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MDNE3
Analista responsável:
Matheus Bicalho
Data do relatório:
13.02.2023
Moura Dubeux
13/02/2023
Moura Dubeux (MDNE3)
Breve descrição
Posicionamento: COMPRA
Incorporação
Cotação (13/02/2023): R$ 5,32
Conforme a obra avança, o cliente vai repassando os recursos necessários ao construtor para ele dar
sequência a suas atividade. O valor pode aumentar (ou diminuir) com base nas exigências do cliente.
1. Taxa de Administração: taxa de 15% cobrada sobre o custo total do serviço prestado;
3. Torna Financeira: receita obtida na venda das frações ideais do terreno utilizados em cada unidade de
empreendimento (ocorre, principalmente, nos condomínios);
4. Venda Fechada: normalmente, a Moura adquire participações nos grupos de condomínio. Após prontos,
ela vende os imóveis adquiridos com uma margem média de 20%.
Nos últimos 12 meses, a Receita Líquida do segmento foi de R$ 308 milhões, com um Lucro Bruto de R$
172 milhões, correspondendo a uma Margem Bruta de 55%.
Por fim, a companhia também desenvolve grandes áreas para a posterior implementação de
infraestruturas de loteamentos e condomínios por meio da marca MD Urbanismo e na área comercial pelo
ITC (lançamento por essas marcas não estão no pipeline da empresa nesse momento).
O foco da Moura concentra-se na região Nordeste, abrangendo as regiões metropolitanas dos seguintes
estados: Pernambuco, Bahia, Ceará, Rio Grande do Norte e Alagoas. Nessas regiões, ela domina o market
share em diversas cidades, sendo amplamente conhecida pela população. (ANEXO 1)
Principais Riscos
(1) O setor imobiliário é extremamente sensível às variáveis econômicas.
Nesse cenário, as empresas do setor são forçadas a baixar seus preços, reduzindo as suas margens e
fomentando o consumo diante da maior atratividade dos seus produtos. Caso contrário, a queda nas vendas
afetaria de forma muito agressiva as operações, podendo comprometer, inclusive, a solvência da companhia
Outro ponto relevante se refere à taxa de juros. O envolvimento do setor imobiliário com a captação de
crédito junto de financeiras é bastante alto, principalmente em empresas que ainda não atingiram a
maturidade financeira. Com taxas de juros mais altas, a concessão de crédito se torna mais cara, resultando
em maior queima de caixa diante do encarecimento dos juros pagos. No outro lado da moeda, boa parte do
mercado consumidor imobiliário é dependente da existência de financiamentos que, com juros altos,
também se tornam mais caros e, muitas vezes, inacessíveis aos consumidores. Tudo isso afeta
negativamente os resultados das operações da Moura e, paralelamente, o retorno das suas ações.
Moura Dubeux
(2) Alta necessidade de Capital de Giro.
Como a Moura atua no segmento de alta renda, seus empreendimentos são mais caros, exigindo um
montante ainda mais relevante de Capital de Giro, o que afeta diretamente sua situação de caixa.
A Moura atua em um mercado bastante nichado, vendendo quase que a totalidade dos seus imóveis para
o público de alta renda. Caso as condições financeiras ou, até mesmo, suas preferências dessa faixa de renda
mudarem, os resultados da companhia podem ser adversamente afetados.
Além disso, as tendências vigentes no mercado de alta renda mudam com muito mais velocidade do que
nos demais mercados. Sendo assim, a Moura tem de se adaptar rapidamente a essa mudanças, caso
contrário, seus empreendimentos ficam obsoletos e ela passa a correr o risco de perder mercado.
(4) Liquidez
O ativo tem uma oscilação de liquidez considerável. Em alguns dias, o ativo já chegou a negociar menos
de R$ 1 milhão no intraday. Esse fator pode dificultar a negociação das ações no mercado.
A Moura atua há mais de 30 anos setor imobiliário da região Nordeste. A sua experiência, aliada a
qualidade na entrega, a coloca em uma posição especial, na qual a companhia tem forte confiança do
mercado, força de marca, além de ser líder de market share em vários dos estados em que atua.
