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Contrato de doação

Prof. Fernando Augusto De Vita


Borges de Sales
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Doação

 Art. 538. Considera-se doação o contrato em que


uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu
patrimônio bens ou vantagens para o de outra.
Segue...

 Elementos:

 a) animus donandi – que é o elemento subjetivo,


caracterizado pela intenção de praticar uma
liberalidade; e,

 b) obrigação de transferir bens ou vantagens –


que é o elemento objetivo, implicando na
diminuição do patrimônio do doador.
Segue...

 Espécies:

 a) doação pura – é aquela em que o doador não


impõe nenhum encargo ao donatário, decorrendo,
o ato, de plena liberalidade. Também chamada de
pura e simples, é a doação típica,
consubstanciando, em verdade, um contrato
unilateral.
Segue...
 b) doação onerosa – também chamada de gravada, modal
ou com encargos, é aquela em que o doador impõe uma
incumbência, ou encargo, que o donatário deve cumprir
para ter direito ao benefício da doação. O encargo pode
ser estabelecido em favor do doador, de terceiros ou do
interesse geral, na forma do art. 553. O encargo não
suspende a aquisição nem o exercício do direito, salvo
quando expressamente imposto no negócio jurídico, pelo
disponente, como condição suspensiva (CC, art. 136),
podendo ser exigido do donatário, quando aceitar a
doação, o seu cumprimento, inclusive judicialmente.
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 c) doação condicional – é a aquela na qual se


estabelece uma condição, ou seja, cuja eficácia
depende de um evento futuro e incerto (art. 121).
É exemplo a doação feita a nascituro (art. 542) e
por conta do casamento (art. 546).
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 d) doação remuneratória – é aquela feita como


retribuição de serviços prestados pelo donatário,
sem que obrigação houvesse, conforme previsto
no art. 540.
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 Art. 539. O doador pode fixar prazo ao donatário,


para declarar se aceita ou não a liberalidade.
Desde que o donatário, ciente do prazo, não faça,
dentro dele, a declaração, entender-se-á que
aceitou, se a doação não for sujeita a encargo.
 a) aceitação expressa – é a que é dada por escrito
pelo donatário, no mesmo instrumento da doação,
ou em documento apartado.
 b) aceitação tácita – é a que resulta de atos
incompatíveis com a recusa da doação; é
revelada pelo comportamento do donatário, que
não se coaduna com quem não aceita a doação,
tal como o pagamento de imposto devido pelo
ato.
 c) aceitação presumida – é a que decorre do
silencio do donatário, como previsto no art. 539:
fixando o doador prazo para que o donatário
declare a aceitação, o silêncio deste será
entendido como aceitação, desde que a doação
seja pura, não estando sujeita a encargo.
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 Art. 540. A doação feita em contemplação do


merecimento do donatário não perde o caráter de
liberalidade, como não o perde a doação
remuneratória, ou a gravada, no excedente ao
valor dos serviços remunerados ou ao encargo
imposto.
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 Art. 541. A doação far-se-á por escritura pública


ou instrumento particular.

 Parágrafo único. A doação verbal será válida, se,


versando sobre bens móveis e de pequeno valor,
se lhe seguir incontinenti a tradição.
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 Jornada de Direito Civil VIII, enunciado 622.


Art. 541: Para a análise do que seja bem de
pequeno valor, nos termos do que consta do art.
541, parágrafo único, do Código Civil, deve‐se
levar em conta o patrimônio do doador.
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 Art. 542. A doação feita ao nascituro valerá,


sendo aceita pelo seu representante legal.
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 Art. 543. Se o donatário for absolutamente


incapaz, dispensa-se a aceitação, desde que se
trate de doação pura.
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 Art. 544. A doação de ascendentes a


descendentes, ou de um cônjuge a outro, importa
adiantamento do que lhes cabe por herança.
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 Art. 545. A doação em forma de subvenção


periódica ao beneficiado extingue-se morrendo o
doador, salvo se este outra coisa dispuser, mas
não poderá ultrapassar a vida do donatário.
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 Art. 546. A doação feita em contemplação de


casamento futuro com certa e determinada
pessoa, quer pelos nubentes entre si, quer por
terceiro a um deles, a ambos, ou aos filhos que,
de futuro, houverem um do outro, não pode ser
impugnada por falta de aceitação, e só ficará sem
efeito se o casamento não se realizar.
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 Art. 547. O doador pode estipular que os bens


doados voltem ao seu patrimônio, se sobreviver
ao donatário.

 Parágrafo único. Não prevalece cláusula de


reversão em favor de terceiro.
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 Art. 548. É nula a doação de todos os bens sem


reserva de parte, ou renda suficiente para a
subsistência do doador.
Segue...

 Art. 549. Nula é também a doação quanto à parte


que exceder à de que o doador, no momento da
liberalidade, poderia dispor em testamento.
Segue...

 Art. 550. A doação do cônjuge adúltero ao seu


cúmplice pode ser anulada pelo outro cônjuge, ou
por seus herdeiros necessários, até dois anos
depois de dissolvida a sociedade conjugal.
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 Art. 551. Salvo declaração em contrário, a


doação em comum a mais de uma pessoa
entende-se distribuída entre elas por igual.

