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Capı́tulo 5

Dinâmica de Sistemas Lineares com


Realimentação

Gustavo H. C. Oliveira

TE363 Controle Digital de Processos


Dept. de Engenharia Elétrica

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 1/156


Este material contém notas de aula para suporte ao curso
Controle Digital do Dept. de Engenharia Elétrica da UFPR.
Não substitui o estudo dos livros recomendados na bibliografia
do curso.

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Sumário

1 Introdução

2 Transformação de Sistemas em Tempo Contı́nuo para Discreto


Polos em Tempo Contı́nuo e em Tempo Discreto

3 Estabilidade do Sistema em Malha Fechada


Margens de Estabilidade: Margens de Ganho e de Fase
Transformação Bilinear

4 Análise em Regime Permanente


Classificação de Sistemas
Cálculo do Erro em Regime Permanente

5 Análise para Entrada Distúrbio (Perturbações)

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1. Introdução

Sistemas de Controle em Malha Fechada em Tempo Discreto

O problema básico de análise e sı́ntese do controlador (projeto) é


composto pela união de dois ambientes.

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1. Introdução

Sistemas de Controle em Malha Fechada em Tempo Discreto

O problema básico de análise e sı́ntese do controlador (projeto) sob


a ótica de sinais e sistemas em tempo discreto.

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1. Introdução e Metodologia

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1. Introdução e Metodologia
Caminho 2
O projeto é feito como se todo o sistema em malha fechada fosse
formado por sinais e sistemas em tempo discreto.

A parte contı́nua é enxergada pelo controlador como um sistema


em tempo discreto.

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1. Introdução e Metodologia
O sistema em tempo discreto possui sinais de diferentes naturezas,

O sistema em malha fechada

pode ser visto como sendo

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1. Introdução e Metodologia

Procedimento
Transformar

em

A análise e o projeto são feitos em tempo discreto.

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2. Transformação Sistemas Tempo Contı́nuo p/ Discreto

Transformação do Modelo em tempo contı́nuo


O modelo G(z) pode ser obtido a partir de sua função de transferência em
tempo contı́nuo.

Resumindo
Calcular a função de transferência G(z) a partir de G(s).

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2. Transformação Sistemas Tempo Contı́nuo p/ Discreto
Procedimento:
1 Calcular a Transformada Inversa de Laplace de:
 
G(s)
ga (t) = L−1
s

2 Determinar o sinal ga (k) que contém amostras de ga (t).


Trocar t por k∆t, sendo ∆t um valor constante e igual ao perı́odo
de amostragem.
3 Calcular:
Ga (z) = Z{ ga (k) }
4 Calcular:
z−1
G(z) = Ga (z)
z

Resumo:
  
z−1 −1 G(s)
G(z) = Z L
z s
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2. Transformação Sistemas Tempo Contı́nuo p/ Discreto
Ilustração do resultado
Resposta ao degrau de G(s) e de seu equivalente G(z) conforme procedimento
apresentado.

G(z) é igual a G(s) nos valores amostrados.


Isso não ocorria com as aproximações apresentadas no Capı́tulo anterior.

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2. Transformação Sistemas Tempo Contı́nuo p/ Discreto

Exemplo

1.) Encontre a representação em tempo discreto do sistema


1
G(s) =
s+1
Solução:
(a) Calcular a Transformada Inversa de Laplace de:
G(s) 1
Ga (s) = =
s s(s + 1)

ga (t) = L−1 { Ga (s) }


ga (t) = 1 − e−t

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2. Transformação Sistemas Tempo Contı́nuo p/ Discreto

(b) Determinar o sinal ga (k) que contém amostras de ga (t)

ga (k) = 1 − e−k∆t

ga (k) = 1 − (e−∆t )k
ga (k) = 1 − αk , α = e−∆t
(c) Calcular:
Ga (z) = Z{ ga (k) }
ou
z z
Ga (z) = −
z−1 z−α
(d) Calcular:
z−1
G(z) = Ga (z)
z
ou
z−1
G(z) = 1 −
z−α

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2. Transformação Sistemas Tempo Contı́nuo p/ Discreto

Resposta:

1−α
G(z) = com α = e−∆t
z−α

Note que:

Sinal (t ≥ 0) → x(t) = e−t


1
e a Transformada de Laplace → X(s) =
s+1

Sinal (k ≥ 0) → x(k) = e−k∆t


z
e a Transformada Z → X(z) =
z − e−∆t

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2. Transformação Sistemas Tempo Contı́nuo p/ Discreto

Exemplo

2. Encontre a representação em tempo discreto do sistema


1
G(s) =
s2 + 1
Solução:
(a) Calcular a Transformada Inversa de Laplace de:
1
G(s)/s =
s(s2 + 1)
A Bs + C
G(s)/s = + 2
s s +1
1 s
Ga (s) = G(s)/s = − 2
s s +1

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2. Transformação Sistemas Tempo Contı́nuo p/ Discreto

ga (t) = 1 − cos(t)
(b) Determinar o sinal ga (k) que contém amostras de ga (t)

ga (k) = 1 − cos(k∆t)

(c) Calcular:
z z 2 − cos(∆t)z
Ga (z) = − 2
z−1 z − 2 cos(∆t)z + 1
(d) Calcular:
z−1
G(z) = Ga (z)
z
ou
(z − 1)(z − cos(∆t))
G(z) = 1 −
z 2 − 2 cos(∆t)z + 1

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2. Transformação Sistemas Tempo Contı́nuo p/ Discreto

Resposta:

(1 − cos(∆t))(z + 1)
G(z) =
z 2 − 2 cos(∆t)z + 1

Note que:

Sinal (t ≥ 0) → x(t) = sin(t)


1
e a Transformada de Laplace → X(s) =
s2 + 1

Sinal (k ≥ 0) → x(k) = sin(k∆t)


sin(∆t)z
e a Transformada Z → X(z) =
z 2 − 2 cos(∆t)z + 1

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2. Transformação Sistemas Tempo Contı́nuo p/ Discreto

Exemplo

3.) Encontre a representação em tempo discreto do sistema:


1
G(s) =
s(s + 1)

Resposta:

Y (z) (∆t − 1 + e−∆t )z + (1 − e−∆t − ∆te−∆t )


G(z) = =
U (z) (z − 1)(z − e−∆t )

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2. Transformação Sistemas Tempo Contı́nuo p/ Discreto

Exemplo

4.) Encontre a representação em tempo discreto do sistema:


1
G(s) =
s2

Resposta:

Y (z) ∆t2 (z + 1)
G(z) = =
U (z) 2(z − 1)2

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2. Transformação Sistemas Tempo Contı́nuo p/ Discreto

Exemplo

5.) Encontre, para ∆t = 0,5, a representação em tempo discreto


do sistema:
1
G(s) = 2
s +s+1

Resposta:

0,1044z + 0,08828
G(z) =
z 2 − 1,414z + 0,6065

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2. Transformação Sistemas Tempo Contı́nuo p/ Discreto

no Matlab

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2.1 Polos em Tempo Contı́nuo e em Tempo Discreto

Exemplo 1
2
G(s) =
s+1
Ganho é 2, pois G(s)|s=0 = 2.
Polo em −1 (estável!) e sem zeros finitos.

