OPOSIÇÃO

Arts. 682 a 686 CPC/2015

- Procedimento especial de jurisdição contenciosa;
- Não é mais prevista como intervenção de terceiros (CPC/73) -
a assistência, a denunciação da lide, o chamamento ao processo, o incidente de
desconsideração da personalidade jurídica, e o amicus curiae;
- Ação facultativa (pode esperar o resultado da ação principal e
ajuizar ação em face do vencedor);
- Opoente postula direito ou coisa disputados por autor e réu
em outra ação (original);
 OPOSIÇÃO

“Em ação possessória entre particulares é cabível o oferecimento de oposição

pelo ente público, alegando-se incidentalmente o domínio de bem imóvel como
meio de demonstração da posse.” (Inf. 623 do STJ)
Art. 682. Quem pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre
que controvertem autor e réu poderá, até ser proferida a sentença,
oferecer oposição contra ambos.
- É demanda sobre o objeto processual de outra demanda, que pode
coincidir integralmente (oposição total) ou não (oposição parcial);
-Momento da Propositura: desde o protocolo da inicial até a sentença é
possível propor; julgamento das duas ações numa só sentença.
Pontes de Miranda, Marinoni, Arenhart, Mitidiero dizem que até o trânsito em julgado da sentença cabe a
ação de oposição
 OPOSIÇÃO

- Admissível em todos os procedimentos, sejam as ações reais

ou pessoais.
- Para a proteção da posse de bens apreendidos judicialmente
ou com ameaça de constrição (penhora, arresto...) –
embargos de terceiro # oposição
- Impõe a formação de litisconsórcio passivo necessário entre
os opostos (autor e réu da ação original), sem poder excluir
qualquer dos dois e sem poder incluir na oposição quem não é
parte na ação;
 OPOSIÇÃO

Legitimidade
Ativo – Opoente: aquele que vê nos opostos (autor e réu), sujeitos
que tornam incompatível a sua relação jurídica com o bem ou
direito pretendido;
Passivos - são as partes da ação originária, autor e réu (opostos) e
que torna incompatível o direito do opoente, no todo ou em parte;
Interesse de agir – baseado na incompatibilidade entre as relações
jurídicas afirmadas entre autor e réu (ação originária) e a ação de
oposição.
 OPOSIÇÃO

Pedido ou objeto do processo – o objeto do processo é a coisa ou o

direito controvertido pelos outros na ação originária (art. 682), seja
todo ou parte;
Causa de pedir – é a controvérsia de interesse do autor pelos réus
(opostos), em ação em curso;
Competência –a mesma do juiz da ação originária;
Obs: se o processo principal já estiver em grau de recurso,
perante Tribunal Superior, a oposição deverá ser proposta no
juízo de primeiro grau, mas não mais como oposição e, sim,
como ação comum.
 OPOSIÇÃO

Jurisdição – Pode ser a justiça comum dos Estados e DF ou a justiça

comum federal;
Petição inicial -Deve atender aos requisitos dos arts. 319 e 320 do CPC
Distribuição – por dependência; apensada aos autos e tramitará
simultaneamente à ação originária, sendo ambas julgadas pela mesma
sentença.
Prejudicialidade – se forem julgadas simultaneamente as ações
originária e a oposição, primeiro deve ser decidida a OPOSIÇÃO;
Art. 686.  Cabendo ao juiz decidir simultaneamente a ação originária e a
oposição, desta conhecerá em primeiro lugar.
 OPOSIÇÃO

RESPOSTA DO RÉU
Citados os réus (opostos), abre-se o prazo para a resposta ou
contestação, que é o mesmo do procedimento comum, de quinze dias.
Corre em comum para ambos os réus ou opostos, sem o benefício de
prazo em dobro (litisconsortes com advogados diferentes).

