7.pscicologia Da Sobrevivência - Survival Training

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SURVIVAL TRAINING

SURVIVAL TRAINING
Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial
CNPJ 49.862.544/0001-51

Psicologia da Sobrevivência

Alguém poderá se perguntar para que precisa destes conhecimentos, se no seu dia a dia
nunca vai estar numa situação de sobrevivência? Acredite que estas situações surgem
quando menos esperamos: Num acidente automóvel, desastres naturais, ataque
terrorista ou mesmo num simples passeio por zonas mais despovoadas. São tudo
situações comuns nos dias de hoje, por isso não devemos dizer que nunca nos vai
acontecer.
Quando ouvimos a grande maioria dos especialistas falar nestas questões, normalmente
debruçam-se sobre dois grandes eixos: Equipamento e conhecimento. Tendo os
conhecimentos corretos e equipamento adequado, podemos sobreviver a praticamente
todas as situações de sobrevivência. Eu não concordo e dou bastante ênfase nas minhas
formações a mais um eixo, na minha opinião até mais importante que os dois referidos:
O psicológico.
E a importância deste eixo é demonstrada não em teoria, mas na prática: Existem várias
situações de sobrevivência relatadas em que indivíduos com pouco mais do que a roupa
do corpo sobreviveram, enquanto outros totalmente equipados e muitas vezes
conhecedores de técnicas de sobrevivência acabaram por morrer. O nosso cérebro não
está hoje em dia preparado para estas situações, como estava nos primórdios da
humanidade e é preciso voltar a “programá-lo” para agir perante elas.

Aspetos psicológicos da sobrevivência a curto prazo: Negação, ansiedade, medo


e pânico

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Como podem ver o stress não está nesta lista. O stress é um conceito difícil de definir e
ainda hoje os investigadores têm acesas discussões sobre se o stress é uma causa, um
efeito ou algo entre os dois. Dos aspetos que referimos, praticamente todos podem ser
resultado do stress ou em sentido contrário podem eles próprios causar stress. Sejamos
então mais objetivos e falemos de aspetos mais concretos.
O primeiro a surgir é normalmente a negação. Quantas vezes já ouvimos pessoas a dizer
“Isto não me pode estar a acontecer!” Enquanto o nosso cérebro não tiver plena
consciência do que nos aconteceu, não tomaremos as decisões corretas. Esta negação
vai colocar-nos em perigo, pois teremos a tendência de não fazer nada, porque nada de
especial se passa. Muitas pessoas em situação de sobrevivência precisam que alguém as
desperte para a realidade, o que pode ser complicado se estivermos sós. É preciso termos
rapidamente a noção que estamos potencialmente em perigo, para começar de imediato
a raciocinar e planear, evitando passar de uma situação de negação, para o outro
extremo: o pânico
O pânico é o inimigo psicológico número um do sobrevivente e afeta grandemente a
capacidade de raciocínio e bom senso. Mesmo que o sobrevivente não o admita, ele
passou por momentos de pânico e a diferença é apenas se os conseguiu ultrapassar ou
a rapidez com que os dominou. Existe uma estratégia para prevenir ou combater este
estado, chamada STOP (do inglês Sit, Think, Observe and Plan, o que traduzido à letra
quer dizer sente-se, pense, observe e planeie). A primeira fase pretende ser apenas um
corte radical com a situação anterior, onde vai respirar fundo e colocar os pensamentos
em ordem. Na fase seguinte (pensar) faça um inventário do que tem disponível que lhe
possa ser útil. Se tiver meios para isso, escreva num papel algumas das coisas que lhe
vieram à ideia e o podem ajudar. Esta simples prática pode fazê-lo sentir-se mais
confiante e seguro e ocupará algum do seu tempo, tirando os seus pensamentos de
outras coisas mais negativas (útil também para combater a ansiedade, como veremos
mais à frente). Depois das ideias em ordem, é preciso observar à nossa volta,
contabilizando os perigos mas também as oportunidades de abrigo, água e comida, e
dependendo dos casos acesso a terreno elevado e a possibilidade de sinalizar a sua
posição. Depois de tudo isto é preciso planear.
Nesta fase pense positivo porque afinal já venceu o pânico, um dos seus maiores
inimigos, por isso pode vencer tudo o resto. Ordene as suas prioridades e faça um plano
de acordo com a sua realidade: O que vai fazer, como pode ser salvo o mais rápido
possível, etc
Entre estes dois extremos (negação e pânico), temos o medo. Na introdução referimos
que o nosso cérebro não está preparado para situações de sobrevivência no geral, mas
felizmente manteve algumas características do homem primitivo.
Talvez nunca tenha pensado nisso, mas o medo é ele próprio um mecanismo de
sobrevivência. É ele que nos alerta para perigos que, por exemplo, podem colocar a nossa

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integridade física em risco. Não vale a pena entrarmos profundamente no que acontece
no nosso corpo em termos fisiológicos, mas podemos resumir que a libertação de
adrenalina e de outros químicos em situações de medo provoca várias reações que podem
ser úteis, preparando-nos para o que possa surgir: aumento da pressão arterial e dos
batimentos cardíacos, dilatação das pupilas, aumento do nível de glucose, aumento da
capacidade dos pulmões receberem oxigénio, entre outros. Analisando estas reações,
pode o leitor ficar a pensar que numa situação de sobrevivência é bom estar
constantemente com medo. Infelizmente não. O medo deve ser controlado, porque o
mesmo nos pode impedir de realizar algumas tarefas essenciais para sobrevivermos e
faz com que o nosso corpo tenha tendência a parar funções não vitais como a digestão e
o sistema imunitário. Uma coisa é certa, você não irá querer o seu sistema imunitário
parado numa situação de sobrevivência. Resumindo, é bom ter medo, mas convém
mantê-lo controlado e para isso pode sempre confrontar a sua mente, arremessando
contra ela ideias como “eu já fiz coisas mais difíceis do que isto e consegui”.
Em relação à ansiedade, também ela é um alarme natural que nos mantêm alerta e nos
faz planear antecipadamente. Pessoalmente costumo chamar-lhe “o medo do medo”,
porque é um “sofrimento” precoce relativamente a algo que pode vir a acontecer. A
ansiedade positiva numa situação de sobrevivência é o que nos faz, por exemplo, ir
recolhendo acendalha ao longo do caminho, porque já estamos preocupados em como
fazer o fogo no final do dia. Tal e qual como o medo, precisa ser dominada, porque uma
ansiedade constante trás sentimentos de angústia que nos quebram física e
psicologicamente.
um dos fatores que causam mais ansiedade numa situação de sobrevivência é a falta de
confiança em nós próprios, por isso é importantes dar passos seguros, ir resolvendo
pequenos problemas para ganharmos confiança para os desafios maiores. Se tiver
ferramentas para isso faça um diário escrito registando principalmente os seus triunfos
e apontando tudo o que lhe pareça útil no futuro.

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