O equivalente em tempo discreto (∆t = 0,5) é


0,7869
G(z) =
z − 0,6065

Ganho é 2, pois G(z)|z=1 = 2.


Polo é 0,6065 (estável!) e sem zeros finitos.
Note que
0,6065 = e−1×0,5

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2.1 Polos em Tempo Contı́nuo e em Tempo Discreto

Exemplo 2
1
G(s) =
s2 + s + 1
Ganho é 1, pois G(s)|s=0 = 1.
Polos em −0,5 ± j0,866 (estável!) e sem zeros finitos.

O equivalente em tempo discreto (∆t = 0,5) é


0,1044z + 0,08828
G(z) =
z 2 − 1,414z + 0,6065

Ganho é 1, pois G(z)|z=1 = 1.


Polos em 0,707 ± j0,3266 (estável!) e um zero em −0,8456.
Note que
0,707 ± j0,3266 = e(−0,5±j0,866)×0,5

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2.1 Polos em Tempo Contı́nuo e em Tempo Discreto

Propriedade
O mapeamento entre polos (contı́nuo → discreto) é dado por:

zpolo = espolo ∆t

Este mapeamento não é unı́voco, diferentes polos ’s’ dão origem


ao mesmo polo ’z’.

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2.1 Polos em Tempo Contı́nuo e em Tempo Discreto

Propriedade
A estabilidade de G(s) é preservada na amostragem para G(z):

R{si } < 0 ⇒ |zi | < 1

s = jw ⇒ z = ejw∆t ⇒ |z| = 1

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2.2 Zeros em Tempo Contı́nuo e em Tempo Discreto

Zeros (1)
Não existe uma fórmula para o mapeamento de zeros do plano s
para o plano z como no caso dos polos.

Zeros (2)
Independente da quantidade de zeros finitos que o sistema
contı́nuo possa ter, o sistema discreto obtido pelo
procedimento apresentado terá n − 1 zeros finitos, sendo n a
quantidade de polos.
Portanto, a amostragem cria zeros extra.

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2.2 Zeros em Tempo Contı́nuo e em Tempo Discreto
Zeros: quando o perı́odo de amostragem diminui
A relação entre zeros contı́nuos finitos e zeros discretos tende a:

zi = es1 ∆t

e os demais ...

Seja
B(s)
G(s) =
A(s)
com deg A(s) = n, deg B(s) = m e dp = n − m.
dp é o excesso de polos, igual ao número de zeros no infinito.
Os zeros no infinito tendem a:

dp numerador de H(z) zeros de H(z)


2 z+1 −1
3 z 2 + 4z + 1 −3,7321 e −0,2679
4 z 3 + 11z 2 + 11z + 1 −9,899, −1 e −0,101

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Análise de Sistemas em Malha Fechada
A análise de sistemas em malha fechada

passa por
Estabilidade,
Dinâmica em Regime Permanente,
Dinâmica em Regime Transitório.

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3. Estabilidade entre Entrada/Saı́da

Estabilidade
É uma importante propriedade na análise de sistemas
dinâmicos.
O primeiro requisito de um sistema de controle em malha
fechada é ser estável.

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3. Estabilidade entre Entrada/Saı́da

Sistema BIBO Estável:


Se e somente se todos os polos tiverem módulo menor que 1, ou
estiverem no interior do cı́rculo unitário do plano z.

Critérios de Routh Hurwitz (ou Jury)


podem ser aplicados ao sistema em
malha fechada para análise de
estabilidade.

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3. Estabilidade do Sistema em Malha Fechada

Margens de Estabilidade
Seja um sistema em malha fechada dado por:

ou
G(z)
T (z) =
1 + G(z)

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3.1 Margens de Estabilidade

Como verificar também a estabilidade de T (z)

G(z)
T (z) =
1 + G(z)

através do Diagrama de Bode de G(z)?

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3.1 Margens de Estabilidade
Fronteira de Estabilidade
Na fronteira, temos w = wc , e G(ejwc ∆t ) = −1
ou, na forma de condições de módulo e ângulo

|G(ejwc ∆t )| = 1 e ∠G(ejwc ∆t ) = −180

Esta condição é análoga a polos de malha fechada sobre o cı́rculo unitário.

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3.1 Margens de Estabilidade

Condições para Estabilidade


O sistema em malha fechada
G(z)
T (z) =
1 + G(z)

será estável se e somente se, para o Diagrama de Bode de G(z):

Na frequência onde a curva de ângulo cruza -180o , a curva e


módulo está abaixo de 0 dB
e
na frequência onde a curva de módulo cruza 0 dB, a curva de
ângulo está acima de -180o

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3.2 Margens de Fase e de Ganho
Margens de estabilidade
São medidas da distância que um sistema em malha fechada está
do ponto de estabilidade crı́tica, isto é, da fronteira entre ser
estável e instável.

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3.2 Margens de Fase e de Ganho

1a Condição para estabilidade do sistema em malha fechada


Na frequência wM G , a curva de módulo de G(·) deve estar abaixo
de 0 dB.

Margem de Ganho
É a distância entre 0 dB e a curva de módulo de G(·) na
frequência wM G . É dada por:
1
M GdB = −|G(ejwM G ∆t )|dB ou M G =
|G(e M G ∆t )|
jw

O sistema em malha fechada é estável se e somente se


M GdB > 0 ou M G > 1.

wM G é a frequência onde a curva de ângulo cruza -180o .

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3.2 Margens de Fase e de Ganho

sa Condição para estabilidade do sistema em malha fechada


Na frequência wc , a curva de ângulo deve estar acima de -180o

Margem de Fase
É a distância entre -180 dB e a curva de ângulo de KG(·) na
frequência wc .
É dada por:

M Fgraus = ∠KG(ejwc ∆t )+180 ou M Frad = ∠KG(ejwc ∆t )+π

O sistema em malha fechada é estável se e somente se M F > 0.

wc é a frequência onde a curva de módulo cruza o valor 1 (ou 0 dB).

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3.2 Margens de Fase e de Ganho

Ilustração das Margens de Ganho e de Fase.

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3.2 Margens de Fase e de Ganho
Ilustração das Margens de Ganho e de Fase, com valores.

Nesta figura, pode-se observar que wM G é 1,08 rad/s, a Margem de Ganho é


14,9 dB (ou 5,56), wc é aprox. 0,339 rad/s e a Margem de Fase é aprox. 54o
(ou 0,94 rad).
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3.2 Margens de Fase e de Ganho

Margem de Ganho: Distância entre 0 dB e a curva de módulo de


G(ejw∆t ) na frequência wM G .

Margens de Estabilidade: Margem de Ganho


Indica o máximo ganho que pode ser inserido no ramo direto para
que um sistema estável permaneça estável.
K < Kmax e,

Kmax = M G ou Kmax = 10M GdB /20

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3.2 Margens de Fase e de Ganho
... para o mesmo exemplo anterior, diferentes valores de ganho inseridos no
ramo direto do sistema em malha fechada. A Margem de Ganho é 5,56.