Art. 683. 
Parágrafo único. Distribuída a oposição por dependência, serão os
opostos citados, na pessoa de seus respectivos advogados, para
contestar o pedido no prazo comum de 15 (quinze) dias.
 OPOSIÇÃO

Os réus poderão alegar todas as modalidades de defesa,

processual ou de mérito, inclusive formular reconvenção.
Audiência – conciliação ou mediação (art. 334 CPC)
Julgamento antecipado – revelia ou desnecessidade de outras
provas.
Saneamento/ AIJ - = procedimento comum
Valor da causa – pode coincidir total ou parcialmente com o valor
da ação original.
Sentença/recursos/execução - = proced. comum
 REGULAÇÃO DE AVARIA GROSSA

Arts. 707 a 711 CPC/2015

AVARIAS GROSSAS- definidas no art. 764 do Código comercial e
se distinguem das avarias finas ou particulares, porque as
grossas são repartidas proporcionalmente entre O NAVIO, O
FRETE E A CARGA; as avarias simples ou finas são suportadas
apenas pelo NAVIO ou só pela carga (quem deu causa suporta).
São chamadas de "grossas" porque devem ser pagas pela
universalidade do navio e da carga e "comuns" porque são
suportadas em comum pelos interessados na viagem.
 REGULAÇÃO DE AVARIA GROSSA

Exemplos: art. 764 C. Comerc. (i) o corte deliberado de cabos, mastros, velas e
outros aparelhos, para salvação do navio e carga; (ii) o abandono de âncoras,
amarras e quaisquer outras coisas, para salvamento ou benefício comum. Sinistro.
O perigo não pode ter sido causado pelo próprio comandante, tripulação ou
equiparados.
É toda despesa extraordinária ou dano causado ao navio ou à carga,
voluntariamente, em benefício comum de ambos.
FINALIDADE - apurar e quantificar as avarias sofridas na embarcação/navio e na
carga para definir a divisão entre os responsáveis.
COMPETÊNCIA - Justiça Comum do primeiro porto em que tiver aportado o NAVIO
COM AVARIAS (art. 707 CPC). Se houver interesse da União, pode se deslocar para
a Seção Judiciária da Justiça Federal. Pode ainda haver foro de eleição contratual.
 REGULAÇÃO DE AVARIA GROSSA

LEGITIMIDADE
Ativa – o transportador, o armador (equipar, manter e explorar
comercialmente o navio), o fretador(posse/aluguel para
transporte), o carregador (carrega o navio), o consignatário
(atua como depositária das mercadorias enquanto estas se
encontram no terminal portuário, assumindo a sua recepção e
entrega e cobrando os respectivos fretes), o segurador ou
outros que possuam algum interesse na quantificação ou no
rateio das avarias grossas.
 REGULAÇÃO DE AVARIA GROSSA

LEGITIMIDADE

Passiva - todos os demais interessados no rateio da avaria

grossa, formando litisconsórcio, “seja na condição de
beneficiados ou de prejudicados pelo evento intencional”.
Tratando-se de litisconsórcio, não poderá o juiz proferir a
sentença sem a presença de todos os interessados (art.115
CPC/15).
 REGULAÇÃO DE AVARIA GROSSA

INTERESSE DE AGIR – baseado na inexistência de previsão

contratual de regulador (avaliador) e inexistência de consenso
acerca da nomeação do regulador, art. 783 do CCom/1850 e art.707
do CPC/2015
CAUSA DE PEDIR - a existência das avarias grossas e a necessidade
de quantificá-las ou regulá-las.
PEDIDO - O pedido mediato é a regulação, a quantificação das
avarias e a forma de seu rateio; mas há pedidos imediatos,
antecedentes, como a designação do regulador.
PETIÇÃO INICIAL - deve conter as exigências dos arts. 319 e 320.
Documentos intrínsecos à carga, frete e navio, devem ser juntados;
 REGULAÇÃO DE AVARIA GROSSA

PRAZO: O prazo para o ajuizamento da ação entre os contribuintes

para avaria grossa, contado do fim da viagem em que teve lugar a
perda, é de três anos. (Art. 206, § 3º, V do CC).
PROCEDIMENTO
- Recebida a inicial, o Juiz deverá nomear um regulador “de notório
conhecimento” (art. 707 do CPC). Auxilia o Juiz na apuração dos
danos provocados à carga e à embarcação, bem como dos bens
salvos com a avaria. Honorários do regulador, devem ser
adiantados pela parte autora, juntamente com as custas
processuais.
 REGULAÇÃO DE AVARIA GROSSA

- Art. 707. Quando inexistir consenso acerca da nomeação de

um regulador de avarias, o juiz de direito da comarca do
primeiro porto onde o navio houver chegado, provocado por
qualquer parte interessada, nomeará um de notório
conhecimento.

