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Fundamentos de

Planejamento
Profª Maria Francisca M.
Nogueira
Tipos de Planejamento
• Tradicional: apegado ao determinismo
e ao economicismo tecnocrático, cuja
base cientifica é a teoria do controle
de um sistema por um agente.
• Não tradicional: fundamentado na
teoria do jogo semicontrolado à
serviço da prática racional da ação
humana.
Planejamento não tradicional
• O Planejamento é um cálculo que precede e
preside a ação para criar o futuro, não para
predizê-lo. O Planejamento moderno não se
propõe a adivinhar ou predizer o futuro, que é
e sempre será desconhecido para nós. O
Planejamento visa, isso sim, à preparação
para que se tente criar o futuro, com
imaginação, a partir de possibilidades que
sejamos capazes de imaginar e descobrir.
Um bom plano é uma aposta estratégica, não
uma aposta sobre o destino (Matus).
• Quem planeja influi nos resultados futuros,
ainda que não tenha controle total sobre os
resultados de sua ação. O planejamento
visa traçar caminhos em direção ao futuro,
não para predizê-lo (Matus).
- O planejamento moderno é capaz de lidar
com as surpresas, isto é, o extremo da
incerteza. O que surpreende nas surpresas
nem sempre é a novidade. As surpresas são
muito repetitivas. O que surpreende nas
surpresas é o momento em que elas
ocorrem, as circunstância e particularidades
de cada caso, a intensidade, os possíveis
efeitos. Quando ocorre uma surpresa
recorremos às técnicas modernas, a planos
de contingência para enfrentá-la (Matus).
Níveis de planejamento
ELABORAÇÃO DE PROJETOS

Nível Institucional/Estratégico
PES
Planejamento Estratégico Situacional

Nível Intermediário
ZOPP
Planejamento de Projetos
Orientado por Objetivos

Nível Operacional
MAPP
Métodos, técnicas e conceitos de planejamento e
projetos
• ZOOP – planej. De projetos orientado por objetivos
(Alemanha)

• PES – planej. Estratégico situacional (Chile)

• MAPP – planej. Popular (participativo)

• Quadro lógico (Márco lógico) – planej. de projetos


• Tipos de documentos resultantes do
planejamento
• Plano é um instrumento de formulação de
planejamento no âmbito de linhas amplas e
gerais. Refere à objetivos de longo prazo. –
globais.
• Programa subsidia a consecução dos objetivos
de longo prazo e apresentam panorama de
médio prazo. È um desmembramento do plano.
• Projeto concretiza os objetivos do programa,
trabalhando a visão de curto prazo –
representa a unidade operacional.
O método ZOPP realiza a analise da
situação por meio dos instrumentos:
análise de problemas
• o raciocínio é analítico-causal e não
hierárquico
• realizado de forma participativa, permite que
cada ator transmita aos outros sua visão da
realidade – funciona como instrumento de
comunicação
• uma boa analise deve integrar os vários
aspectos da realidade e não desenhar
apenas um cenário setorial
Exemplo: um problema de saúde pode ser causado
por questões educacionais, culturais, de
saneamento básico, etc.

• o grau de detalhamento dos problemas dependerá


da complexidade da situação em estudo, do nível
de conhecimento que se tem da realidade, da
composição da equipe de planejamento
Focar nos problemas e suas causas:

• incorpora dados concretos da realidade na


elaboração do plano/programa/projeto a partir
da construção de cenários.
A construção de cenários
• o esforço de entender as variações e tendências do
micro e macroambiente e a busca de ações e
estratégias de comunicação coerente com a
organização.
• método que inclui à incerteza na questão
estratégica. “Não é mais possível assumir a posição
de “fizemos o planejamento, agora podemos tratar
de fazê-lo.
• “... cenário é o conjunto formado pela descrição de
uma situação futura e pelo encaminhamento dos
acontecimentos que permitem passar da situação
de origem à situação futura” (Michel Godet citado
por Bueno, 2009).
Na construção de cenários há aspectos da
realidade (jogo) que são semicontroláveis
e controlados.
Exemplo: Arezzo lançou a coleção Pelemania (2011)
com peles de animais exóticos contra a onda de
preservação ambiental

Resultado:
• alvo de protestos nas mídias sociais: boicote Arezzo.
• retirar todos os sapatos e acessórios do mercado e
se retratar no site dela.
• substituir peles de animais por produto sintético.
Planejamento Semicontrolado:

1 - Há aspectos e momentos que se pode


calcular resultados com alta margem de
segurança ou com probabilidades.
Exemplo: Se o sistema (sino parado) estiver
estabilizado e os jogadores ficarem quietos
há previsibilidade.
2 - Há aspectos e momentos em que só se
pode fazer apostas condicionadas à
ocorrência de determinadas circunstâncias e
o cálculo de resultados é impossível. Há
incerteza e o plano se torna uma aposta
cheia de vulnerabilidades.