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 42/156


3.2 Margens de Fase e de Ganho
Margem de Fase: Distância entre −180° e a curva de ângulo de
G(jw) na frequência wc .

Margem de Fase
Indica o máximo atraso (em amostras z −n , n ∈ Z) que pode ser
inserido no ramo direto para o sistema permanecer estável.
O deslocamento no ângulo causado pelo atraso deve ser menor que
a MF.

M Frad > 0 implica que wc ∆tn < M Frad

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3.2 Margens de Fase e de Ganho
... para o mesmo exemplo anterior, diferentes valores de atraso inseridos no
ramo direto. A Margem de Fase é 0,94 rad.
∆t é 1, logo n < 0,94/wc ou n < 2,77.

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3.2 Margens de Fase e de Ganho

Exemplo:
Determine as Margens de Ganho e de Fase

quando
1
G(z) = ∆t = 0,5
z − 0,7
Verifique a estabilidade da malha fechada e, sendo estável, valores máximos de
ganho e atraso que ainda mantém estabilidade.

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3.2 Margens de Fase e de Ganho

Solução:
Frequência da Margem de Ganho:
 
∠ G(z)|z=ejw∆t = ∠1 − ∠ ejw∆t − 0,7

∠ G(z)|z=ejw∆t = 0 − ∠ (cos(w∆t) + j sin(w∆t) − 0,7)

Para que ∠G(z) = −180° (ou −π), é necessário que:

sin(w∆t) = 0 ou w∆t = π

Como ∆t = 0,5,
wM G = 2π

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3.2 Margens de Fase e de Ganho

Margem de Ganho:
1
|G(z)|z=ejwM G ∆t =
ej2π∆t − 0,7

1
|G(z)|z=ejwM G ∆t = = 0,5882 ou − 4,609dB
−1,7
A margem de ganho é 4,609 dB.

Conclusão: O sistema é estável em malha fechada.


É possı́vel aumentar o ganho do ramo direto em até 1,7 (4,609 dB) e o sistema
em malha fechada ainda permanecerá estável.

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3.2 Margens de Fase e de Ganho

ilustração dos resultados apresentados neste exemplo.

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3.2 Margens de Fase e de Ganho

Frequência da Margem de Fase:


1
|G(z)|z=ejw∆t =
|ejw∆t − 0,7|
1
|G(z)|z=ejw∆t = p
(cos(w∆t) − 0,7)2 + sin(w∆t)2
Para que |G(z)| seja igual a 1 ou 0 dB,

(cos(w∆t) − 0,7)2 + sin(w∆t)2 = 1

cos(w∆t)2 − 1,4 cos(w∆t) + 0,49 + sin(w∆t)2 = 1


−1,4 cos(w∆t) = −0,49 ou w∆t = 1,2132
Logo
wc = 2,4264

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3.2 Margens de Fase e de Ganho
Margem de Fase:
 
∠ G(z)|z=ejwc ∆t = ∠1 − ∠ ej2,4264∆t − 0,7

∠ G(z)|z=ejwc ∆t = 0 − 1,9284 = −1,9284 ou − 110,48o


A margem de fase é 69,52o ou 1,2132 radianos

Conclusão:
ejw∆tn equivale a um atraso de n amostras na frequência wc .
Através da Margem de Fase de 1,2132 radianos em wc , o atraso no ramo direto
deve satisfazer a:

wc ∆tn < 1,2132


1,2132n < 1,2132
n<1
Logo, não é possı́vel ter atraso no ramo direto (com 1 amostra chega-se à
fronteira da estabilidade)

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3.2 Margens de Fase e de Ganho

Exemplo:
Determine a Margem de Ganho

quando
z + 0,9
G(z) = ∆t = 1
z 2 − 1,5z + 0,7
Verifique a estabilidade da malha fechada. Sendo estável, valor máximo de
ganho que mantém estabilidade, caso contrário, valor de ganho que torna o
sistema em malha fechada estável.
A curva de ângulo do diagrama de bode de G(z) está a seguir.

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3.2 Margens de Fase e de Ganho

z + 0,9
∠G(z) = ∠
z2 − 1,5z + 0,7

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3.2 Margens de Fase e de Ganho
Solução:
Através do gráfico de ângulo (ou fase), nota-se que a curva corta o valor de
-180 aproximadamente na frequência w = 0,95 rad/seg.

Portanto, wM G = 0,95 rad/seg

Retornando este valor na função de transferência do sistema, isto é,


z = ej0,95∆t , ou z = 0,5817 + j0,8134, obtém-se:
G(z)|z=ejwM G ∆t = −2,9842 + j0,0075
|G(z)|z=ejwM G ∆t = 2,9842 ou 9,5dB
Portanto, a Margem de Ganho é −9, 5dB. Negativa, logo o sistema é instável
em malha aberta.

O valor de K necessário para tornar o sistema estável é:


1
K= = 0,335
|G(z)|z=ejwM G ∆t
ou
−9,5 = 20 log10 K
K = 10−9,5/20 = 0,335
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3.2 Margens de Fase e de Ganho

Exemplo:
Determine a Margem de Fase

quando
z + 0,9
G(z) = 0,2 ∆t = 1
z 2 − 1,5z + 0,7
Verifique a estabilidade da malha fechada. Sendo estável, valor máximo de
amostras de atraso que mantém estabilidade.
A curva de módulo do diagrama de bode de G(z) está a seguir.

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 54/156


3.2 Margens de Fase e de Ganho

z + 0,9
|G(z)| = 0,2
z2 − 1,5z + 0,7

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 55/156


3.2 Margens de Fase e de Ganho

Solução:
Através do gráfico de módulo, nota-se que a curva corta o valor de 0 dB
aproximadamente na frequência w = 0,78 rad/seg.

Portanto, wc = 0,78

Retornando este valor na função de transferência do sistema, isto é,


z = ej0,78∆t ou z = 0,7109 + j0,7033, obtém-se:

G(z)|z=ejwc ∆t = −0,9447 − j0,2495

∠ G(z)|z=ejwc ∆t = −165,2o ou − 2,88 rad


Portanto, a Margem de Fase é 14,8° ou 0,26 rad. Positiva, logo o sistema é
estável em malha aberta.

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3.2 Margens de Fase e de Ganho

O valor de máximo de amostras (em perı́odos de amostragem) adicionais que


garante estabilidade é calculado a seguir:

ejw∆tn equivale a um atraso de n amostras na frequência wc .


Através da Margem de Fase de 0,26 rad em wc , o atraso no ramo direto deve
satisfazer a:

wc ∆tn < 0,26


0,78n < 0,26
n < 0,33
⇒ Significa que não é possı́vel aumentar o atraso no ramo direto em nenhuma
amostra para manter a estabilidade da malha fechada.

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3.2 Margens de Fase e de Ganho
No Matlab

Este comando reconhece se o sistema é em tempo contı́nuo ou discreto, e faz


as adaptações necessárias.
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3.3 Transformação Bilinear

A análise de estabilidade de sistemas dinâmicos muitas vezes está baseada no


fato que a fronteira para a estabilidade no plano s é o eixo imaginário.
No plano z, esta fronteira é o cı́rculo unitário.

Transformação Bilinear
Através da transformação abaixo
1 + (∆t/2)v
z=
1 − (∆t/2)v
ou equivalente
2 z−1
v=
∆t z + 1
o cı́rculo unitário é mapeado para o eixo imaginário.

