Você está na página 1de 9

GÊNERO E TRABALHO

Discente: Luise Antunes


Doscente: Dra. Carolina Freddo Fleck
Interseccionalidade:
Em 1989, Kimberlé Crenshaw publicou em
inglês o artigo “Demarginalizing the
Intersection of Race and Sex: A Black Feminist
Critique of Antidiscrimination Doctrine,
Feminist Theory and Antiracist Politics”,
inaugurando o termo interseccionalidade.
Posteriormente, em 1991, reaplicou na
publicação “Mapeando as margens:
interseccionalidade, políticas de identidade e GÊNERO
violência contra mulheres de cor” para
descrever a localização interseccional das
mulheres negras e sua marginalização
estrutural, aportada à teoria crítica da raça e
conceito provisório de interseccionalidade,
(AKOTIRENE, 2018) SEXUALIALIDADE CLASSE
DE MARX AO FEMINISMO: UMA ANÁLISE
INTERSECCIONAL DE GÊNERO, CLASSE E
RAÇA NAS RELAÇÕES DE TRABALHO

Do método MARXIANO à pesquisa feminista

Teorias Feministas
 Simone Beauvoir
 Pode-se afirmar que a mulher passa a ser o objeto e o sujeito da pesquisa, contrapondo a
ciência tradicional androcêntrica na qual mulheres são vistas como “segundo sexo”, em
outras palavras, a ciência apagou as mulheres de suas perspectivas, fato que as teorias
feministas pretendem retomar.
 Mulher ou Mulheres?
 Mulheres negras, índias, mestiças,
pobres, trabalhadoras, muitas delas
feministas, reivindicaram uma
“diferença” – dentro da diferença. Ou
seja, a categoria “mulher”, que
constituía uma identidade
diferenciada da de “homem”, não era
suficiente para explicá-las. (PEDRO,
2005, p. 82)
 Interseccionalidade

 Divisão Sexual do trabalho

 Para Christine Delphy o homem seria o


burguês e a mulher o proletário,
analogia,inspirada em Engels
(LALLEMENT, 2014).
 Frederich Engels (1884) afirmava que
a sujeição da mulher é produto das
relações sociais, portanto pode ser
modificada, porém a divisão do
trabalho masculino e feminino é algo
natural (biológico), reafirmando o mito
do homem caçador e da mulher que
cuida da casa.
Conclusão: Embora ser  Divisão Sexual do trabalho
mulher seja o que nos  Os lugares tradicionais das mulheres são o das professoras, enfermeiras,
une em nossas lutas secretárias, recepcionistas. E os salários nessas profissões são baixos, porque a
feministas, é necessário remuneração da mulher, em muitos momentos, se deu pelas "qualidades
femininas“ exigidas nas funções e como complementação à renda familiar.
um olhar interseccional
que não nos permita
esquecer as diferenças  Trabalho Doméstico e Manutenção do Capital
que não precisam,  “a falta de valoração monetária do trabalho doméstico não remunerado impede de
avaliar a real contribuição econômica das mulheres”(ARRIAGADA, 2007, p. 244).
necessariamente, nos
desunir, mas serem
ponto de partida para a  Economia do Cuidado
empatia em relação às  Sendo um trabalho invisível, exercido por um gênero também invisibilizado, Adam
dores e desafios de cada Smith foi incapaz de percebê-lo e, portanto, de teorizá-lo (CARRASCO, 2018).
Assim, como tantos outros autores que jamais analisaram a importância do cuidar
mulher. para a vida humana que, fatalmente, tornou-se uma forma de oprimir e paralisar
mulheres.
Gênero, carreira e instituições: estereótipos, “teto de vidro” e
outras implicações

 Tomando o Brasil como exemplo, avanços podem ser percebidos, como por exemplo, o IBGE (2018)
aponta que as mulheres se qualificam mais do que os homens. No entanto, esta qualificação não está
diretamente refletida no mercado de trabalho, pois estas continuam a receber menos que os homens e
seguem como responsáveis pela maioria dos afazeres domésticos e dos cuidados com terceiros (Ibid).

 Carreias feminizadas e masculinizadas


Economia institucional: antigo institucionalismo
 Thorstein Veblen
 O ciclo do desenvolvimento das instituições:

Instinstos

Instituições Hábitos individuais

Legitimação(veículos) Ações

Comportamentos
coletivos

Fonte: adaptado de Moreira, Fleck e Viana (2018)


Universo Masculino Gênero e Carreira: estereótipos, “teto de vidro” e
X Feminino
outras implicações

Carreiras
 As mulheres são a maioria da população, e se
Feminizadas e Divisão Sexual do fazem presentes em maior número nas matrículas
masculinizadas Trabalho
do ensino superior, sendo bem representadas no
mestrado e doutorado, mas ainda ocupam os
“nichos femininos” em relação à atividade
profissional, sendo as áreas de Saúde e de
Educação os mais evidentes exemplos (Alves, 2018)
Família, Marketing, Diferenças de
Publicidade e Mídia salários e cargos  Sendo assim, Schiebinger (2001), levanta uma
questão importante: a de que homens “se dão
melhor” em espaços tradicionalmente femininos do
Legitimação pela
que as mulheres nas ciências hegemonicamente
sociedade masculinas. Isso pode ocorrer em função de que o
homem está menos propenso a enfrentar
discriminações no ambiente de trabalho.
Fonte: adaptado de Moreira, Fleck e Viana (2018)

 Conclusão: As carreiras feminizadas e masculinizadas ocorrem em


A institucionalização de função de um direcionamento, desde muito cedo, (influenciado pela
mídia, marketing, publicidade e família), diferenciando o que é espaço
carreiras masculinizadas feminino e o que é espaço masculino, levando homens e mulheres a
optarem por carreiras dos quais acreditam que sua força de trabalho vai
e feminilizadas estar melhor empregada, acreditando que seu desempenho será melhor
na área x e não em y.
REFERÊNCIAS:
ABBONDANZA,M.V.P;FLECK,C.F;VIANNA,J.G.A. Gênero,carreiraeinstituições:estereótipos,“tetodevidro”eoutrasimplicações. POLIS, Revista
Latinoamericana,2020.

PIRES,V.J.A; ZIMMERMANN,T.R.DEMARXAOFEMINISMO:UMAANÁLISEINTERSECCIONALDEGÊNERO,CLASSEERAÇANASRELAÇÕESDE
TRABALHO. TrilhasdaHistória,v.10,n.19,ago.-dez.,ano2020

AKOTIRENE,Carla.Oqueéinterseccionalidade.CoordenaçãoDjamilaRibeiro.BeloHorizonte:Letramento,2018.

Você também pode gostar