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iNTELIGÊNCIA EMOCIONAL
iNTELIGÊNCIA EMOCIONAL
A origem da ansiedade
Duas escolhas então são possíveis e cada uma delas coloca uma
emoção em primeiro plano:
A mente mente
Você já ficou tão ansioso com alguma coisa a ponto de isso prejudicar você?
Já deixou de fazer algo que poderia ser muito bom porque, simplesmente,
não soube superar os seus medos?
Já ficou muito tempo sofrendo por causa de algo que você achou que
pudesse acontecer?
Se a resposta a essas perguntas foi afirmativa, não se preocupe. Essas
sensações são absolutamente naturais. Desde muito cedo, sentimos MEDO.
Quando crianças, podemos ter medo de nos perder de nossos pais ou de
ficar sozinhos à noite, por exemplo. O tempo passa, e podemos até superar
esses medos, mas outros vão aparecer.
Temos medo de perder o emprego, de não sermos aceitos em um grupo,
de ter interesse por alguém e não ser correspondido. Às vezes, é só um
incômodo; às vezes, pode ser desesperador.
Os estados do medo
RECEIO>PREOCUPAÇÃO>ANSIEDADE>DESESPERO>PÂNICO
RECEIO
PREOCUPAÇÃO
DESESPERO
É claro que, muitas vezes, o medo nos ajuda, afinal, precisamos evitar
ameaças. Mas você já parou para pensar em quantas vezes nós sentimos
medo de ameaças que não são reais?
Podemos imaginar o seguinte: o medo tem sempre a ver com a história
mental que construímos.
Segue-se, dessas definições, que não há esperança sem medo, nem medo sem
esperança. Com efeito, supõe-se que quem está apegado à esperança, e tem
dúvida sobre a realização de uma coisa, imagina algo que exclui a existência da
coisa futura, e, portanto, dessa maneira, entristece-se. Como consequência,
enquanto está apegado à esperança, tem medo de que a coisa não se realize.
Quem, contrariamente, tem medo, isto é, quem tem dúvida sobre a realização
de uma coisa que odeia, também imagina algo que exclui a existência dessa
coisa, e portanto, alegra-se. E, como consequência, dessa maneira, tem
esperança de que a coisa não se realize.
Preocupações
Nossos ancestrais precisavam lidar com o perigo a todo momento. Grupos
inimigos, animais predadores, desastres naturais. Por isso, antecipar riscos
e preparar-se para enfrentá-los foi importante para a sobrevivência.
Esse instinto permitiu planejar o futuro, pensar sobre ele, antever ameaças
e avaliar o que poderia dar errado. Isso colaborou para a evolução da nossa
civilização e para o desenvolvimento da capacidade de nos preocuparmos.
Em alguns casos, mesmo que a preocupação seja plausível, isso não quer
dizer que ela seja produtiva. O próximo questionamento que precisa ser
feito é: há algo que eu possa fazer agora ou em breve?
Se a resposta a essa pergunta for negativa, você estará diante de uma
preocupação improdutiva.
Por exemplo...
A estratégia PARE
• ABORRECIMENTO
• FRUSTRAÇÃO
• IRRITAÇÃO
• INDIGNAÇÃO
• FÚRIA
Inveja e vergonha
Precisamos ter isso outra vez em mente ao abordar duas das emoções de
que tratamos nesta aula: a vergonha e a inveja.
Se a vergonha tem muito a ver com os padrões que esperamos para nós
mesmos, a inveja está associada ao nosso olhar para os outros (ao menos,
numa primeira consideração).
As pessoas têm inveja de nós quando somos bem vistos e admirados por
algo ou quando temos uma reputação melhor do que a delas. Isso pode
mostrar como elas são mesquinhas e não reconhecem nosso valor.
Sim, porque uma das características dessa emoção é que ela parece tão
negativa, que temos até receio de admitir que sentimos inveja e, muitas
vezes, preferimos dizer que os outros nos invejam. Se você mencionar o
tema da inveja a alguém, provavelmente, a pessoa vai falar de uma
situação em que ela foi invejada, e não de uma em que ela invejou.
Manejo da raiva
Perder o controle, agindo de forma agressiva e impensada, é a forma
prejudicial de expressar a raiva. Os estados de fúria e ódio são
reconhecidos por originarem atitudes destrutivas, mas até os estados
menos intensos de raiva, como aborrecimento, frustração ou irritação,
quando manejados de forma inapropriada, podem produzir desfechos
completamente indesejáveis.