A análise de estabilidade de sistemas em malha fechada via Margens de Ganho


e de Fase pode ser realizada através da aplicação desta Transformação Bilinear.

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 59/156


3.3 Transformação Bilinear

Exemplo:
Seja

quando
1
C(z) = 1 e G(s) =
s(s + 1)
Em um ambiente de malha fechada puramente contı́nuo, este sistema teria
Margem de Ganho infinita e Margem de Fase de 51,8°, na frequência de
cruzamento wc = 0,786 rad/s.

Determinar as Margens de Ganho e de Fase do sistema em malha fechada


em tempo discreto, para ∆t = 0,2 segundos (wa = 31,4 rad/s).

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 60/156


3.3 Transformação Bilinear

Ilustração do caso puramente contı́nuo:

Margem de Ganho infinita e Margem de Fase de 51,8°, na frequência de


cruzamento wc = 0,786 rad/s.

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 61/156


3.3 Transformação Bilinear
Solução:

Transformando para o sistema em tempo discreto, obtém-se:

com
0,368z + 0,264
G(z) =
z 2 − 1,368z + 0,368

Após transformação bilinear


(∆t = 0,2), tem-se:
−0,09635v + 0,9967
G(v) =
v 2 + 0,9967v

À direita, o diagrama de Bode das duas


funções.
Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 62/156
3.3 Transformação Bilinear

As Margens de Ganho e Fase dos dois sistemas em malha fechada (com G(z) e
com G(v)) são:

com G(z). com G(v).

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 63/156


3. Exercı́cios

Exercı́cio

com
1
G(s) = , C(z) = K e ∆t = 1
s(s + 1)
Determine:
a) A equação de G(z);
b) A função de transferência do sistema em malha fechada;
c) A faixa de valores de K que garantem a estabilidade do sistema em
malha fechada, usando Critério de Jury;
d) idem (c), usando Margem de Ganho.

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 64/156


3. Exercı́cios

a)
b)
c)
d)

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 65/156


3. Exercı́cios

Exercı́cio

com
1 Kz
G(s) = , C(z) = e ∆t = 0,75
s+1 z−1
Determine:
A faixa de valores de K que garantem a estabilidade do sistema em
malha fechada.

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 66/156


3. Exercı́cios

Exercı́cio

com
1
G(s) =
s(0,5s + 1)

a) Supondo C(z) = 1, verifique se o sistema em malha fechada será estável


quando ∆t for 1.
z
b) Mesmo que (a), para C(z) = e ∆t = 0,15.
z−1

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 67/156


Controle de Velocidade do Motor ServoTrainer

Exemplo: Sistema de controle de velocidade

Motor TQ, sendo u o sinal de controle do motor (em Volts) e y a velocidade


angular do eixo (unidade do sensor, Volts).

A tensão de alimentação do motor está limitada em [-10,10] Volts, e a saı́da


também está limitada em [-10,10] Volts.

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 68/156


Controle de Velocidade do Motor ServoTrainer
Modelo G(s)
O modelo nominal que representa a velocidade do motor é:
1,014
y(s) = u(s), u, y em Volts,
1,15s + 1
Assume-se que o qanho do motor pode variar entre 0,875 a 1,051...

Projeto C(s)

Um projeto C(s) foi realizado, de modo a garantir Margem de Fase maior que
40°. A estabilidade do sistema em malha fechada para a faixa de incerteza no
ganho do modelo foi verificada.

Análise:
Compare as Margens de Ganho e Fase do projeto original em s, com os
mesmos valores do sistema em malha fechada no tempo discreto (z).
Compare os valores máximos possı́veis de variação de ganho para
manutenção da estabilidade entre os dois casos, com a variação real do
ganho do motor.
Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 69/156
Análise de Sistemas em Malha Fechada
A análise de sistemas em malha fechada

passa por
Estabilidade,
Dinâmica em Regime Permanente,
Dinâmica em Regime Transitório.

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 70/156


4. Análise em Regime Permanente

Erro em Regime Permanente


Assuma um sistema em malha fechada estável:
O sinal de erro é:
e(k) = r(k) − y(k)
E(z) = R(z) − Y (z)

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 71/156


4. Análise em Regime Permanente

Erro em regime permanente


Em regime permanente, tem-se:

e(∞) = r(∞) − y(∞)

lim (1 − z −1 )E(z) = lim (1 − z −1 ) (R(z) − Y (z))


z→1 z→1

Este erro pode ser:



finito
→∞
sendo finito, pode ser: 
=0
̸= 0

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 72/156


4. Análise em Regime Permanente

Erros em regime permanente podem ser analisados usando as


funções de transferência em ramo direto.

Vamos definir L(z) como sendo a função de transferência do ramo


direto do sistema em malha fechada, com realimentação unitária.

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 73/156


4. Análise em Regime Permanente

Exemplo:
Vamos ilustrar as três situações apresentadas para o sistema abaixo

sendo
0,2z
L(z) =
(z − 1)(z − 0,5)

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 74/156


4. Análise em Regime Permanente

Exemplo:
Se a entrada for um degrau, o erro e(k) em regime permanente é
zero.

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 75/156


4. Análise em Regime Permanente
Exemplo:
Se a entrada for uma rampa, o erro e(k) em regime permanente
tende para um valor constante (finito), mas diferente de zero.

note que o erro entre referencia (azul) e saı́da (vermelho) permanente


constante à medida que o tempo passa.
Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 76/156
4. Análise em Regime Permanente
Exemplo:
Se a entrada for uma parábola, o erro e(k) em regime permanente
cresce ao longo do tempo, tende a infinito.

note que o erro entre referencia (azul) e saı́da (vermelho) aumenta à medida
que o tempo passa.
Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 77/156
4.1 Erro em Regime Permanente: Classificação

Classificação
Quanto ao erro em regime permanente os sistemas em malha
fechada estáveis podem ser:

Tipo 0 Se o sinal de referência for um degrau, o erro será finito e não


nulo.
Tipo I Se o sinal de referência for uma rampa, o erro será finito e
não nulo.
Tipo II Se o sinal de referência for uma parábola, o erro é finito e não
nulo.

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 78/156


4.1 Erro em Regime Permanente: Classificação

Exemplo:
Vamos ilustrar o comportamento de um Sistema Tipo 0 usando o
caso abaixo

com
1
L(z) =
z − 0,5

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 79/156


4.1 Erro em Regime Permanente: Classificação
Exemplo:
A resposta do sistema em malha fechada para entradas r(k) em
degrau é:

Como a referência é um degrau e o erro em regime permanente é


finito e não nulo: Tipo 0
Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 80/156
4.1 Erro em Regime Permanente: Classificação
Exemplo:
A resposta do sistema em malha fechada para entradas r(k) em
rampa é:

Tipicamente, sistemas Tipo 0 apresentam erro em regime


permanente tendendo a infinito quando a referência é uma rampa.
Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 81/156
4.1 Erro em Regime Permanente: Classificação
Exemplo:
A resposta do sistema em malha fechada para entradas r(k) em
parábola é:

Tipicamente, sistemas Tipo 0 também apresentam erro em regime


permanente tendendo a infinito, quando a referência é uma
parábola.
Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 82/156
4.1 Erro em Regime Permanente: Classificação
Exemplo:
Assuma o sistema em malha fechada apresentado anteriormente e
repetido abaixo

com
0,2z
L(z) =
(z − 1)(z − 0,5)
Nota-se que,
Como para uma referência em rampa, o erro em regime permanente é
finito e não nulo: Tipo I;
Tipicamente, sistemas Tipo I apresentam erro em regime permanente
nulo quando a referência é um degrau;
Sistemas Tipo I apresentam erro em regime permanente tendendo a
infinito quando a referência é uma parábola.
Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 83/156
4.2 Erro em Regime Permanente: Cálculo

Erro
O cálculo dos erros em regime permanente é feito com base no
teorema do valor final.

