Você está na página 1de 69

outros modos de ser escola

contributos das artes visuais e da educação artística


que escola queremos hoje?
descontentamento ou inconformismo?
que escola temos hoje?
de onde vimos? 1
que sujeitos habitam a escola?
em que mundo vivemos? 2
que escola temos hoje?
onde estamos? 3
que escola queremos hoje?
que outros modos de ser escola? 4
que escola temos hoje?
de onde vimos? 1
Ken Robinson, Changing education paradigms, Londres, 16 de junho de 2008, prezi.
1
Quando a escola deixar de ser uma fábrica de alunos, por Catarina Fernandes Martins, 2015
https://www.publico.pt/temas/jornal/quando-a-escola-deixar-de-ser-uma-fabrica-de-alunos-27008265
1
“ A escola de massas , onde um professor ensina
ao mesmo tempo e no mesmo lugar dezenas de alunos,
nasceu com a revolução industrial, mas chegou ao século XXI.

Em dois séculos, mudaram os estudantes, mudou a sociedade


e mudou o mercado de trabalho. Quando mudará a escola?

Quando a escola deixar de ser uma fábrica de alunos, por Catarina Fernandes Martins, 2015
https://www.publico.pt/temas/jornal/quando-a-escola-deixar-de-ser-uma-fabrica-de-alunos-27008265
1
Thomas Webster (1800-1886), ensino doméstico, s/data [século XIX]
1
“ Desde o século XVIII, o conceito de governamentalidade
liga a administração da nação, da população e da sociedade,
criando um quadro de relações institucionais onde
a escola é um dispositivo de poder-saber.

Catarina Silva Martins, «E agora, vai voltar tudo a ser como era?» – Por uma crítica às artes
na educação, in 10 x 10 Ensaios entre arte e educação, Prefácio, 2014
1
O discurso da escola vem da psicologia
“ e foi criado como uma forma de pensar a conduta social
a partir de princípios considerados atributos universais
de todos os sujeitos, com o propósito de servir
objetivos específicos de governo.
Este discurso encontra-se hoje naturalizado,
impedindo-nos de construir outras paisagens. ”
Catarina Silva Martins, «E agora, vai voltar tudo a ser como era?» – Por uma crítica às artes
na educação, in 10 x 10 Ensaios entre arte e educação, Prefácio, 2014
1
“ Neste momento,
temos uma aprendizagem igual para todos
e nem todos aprendem da mesma forma
e à mesma velocidade,
e isso traz desmotivação.

Paulo Almeida, in Entrevista a Paulo Almeida, por O Mirante, 11 de maio de 2017
1
Entrevista a Paulo Almeida
Por O Mirante, 11.05.2017
1
que sujeitos habitam a escola?
em que mundo vivemos? 2
que alunos?
homo zappiens 2
2
2
Homo Zappines, segundo apresentação de Wim Veen, 2011
2
2
2
que professores?
homo bureaucratic
2
The modern schoolteacher, por Bruce Plante, 2009
Ser professor hoje: um ofício em risco de extinção? Reflexões sobre práticas educativas
face à diversudade, no limiar do século XXI, Luísa Cortesão, 2000
“ Aos meus alunos é uma animação
[composta por] documentos, papéis soltos,
cadernos, agendas e alguns trabalhos de alunos
que guardei entre 2007 e 2012,
enquanto fui professor de substituição
contratado para a disciplina de educação visual,
em várias escolas públicas, de norte a sul do país.

Nuno Franco, Aos meus alunos, in Youtube, fevereiro de 2014
2
2
2
2
2
“ Passei pelo sistema várias vezes.
Quase sempre substituindo professores
com baixa médica, por depressão.
Esta é a minha reflexão face à escola padronizada,
deprimida, asfixiada e repetitiva.

Nuno Franco, Aos meus alunos, in Youtube, fevereiro de 2014
2
Ser professor hoje: um ofício em risco de extinção?
Reflexões sobre práticas educativas face à diversidade,
no limiar do século XXI, Luísa Cortesão, 2000 2
Ilustração da tedtalk de Ken Robinson intitulada How schools kills creativity?, data
2
“ Temos escolas do século XIX,
para ser simpático, porque algumas são do século XVIII,
com professores do século XX,
para alunos do século XXI.

Paulo Almeida, in Entrevista a Paulo Almeida, por O Mirante, 11 de maio de 2017
2

Andámos a gastar milhões em escolas
e o único sítio onde não intervieram
foi dentro da sala de aulas, que deve ser flexível.
Colocamos mobiliário pesado, fixo,
e não nos podemos adaptar à realidade.


O espaço deve ser maleável,
com mobiliário que se possa movimentar rapidamente.

