissional, sua atuação tem um lado bem definido, qual
seja, o da garantia dos direitos sociais, trabalhistas, a busca incessante pela democracia, justiça, equidade nas relações
sociais.

REFERÊNCIAS
CARVALHO, Alba Maria Pinho. O projeto da formação do Assistente Social na conjuntura brasileira. Cadernos ABESS, São
Paulo: Cortez, n. 1, 1993.
FERREIRA, Christiane L. et al. Educação Sem Fronteiras. Valinhos: Anhanguera Publicações, 2012.
IANNI, Otávio. A Ditadura do Grande Capital. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1981.
NETTO, José Paulo. A construção do projeto ético-político do Serviço Social frente à crise contemporânea. In: CAPACITAÇÃO
EM SERVIÇO SOCIAL E POLÍTICA SOCIAL. Módulo 1: Crise contemporânea, questão social e serviço social. Brasília: CEAD,
1999. p. 93-108.

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GLOSSÁRIO
Direitos sociais: Direitos sociais são aqueles que têm por objetivo garantir aos indivíduos condições materiais entendi-
das como imprescindíveis para o pleno gozo dos direitos, por isso tendem a exigir do Estado intervenções na ordem so-
cial segundo critérios de justiça distributiva. Assim, diferentemente dos direitos liberais, realizam-se por meio de atuação
estatal, com a finalidade de diminuir as desigualdades sociais. Por isso, tendem a possuir um custo alto e a realizar-se
a longo prazo.

Ético: Ético significa tudo aquilo que está relacionado ao comportamento moral do ser humano e à sua postura no meio
social. Refere-se à Ética, uma parte da filosofia que estuda os princípios morais que orientam a conduta humana. Me-
diante uma escolha que possa afetar terceiros, a ética funciona como um juiz que irá avaliar a escolha feita por cada
pessoa. Um dilema ético surge quando há necessidade de se fazer uma escolha difícil, desagradável e que implica um
princípio moral. A forma de agir em sociedade determina o comportamento do indivíduo como ético ou antiético. Ser
ético ou ter um comportamento ético refere-se a um modo exemplar de viver fundamentado em valores morais. É o
comportamento definido socialmente como bom. Deve-se ter em conta que cada sociedade possui suas próprias regras
morais resultantes da própria cultura. Um comportamento antiético resulta da falta de ética ou de uma transgressão das
normas definidas em um código ético. Em áreas diversas como Medicina, Direito ou Administração existe um documento
de texto, denominado Código Ético ou Código de Ética, utilizado como instrumento orientador das ações e postura dos
profissionais por meio de práticas ideais e politicamente corretas. Um profissional ético é aquele que atua sem prejudicar
terceiros regendo-se por valores e padrões éticos.

Intencionalidades: Proposital, propositado, premeditado.

Interlocução: Diálogo, conversação, conversa, colóquio.

Político: Estadista.

Projeto societário: Societário: Que ou quem faz parte de uma sociedade científica ou literária. É incontestável a con-
tradição existente entre o projeto societário neoliberal e o projeto societário do Serviço Social.

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GABARITO
Questão 1

Resposta: Segundo a autora, a profissão registra, ao longo de sua conformação, uma progressiva ampliação do mercado
de trabalho, condicionada pelos determinantes sócio-históricos inerentes a cada período.

Questão 2

Resposta: Alternativa A.
Questão 3
Resposta: Alternativa A.
Questão 4
Resposta: Alternativa A.
Questão 5
Resposta: Alternativa A.
Questão 6

Resposta: Competência Artigo 4º, incisos VIII e IX. Atribuição privativa: Artigo 5º, inciso III.

Questão 7

Resposta: Por ser construído dentro da perspectiva funcionalista, seu trabalho desconsidera o contexto sócio-histórico
e as condições político-concretas do exercício profissional da época, que favoreceram o surgimento desta atividade na
categoria.

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Questão 8

Resposta: Para Vieira, o conceito do assessor é de alguém experiente, com acúmulo sobre determinado saber, em um
campo específico de conhecimento do Serviço Social. Não há poder de mando entre assessor e assessorado.

Questão 9

Resposta: Alternativa D.

Questão 10

Resposta: O acúmulo de conhecimentos específicos que o assessor detém e o conhecimento da realidade na qual o
assessorado está inserido.