Erro
O erro é:
e(∞) = lim (1 − z −1 )E(z)
z→1
 
L(z)
e(∞) = lim (1 − z −1 ) R(z) − R(z)
z→0 1 + L(z)
 
L(z)
e(∞) = lim (1 − z −1 ) 1 − R(z)
z→0 1 + L(z)
 
1
e(∞) = lim (1 − z −1 ) R(z)
z→0 1 + L(z)

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 84/156


4.2 Erro em Regime Permanente: Cálculo
Entradas em Degrau
Neste caso, a Transformada de Z da entrada r(k) é:
z
R(z) =
z−1

O erro é:
 
1 z
ep = lim (1 − z −1 )
z→1 1 + L(z) z − 1
 
1
ep = lim
z→1 1 + L(z)
ou
1
ep =
1 + Kp
com
Kp = lim L(z)
z→1

Kp é a constante de erro de posição.

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 85/156


4.2 Erro em Regime Permanente: Cálculo

Sabe-se que:
1
ep = e Kp = lim L(z)
1 + Kp z→1

Observações
O erro ep é inversamente proporcional ao ganho do ramo direto do
sistema em malha fechada.
Para ep = 0, Kp deve tender a infinito.
Logo, L(z) deve ter pelo menos um polo em z = 1.

Em Sistemas Tipo 0, ep ̸= 0.
Logo Kp não tende a infinito.
não possuem polo em z = 1 na função L(z).

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 86/156


4.2 Erro em Regime Permanente: Cálculo

1
ep = e Kp = lim L(z)
1 + Kp z→1

Observações
Em Sistemas de Tipo superior a 0, p. ex. Tipo I, II, ...
Kp tende a infinito e ep = 0.
Logo L(z) tem pelo menos um polo em z = 1.

Classificação Erro para Degrau


Tipo 0 1/(1 + Kp )
Tipo I 0
Tipo II 0

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 87/156


4.2 Erro em Regime Permanente: Cálculo

Entradas em Rampa
Neste caso, a Transformada de Z da entrada r(k) é:

∆tz
R(z) =
(z − 1)2

O erro é: 
1 ∆tz
ev = lim (1 − z −1 )
z→1 1 + L(z) (z − 1)2
 
1 ∆t
ev = lim
z→1 1 + L(z) (z − 1)
ou
1
ev =
Kv
com
(z − 1)
Kv = lim L(z)
z→1∆t
Kv é a constante de erro de velocidade.

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 88/156


4.2 Erro em Regime Permanente: Cálculo
Sabe-se que:

1 (z − 1)
ev = e Kv = lim L(z)
Kv z→1 ∆t

Observações
Para ev = 0, Kv deve tender a infinito.
Logo L(z) deve ter pelo menos dois polos em z = 1.

Em Sistemas Tipo 0, Kv = 0,
Logo ev tende a infinito.
L(z) não tem polos em z = 1.
Em Sistemas Tipo I, Kv ̸= 0 e não → ∞
Logo ev ̸= 0
Possuem um (e somente um) polo em z = 1 na função L(z).

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 89/156


4.2 Erro em Regime Permanente: Cálculo

1 (z − 1)
ev = e Kv = lim L(z)
Kv z→1 ∆t

Observações
Em Sistemas de Tipo superior a I, p. ex. Tipo II, ...
Kv tende a infinito e ev = 0.
Logo L(z) tem pelo menos dois polos em z = 1.

Classificação Erro para Rampa


Tipo 0 ∞
Tipo I 1/Kv
Tipo II 0

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 90/156


4.2 Erro em Regime Permanente: Cálculo

Entradas em Parábola
De forma análoga, vamos chamar o erro em regime permanente
para entradas em parábola de ea , e
1
ea =
Ka
e
(z − 1)2
Ka = lim L(z)
z→1 ∆t2
Ka é a constante de erro de aceleração.

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 91/156


4.2 Erro em Regime Permanente: Cálculo

Resumo:
Classificação Erros em Degrau Rampa Parábola
Tipo 0 1/(1 + Kp ) ∞ ∞
Tipo 1 0 1/Kv ∞
Tipo 2 0 0 1/Ka

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 92/156


4. Exercı́cios

Exercı́cio

com
1
G(s) = , C(z) = K e ∆t = 1
s(s + 1)

Calcule os erros em regime permanente para entradas (referência r) em


degrau, em rampa e em parábola.

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 93/156


4. Exercı́cios

O valor de Kp é
0,3679z + 0,2642
Kp = lim =∞
z→1 (z − 1)(z − 0,3679)
logo ep = 0.
O erro em regime permanente do sistema em malha fechada para entradas em
degrau é 0.

ev ...
ea ..

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 94/156


4. Exercı́cios

Exercı́cio

com
1 z
G(s) = , C(z) = e ∆t = 0,1
s(0,5s + 1) z−1

Calcule os erros em regime permanente para entradas (referência r) em


degrau, em rampa e em parábola.

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 95/156


4. Exercı́cios

Entrada r em degrau

O valor de Kp é  
z
Kp = lim ...
z→1 z−1
logo
O erro em regime permanente do sistema em malha fechada para entradas em
degrau é

Entrada r em rampa

O valor de Kv é  
z
Kv = lim ...
z→1 z−1
logo
O erro em regime permanente do sistema em malha fechada para entradas em
rampa é

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 96/156


4. Exercı́cios

Exercı́cio

com
1 0,36z 2 − 0,18z + 0,02
G(s) = , C(z) = e ∆t = 0,15
(s + 1)(s + 2) (z − 1)(z + 0,27)

Calcule os erros em regime permanente para entradas (referência r) em


degrau, em rampa e em parábola.

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 97/156


4. Exercı́cios

Exercı́cio

Para

Determine a expressão do erro em regime permanente para entradas em


degrau.

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 98/156


4. Exercı́cios

Exercı́cio

Para

Determine a expressão do erro em regime permanente para entradas em


degrau.

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 99/156


4.3 Regime Permanente: Resposta em Frequência

Erro em regime permanente



finito
O sinal de erro pode ser:
→∞

=0
Sendo finito, pode ser:
̸= 0

As constantes de erro estático são:

Kp = lim L(z)
z→1

(1 − z −1 )
Kv = lim L(z)
z→1∆t
(1 − z −1 )2
Ka = lim L(z)
z→1 ∆t

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 100/156


4.3 Regime Permanente: Resposta em Frequência
Erro em regime permanente e Diagrama de Bode (I)
As constantes de erro são calculadas para o limite de z → 1,
No plano z,

z → 1∠0° é equivalente a w → 0.