Existe uma máxima latina que diz: ira furor brevis est. A tradução é: a ira é
uma breve loucura. É um verso do poeta Horácio, extraído de suas
Epístolas. Logo depois de fazer essa afirmação, ele fala da importância de
controlar os impulsos, que, se não forem dominados, passam a comandar
nossas atitudes.
Mas é possível controlar a raiva?
Controle do impulso
O PARE pode ser bastante útil e eficaz para lidar com essas situações.
Vamos discutir cada uma dessas etapas.
Resilinência
Michael Jordan é o Pelé do basquete. Considerado pela crítica esportiva o
maior jogador de basquete de todos os tempos, o ex-jogador do Chicago
Bulls sempre refletiu de maneira bastante profunda sobre seus limites,
fracassos, suas conquistas e sobre sua competividade.
Temos, às vezes, uma tendência a acreditar que esses grandes atletas são
apenas talentosos e que esse talento basta para obter sucesso. Não é
verdade. Durante sua carreira, Jordan muitas vezes falou sobre a
necessidade de superar obstáculos.
Uma de suas frases é marcante: “Eu posso aceitar fracasso, todo mundo
falha em alguma coisa, mas eu não posso aceitar não tentar”
Esse termo foi emprestado da Física, usado para designar a capacidade que
um material apresenta de sofrer uma tensão dentro de um limite elástico,
sem deformação permanente. Popularmente, é o mesmo que ser flexível.
Posturas mentais
MENTALIDADE DE
SITUAÇÃO MENTALIDADE FIXA
CRESCIMENTO
Abraça com o desejo de aprender
Desafios Evita pelo medo de falhar.
e se aprimorar.
Tende a desistir diante dos erros e Mostra perseverança e utiliza os
Erros
frustrações. erros como aprendizado.
O esforço é visto como falta de
O esforço é visto como parte
Esforços aptidão. Tende a desistir das
inerente às conquistas.
atividades que exigem muito esforço.
A crítica negativa tende a ser ignoradaA crítica é vista como uma
Críticas mesmo quando feita de forma importante informação do que
construtiva. precisa ser melhorado.
Sucesso O sucesso dos outros tende a ser visto O sucesso dos outros tende a ser
alheio como ameaça. visto como inspiração.
Um exemplo claro de imposição da mentalidade de crescimento pode ser
observado na trajetória do piloto Ayrton Senna. Ao contrário do que se
podia imaginar, Senna nem sempre foi um grande piloto em pista molhada.
Aos treze anos, ele perdeu uma corrida de kart importante em Interlagos, e
sua capacidade de competir foi posta em xeque. O motivo: a falta de
habilidade para conduzir o carro na chuva. A partir dessa prova, ele não
perdia uma oportunidade de tempo chuvoso para ir à pista e aprender a
pilotar nessas condições. Era incansável em pedir orientações para os
pilotos que dirigiam bem em pistas molhadas. Foram anos de muita
derrapagem e chuva no rosto. Senna não nasceu sabendo dirigir na chuva,
mas aprendeu com muita dedicação, esforço e mentoria adequada. E
tornou-se um dos maiores pilotos em pista molhada da história da Fórmula
1.
Diálogo interno
ESFORÇO E TALENTO
Talvez você já tenha ouvido a frase, atribuída a Thomas Edison, que diz que
o sucesso é 1% inspiração e 99% transpiração. Inspiração é talento.
Transpiração é esforço, e isso é o mais importante.
Mas por que é tão fácil desistir no meio da jornada? Por que é tão difícil ser
perseverante?
A resposta a essas perguntas não é simples, pois não existe um único fator
responsável pela desistência. Entretanto, as pesquisas mostram padrões de
pensamentos que, asseguradamente, contribuem para que as pessoas
desistam de seus objetivos. Para entender como isso funciona, é preciso
estabelecer a relação existente entre situação, pensamento, emoção e
comportamento.
O senso comum faz com que a gente acredite que o que sentimos é um
mero resultado das experiências que vivemos: acontece algo, e essa
situação gera uma emoção. No entanto as coisas não funcionam bem
assim. Entre uma situação e a emoção, existem pensamentos que
estruturam e reforçam a emoção. Esse pensamento e a emoção dele
decorrente influenciam decisivamente nossos comportamentos.
Imagine a situação de um professor que entra numa sala de aula e,
escrevendo na lousa, de costas para a classe, ouve uma risada. Ele pensa:
“estão rindo de mim”. Que tipo de emoção vai surgir? Provavelmente,
irritação, não é? E, ficando irritado, é possível que ele deixe transparecer
isso aos alunos, o que intensificaria a relação conflituosa.