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Tema 06
Assessoria/Consultoria nas Diferentes Áreas de
Atuação da Iniciativa Pública e Privada
PORDENTRODOTEMA
Assessoria/Consultoria nas Diferentes Áreas de Atuação da Iniciativa Pública e Privada

A política social caracteriza-se por funções específicas:

• Social: garantir direitos conquistados pela classe trabalhadora, prestação de serviços previdenciários, de assistência,
saúde.

• Econômica: formação da força de trabalho; diminuição dos custos da força de trabalho para o capital (saúde,
educação); ampliação da capacidade de consumo da força de trabalho (13º salário).

• Política: pulveriza o trato da questão social, trata a aparência da questão social, e não sua gênese, desloca a
gênese da questão social do âmbito da produção para a esfera do Estado, institucionaliza as ações e lutas sociais e
contribui para a legitimação da ordem social.

As funcionalidades da política social constituem-se, portanto, em garantia das conquistas sociais e trabalhistas por parte
da classe trabalhadora, por meio de suas lutas, movimentos sociais e de subserviência ao capital por meio da formação
e reprodução da mão de obra.

Por suas características específicas, percebe-se que a política social é um espaço contraditório, pois, ao mesmo tempo
em que serve ao capital, incorpora as demandas da classe trabalhadora.

É neste espaço contraditório que o Serviço Social se insere, incorporando todas as funcionalidades da política social.
Portanto, o Serviço Social não é um auxílio, uma benesse, ao contrário, como já se sabe, é instrumento da Política Social
e, também, contraditório.

Apesar de a base de intervenção do Serviço Social ser a Política Social, o assistente social tem protagonismo na Política
Social, determinando no currículo da profissão a qualificação dos profissionais pela Pós-Graduação, havendo um forte
debate ético-político que permite defender uma Política Social universal, de qualidade, além de discutir o papel do
Estado, entre outras questões.

4
PORDENTRODOTEMA
A Política Social é instrumento de intervenção do Estado, e o Serviço Social é instrumento da Política Social. Entretanto,
os assistentes sociais são a mediação entre o Estado e o público-alvo (trabalhadores), resultando daí certa autonomia
de trabalho.

As práticas de assessoria/consultoria, nas diferentes áreas da política social e por diferentes sujeitos, têm sido cada vez
mais requisitadas, denotando, conforme Matos (2010), o reconhecimento da capacidade profissional dos assistentes
sociais nesta temática.

A assessoria à gestão das políticas sociais tem sido demandada por diferentes sujeitos (representantes dos poderes
Executivo, Legislativo e Judiciários; conselheiros de direitos e de política; gestores empresariais; profissionais
que atuam nos setores públicos e privados; conselheiros tutelares etc.) que atuam nesta esfera. Expressam
um reconhecimento da capacidade profissional dos assistentes sociais no domínio da temática. É resultado do
trânsito, como afirma Netto (1992), da atuação profissional exclusivamente pautada na execução terminal das
políticas sociais para uma atuação profissional competente na gestão da totalidade do processo da política social,
incluindo as duas dimensões de formulação, de gestão e de sua operacionalização (MATOS, 2010).

É claro que a demanda por assessoria/consultoria não se justifica apenas por amadurecimento intelectual do Serviço
Social, mas também por questões conjunturais que permeiam a sociedade brasileira.

Cabe ao assessor um constante processo de autocapacitação (MATOS, 2010) para que possa atender à realidade que
assessora e os temas que surgem no decorrer do processo.

A atividade de assessoria prevê, portanto, uma permanente capacitação do assessor, uma leitura continuada da conjuntura
e a capacidade de apresentar – claramente – suas proposições. Além das características tratadas, cabe ao assessor
uma produção sobre a experiência de assessoria, que pode ocorrer por meio da sistematização da prática de assessoria
ou da construção de textos que ele acredite que possam qualificar a quem assessora. Esta atividade deve permear
todo o processo de assessoria. Mesmo os textos que sejam construídos pela assessoria e estabeleçam críticas a quem
assessora ou exponham propostas que já tenham sido negadas por este devem ser socializados, acompanhados por
uma discussão, com os sujeitos envolvidos.