Logo, as constantes de erro podem ser associadas ao comportamento da


resposta em frequência de L(ejw∆t ), quando w → 0.

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 101/156


4.3 Regime Permanente: Resposta em Frequência

Transformação Bilinear
Vamos fazer uso da Transformação Bilinear para análise em baixa frequência.

L(z) → L(v)

Erro em regime permanente e o Diagrama de Bode de L(v)


Quando w é pequeno, predomina1 somente a ação dos termos ”ganho”e
”integrador”,
O Diagrama de Bode de L(s) pode ser aproximado por:
K
L(jwv ) ≈
(jwv )n
sendo n o tipo do sistema (n = 0, Tipo 0; n = 1, Tipo I, etc)

1
estamos assumindo aqui que não temos um termo ”derivador”em L(v).

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 102/156


4.3 Regime Permanente: Resposta em Frequência

Sistemas Tipo 0 e Diagrama de Bode de L(v)

L(jwv ) ≈ K, wv → 0
e Kp = K.

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 103/156


4.3 Regime Permanente: Resposta em Frequência
Sistemas Tipo I e Diagrama de Bode de L(v)
K
L(jwv ) ≈ , wv → 0
jwv
A frequência onde a assimptota de baixas frequências (ou seu prolongamento)
cruzar o eixo 0 dB, é Kv .

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 104/156


4.3 Regime Permanente: Resposta em Frequência

Sistemas Tipo II e Diagrama de Bode de L(v)


K
L(jwv ) ≈ , wv → 0
(jwv )2
A frequência onde a assimptota de baixas frequências (ou seu prolongamento)

eixo 0 dB, é Ka .

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 105/156


4.3 Regime Permanente: Resposta em Frequência

1 −0,6667s + 1,333
sendo L(z) = , ∆t = 1. Logo L(v) =
z − 0,5 s + 0,6667
Os diagramas de bode de L(z) e de L(v) são:

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 106/156


4.3 Regime Permanente: Resposta em Frequência
Através do Diagrama de Bode de L, nota-se que, em baixas frequências,

L(jwv ) ≈ K = 6,01dB = 2

Logo, Kp = 2 e o erro ep = 1/3.


Isto pode ser observado pela resposta do sistema em malha fechada
abaixo:

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 107/156


4.3 Regime Permanente: Resposta em Frequência

0,2z −0,06667s2 + 0,2667


sendo L(z) = , ∆t = 1. Logo L(v) =
(z − 1)(z − 0,5) s2 + 0,6667s
Os diagramas de bode de L(z) e de L(v) são:

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 108/156


4.3 Regime Permanente: Resposta em Frequência
Através do Diagrama de Bode de L, nota-se que, em baixas frequências,
K
L(jwv ) ≈
jwv
A assimptota de baixas frequências cruza o eixo 0 dB em 0,4, logo
Kv = 0,4 e ev = 2,5.
Isto pode ser observado pela resposta do sistema em malha fechada
abaixo:

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 109/156


5. Regime Permanente: Entrada Distúrbio (Perturbações)
Perturbações
Outros sinais de entrada que influenciam no comportamento da
saı́da de sistemas em malha fechada.

Por, exemplo, assuma o controle automático de velocidade de um carro.


O acelerador é a variável manipulada, o sinal de controle.
O vento e a inclinação da estrada são também sinais de entrada, porém
não são controlados e influenciam na velocidade.

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 110/156


5. Regime Permanente: Entrada Distúrbio (Perturbações)

Vamos retomar o mesmo problema de antes, porém incluindo a


presença de uma entrada não controlada, um distúrbio ou
perturbação.

Neste novo contexto, os principais sinais de entrada r e d, e


os de saı́da são y e e.
d(z) são perturbações na entrada do processo, normalmente
sinais externos de baixa frequência.

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 111/156


5. Regime Permanente: Entrada Distúrbio (Perturbações)

Funções de Transferência do Sistema em Malha Fechada


1 G
r(z) −
e(z) = d(z)
1+L 1+L
L G
y(z) = r(z) + d(z)
1+L 1+L
Lembrando que: L(z) = C(z)G(z).

(Os ’(z)’ nas funções foram suprimidos somente para melhorar a visualização.)
Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 112/156
5. Regime Permanente: Entrada Distúrbio (Perturbações)

Função de Sensibilidade e Sensibilidade Complementar


S(z) é denominada Função de Sensibilidade,
1
S(z) =
1 + L(z)

e T (z) é denominada Função de Sensibilidade Complementar,

L(z)
T (z) =
1 + L(z)

Note que S(z) + T (z) = 1, para todo z.

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 113/156


5. Regime Permanente: Entrada Distúrbio (Perturbações)

Funções de Transferência do Sistema em Malha Fechada

e(z) = Sr(z) − GSd(z)


y(z) = T r(z) + GSd(z)
ou     
e(z) S(z) −G(z)S(z) r(z)
=
y(z) T (z) G(z)S(z) d(z)

G(z)S(z) é denominada de fç. de sensibilidade de carga

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 114/156


5. Regime Permanente: Entrada Distúrbio (Perturbações)

O caminho de d para y (saı́da) é G(z)S(z), e


o caminho de d para e (erro) é −G(z)S(z)

Em regime permanente (entrada d tipo degrau)


O erro em regime permanente é calculado através do limite abaixo

e(∞) = − lim G(z)S(z)


z→1

O objetivo de erro nulo em regime permanente é alcançado quando este


limite tende a 0.

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 115/156


Controle de Velocidade do Motor ServoTrainer

Exemplo: Sistema de controle de velocidade

Motor TQ, sendo u o sinal de controle do motor (em Volts) e y a velocidade


angular do eixo (unidade do sensor, Volts).

A tensão de alimentação do motor está limitada em [-10,10] Volts, e a saı́da


também está limitada em [-10,10] Volts.

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 116/156


Controle de Velocidade do Motor ServoTrainer
Modelo G(s)
O modelo nominal que representa a velocidade do motor é:
1,014
y(s) = u(s), u, y em Volts,
1,15s + 1

Projeto C(z)

Um projeto C(s) foi realizado e transformado para C(z). Portanto, temos:

Análise:
Realize a análise do sistema em malha fechada em termos dos erros em regime
permanente, para: (a) entradas em degrau no sinal r, (b) em rampa no sinal r,
e (c) entradas em degrau no sinal d.
Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 117/156
Análise de Sistemas em Malha Fechada
A análise de sistemas em malha fechada

passa por
Estabilidade,
Dinâmica em Regime Permanente,
Dinâmica em Regime Transitório.

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 118/156


6.1 Análise Sistema em Malha Fechada: Referência

O sinal de referência possui influência em diferentes pontos da


malha fechada.

Na análise em regime permanente (caso particular de entradas em degrau),


r tem frequência w = 0.

Vamos assumir agora r sendo um sinal de baixa frequência,


com energia concentrada em Ωr e Ωr = {w ∈ R : w ≤ wr }.

