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SEMIOLOGIA II

Aulas: 18 a 20
 
1.EXAME FÍSICO DO OUVIDO
2.EXAME FÍSICO DO NARIZ E SEIOS
PARANASAIS
 
Elaborado por: Dr. Nito Viano Melo (MD) 1
EXAME FÍSICO DO OUVIDO
• O exame físico do ouvido é feito através da inspecção,
palpação, e percussão. Os componentes do exame da orelha
incluem:
 Inspecção e palpação da região auricular incluindo o
pavilhão, região retroauricular e pré-auricular, e o canal
auditivo externo;
 Inspecção das estruturas da orelha média através da otoscopia;
 Acuidade auditiva (avaliação funcional).
• 
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Inspecção e palpação da região auricular (ouvido
externo)
• O clínico deve examinar:
1.Pavilhão auricular
 Observar o tamanho e a forma. O aspecto do pavilhão varia
dependendo da raça, sexo, factores genéticos e eventuais patologias.
 Palpar o pavilhão e a região pré-auricular com leve pressão.
Exercitar uma leve tracção por fora do pavilhão.
 Em caso de otite externa, essa manobra pode evocar dor.
 Percutir o osso mastóide com o dedo indicador. Em caso de
inflamação ou infecção, essa manobra evoca dor.
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Cont.

Meato auditivo externo


 Avaliar o calibre e revestimento cutâneo do canal, os
pêlos e eventuais secreções que saem do meato externo.
Normalmente, a pele é rosada, pode ter penugem e
cerume (que é a secreção fisiológica).
 Exemplo de situações possíveis: cerume em condições
normais, hiperemia em caso de inflamação, pus em caso
de otite, licor em caso de fractura da base craniana,
sangue em caso de trauma.
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Cont.

Inspecção das estruturas do ouvido médio e membrana


timpânica. É avaliado indirectamente através da otoscopia
usando um otoscópio, que é um instrumento que utiliza um
espéculo e uma fonte luminosa para avaliar o canal auditivo
externo e a membrana timpânica.

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Octoscópio

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O clínico deve observar:
1.Canal auditivo externo: revestimento cutâneo, pelos,
secreções (ver acima), corpos estranhos, calibre e forma.
O calibre pode ser reduzido em caso de inflamação.
2.Membrana timpânica: a cor normal do tímpano é
cinzento-pérola, translúcido, permitindo às
3.vezes observar os contornos dos ossículos contidos no
ouvido médio.

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Cont.

Pode ser visível a saliência do cabo do martelo acima do qual


se encontra uma porção flácida da membrana, e uma área de
forma triangular que reflecte os raios luminosos provenientes
do espéculo auricular chamada triângulo luminoso.
Podem ser visíveis alterações como depressões, bolsas,
retracções, perfurações como um furo preto, e podem sair
secreções.
Em caso de otite média, a membrana timpânica aparece
opaca, hiperémica, e abaulada.
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Figura 3. Membrana timpânica normal

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Figura 4. Membrana timpânica anormal (hiperemia e abaulamento)

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cont.

A avaliação da acuidade auditiva.


Um teste simples para avaliar a perda auditiva consiste em
pedir ao paciente para tapar uma das orelhas durante um
certo tempo com um dedo.
O profissional deve permanecer a uma distância de
aproximadamente 30 cm, expirar totalmente e murmurar
suavemente alguns números no ouvido livre.

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Cont.

Ele deve cobrir a boca com a sua mão ou pedir ao paciente


para fechar os olhos, impedindo a leitura labial. Se
necessário, o profissional pode elevar gradualmente a
intensidade da voz até que o paciente possa repetir
correctamente os números murmurados. As palavras a
serem murmuradas são: “Um, dois, quatro, cinco”.

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EXAME FÍSICO DO NARIZ E SEIOS
PARANASAIS
• O exame físico do nariz e dos seios nasais deve ser feito após
ter-seinvestigado os sintomas do paciente como alergias,
obstrução nasal, sangramento nasal, secreções, resfriados
frequentes ou corrimentos pós-nasal, e é feito através de:
 Inspecção da pirâmide nasal, narinas, fossas nasais, septo nasal
e rinofaringe (esse último é feito pelo especialista);
 Palpação da pirâmide nasal e dos pontos de projecção dos seios
paranasais ou pontos sinusais;
 Teste do olfacto. Elaborado por: Dr. Nito Viano Melo (MD) 13
Cont.