Paulo Almeida, in Entrevista a Paulo Almeida, por O Mirante, 11 de maio de 2017


2

Imagine uma escola sem períodos escolares,
sem turmas e anos de escolaridade fixos,
com aulas em que os professores não falam mais de 15 minutos
e onde a aprendizagem está centrada no aluno,
que [aprende] de forma activa, apenas com a gestão do professor.
Imagine uma sala de aulas onde os móveis estão sobre rodas


e podem ter a configuração que se pretende (...)
consoante as necessidades educativas.

In Entrevista a Paulo Almeida, por O Mirante, 11 de maio de 2017


2
que escola temos hoje?
onde estamos? 3
que escola temos?
onde estamos? 3
que escola temos?
onde estamos? 3
Learning Curve, Gary Hill, 1993
3
Pick Up Your Pencils, Harriete Estel Berman, 2011
3
3
Charlie don’t surf
Maurizio Cattelan, 1997 3
Charlie don’t surf, Maurizio Cattelan, 1997
3
obrigada!
a.sousa@belasartes.ulisboa.pt
Quadros de (in)formação, Tiago Pereira, 2013-2014 e Nativos digitais, Paula Penha, 2011
3
Desenhos marginais, Joana Vantache, 2015
3
que escola queremos hoje?
outros modos de ser escola 4
que escola queremos?
outros modos de ser escola, hoje 4
4
4
4
4
4
4
4
4
4
4
Es Disney quien enseña a los niños lo que es el amor, María Acaso, 2017
Imagem: Snowy (2008), Fallen Princesses (2007-2009), Dina Goldstein
https://www.dinagoldstein.com/fallen-princesses
Projeto desenvolvido pelos alunos de Design Gráfico da Escola Secundária de Cacilhas
sob orientação de Paula Penha, ex-aluna do Mestrado em Ensino de Artes Visuais da UL
4
“ La educación permite a las culturas perdurar
mediante la transmisión de conocimientos y valores
a las nuevas generaciones.
Si las culturas no consiguen transmitir su legado,


desaparecen.

Arthur Efland, Infancia y cultura visual, in Belver, Acaso & Merodio (Eds),
Arte infantil y cultura visual, Madrid: Eneida, 2005:66.
4
No obstante, una cultura es una identidad viva

“ que necessita tener la capacidad de adaptarse


a nuevas situaciones y de cambiar,
necesita personas capaces de imaginar
outras maneras de viver y comportarse.
Las culturas que no logran desarrollar
la posibilidad de imaginar,
se estancan o desaparecen. ”
Arthur Efland, Infancia y cultura visual, in Belver, Acaso & Merodio (Eds),
Arte infantil y cultura visual, Madrid: Eneida, 2005:66.
4
Refletem de forma habitual sobre o vosso processo educativo?
Se sim, gostaria que me enviassem um manifesto docente.

María Acaso, Visiones disruptivas de la educación, vídeo partilhado a 24 de agosto 2011.


URL: https://www.youtube.com/watch?v=9N9vh4ikKRY. Consultado em setembro 2011. 5
Fernando Hernández, in Hernández & Oliveira, A formação do professor
e o ensino das artes visuais, 2005.
5

O [que o] professor (...) poderia fazer é
pensar no papel que quer exercer nesta história
e não esquecer que
há uma esfera que lhe é própria,
que é a da relação
que pode construir com os seus alunos.

Fernando Hernández, A formação do professor e o ensino das artes visuais, 2005:40.
5

Parece-nos importante [que se aperceba]
das concepções e modelos teóricos
[que se encontram subjacentes]
à sua prática, observação e dizeres.
Que compreenda que essas concepções
actuam como “lentes” para ver a realidade
e para orientar as suas acções. ”
Fernando Hernández, A formação do professor e o ensino das artes visuais, 2005:35
5
“ Há já muitos anos que respondo regularmente à crítica
de que é inadequado para os [formadores de professores]
incentivarem os seus alunos a pensar sobre
como a sua prática docente diária está conectada
a assuntos de continuidade e mudança social


e a assuntos de equidade e justiça social.

Kenneth Zeichner, in Pereira & Zeichner (Org.), 2008:67


5
Na sociedade desigual e injusta em que vivemos,
“ a qual é estratificada em termos de raça, língua, etnia, género...
os formadores de professores estão moralmente obrigados,
não apenas a prestar atenção a assuntos sociais e políticos,
mas a tornar esses assuntos desde o início,


preocupações centrais no currículo
dos cursos de formação de professores .

Kenneth Zeichner, in Pereira & Zeichner (Org.), 2008:67


5
muito obrigada!
a.sousa@belasartes.ulisboa.pt

Você também pode gostar