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INFECÇÕES E ANTIBIOTICOTERAPIA

EM CIRURGIA

Dr. Luís Bernardo Moreira


Junho, 2021
INTRODUÇÃO
• Infecção cirúrgica

• Qualquer infecção que acometa pacientes cirúrgicos;

• São especialmente vulneráveis a infecções nosocomiais (ex: ISC, bacteremia, ITU


e pneumonias, etc...)

• Os antibióticos profiláticos e terapêuticos, empíricos ou contra infecção conhecida,


devem ser usados de forma criteriosa;

• Custos anuais diretos e indiretos:


• Aproximadamente um bilhão de dólares (USA).
FATORES DE RISCO PARA INFECÇÃO
• Condições que aumentam o risco de • Condições que aumentam o risco de
infecção no Pós-operatório: infecção no Pós-operatório:
• Extremos de idade (neonatos, idosos); • Corticoterapia;

• Desnutrição; • Coexistência de infecção remota no SC;

• Obesidade; • Cirurgia recente (tórax ou do abdômen);

• Diabetes melito; • Inflamação crônica;

• Hiportermia; • Hipoxemia
FATORES DE RISCO PARA INFECÇÃO

• Transfusão sanguínea

• Antígeno leucocitário alterado;

• Aumenta risco de infecção em 3x o paciente cirúrgico.

• Controle da glicemia

• Glicose sérica< 110mg/dl diminui 40% da mortalidade em pós-operatório em paciente


criticamente doentes;

• Hiperglicemia >200mg/dl aumenta o risco ISC em 4x


INFECÇÕES ESPECÍFICAS
• Infecções do sítio cirúrgico
• Infecção que ocorre na incisão cirúrgica ou nos tecidos manipulados durante a
operação, dentro de 30 dias a um ano após cirurgia (ex: implante material
sintético);
• Responsável por 40% de todas as infecções nosocomiais;
INFECÇÕES ESPECÍFICAS
• Infecções do sítio cirúrgico

• Quadro clínico

• ISC superficial: ~Febre no 5° PO, eritema, edema, drenagem purulenta;


• Cd: Abrir pontos, irrigação SF0,9% diária, desbridamento;

• ISC profunda: Drenagem líquido “água suja”, Fasciíte necrotisante;


• Cd: abrir pontos, desbridamento extenso, atb;

• ISC órgãos/cavidades: abscessos intracavitários/ peritonite;


• Cd: Drenagem externa guiada por imagem + atb;
• Nova abordagem: Lavagem exaustiva da cavidade + atb
INFECÇÕES ESPECÍFICAS
• Pneumonia pós-operatória
INFECÇÕES ESPECÍFICAS
• Cateter Venoso Central

• Suspeitar em pacientes com início abrupto de sinais e sintomas de sépsis ou


choque séptico;

• Flebite supurativa em veia central é incomum, porém é responsável por quadro de


sepse severa;

• Cumprimento rigoroso das normas de controle de infecção, técnicas e


cuidados;

• Uso de cateteres revestidos de antibióticos;


INFECÇÕES ESPECÍFICAS
• Infecção do Trato Urinário

• Relaciona-se ao cateterismo vesical, geralmente assintomáticas;

• Quadro clínico: Disúria, urgência, dor pélvica e no flanco, febre e calafrios


são raramente relatados;

• Evitar uso do CVD e o seu uso em curta duração (<48 horas cirurgias
eletivas) e CVD revestidos com liga de prata;
INFECÇÕES ESPECÍFICAS
• Infecção intra-abdominal

• Não complicadas: Infecção dentro de único órgão, podendo não haver perfuração
do TGI;

• Complicadas: Estende-se para além de órgão de origem e na cavidade peritoneal


estimulando uma SIRS;
• Peritonite difusa;
• Alta mortalidade (~25 a 30%)

• Controle de foco;
USO DE ANTIBIÓTICOS
• Tipos de cirurgia quanto à contaminação bacteriana
USO DE ANTIBIÓTICOS
• Profilaxia Antibiótica

• O objetivo da antibioticoprofilaxia é manter baixo o inóculo bacteriano que vai


aderir-se e infectar os tecidos manipulados do início ao fim da cirurgia;

• Antibioticoprofilaxia é indicada para a maioria das cirurgias “limpas-contaminadas”


e contaminadas;
• Segurança;
• Espectro restrito;
• Administração dentro de uma hora antes da cirurgia, em dose única ( Não exceder 24 hrs
após cirurgia, 48hrs para cirurgias cardíacas).
USO DE ANTIBIÓTICOS
• Profilaxia Antibiótica

• Maioria das ISC são provocadas por cocos Gram-positivas;

• Cefalosporinas de primeira geração é preferida em quase todas circunstâncias;


• Clindamicina para pacientes alérgicos à penicilina;

• Cefalosporinas de segunda geração ou Cefalosporina de 1ª geração + metronidazol


• Gram-negativos ou anaeróbios;

• Vancomicina em instituições com incidência de infecções por MRSA for alta (>20%
de todas ISC)
USO DE ANTIBIÓTICOS
USO DE ANTIBIÓTICOS
USO DE ANTIBIÓTICOS
USO DE ANTIBIÓTICOS
• Terapia Antibiótica

• Hemoculturas
• Pacientes com novo episódio de febre, quando avaliação clínica não sugere fortemente
uma causa não infecciosa;
• Colheita adequada;

• Escolha de Antibiótico;

• Escolher antibiótico com atividade contra patógenos identificados ou prováveis;

• Culturas negativas, antibioticoterapia deve ser interrompida não após 48 a 72h;

• Antibioticoterapia empírica
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• Townsend, Beauchamp, Evers, Mattox. Tratado de Cirurgia. 19ª Edição.

• Clinical practice guidelines for antimicrobial prophylaxis in surgery 2013;

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