 Parágrafo único. Se os donatários, em tal caso,


forem marido e mulher, subsistirá na totalidade a
doação para o cônjuge sobrevivo.
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 Art. 552. O doador não é obrigado a pagar juros


moratórios, nem é sujeito às conseqüências da
evicção ou do vício redibitório. Nas doações para
casamento com certa e determinada pessoa, o
doador ficará sujeito à evicção, salvo convenção
em contrário.
Segue...

 Art. 553. O donatário é obrigado a cumprir os


encargos da doação, caso forem a benefício do
doador, de terceiro, ou do interesse geral.

 Parágrafo único. Se desta última espécie for o


encargo, o Ministério Público poderá exigir sua
execução, depois da morte do doador, se este não
tiver feito.
Segue...

 Art. 554. A doação a entidade futura caducará se,


em dois anos, esta não estiver constituída
regularmente.
Da Revogação da Doação

 Art. 555. A doação pode ser revogada por


ingratidão do donatário, ou por inexecução do
encargo.
 A extinção da doação pode ocorrer:

 a) pelos modos comuns a todos os negócios jurídicos


– dada a natureza contratual da doação, ela está
sujeita a todos os requisitos exigidos aos contratos em
geral, tais como agente capaz, objeto lícito, possível,
determinado ou determinável, e a forma prescrita em
lei (nulidade absoluta). Também deve estar isenta de
vícios que lhes contamine o consentimento (art. 171)
– coação, dolo, erro, fraude, etc. (nulidade relativa).
 b) pelos vícios que são lhes são peculiares –
vícios que são próprios da doação, como vimos
anteriormente, nos arts. 548 (doação de todos os
bens), 549 (doação da parte inoficiosa), 550
(doação ao cúmplice de adultério).
 c) pela vontade das partes – se dá por resilição,
através de um distrato.
 d) pelo falecimento das partes – na doação em
forma de subvenção periódica, extingue-se com
a morte do doador ou do donatário (art. 545); na
doação com cláusula de reversão, extingue-se
com a morte do donatário (art. 547).
 e) pela falta de constituição do donatário – no
caso de doação para entidade futura, não
constituída esta no prazo de dois anos (art. 554)
 f) nas hipóteses do art. 555 – casos em que será revogada:
 f.1) inexecução do encargo – na doação onerosa, o
donatário é obrigado a cumprir o encargo que lhe foi
imputado (art. 553). Não cumprindo estará em mora (ver
art. 562 sobre a ocorrência da mora), sujeitando à
resolução do contrato.
 f.2) ingratidão do donatário – a doação, quando pura e
simples (ver art. 564), impõe ao donatário a obrigação de
ser grato ao doador. Isso é um dever ético e moral. Poderá,
por isso mesmo, ser revogada por ingratidão do donatário,
nas hipóteses previstas no art. 557.
Segue...

 Art. 556. Não se pode renunciar antecipadamente


o direito de revogar a liberalidade por ingratidão
do donatário.
Segue...

 Art. 557. Podem ser revogadas por ingratidão as


doações:
Segue...

 I - se o donatário atentou contra a vida do doador


ou cometeu crime de homicídio doloso contra
ele;
Segue...

 II - se cometeu contra ele ofensa física;


Segue...

 III - se o injuriou gravemente ou o caluniou;


Segue...

 IV - se, podendo ministrá-los, recusou ao doador


os alimentos de que este necessitava.
Segue...

 Jornada de Direito Civil I, enunciado 33. Art.


557: o novo Código Civil estabeleceu um novo
sistema para a revogação da doação por
ingratidão, pois o rol legal previsto no art. 557
deixou de ser taxativo, admitindo,
excepcionalmente, outras hipóteses.
Segue...

 Art. 558. Pode ocorrer também a revogação


quando o ofendido, nos casos do artigo anterior,
for o cônjuge, ascendente, descendente, ainda
que adotivo, ou irmão do doador.
Segue...

 Art. 559. A revogação por qualquer desses


motivos deverá ser pleiteada dentro de um ano, a
contar de quando chegue ao conhecimento do
doador o fato que a autorizar, e de ter sido o
donatário o seu autor.
Segue...

 Art. 560. O direito de revogar a doação não se


transmite aos herdeiros do doador, nem prejudica
os do donatário. Mas aqueles podem prosseguir
na ação iniciada pelo doador, continuando-a
contra os herdeiros do donatário, se este falecer
depois de ajuizada a lide.
Segue...

 Art. 561. No caso de homicídio doloso do


doador, a ação caberá aos seus herdeiros, exceto
se aquele houver perdoado.
Segue...

 Art. 562. A doação onerosa pode ser revogada


por inexecução do encargo, se o donatário
incorrer em mora. Não havendo prazo para o
cumprimento, o doador poderá notificar
judicialmente o donatário, assinando-lhe prazo
razoável para que cumpra a obrigação assumida.
Segue...

 Art. 563. A revogação por ingratidão não


prejudica os direitos adquiridos por terceiros,
nem obriga o donatário a restituir os frutos
percebidos antes da citação válida; mas sujeita-o
a pagar os posteriores, e, quando não possa
restituir em espécie as coisas doadas, a indenizá-
la pelo meio termo do seu valor.
Segue...

 Art. 564. Não se revogam por ingratidão:


 I - as doações puramente remuneratórias;
 II - as oneradas com encargo já cumprido;
 III - as que se fizerem em cumprimento de
obrigação natural;
 IV - as feitas para determinado casamento.
 Muito obrigado a todos.

 Até a próxima!

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