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A PROBLEMÁTICA NA ADMINISTRAÇÃO DE BENS

PELO MENOR CASADO SEM O CONSENTIMENTO


DOS SEUS REPRESENTANTES LEGAIS

Estrutura da Apresentação da Trabalho


I. Objectivos
II. Problema
III.Hipóteses
IV.Metodologia
V. Justificativa
VI.Resultados e Análise
VII.Conclusões
VIII.Sugestões/Recomendações
IX.Referências Bibliográficas
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OBJECTIVOS
Geral
Analisar a problemática da administração de bens pelo menor
casado sem o consentimento dos seus representantes legais.
Específicos
 Descrever o casamento quanto a sua natureza jurídica,
características, requisitos e a finalidade;
 Explicar a menoridade e proceder a comparação interna sobre a
menoridade no ordenamento jurídico interno;
 Demonstrar o processo da administração dos bens pelos
cônjuges assim como pelo menor.
 Fazer uma análise comparativa de alguns ordenamentos
juridicos em volta do casamento, de menores e administração
de bens.

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PROBLEMA E HIPOTESES
O problema de pesquisa:
Como é que o casamento de menores sem o consentimento dos pais
ou tutor constitui mecanismo de impedimento na administração
dos seus bens?
Hipóteses da pesquisa
 O casamento do menor sem o consentimento dos seus
representantes legais pode constituir mecanismo de impedimento
para a administração dos seus bens porque a falta de
consentimento obsta a emancipação do menor.
 Sendo a idade o factor-chave para a administração de bens pelo
menor no casamento, o legislador poderia ter conscidido a idade
núbil e a idade para a capacidade de exercícios para que o menor
não careça de autorização dos seus representantes legais para o
efeito.
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METODOLOGIA UTILIZADA

Técnica Descrição
Pesquisa Bibliográfica Realizada na fase inicial do trabalho, com
objectivo de rever os textos que se
debruçaram sobre o assunto em pesquisa.
Ainda mais, a técnica foi fundamental na
delimitação do objecto de pesquisa,
justificativa e definição dos nossos
objectivos.

Pesquisa documental Tratando-se de uma pesquisa baseada na


análise dos instrumentos legais, era
imperioso o uso da pesquisa documental.

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JUSTIFICATIVA DA PESQUISA

No ordenamento jurídico moçambicano, observa-se uma


diversidade de idades para a prática de determinados actos de
responsabilidade o que em algumas situações restringe a
capacidade de exercícios. Por conseguinte, o interesse pelo
tema insere-se nos diversos debates na televisão, rádios,
experiências ao nível das nossas comunidades e o papel dos
representantes legais dos nubentes, fundamentalmente nas
dicotomias entre a maioridade, idade núbil e o processo de
administração de bens.
A presente pesquisa poderá contribuir no enriquecimento da
legislação no que tange á menoridade, casamento e
administração de bens.
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RESULTADOS E DISCUSSÃO

 Para melhor clarificar o nosso trabalho, os resultados


serão apresentados por capítulos:

1. O Capítulo I é sobre o Casamento, no que se refere a natureza jurídica,


requisitos, características e por fim a finalidade;
2. O Capítulo II é sobre a Menoridade, com enfoque para a comparação da
menoridade no quadro jurídico moçambicano, a fim da menoridade; e
3. O Capítulo III que é sobre a Administração de Bens, onde destacamos as
limitações para administração de bens, administração de bens de
cônjuges, o fim da limitação de administração de bens e por fim
procedemos a comparação entre a legislação moçambicana, angolana e
portuguesa.

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Capítulo I
CASAMENTO
 Conceito é polissémico. Mas para este trabalho, casamento é entendido na prespectiva
nuclear como a união singular e voluntária de duas pessoas com propósito de
constituir família mediante comunhão plena de vida.
 Quanto a natureza jurídica, existem três teorias que preceituam o casamento,
nomeadamente: (i) Contratualista, (ii) Institucionalista e (iii) Ecletica.
 Quanto aos requisitos básicos para contrair o casamento: capacidade e
consentimento(Campos, 1997; Coelho e Oliveira, 2001). No âmbito da capacidade o
legislador moçambicano, estabeleceu a idade mínima de 18 anos. Efectivamente, a
LF estabelece: (i) Impedimentos dirimentes absolutos, (ii) Impedimentos
dirimentes relativos e (iii) Impedimentos impedientes
 Quanto à característica do casamento, há um aceso debate entre o direito civil e o
canónico, no que diz respeito à dissolubilidade e na questão de diversidade de
sexos. No geral, o casamento pode se caracterizar como estado (unidade ou
exclusividade) e acto.
 De facto, a questão de características de casamento pendem muito em função da teoria
em causa. Por exemplo, para os institucionalistas o casamento caracteriza-se por ser
uma união disciplinada. A mesma observação é feita para o fim do casamento.