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 119/156


6.1 Análise Sistema em Malha Fechada: Referência

Objetivos de projeto: critérios de desempenho


e, sinal de erro, desejável que seja baixo/nulo.
y, variável controlada, desejável que siga o sinal de referência.
u, sinal de controle, desejável que tenha pouca energia e/ou pouca
variância e/ou valores máximos não elevados.

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 120/156


6.1 Análise do Sistema em Malha Fechada: Referência

Funções de Transferência do Sistema em Malha Fechada


1
e(z) = r(z) ou e(z) = S(z)r(z)
1 + L(z)
C(z)
u(z) = r(z) ou u(z) = C(z)S(z)r(z)
1 + L(z)
L(z)
y(z) = r(z) ou y(z) = T (z)r(z)
1 + L(z)

Para os objetivos de projeto, é desejável que:


S(z) tenha ganho baixo ou nulo em Ωr .
T (z) tenha ganho 1 em Ωr .

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 121/156


6.1 Análise do Sistema em Malha Fechada: Referência
Resposta em Frequência de S(z) e T (z)
Relação entre S(z), T (z) e
o comportamento dinâmico do sistema em malha fechada.

Quanto maior for a Largura de Faixa wBW , maior será o conjunto de


frequências no sinal de referência no qual é ganho é 1,
(> wr e + rápido será o comportamento dinâmico).

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 122/156


6.1 Análise do Sistema em Malha Fechada: Referência

Relação entre L, S e T
Note que
1
S(z) =
1 + L(z)
e
L(z)
T (z) =
1 + L(z)
Portanto:
Quanto maior for o módulo de L (L → ∞),
S tende a 0 e T tende a 1,
Quanto menor for o módulo de L (L → 0),
S tende a 1 e T tende a 0.

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 123/156


6.1 Análise do Sistema em Malha Fechada: Referência
Resposta em Frequência de L(z)
Relação entre L(z) e o comportamento dinâmico do sistema em
malha fechada.

Quanto maior (e por mais frequências) for o ganho de L,


maior wc .
Melhor será o desempenho em erro em regime permanente e
mais rápido o comportamento dinâmico.
Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 124/156
6.1 Análise do Sistema em Malha Fechada: Referência
Resposta em Frequência de S(z) e C(z)
Relação entre S(z), C(z) e
o comportamento dinâmico do sistema em malha fechada.

Estamos assumindo que r é um sinal de baixa frequência, porém, no instante


do degrau a frequência é muito alta.
Neste momento, o ganho de C(z) será dominante.

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 125/156


6. Estudo de Caso

Estudo de Caso

1
G(s) = e ∆t = 0,15 s.
s(s + 1)

Três controladores distintos:


(z 2 − 1,79z + 0,807)
C1 (z) = 0,5 C2 (z) = 32
(z + 0,7)(z − 1)

(z − 0,75)
C3 (z) = 20
z

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 126/156


6. Estudo de Caso
As funções do Ramo Direto L(z) são:

A frequência wc (faixa Ωr ) é menor para C1 e similar para C2 e C3 .


L(·) tende ao infinito em todos os casos para w = 0,
(decresce 40 dB/dec. somente para C2 )
Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 127/156
6. Estudo de Caso
As Funções de Sensibilidade S e Sensibilidade Complementar T do sistema em
malha fechada são:

T (z) é predominantemente 1 para baixas frequências e tende a diminuir


em altas frequências. S(z) é, naturalmente, o inverso.
A largura de faixa para C1 é menor que as demais, gerando um
desempenho comparativamente mais lento.
Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 128/156
6. Estudo de Caso
Seguimento de Trajetória
Comportamento no domı́nio do tempo,

Todos os três sistemas em malha fechada possuem erro nulo em regime


permanente.
Como a largura de faixa de T (z) para C1 é menor (wc está mais à
direita), seu comportamento dinâmico é mais lento que os demais.
Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 129/156
6. Estudo de Caso
As Funções GS para os três casos são:

O ganho em altas frequências é maior para o controlador C2 , um pouco


menos para C3 e baixo para C1 , refletindo na resposta do sinal de
controle a seguir.
.
Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 130/156
6. Estudo de Caso
Seguimento de Trajetória
Comportamento no domı́nio do tempo,

Nota-se a relação entre o esforço de controle no momento de aplicação


do degrau e o comportamento da resposta em frequência de C(z)S(z)
em alta frequência..

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 131/156


6.2 Análise do Sistema em Malha Fechada: Perturbação

Resposta ao sinal de perturbação d


O sistema em malha fechada com sinal de perturbação é:

d é o sinal de perturbação.
Normalmente, com maior energia em baixas frequências.
Vamos assumir d um sinal com energia concentrada em Ωd e
Ωd = {w ∈ R : w ≤ wd }

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 132/156


6.2 Análise do Sistema em Malha Fechada: Perturbação
O sinal de perturbação também afeta diferentes pontos do
sistema em malha fechada.

Deseja-se que a influência de d nos demais pontos seja a


menor possı́vel.
Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 133/156
6.2 Análise do Sistema em Malha Fechada: Perturbação

Funções de Transferência do Sistema em Malha Fechada


e(z) = S(z)r(z) − G(z)S(z)d(z)
u(z) = C(z)S(z)r(z) − T (z)d(z)
y(z) = T (z)r(z) + G(z)S(z)d(z)

G(z)S(z) é também chamada de função de sensibilidade de carga.

Para que a influência de d seja pequena, o ganho de G(z)S(z)


deve ser também pequeno.

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 134/156


6.2 Análise do Sistema em Malha Fechada: Perturbação
Resposta em Frequência de S(z) e T (z)
Relação entre S(z), T (z) e
o comportamento dinâmico do sistema em malha fechada.

Quanto maior for a faixa de frequências em que G(z)S(z) tiver ganho


baixo, melhor será o comportamento dinâmico para perturbações (> wr ).
Se G(·)S(·) tende a zero para w = 0, o erro em regime permanente será
zero.

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 135/156


6.2 Análise do Sistema em Malha Fechada: Perturbação

Resposta em Frequência de L(z)


Relação entre L(z) e a dinâmica de malha fechada.

Ganho baixo em G(z)S(z) é compatı́vel com ganho baixo em S(z) que


por sua vez está relacionado com L(z).
L(z) com ganho alto em Ωd tende a diminuir a influência da perturbação
no sistema em malha fechada.

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 136/156


6. Estudo de Caso
Retomando o Estudo de Caso anterior
Estudo de Caso

1
G(s) = e ∆t = 0,15 s.
s(s + 1)

Três controladores distintos:


(z 2 − 1,79z + 0,807)
C1 (z) = 0,5 C2 (z) = 32
(z + 0,7)(z − 1)

(z − 0,75)
C3 (z) = 20
z

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 137/156


6. Estudo de Caso
As Funções de Sensibilidade de Carga GS para os três casos são:

O ganho é zero em baixas frequências somente para o controlador C2 .


Nos demais, existe erro em regime permanente, sendo este menor para C3
.
Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 138/156
6. Estudo de Caso

Rejeição a Perturbação
Comportamento no domı́nio do tempo,

Como esperado, somente para C2 o sistema em malha fechada não apresenta


erro em regime permanente, sendo este presente nos demais e menor em C3 .