A inspecção da pirâmide nasal, narinas, fossas nasais, septo


nasal
• A pirâmide nasal (o nariz)
• Metodologia: observação a olho nu. O clínico deve observar:
 Forma: é variável. Deve-se pesquisar eventuais desvios ou
deformações do septo nasal devido a traumatismo, ou
malformações devidas a doenças. Se existirem edema ou
deformidades, o nariz deve ser palpado suavemente para
verificação de sensibilidade, edema e desvios subjacentes.
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Cont.

 Revestimento cutâneo: a pele pode apresentar as lesões


comuns (ver Disciplina de Dermatologia).
 Ponta, columela e orifícios nasais: forma e simetria dos
orifícios.

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Cont.

A inspecção das fossas ou cavidades nasais é importante


para avaliar eventuais processos patológicos das vias
aéreas superiores.
• Metodologia: examinadas através do uso de uma boa
lanterna, um espéculo nasal ou com o otoscópio e
espéculo auricular, com a técnica chamada de rinoscopia
anterior.

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Cont.

• Deve-se pedir ao paciente para ficar com a cabeça


ligeiramente inclinada para trás e respirar através da boca,
não do nariz.
• Enquanto isso, o clínico deve introduzir a ponta do
espéculo do otoscópio dentro de cada uma das narinas,
alternadamente. É importante evitar contacto com o septo
nasal pois é muito sensível.

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Cont.

O clínico deve observar:


 A mucosa nasal:
 Cor: apresenta normalmente uma cor rosa-avermelhada,
superfície húmida, lisa e limpa. Pode ter pêlos na área de
passagem entre a mucosa e a pele. Pode ser hiperémica com
congestão dos capilares em caso de inflamação ou rinite;
 Observar eventuais secreções e sua natureza (transparente,
turva, branca, pus ou sangue);
 Pesquisar corpos estranhos (especialmente em crianças).
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Cont.

 As paredes das fossas nasais (superior, inferior, septal


e parede externa). Na parede externa são visíveis 3
protuberâncias chamadas cornetos (superior, médio e
inferior) que delimitam os foros de comunicação entre os
seios paranasais e o canal nasolacrimal.

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Figura 7. Secção do nariz: a parede externa da cavidade nasal.

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Cont.

A inspecção do sépto nasal. O clínico deve observar:


 Forma: Eventuais desvios.
 Nesse caso, a forma da pirâmide nasal vai ser
assimétrica, ou seja, a abertura ou o orifício das narinas
não será igual; um orifício será mais pequeno que o
outro.

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Figura 8. Septo nasal desviado.

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Cont.

A palpação da pirâmide nasal e dos pontos sinusais


• A palpação da pirâmide nasal é importante para pesquisar
eventuais pontos de dor, crepitações, sobretudo em caso
de trauma facial, eventuais massas, ou tumores.

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Cont.

• Metodologia: o clínico com os dedos polegar, indicador


e médio deve começar a palpação do nariz a partir da
base da pirâmide nasal aplicando uma leve pressão e
procedendo até aos orifícios das narinas, com o dedo
indicador acompanhando o perfil do septo nasal.

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Figura 9. Palpação da pirâmide nasal

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Cont.

• A palpação dos pontos sinusais é importante para


pesquisar eventuais pontos de dor que possam indicar a
presença de um processo inflamatório e/ou infeccioso dos
seios.

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Cont.

• Metodologia: Deve-se aplicar uma pressão com o dedo


indicador e médio nas áreas dos cantos internos dos olhos
(seios esfenoidais e etmoidais), na região supra-orbitária
(para os seios frontais), e na região malar (para os seios
maxilares). A pressão não deve ser aplicada aos olhos.

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Figura 10. Pontos para a palpação dos seios paranasais.

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Cont.

Teste do olfacto
• É um teste sumário para avaliar a capacidade do paciente de
reconhecer os diferentes cheiros.
• Metodologia: o paciente deve estar vendado, e o clínico aproxima
para perto do nariz várias substâncias com cheiros familiares como
café, chá, limão, para que o paciente adivinhe o cheiro de cada
substância.
• O procedimento deve ser realizado para cada narina, pedindo que o
paciente feche com o dedo a narina contralateral.
•  Elaborado por: Dr. Nito Viano Melo (MD) 29
Bibliografia (referências usadas para o desenvolvimento do
conteúdo):
• Bickley LS. Bates Propedêutica Médica. 8 ed. Brasil: Guanabara Koogan;
2005.

• MEDEX Internacional. Guia de treinamento para trabalhadores de saúde de


nível médio – caderno do aluno (Mid level health workers training module –
Student text). 1983.

• Porto CC, Porto AL. Semiologia Médica. 6 ed. Brasil: Guanabara Koogan;
2009.

• Ducla Soares JJ. Semiologia Medica – Princípios, métodos e interpretação. São


Paulo: LIDEL Edicoes; 2007.
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