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Piraquara, 28 de junho de 2018.

Delirium Tremens
Ricardo Sbalqueiro
Delirium Tremens

O Delirium Tremens representa a mais severa


complicação da abstinência de álcool.

É caracterizada por sintomas físicos importantes, bem


como por sintomas mentais.
Delirium Tremens - Histórico

O primeiro pesquisador a fazer uma descrição do


delirium tremens foi o médico inglês Samuel Pearson em
1813, e o chamou à época de “febre cerebral”.

Na mesma época outro médico inglês, Thomas Sutton,


cunhou o termo “Delirium Tremens”.
Abstinência Alcoólica

A abstinência de álcool é uma síndrome que tem início


na redução significativa ou cessação abrupta do uso
dependente de álcool.

Pode ter uma manifestação leve, moderada ou grave,


dependendo de variáveis como intensidade de uso de
álcool, idade, presença de reservas energéticas, etc.
Abstinência Alcoólica

Geralmente tem início nas primeiras 6 horas após a


última ingestão de álcool.
Abstinência Alcoólica - sintomas

A forma mais leve da abstinência inclui tremores,


hiperatividade autonômica, agitação, ansiedade,
taquicardia, sudorese, fotofobia, distúrbios do sono,
náuseas, vômitos, cefaléia, cãibras.

As formas mais graves (antes do Delirium) apresentam


alucinações, crises convulsivas, tremores grosseiros e
generalizados, sudorese profusa.
Abstinência Alcoólica - sintomas

O Delirium é um quadro confusional global, com


hiperatividade, agitação psicomotora, desorientação
auto e alopsiquica, alucinações, delírios, instabilidade
afetiva, irritabilidade, distúrbios da atenção.

Outros sintomas físicos incluem taquicardia, flutuações


da PA, febre, sudorese profusa, midríase, náuseas,
vomitos, dirréia, ataxia, disartria, disfagia, agnosia,
afasia, mioclonia, crises convulsivas.
Abstinência Alcoólica - sintomas

A escala de intensidade de sintomas mais utilizada é o


Clinical Withdrawal Assessment (CIWA).
Abstinência Alcoólica - sintomas

A escala de intensidade de sintomas mais utilizada é o


Clinical Withdrawal Assessment (CIWA).
Abstinência Alcoólica - sintomas

A escala de intensidade de sintomas mais utilizada é o


Clinical Withdrawal Assessment (CIWA).
Abstinência Alcoólica - sintomas

A escala de intensidade de sintomas mais utilizada é o


Clinical Withdrawal Assessment (CIWA).
Abstinência Alcoólica - sintomas
A escala de intensidade de sintomas mais utilizada é o
Clinical Withdrawal Assessment (CIWA).
Abstinência Alcoólica - sintomas
A escala de intensidade de sintomas mais utilizada é o
Clinical Withdrawal Assessment (CIWA).

Gravidade:

• Leve: 0-9
• Moderado: 10-18
• Grave: >18
Delirium Tremens - prevalência

As taxas de DT entre populações de dependentes de


álcool variam conforme os estudos, e situam-se entre
1,25 a 33%.
Delirium Tremens - etiopatogênese

A exposição crônica do álcool a receptores GABAérgicos


leva a uma downregulation de receptores.

Ao mesmo tempo, há um aumento de receptores


glutamatérgicos NMDA.

Outros neurotransmissores associados são a noradrenalina e


a dopamina, ambos com aumentos na neurotransmissão.
Delirium Tremens - etiopatogênese

Outro mecanismo envolvido no aumento da gravidade


e frequencia do Delirium é o Kindling.

Por fim, todas essas alterações levam a estresse


oxidativo, neurotoxicidade, lesões em tecido nervoso.
Delirium Tremens - curso

O início do DT costuma ocorrer entre 24 e 72h da


última ingesta de álcool. Contudo, casos raros podem
se iniciar tão tarde quanto 2 semanas de abstinencia.

Os sintomas costumam se resolver entre 1 e 7 dias de


de abstinencia, principalmente se realizado um
tratamento adequado.
Delirium Tremens - prognóstico
O DT possui uma alta taxa de mortalidade. Se não tratado,
ou mal tratado, pode levar a 5-20% de mortalidade,
dependendo do estudo conduzido.

Com um bom tratamento, espera-se uma mortalidade de


aproximadamente 1%.

Um estudo encontrou uma mortalidade de 30,8% dentro


de 8 anos, em uma população acompanhada após um
episódio de DT.
Delirium Tremens – Fatores de Risco

Alguns fatores de risco/ preditores para o


desenvolvimento de DT são:
1. DT prévio
2. Crises convulsivas prévias
3. Taquicardia
4. Hipertensão
5. Aumento de enzimas hepáticas
6. Aumento de Transferrina Deficiente em Carboidrato
7. Trombocitopenia
Delirium Tremens – Fatores de Risco

Alguns fatores de risco/ preditores para o


desenvolvimento de DT são:
1. DT prévio
2. Crises convulsivas prévias
3. Taquicardia
4. Hipertensão
5. Aumento de enzimas hepáticas
6. Aumento de Transferrina Deficiente em Carboidrato
7. Trombocitopenia
Delirium Tremens – Tratamento

Benzodiazepínicos:
Diazepam
Lorazepam
Midazolam
Clonazepam
Clordiazepóxido
Delirium Tremens – Tratamento

Suplementação Vitamínica:

300 a 500mg de Tiamina diários (melhor administração


via parenteral) por pelo menos 1-2 semanas.

Reduz a morbi-mortalidade do DT e reduz risco de


desenvolvimento de Wernicke Korsakov.
Delirium Tremens – Tratamento

Antipsicóticos:

Haloperidol pode ser utilizado em pacientes muito


agitados e agressivos.
Deve-se ter cuidado com o prolongamento do intervalo
QT.
O uso de haldol aumenta a mortalidade do DT.
Delirium Tremens – Tratamento

Outras Medicações:

Carbamazepina
Ácido valpróico – x
Oxcarbazepina – x
Gabapentina, topiramato e lamotrigina – x

Propofol – casos refratários.


Delirium Tremens – Tratamento

Outras Medidas:

Hidratação endovenosa.
Observação intensiva, dados vitais, riscos de
desidratação, eliminações.
Restrição mecânica.
Redução de estímulos.

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