Assim, concorda-se que a produção do conhecimento seja socializada com os sujeitos envolvidos no processo, pois,
lembrando mais uma vez, o assessor deve compreender que não cabe a ele decidir o que será feito, também não pode
se esquecer de que não é um sujeito neutro e que, portanto, cabe a ele estabelecer a crítica como forma de troca de
ideias. Estabelecer o princípio da crítica – ambos os lados – é uma premissa da democracia que deve ser utilizada pelo
assessor (MATOS, 2010).

5
PORDENTRODOTEMA
Já na iniciativa privada algumas reflexões precisam ser feitas, por exemplo: no desempenho cotidiano de suas funções,
como é possível servir ao trabalhador e ao empregador ao mesmo tempo? Como dotar de autoconsciência o assistente
social para que ele rompa com uma rotina burocratizada e deixe de ser um mero executor para tornar-se propositor de
uma política de garantia de direitos dentro da empresa? São indagações a serem debatidas por meio de referenciais e
vivências cotidianas.

O serviço social sempre foi chamado pelas empresas para eliminar focos de tensões sociais, criar um comportamento
produtivo da força de trabalho, contribuindo para reduzir o absenteísmo, viabilizar benefícios sociais, atuar em
relações humanas na esfera do trabalho. Embora essas demandas fundamentais se mantenham, elas ocorrem
hoje sob novas condições sociais e, portanto, com novas mediações. Assim, os chamamentos à participação,
o discurso da qualidade, da parceria, da cooperação são acompanhados pelo discurso de valorização do
trabalhador. Para assegurar a qualidade do produto é necessário a adesão do trabalhador às metas empresarias
da produtividade, da competitividade (IAMAMOTO, 2005).

Neste sentido, pode-se perceber que as atividades do assistente social dentro de empresa privada não é uma tarefa
fácil. É um exercício de relacionamento entre a teoria e a prática, é o enfrentamento dos ideais de uma profissão com
uma realidade subalternizada na relação de trabalho.

Portanto, faz-se necessário um profissional qualificado, capaz de colocar em prática sua competência crítica, além de
possuir capacidade de ampliar e reforçar sua competência crítica, um profissional que pense, analise, pesquise e decifre
a realidade institucional, a fim de criar novas estratégias de trabalho que defendam os direitos dos trabalhadores em
geral.

Estas novas estratégias devem permitir ao trabalhador que ele também pense, se organize e participe das decisões que
digam respeito a seus interesses enquanto classe, produtor de riqueza e cidadão.

Assim, o papel da assessoria/consultoria do serviço social nas empresas é de suma importância e acentua a necessidade
de uma capacitação permanente por parte dos profissionais que desejam atuar nessa área. Sobre este aspecto, é
necessário considerar que o papel da assessoria/consultoria nas empresas não é menos importante que nas diversas
áreas da Política Social. Talvez a grande diferença seja a atuação mais direta com o processo de produção do qual o
trabalhador é parte e expressão e que o assistente social, de forma involuntária, trabalha como controlador tensionado
por essa relação social de classe.

Nas execuções das políticas sociais por parte do Estado, o assistente social é aquele profissional que transfere renda,
promove cidadania, garante acesso aos direitos sociais, devolve um mínimo de dignidade a usuários sob a forma de
atendimento, é a defesa do interesse público. Já nas empresas privadas, o profissional experimenta contradições mais
pontuais.

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ACOMPANHENAWEB
Visão futura Assessoria em Serviço Social
• Leia o texto “Visão futura Assessoria em Serviço Social: um novo olhar sobre os espaços ocu-
pacionais para os assistentes sociais“, de Ana Lucia Magalhães.
Link para acesso: <http://analuciamagalhaes.blogspot.com.br/2011/08/visao-futura-assessoria-em-servico.
html>. Acesso em: 2 ago. 2014.

Reflexões acerca da assessoria como atribuição


• Leia o artigo “Reflexões acerca da assessoria como atribuição e competência do assistente
social”, de Tatiana Maria de Araújo Fonseca.
Link para acesso: <www.assistentesocial.com.br/agora3/fonseca.doc>. Acesso em: 2 ago. 2014.