Exemplo: Se o sino tocar e todos correrem


para estabilizá-lo e um puxa mais, outro
menos...
3 - A tomada de decisão é feita por
preferências, por situação nebulosa, pouca
estruturada.

• Uma pessoa controla a situação apoiada no


conhecimento do comportamento das
pessoas envolvidas – cooperando e
competindo pelos mesmos recursos para
alcançar objetivos.

• A pessoa no controle da situação anuncia


probabilidades de resultados.
No jogo social (realidade) o futuro é
nebuloso – não predizível
• Ignorância quanto ao futuro (aspecto da
incerteza) que pode ser reduzido pela
investigação, pelo estudo, pela capacitação
e pelo treinamento.
• Criatividade dos planejadores que é
alimentado pela informação e pelo
conhecimento, porque elas ajudam a
distanciar-se da incerteza.
• Linguagem ambígua, confusa, nebulosa.
• No contexto o planejador não tem controle,
nem capacidade de predição quando muito
capacidade para prever. Escolhe-se o plano
mas não as circunstâncias em que deve
realizá-lo.
• O resultado problemático para uma pessoa
pode ser satisfatório para outra
(relatividade dos problemas).
Problemas para se controlar a situação:
• Saber explicar a realidade;
• Saber delinear propostas de ação sob forte
incerteza;
• Saber pensar estratégias para lidar com os
outros e com as circunstâncias, para calcular
bem o que podemos fazer, em cada momento,
em relação ao que podemos fazer para alcançar
os objetivos;
• Saber fazer no momento oportuno e com
eficácia, recalculando e completando o plano
com complemento de improvisação
subordinada.
Analise da situação: não se usa o diagnóstico,
porque se dá muito poder a quem está
planejando.
1- Analise de problema
• foco de analise
• descritor de problemas: qualifica
Exemplo:
Em respeito aos consumidores e por acreditar
na pluralidade de opiniões, a Arezzo reitera
eu não comercializará mais em suas lojas
qualquer produto com pelo de animais. Para
que não pairem dúvidas, a empresa
determinou também a suspensão da venda
de produtos com pelo sintético, finalizando
definitivamente o tema Pelemania nas
nossas lojas.
A partir de hoje abrimos um canal direto
para que os internautas possam tirar suas
dúvidas pela nossa fan page no Facebook
ou pelo site oficial. A empresa se sensibiliza
com as manifestações e entende que o
caráter colaborativo da internet pode ser um
instrumento para co-criação no mundo da
moda.
Somos uma empresa dinâmica e
constantemente em busca de inovação;
lançamos anualmente nove coleções
diferentes, com cerca de cinqüenta temas
em linha com as últimas tendências da
moda mundial e de acordo com o desejo de
nossos consumidores.
Reforçamos, assim, que nossos clientes
continuam dispondo de um portfólio de
produtos diversificados, inovadores e de
qualidade, como é nossa vocação. Na
nossa fan page já reunimos as principais
questões dos internautas que chegaram ao
nosso conhecimento nos últimos dias, com
as respectivas respostas. O espaço está
aberto” (KELLER, 2011, P. 113; www.
arrezo.com.br).
• Qual era o problema fundamental?
• Porque ele ocorreu? Não identificou
corretamente a situação vigente?
• Quais os efeitos causados pelo
problema em foco?
• Quais eram os públicos envolvidos?
• Quais foram às soluções apontadas?
Analise de problema: Causa e efeito
• foco de analise
• descritor de problemas: qualifica e quantifica o
problema
• são muitos os instrumentos para analisar o
problema – árvore de problemas
• destrinchar causa/efeito é visualizar os problemas
mais contundentes, mais fortes.
• existe uma relação horizontal entre os problemas
• não precisamos visualizar todos os problemas
• estudo dos efeitos dos problemas (frutos,
conseqüências)
Exemplo:
Foco: Alta evasão escolar em Goiânia
Causas – momento de visualizar o problema
– momento de descobrir o problema real.
Como formular o problema

Exemplo A Equipamento em si não é problema


• Há que se determinar o que há de errado com o
equipamento: Está obsoleto? Em quantidade insuficiente?
Em precárias condições de manutenção?

Exemplo B
Não há inseticidas Colheita destruída por parasitas
(errado) (certo)

• O problema é o fato da colheita está sendo destruída;


• Existir ou não inseticida não interessaria se a destruição
da colheita não ocorresse;
Analise de envolvimento

• identificar e analisar pessoas, grupos e/ou


instituições que direta e indiretamente estão
envolvidas na situação em estudo.
• aqueles que atuam na mesma situação
problemática (concorrentes, financiadores,
parceiros em potencial).
Análise de objetivos
• estabelecer situação futura desejada a
partir da detecção dos problemas;
• transformar situação negativa em positiva.
ATIVIDADES
MATRIZ DE DECISÃO

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