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 139/156


6.3 Análise do Sistema em Malha Fechada: Ruı́do
... exemplo de um sistema em malha fechada para controle de
temperatura:

nota-se a presença de ruı́do de medida em comparação com o sistema em


malha fechada simulado.
Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 140/156
6. Análise do Sis. Malha Fechada: Ruı́do de Medição

Resposta ao sinal de ruı́do n


O sistema em malha fechada com sinal de ruı́do de medida é:

n é o sinal de ruı́do de medida.


w é a saı́da do sistema, antes do ruı́do de medida.
Vamos assumir n um sinal de alta frequência,
com energia concentrada em Ωn e Ωn = {w ∈ R : w ≥ wn }.

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 141/156


6. Análise do Sis. Malha Fechada: Ruı́do de Medição

Resposta ao sinal de ruı́do n


O sistema em malha fechada com sinal de ruı́do de medida é:

Deseja-se que a influência do sinal de n nos demais pontos


(principalmente u e v) seja a menor possı́vel.

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 142/156


6. Análise do Sis. Malha Fechada: Ruı́do de Medição

Funções de Transferência do Sistema em Malha Fechada

e(z) = S(z)r(z) − G(z)S(z)v(z) − S(z)n(z)


u(z) = C(z)S(z)r(z) − T (z)v(z) − C(z)S(z)n(z)
v(z) = T (z)r(z) + G(z)S(z)v(z) − T (z)n(z)

G(z)S(z) é também chamada de função de sensibilidade de carga.


C(z)S(z) é também chamada de função de sensibilidade do ruı́do.

É desejável também que C(z)S(z) tenha também ganho baixo em Ωn


para diminuir a transmissão do ruı́do para o sinal de controle u.
É desejável que T (z) tenha ganho baixo em Ωn para diminuir a
transmissão do ruı́do para a saı́da v.

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 143/156


6. Análise do Sis. Malha Fechada: Ruı́do de Medição

Resposta em Frequência de L(z)

L(z) com ganho baixo em Ωn tende a diminuir a influência do ruı́do na


saı́da do sistema em malha fechada.
Quanto menor for wc , melhor será a rejeição a ruı́dos de medida.
Note que este requisito confronta o desejo de bom comportamento frente
a mudanças de referência.

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 144/156


Estudo de Caso
Retomando o Estudo de Caso anterior

As Funções de Sensibilidade de Ruı́do CS são:

O ganho é menor em altas frequências somente para o controlador C1 .


Portanto, este tende a filtrar mais o efeito de ruı́do de medida no sinal de
controle e no de saı́da.
Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 145/156
Estudo de Caso

Rejeição a Perturbação
Comportamento no domı́nio do tempo, para um ruı́do de frequência 5 rad/s.

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 146/156


Estudo de Caso
Rejeição a Perturbação

Em vermelho, para C1 , em azul para C2 e em preto para C3 .


O sistema em malha fechada com C1 , que possui pior desempenho para
seguir a referência. Em contrapartida, é o possui menor sensibilidade ao
ruı́do de alta frequência presente na saı́da.
Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 147/156
Compromisso
Compromisso
Nota-se que seguimento de trajetória (+ rejeição a perturbação na entrada) é
um objetivo conflitante de sensibilidade a ruı́do de medida.
Para bom seguimento de trajetória, maior Ωr ou Ωv , L(z) ≫ 1;
Para pouca sensibilidade a ruı́do de medida, maior Ωn , L(z) ≪ 1.

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 148/156


Compromisso
Compromisso
Importante também que:
Para bom desempenho para perturbações na entrada, atuar em G(z)S(z)
na região Ωv ,
Para menor esforço de controle, atuar em C(z)S(z).

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 149/156


Controle de Velocidade do Motor ServoTrainer

Exemplo: Sistema de controle de velocidade

Motor TQ, sendo u o sinal de controle do motor (em Volts) e y a velocidade


angular do eixo (unidade do sensor, Volts).

A tensão de alimentação do motor está limitada em [-10,10] Volts, e a saı́da


também está limitada em [-10,10] Volts.

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 150/156


Controle de Velocidade do Motor ServoTrainer

Modelo G(s)
O modelo nominal que representa a velocidade do motor é:
1,014
y(s) = u(s), u, y em Volts,
1,15s + 1

Projeto C(z)
O controlador C(z) abaixo satisfaz às condições originais de projeto.

0,1193z 2 + 0,01136z − 0,108


C(z) =
(z − 1)(z − 0,8182)

Análise:

Compare seu projeto com controlador acima e aponte aspectos positivos


e negativos de seu projeto.

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 151/156


Controle de Velocidade do Motor ServoTrainer

Baseie sua análise em:

No domı́nio da Frequência:
Estabilidade: verifique as margens de ganho e fase,
Seguimento de trajetória, regime permanente: utilize as curvas L e S,
Seguimento de trajetória, regime transitório: utilize as curvas L, T ,
Regulação, regime permanente/transitório: utilize a curva GS,
Sensibilidade a ruı́dos de medida: utilize a curva CS e T ,
Esforço de Controle: utilize a curva CS.
No domı́nio do Tempo:
Seguimento de trajetória, permanente: utilize as curvas t, r versus t, e,
Seguimento de trajetória, transitório: utilize as curvas t, r versus t, y,
Regulação, regime permanente: utilize as curvas t, d versus t, e,
Rt
Esforço de Controle: utilize a curva t, u2 e integral definida 0 tot u(t)2 dt

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 152/156


Controle de Velocidade do Motor ServoTrainer

Para auxiliar na sua comparação, o sinal de saı́da motor foi medido. A análise
em frequência está ao lado. Ver abaixo:

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 153/156


Sistema de Controle de Nı́vel de Lı́quido

Assuma um sistema de controle de nı́vel de lı́quido em malha fechada, cujo


processo é apresentado na Figura abaixo.

1 O modelo que representa a altura


de lı́quido no tanque em função
da tensão no atuador é:
3,13
y(s) = e−50s u(s)
433,33s + 1

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 154/156


Sistema de Controle de Nı́vel de Lı́quido
2 O critério de desempenho desejado para o sistema em malha fechada é
conseguir um desempenho similar a:

isto é: erro nulo em regime permanente para entradas em degrau


(referência r = 0,47), tempo de pico inferior a 400 segundos, tempo de
subida inferior a 200 segundos, valor máximo de nı́vel menor 0,55.

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 155/156


Sistema de Controle de Nı́vel de Lı́quido

Solução:

1 Vamos prosseguir com estrutura PI e:


(433,33s + 1)
C(s) = 0,004
s
2 Calcule um controlador C(z) a partir do controlador C(s) acima e
verifique se as condições iniciais de desempenho são satisfeitas.
3 Verifique se as condições adicionais de projeto são satisfeitas.
estabilidade frente a variações de ganho dada por: 2,75 ≤ k ≤ 3,75,
frequência de cruzamento wc próxima de 0,008 rad/seg,
margem de fase maior que 60°,
função de sensibilidade com: |S| ≤ −20 dB, ∀w ≤ 0,001 rad/seg,
rejeição a ruı́dos com: |T | ≤ −20 dB, ∀w ≥ 10 rad/seg.

Gustavo H. C. Oliveira Análise Sist. Controle em Tempo Discreto 156/156

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