As Particularidades do Trabalho do Serviço Social


• Leia o artigo “As Particularidades do Trabalho do Serviço Social em Empresas Privadas”.
Link para acesso: <http://intertemas.unitoledo.br/revista/index.php/ETIC/article/viewFile/1826/1734>. Acesso
em: 2 ago. 2014.

Assessoria: processo de trabalho do Serviço Social

• Leia o artigo “Assessoria: processo de trabalho do Serviço Social”, de Caroline Goerck e


Eunice Maria Viccari.
Link para acesso: <http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/fass/article/viewFile/990/770>. Acesso em:
2 ago. 2014.

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ACOMPANHENAWEB
Programa Trainee 2010.1 - A.C.E. Consultoria.

• Assista ao vídeo: Programa Trainee 2010.1 - A.C.E. Consultoria.


Link: <http://www.youtube.com/watch?v=O8q5FkP0nrE&list=UU2txFgqytSHCI-Q_NLIg_Og&index=>. Acesso
em: 2 ago. 2014.

Tempo: 0:34

AGORAÉASUAVEZ
Instruções:
Agora, chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado. A seguir, você encontrará algumas questões de múltipla
escolha e dissertativas. Leia cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido.
Questão 1

Segundo o Livro-Texto, entre as múltiplas atividades que vêm caracterizando o largo espectro da extensão universitária, indubi-
tavelmente a assessoria figura como uma das mais recorrentes e emblemáticas ações deste campo de vida acadêmica. Explique
o porquê desta colocação.

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AGORAÉASUAVEZ
Questão 2

Para Ney Luiz Teixeira de Almeida, a assessoria, as capacitações no formato de cursos, oficinas, eventos – encontros, seminá-
rios, feiras, mostras, congressos e colóquios –, aliadas às ações de intervenção social, organizadas por meio de projetos, progra-
mas e núcleos, constituem hoje:

a) Parte do diversificado campo de atividades que caracterizam a extensão universitária.

b) Rompimento com uma antiga visão tripartite do Serviço Social.

c) Existência de um Serviço Social de Comunidade.

d) Compreensão da formação profissional teórica e histórica.

e) Todas as alternativas estão corretas.

Questão 3

A assessoria, as capacitações no formato de cursos e oficinas, encontros, seminários, feiras, mostras, congressos e colóquios,
aliadas às ações de intervenção social, organizadas por meio de projetos, programas e núcleos, constituem hoje parte do diver-
sificado campo de atividades que caracterizam a extensão universitária. Esta simples diversificação expressa que a extensão
universitária sofreu uma significativa ampliação prática e conceitual, o que confere preocupações sobre a atividade de assessoria.
Qual seria?
a) A crise da categoria.
b) A criação de campos próprios de estágio para graduandos em Serviço Social.
c) Examinar suas particularidades e potencial como modalidade de relacionamento da universidade com a sociedade.
d) Crítica às técnicas adotadas na época.
e) NDA.

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AGORAÉASUAVEZ
Questão 4

Segundo os autores do Livro Texto, em função de o recorte do projeto estar voltado para a sistematização de experiências sob a
organização do trabalho, as ações de assessoria foram ampliadas para:

a) Instituições.

b) Equipes e secretarias fora da área da educação.

c) Área da saúde.

d) Sistema sociojurídico na área de atenção à criança e ao adolescente.

e) Todas as alternativas estão corretas.

Questão 5

Todo processo de assessoria envolve sujeitos que têm interesses. Às vezes, eles são diferenciados, mas podem ser negociados
em um projeto comum, explicitando as necessidades do assessorado. Neste contexto, quais seriam essas necessidades?

Questão 6

A eleição da sistematização como estratégia de materialização da atividade de assessoria, ao mesmo tempo em que respondia
às necessidades das equipes, após a superação das requisições iniciais em torno da pesquisa, constituía-se:

a) Em um elemento de embate junto às equipes.

b) Em um elemento de ampliação dos registros.

c) Em um elemento de sistematização teórica.

d) Em um elemento de registro de dados.

e) NDA.

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AGORAÉASUAVEZ
Questão 7

Para os autores, forçosamente, é preciso criar espaços de discussão teórica sobre os que estes profissionais estão fazendo. E,
neste processo, surge outro aspecto a ser enfrentado. Qual seria esse aspecto?