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Capítulo II
MENORIDADE
 Não existe um conceito claro sobre menoridade em Moçambique, sendo sempre
baseado na idade para o exercício de direitos. Assim, sendo o Trabalho não
apresenta nenhum conceito sobre menoridade, tão-somente evidencia o que
diferentes leis estabelecem. Por exemplo, o art. 122 do código civil define
menores a pessoas de um e outro sexo enquanto não perfizerem vinte e um ( 21)
anos. Contudo, o n˚ 1 art.3 da Lei n˚ 7/2008 de 9 de Julho define menores as
pessoas abaixo de dezoito (18) anos de idade. A Convenção sobre os Direitos da
criança é menor o indivíduo com menos de dezoito (18) anos.
 Comparando o quadro jurídico moçambicano sobre menoridade constatamos: Na
CRM é menor o indivíduo que não tiver completado dezoito anos(18). No Código
civil são menores as pessoas que não perfizerem vinte e um (21) anos. A Lei da
promoção e protecção à criança é menor toda a pessoa menor de dezoito (18) anos
de idade. E por fim, a Carta Africana sobre os Direitos e bem estar da Criança, a
qual Moçambique é digno signatário é menor qualquer ser humano com idade a
dezoito (18) anos.
 Portanto, é neste contexto que o Menor que queira contrair o casamento deverá
prover de consentimento dos país.

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Capítulo III
ADMINISTRAÇÃO DE BENS
A palavra administração provém do verbo administrar que é o acto de gerir bens
públicos ou particulares (Dicionário electrónico Aurélio). Enquanto que bem
jurídico é a expressão de um interesse, da pessoa ou comunidade na manutenção ou
integridade de um certo estado, objecto ou bem em si mesmo socialmente relevante
e por isso juridicamente reconhecido como valioso (FIGUEREDO (1996) apud
(PRATA et all 2008:69). E Por fim, bens são todas as coisas de carácter estatístico,
desprovidos de personalidade susceptíveis de constituírem objecto de relações
jurídicas (MONTEIRO e PINTO, 2005:342).

Todavia, a Lei da Familia estabelece o seguinte:


“o menor que casar sem ter pedido o consentimento dos pais ou tutor, podendo fazê-
lo, ou sem ter aguardado a decisão favorável do tribunal no caso de oposição,
continua a ser considerado menor quanto à administração dos bens que leve ao
casamento ou que posteriormente lhe advenham por título gratuito, até à
maioridade ou emancipação plena, mas os rendimentos desses bens são lhe
arbitrados os alimentos necessários ao seu estado” ( art. 73, Lei da Família).

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Capítulo III
ADMINISTRAÇÃO DE BENS, Continuação

Tendo em conta o referido no artigo 73 da LF, questionamos como e que a mesma


pessoa e com mesma idade pode trabalhar, votar, uma vez que se supõe ter já uma
capacidade mental, física e natural, para o exercício desses direitos e, sendo o
casamento por finalidade a constituição da família, a educação dos filhos e a
assistência recíproca, a lei encontra-se mais uma vez desenquadrada para além de
que abre uma prerrogativa para uma pessoa de sexo feminino se casar,
marginalizando a pessoa do sexto masculino. Como e que a mesma pessoa não pode
gerir seus bens?
Coelho (1986:405) subdivide os bens em próprios (administração particular) e os bens
comuns (administração conjunta do casal).
Para aprofundar nossa compreensão, comparamos a legislação moçambicana, angolana
e portuguesa, onde constatamos que nestes países só e permitido casamento de
pessoas de sexo diferente; todos eles abrem espaço para várias modalidades de
casamento; Moçambique coincide na idade núbil com Angola (18 anos) e estes
diferem de Portugal (16 anos); em Portugal somente os pais é que impedem a
contracção do casamento, e em Moçambique estende-se aos tribunais, e Angola
não prevê sanções no caso de casamento sem consentimento dos país.

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CONCLUSÃO

 Portanto, e em função do exposto e discutido ao longo do trabalho


concluímos que:
 a admissibilidade do casamento do menor sem o consentimento dos seus
representantes legais constitui um mecanismo de impedimento para a
administração dos seus bens que leve ao casamento ou que
posteriormente lhe advenham por título gratuito porque a falta de
consentimento obsta a emancipação do menor, restringindo-lhe assim a
capacidade de exercício; e
 o facto da idade núbil não coincidir com a idade para a capacidade de
exercícios restringe o exercício de alguns direitos civis. Mas, sendo a
idade determinante para a administração dos seus bens, falta
substancialidade no art. 73 da Lei da Família, uma vez que o casamento
per si tem efeitos pessoais e patrimoniais e consequentemente obriga ao
exercício de administração de bens decorrentes do mesmo, e o menor
restringido à capacidade de exercícios pode exerce-los em outras áreas
como laboral e comercial.

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RECOMENDAÇÕES/SUGESTÕES

 Do ponto de vista legislativo:


Sugerimos que os bens do menor casado sem o consentimento dos seus
representantes legais sejam por ele administrados ou quando não, sejam
entregues ao seu cônjuge de modo a evitar que pessoas estranhas à relação
conjugal possam exercer a administração destes.

Sugerimos que se reveja o art.73 da LF posto que sendo o casamento um


acto constitucionalmente consagrado a que salvaguardar a liberdade de
exercício de direitos matrimoniais.

Sugerimos também a uniformização da idade núbil com a idade da


maioridade com vista a evitar a restrição de exercício de certos actos civis.

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