Moura Dubeux
A região Nordeste engloba uma série de fatores específicos no que tange seu mercado imobiliário.
Em função disso, o mercado tem uma barreira de entrada extensa, dificultando a consolidação de novas
concorrentes mesmo a reigão tendo o maior déficit habitacional do país, o qual abre um leque de
oportunidades para crescimento da atividade imobiliário. Nesse sentido, o expertise conquistado pela
Moura ao decorrer do tempo a coloca em uma posição especial. Além de ter know how das
particularidade vigentes na região Nordeste e confiança da população, a empresa também tem um
extenso landbank de terrenos (ANEXO 2), mão de obra qualificada e estreitas relações com os
principais fornecedores.
Como citado anteriormente, a Moura atua em diversos segmentos e mercados consumidores. Essa
diversificação contribuiu para que ocorra uma diluição dos riscos inerentes a empresa, fomentando
maior segurança ao investidor.
No passado, a Moura passou por diversos problemas operacional. A empresa se endividou e chegou
perto da falência. O pagamento de juros comia todo lucro operacional (e ainda faltava dinheiro). Diante
desse cenário, os três irmãos fundadores, viram como solução fazer o IPO da empresa para levantar
dinheiro e desalavancar suas operações. Todos os recursos foram levantados em Oferta Primária
(ANEXO 3).
Em fevereiro de 2020, época do IPO, a empresa valia R$ 1, 5 bi e estava atolada em dívidas. Desde
lá, os controladores cumpriram com o prometido na Oferta Pública e, praticamente, zeraram a dívida. A
empresa voltou a dar lucro e ser rentável.
De toda forma, mesmo diante desse cenário, as cotações só seguiram caindo. Negociando a menos de
5,0 P/Lucro, a ação perdeu mais de R$ 1 bilhão em valor de mercado, mesmo com o turnaround tendo
sido efetivado com sucesso (ANEXO 4). Em nosso Valuation, mesmo com premissas conservadoras,
ainda temos um upside relevante nos preços atuais. Tudo isso só reforça o quão saudável é a relação
entre risco e retorno apresentada para o case nos preços atuais.
Moura Dubeux
(4) Maior relevância do regime por administração
Nos últimos anos, nota-se um forte crescimento das obras por regime de administração no portfolio
da Moura. Além de ter margens melhores que a incorporação, a modalidade tem um risco intrínseco
muito menor. Quem banca as operações é o adquirente, o que inibe a empresa de ter que investir milhões
de reais em capital de giro todo ano. Esse crescimento traz mais segurança as operações da empresa,
tornando-as mais previsíveis, além de aumentar relevantemente o retorno ao investidor (ROE).
Como a empresa atua com mais força no setor de alta renda, esses efeitos são intensificados, já que a
taxa de administração se mantém fixa independentemente do custo do empreendimento. Ou seja: em
termos quantitativos, mais dinheiro para empresa. Em contraponto, a possibilidade de escalar o regime
por administração é limitado, já que o seu nicho é muito específico e sem demanda ampla.
Nos últimos anos, a demanda de faixas de renda mais altas por imóveis de segunda residência, seja
com fins de lazer ou de investimento, cresceu substancialmente. A Moura é uma das principais atuantes
do setor na região Nordeste por meio da marca Beach Class. Um incremento na demanda por edifícios
de segunda residência tende a afetar positivamente os resultados da subsidiária.
Quando falamos de uma Plano & Plano, por exemplo, que atua, majoritariamente, no programa
(Casa Minha Vida), nota-se um impacto imediato das variáveis econômicas na renda dos seus
consumidores. Já no caso da Moura,, a maioria dos consumidores são bem estabelecidos
financeiramente, sendo menos impactados pelos ciclos econômicos. Esse fator faz com que a demanda
pelos empreendimentos da empresa seja mais flexível. Assim, as operações da companhia tornam-se
mais seguras quando comparadas com as incorporadoras de baixa renda.
Moura Dubeux
Valuation
Anexos
Anexo 1
Anexo 2
Anexos
Anexo 3
Anexo 4
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