Direitos Humanos - Índios Yanomamis

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CENTRO UNIVERSITÁRIO SANTO AGOSTINHO

DIREITOS HUMANOS
PROF. GUSTAVO TUPINAMBÁ
ALUNA: LÍLLIAN PALOMA DA SILVA SANTOS

ESTUDO DE CASO SOBRE O CASO DOS ÍNDIOS YANOMAMIS QUANTO A


POSSIBILIDADE DE CARACTERIZAÇÃO DE CRIME CONTRA A HUMANIDADE

Teresina, 15 de maio de 2024.


INTRODUÇÃO

Os Yanomami formam uma sociedade de caçadores-agricultores da floresta


tropical do Norte da Amazônia cujo contato com a sociedade nacional é, na maior
parte do seu território, relativamente recente. O etnônimo "Yanomami" foi produzido
pelos antropólogos a partir da palavra yanõmami que, na expressão yanõmami thëpë,
significa "seres humanos". Até o fim do século XIX, os Yanomami mantinham contato
apenas com outros grupos indígenas vizinhos.

No Brasil, os primeiros encontros diretos de grupos yanomami com


representantes da fronteira extrativista local, bem como com soldados ou viajantes
estrangeiros, ocorreram nas décadas de 1910 a 1940. Entre os anos 1940 e meados
dos anos 1960, a abertura de alguns postos e, sobretudo, de várias missões católicas
e evangélicas, estabeleceu os primeiros pontos de contato permanente no seu
território. Estes postos constituíram uma rede de pólos de sedentarização, fonte
regular de objetos manufaturados e de alguma assistência sanitária, mas também,
muitas vezes, origem de graves surtos epidêmicos (sarampo, gripe e coqueluche).

Os Direitos Humanos são direitos mínimos assegurados ao ser humano, já que


são valores essenciais próprios da humanidade e que surgiram de maneira gradativa
ao longo da história. Além disso, centram-se na dignidade do ser humano (fundamento
constitucional) e tutelam a sociedade. Tais direitos não podem ser suprimidos ou
negados e são igualitários, universais e interdependentes, isto é, nenhum deles é mais
importante do que os demais e podem ser usufruídos cumulativamente. Nessa
perspectiva, com o fim didático, será relatado um breve estudo acerca dos índios
yanomamis sob a ótica jurídica e o modo como os direitos humanos estão sendo
violados.

DESENVOLVIMENTO

Os povos indígenas yanomamis correspondem a um dos maiores povos


indígenas isolados da América do Sul, os quais vivem nas florestas e montanhas do
norte do Brasil, na floresta amazônica. As aldeias yanomamis estão dispostas ao longo
da fronteira entre Brasil e Venezuela e tal população indígena vem sofrendo diversos
impactos ambientais e sociais decorrente à ação de grupos econômicos nas terras em
que estão situadas suas aldeias.

Nas décadas de 1970 e 1980, os projetos de desenvolvimento estatais


começaram a submeter os Yanomami a formas de contato maciço com a fronteira
econômica regional em expansão, principalmente no oeste de Roraima: estradas,
projetos de colonização, fazendas, serrarias, canteiros de obras e primeiros garimpos.
Esses contatos provocaram um choque epidemiológico de grande magnitude,
causando altas perdas demográficas, uma degradação sanitária generalizada e, em
algumas áreas, graves fenômenos de desestruturação social. Entre 1987 e 1990, o
número de garimpeiros na área yanomami de Roraima foi, então, estimado cerca de
cinco vezes a população indígena ali residente. Embora a intensidade dessa corrida
do ouro tenha diminuído muito a partir do começo dos anos 1990, até hoje núcleos de
garimpagem continuam encravados na terra yanomami, de onde seguem espalhando
violência e graves problemas sanitários e sociais.

A situação atual, na Terra Indígena Yanomami, é que o garimpo está atuando


ilegalmente no território e provocando um grande impacto ambiental, atacando
comunidades e levando doenças. O avanço de ações ilegais na região, contaminação
dos rios devido ao garimpo e os abusos sofridos pelas mulheres e crianças, destacam
uma situação de crise sanitária e humanitária na maior terra indígena do Brasil. O fato
é que, atualmente, milhares de garimpeiros trabalham ilegalmente na terra Yanomami,
transmitindo doenças mortais, como a malária, e poluindo os rios e as florestas, além
de casos de desmatamento e abusos contra tais povos indígenas.

O povo indígena possui direitos tanto no plano internacional quanto no plano


nacional brasileiro, como o disposto no art. 231 da Constituição Federal de 1988, que
garante o direito dos povos indígenas às suas terras e o seu usufruto privativo, o qual
destaca: “são reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas,
crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente
ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus
bens” (Brasil, 1988).

A Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), aprovada pela


Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), consiste em um sistema de normas
global de tutela dos direitos humanos, fruto de um desenvolvimento social e jurídico
decorrente de lutas e movimentos sociais ao longo da história humana, aos quais
estão plenamente incluídos, nesse rol de direitos humanos, os povos indígenas.
Logo, é possível salientar que os povos indígenas são titulares de direitos
próprios e que, em tese, devem ser aplicados e efetivados imediatamente pelo Estado.
Todavia, é evidente que tais direitos são negligenciados pelo Governo, órgão este que
possui o dever de assegurar o bem estar social de todos e que peca ao não exercer
seu papel em prol da coletividade. Tal atitude estatal afeta a república brasileira, já que
o Poder Público tem o dever originário e primitivo de tutelar os povos indígenas,
principalmente nesse momento de tamanha vulnerabilidade e carência de efetividade
jurídica ao exercício de seus direitos.

CONCLUSÃO

Ao disposto nesse documento, percebe-se que os Direitos Humanos são


normas que reconhecem e protegem a dignidade do homem, visto que ter uma
vida digna é um dos fundamentos dispostos na Constituição Federal e importante
princípio do ordenamento jurídico que compõe o mínimo existencial imprescindível
a subsistência da pessoa humana.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), dita os valores


essenciais da humanidade, que reconhece a tutela de tais direitos universais e
globalizados, isto é, consiste em um documento e instrumento de defesa dos
direitos humanos. Entretanto, foi constatado que os povos indígenas yanomamis
estão sendo privados de seus direitos jurídicos, devido à práticas de garimpagem
ilegais, que levam à morte de diversos nativos. Além do avanço da crise
humanitária, decorrente de casos de doenças graves, como malária e de
desnutrição.

Portanto, conclui-se que os direitos indígenas devem ser efetivados,


imediatamente, em plano material (concreto), decorrente da extrema necessidade
dos povos yanomamis se encontram atualmente. Devendo, portanto, o Estado
brasileiro interferir e punir as práticas ilegais contra tais povos e disponibilizar
recursos sanitários, alimentação, vacinação e segurança a tal parcela populacional
negligenciada. Posto que o Governo possui o papel de zelar pelo bem estar de
todos e que, pelo âmbito constitucional e jurídico, deve investir no exercício dos
direitos indígenas.
REFERÊNCIAS

Brasil, 1988. Constituição Federal Brasileira de 1988. Disponível em:


https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm . Acesso em:
26/04/2024.

Seixas, Fernanda Franklin. Declaração Universal dos Direitos Humanos.


Disponível em:
https://unifsaedu.grupoa.education/plataforma/course/912257/content/13640683 .
Acesso em: 26/04/2024.

Survival, 2020. Os Yanomamis. Disponível em:


https://www.survivalbrasil.org/povos/yanomami. Acesso em: 15/05/2024.

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