Um exemplo: uma pessoa está andando pela rua e sente uma ligeira dor de
cabeça. Imediatamente vem o pensamento: “será que estou tendo um
derrame?”
Outro exemplo: alguém fica ansioso e o coração acelera. Aparecem mais
pensamentos catastróficos: “há algo de errado comigo!”
Você tem que fazer uma apresentação e se preparou muito para ela.
Quando percebe que está chegando a hora, você sente a boca seca e as
mãos suando. Você está pensando seriamente em desistir e inventar
alguma desculpa para fugir daquela situação. Nesse exato instante, você
respira e procura prestar atenção nos seus pensamentos: “vou esquecer
tudo que preciso dizer”, “será um vexame”.
É verdade. O fato de eu estar com medo de que as coisas deem errado não
quer dizer que elas vão dar errado.
Domínio da duração
Pessoas que acreditam que as causas dos eventos ruins
serão permanentes tendem a ser menos resilientes. Pessoas que
acreditam que as adversidades são temporárias tendem a ser mais
resilientes. Vamos exemplificar. Observe o esquema:
Outro exemplo:
Os advérbios “sempre” e “nunca” costumam aparecer com frequência no
discurso das pessoas que percebem de forma distorcida a duração dos
eventos negativos. Quando isso ocorre, não há motivação para empenhar
esforço para superar as adversidades. Isso compromete a resiliência.
Domínio da abrangência
Domínio da responsabilidade
Outro exemplo:
Raramente, a responsabilidade total das causas dos eventos negativos
pode ser atribuída para si ou para outros fatores. Geralmente há fatores
externos e internos que interferem no resultado final. Quando a pessoa
atribui o correto balanço de responsabilidade pelos infortúnios, ela
consegue empenhar energia para aprimorar aquilo que está sob sua
responsabilidade. Isso permite focar esforços e não amplia os desafios.
Esse equilíbrio facilita o fomento da resiliência.
Isso pode não ser verdade porque ter tido decepções amorosas até aqui
nãoquer dizer que isso sempre irá ocorrer. As pessoas são diferentes umas
das outras.
Isso pode não ser verdade porque o curso de Engenharia é muito mais do
que a disciplina de cálculo. Asseguradamente, haverá disciplinas em que
terei facilidade. Não estou sendo ingênuo de acreditar que cursar a
disciplina de cálculo será uma tarefa simples. Mas vamos deixar o desafio
do tamanho que ele é.
Isso pode não ser verdade porque o desentendimento não ocorreu apenas
pela dificuldade técnica dele. Também preciso explicar os pressupostos da
minha proposta, para que ele entenda aonde quero chegar. Também posso
não estar enxergando algo que ele enxergou. Preciso entender o ponto de
vista dele.
ESPERANÇA DE CONSTROI
Tenha um objetivo
No nosso exemplo inicial, seria algo como: ""vou estudar pois conseguirei
seguir a carreira com que sonho tanto; além disso, vou poder proporcionar
estabilidade financeira para a minha família. Isso me traz muita
segurança"".
Identifique os obstáculos
Desafie os pensamentos
Isso pode não ser verdade porque posso ser mais lento Para aprender
gramática, mas não quer dizer que não consigo aprender.
Desafie os pensamentos catastróficos:
Isso pode não ser verdade porque é um exagero dizer que não sei nada de
matemática. Sei o básico. Além disso, o que posso aprender nesses dias
pode ser suficiente para o concurso.
Desafie os pensamentos do tipo “tudo ou nada”:
– Se eu não conseguir estudar dois itens nos quatro primeiros dias, nem
adianta continuar.
Isso pode não ser verdade porque desistir é que não adiantará nada. Se eu
não conseguir estudar alguma coisa, manterei o ritmo e estudarei o que
for possível.
Desafie os estilos explicativos:
Isso pode não ser verdade pelo fato de que não ter conseguido até agora
não significa que não é possível. É muito comum as pessoas fazerem
várias tentativas até entrar. Tenho que cobrar de mim o esforço de
continuar estudando e me aprimorar cada vez mais.
Quanto mais identificamos as armadilhas e desafiamos os pensamentos,
mais natural e espontâneo se tornará o processo. Isso permite que as
dificuldades sejam percebidas com a sua real dimensão e os esforços sejam
concentrados no que vale a pena.
Por exemplo: eu vou começar a estudar pelos itens que tenho mais
afinidade, assim reforço o que sei. Farei isso nos 10 primeiros dias. Depois
dedicarei oito dias aos itens que tenho mais dificuldade. Nos dois dias finais
do prazo, dedicarei o tempo resolvendo provas de concursos anteriores.