Questão 8

A condução da atividade de assessoria está apoiada em alguns pressupostos que o autor chama de pressupostos políticos e
teóricos. Como entender o papel da universidade em relação ao mundo do trabalho e em relação à sociedade?

Questão 9

Ainda sob a perspectiva da questão anterior, o que tem motivado, em um primeiro e segundo momento, o desenvolvimento da
atividade de assessoria?

Questão 10

Os autores situam dois produtos alcançados com as experiências discorridas. Quais seriam estes dois produtos?

FINALIZANDO
Na condição de trabalhador especializado, o assistente social e/ou o assessor/consultor em Serviço Social precisam
atentar-se para os desafios que estão colocados nos dias atuais na intervenção cotidiana de uma empresa privada. É
preciso ter clareza das diferenças entre atuar nas políticas sociais públicas e em empresas privadas. É necessário ter
nitidez de suas atribuições e competências, da importância do código de ética e, fundamentalmente, ter clareza da
necessidade de manter-se sempre atualizado, em profunda e constante capacitação.

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REFERÊNCIAS
CARVALHO, Alba Maria Pinho. O projeto da formação do Assistente Social na conjuntura brasileira. Cadernos ABESS, São
Paulo: Cortez, n. 1, 1993.
FERREIRA, Christiane L. et al. Educação Sem Fronteiras. Valinhos: Anhanguera Publicações, 2012.
IANNI, Otávio. A Ditadura do Grande Capital. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1981.
NETTO, José Paulo. A construção do projeto ético-político do Serviço Social frente à crise contemporânea. In: CAPACITAÇÃO
EM SERVIÇO SOCIAL E POLÍTICA SOCIAL. Módulo 1: Crise contemporânea, questão social e serviço social. Brasília: CEAD,
1999. p. 93-108.

GLOSSÁRIO
Amadurecimento: Maturar, madurar, sazonar. Aprimorar(-se), aperfeiçoar(-se), requintar(-se). Exemplo: Amadurecer
um trabalho, um conceito. Estudar, pensar, ponderar. Exemplo: Amadurecer um projeto.

Contraditório: Oposto, contrastante, discrepante, contrário. Exemplo: Sentimentos contraditórios.

Intelectual: Concernente ou pertencente ao entendimento: vida intelectual; trabalho intelectual. Que define a inteligên-
cia: quociente intelectual.

Política social: São ações governamentais desenvolvidas em conjunto por meio de programas que proporcionam a
garantia de direitos e condições dignas de vida ao cidadão de forma equânime e justa.

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GABARITO
Questão 1

Resposta: Engano comete quem associa incondicionalmente a atividade de assessoria a seu espantoso crescimento
apenas sob o viés mercantil que atravessa o campo da extensão. A demanda pela assessoria de professores e
pesquisadores individuais ou vinculados a grupos institucionais encerra determinações menos evidentes, mas, com
certeza, decisivas para a compreensão de seu significado social, cultural e econômico nos dias atuais.

Questão 2

Resposta: Alternativa A.
Questão 3
Resposta: Alternativa C.
Questão 4
Resposta: Alternativa E.
Questão 5
Resposta: Quem tem necessidade de ser assessorado tem uma demanda, tem um interesse, e quem se propõe a
assessorar também tem seu interesse.
Questão 6

Resposta: Alternativa A.

Questão 7

Resposta: É a heterogeneidade dentro das equipes. Há profissionais que acabaram de sair da graduação, outros que
se formaram há cerca de 20 anos.

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Questão 8

Resposta: A função da universidade não pode se restringir à formação de quadros, de recursos humanos, muito embora
esta seja uma atividade central na universidade, mas tem também de produzir e socializar conhecimento.

Questão 9

Resposta: Primeiro momento: a necessidade de conhecer e sistematizar o que os profissionais estão fazendo. Segundo
momento: resgatar junto a esses profissionais aquilo que se acumulou, a capacidade de pensar o processo de trabalho,
a capacidade de estar auxiliando nos procedimentos de sistematização.

Questão 10

Resposta: O primeiro produto a ser destacado é a reflexão sobre as particularidades do trabalho do assistente social,
tanto na área da educação quanto no esporte e lazer. Outro produto diz respeito ao desenvolvimento de experiências
profissionais que são propostas pelo projeto na atividade de assessoria.

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