- Declaração de abertura da avaria grossa: regulador analisa se

os danos são passíveis de rateio na forma de avaria grossa e
os declara. Exame prévio.
 REGULAÇÃO DE AVARIA GROSSA

Art. 708. O regulador declarará justificadamente se os danos são passíveis de

rateio na forma de avaria grossa e exigirá das partes envolvidas a
apresentação de garantias idôneas para que possam ser liberadas as cargas
aos consignatários.
Impugnação à declaração: a parte que discordar dessa declaração deverá
justificar suas razões ao juiz, que decidirá a demanda em 10 dias
(art.708,caput e §1º, CPC). Não há prazo específico (5 dias). Poderá versar
sobre legitimidade, competência, escolha do regulador, prescrição,
classificação das avarias em simples ou grossas etc.
§ 1º A parte que não concordar com o regulador quanto à declaração de
abertura da avaria grossa deverá justificar suas razões ao juiz, que decidirá no
prazo de 10 (dez) dias.
 REGULAÇÃO DE AVARIA GROSSA

Em caso de não apresentação de garantia idônea pelo consignatário, a

critério do regulador de avarias, será fixado valor que deverá ser
caucionado (depósito judicial ou garantia bancária) para fins de liberação
da carga.
§ 2º Se o consignatário não apresentar garantia idônea a critério do
regulador, este fixará o valor da contribuição provisória com base nos
fatos narrados e nos documentos que instruírem a petição inicial, que
deverá ser caucionado sob a forma de depósito judicial ou de garantia
bancária.
Se o consignatário ainda não cumprir com esta determinação, o regulador
de avarias requererá ao juiz a alienação judicial da carga (§§ 2.º e 3.º).
 REGULAÇÃO DE AVARIA GROSSA

§ 3º Recusando-se o consignatário a prestar caução, o

regulador requererá ao juiz a alienação judicial de sua
carga na forma dos arts. 879 a 903 .
§ 4º É permitido o levantamento, por alvará, das quantias
necessárias ao pagamento das despesas da alienação a
serem arcadas pelo consignatário, mantendo-se o saldo
remanescente em depósito judicial até o encerramento da
regulação.
 REGULAÇÃO DE AVARIA GROSSA

Art. 709. As partes deverão apresentar nos autos os

documentos necessários à regulação da avaria grossa em prazo
razoável a ser fixado pelo regulador.
Regulamento da avaria grossa: a contar da data em que o
regulador receber toda a documentação, tem ele o prazo de
doze meses para apresentar o regulamento da avaria grossa,
(art.710,caput,CPC/15). O regulamento tem forma e conteúdo
de laudo pericial (minucioso).
 REGULAÇÃO DE AVARIA GROSSA

Art. 710. O regulador apresentará o regulamento da avaria

grossa no prazo de até 12 (doze) meses, contado da data da
entrega dos documentos nos autos pelas partes, podendo o
prazo ser estendido a critério do juiz.
Impugnação ao regulamento: prazo comum de quinze dias. Juiz
definirá prazo para que o regulador se manifeste, para
esclarecer pontos controversos ou para modificar o
regulamento. Apresentadas as razões de todos os envolvidos, o
juiz decidirá a matéria em dez dias.
 REGULAÇÃO DE AVARIA GROSSA

§ 1º Oferecido o regulamento da avaria grossa, dele terão

vista as partes pelo prazo comum de 15 (quinze) dias, e,
não havendo impugnação, o regulamento será
homologado por sentença.

§ 2º Havendo impugnação ao regulamento, o juiz decidirá

no prazo de 10 (dez) dias, após a oitiva do regulador.
 REGULAÇÃO DE AVARIA GROSSA

Homologação da regulação: o juiz homologará por sentença o

regulamento. Apesar de o texto legal utilizar a expressão
“homologar”, “a sentença ostenta natureza constitutiva positiva
e condenatória”. Ou seja, cabe às partes pagar, mediante o
rateio definido no regulamento, as verbas indenizatórias
acrescidas pelas despesas do procedimento.
 REGULAÇÃO DE AVARIA GROSSA
SENTENÇA:
Natureza e força de título executivo judicial (art.515, I, CPC/15).
Por se tratar de sentença, o recurso cabível é a apelação (art.
1.009 CPC).
Art. 793 - A sentença que homologa à repartição das avarias
grossas com condenação de cada um dos contribuintes tem
força definitiva, e pode executar-se logo, ainda que dela se
recorra.