Você está na página 1de 59

Danielle Santos

2020
Direitos de aprendizagens e competência

OS DESAFIOS DA ESCOLA
PARA TODOS
?????

DE QUAL SER HUMANO


ESTAMOS FALANDO HOJE

As gerações

Conectados em rede

Trocam a mamadeira
pelo celular e tablet
Dificuldade de
interrelação
Mudança na relação
com o mundo e com a
sociedade
Curiosos e sem
privacidade
Os estudantes de hoje...
Mário Sérgio Cortella (Documentário – Z Geração do agora)

Conectados

Consumidores Imediatistas
de informação

Desafios e
limites Multitarefas
Geração Touch

 Rápidos e impacientes
 Interativos
 Aprendem brincando
 Espertos com tecnologia
Por que falamos em escola para
todos?
• Para que nossas crianças se tornem adultos melhores que nós...

de maneira que o modelo relacional de humanização seja

consolidado.
Evolução (?) dos Modelos de Homem

• Etnocêntrico: o BEMCHUC (branco, organizado


socialmente pelo Estado, masculino, cristão, heterossexual
e tendencialmente urbano e cosmopolita)
• O outro é pensado devido à sua cognição, cultura ou
status quo)

• Tolerância: ação daquele que tolera sobre o que é


tolerado.
• No entanto, já reconhece a diferença como legítima.
Evolução (?) dos Modelos de Homem
• Generosidade: sentimento de culpa que gera
um programa político ‘cuidar do outro’.
• Diferença assumida como construção ocidental.
• Relacional: é necessário entender que todos
somos diferentes.
http://www.gazetadopovo.com.br/midia_tmp/600--
tirinha_tecnologia_sala_de_aula.jpg
É preciso...
... conhecer os alunos
... se aproximar e criar vínculos
... interagir com os alunos
... entender o que eles sabem
... utilizar metodologias que despertem o
interesse Moran
(2007)
... aproveitar as potencialidades das TDIC
Compreensão contemporânea de
mundo
• Nova organização social;
• Espaços e tempos alterados, criando uma sociedade
em rede (CASTELLS, 2005);
• Novas manifestações e categorias culturais
provenientes do ciberespaço – que cria e recria
elementos do real no interior de sua cibercultura (LÉVY,
2011).
Ciência Clássica X Ciência Complexa
• Últimos quatro séculos: exploração e domínio da natureza e dos
fenômenos ligados à humanidade; surgiram as disciplinas que
dividiram o conhecimento científico (estudos específicos e
aprofundados).
• Segunda metade do século XX: avanço da ciência de maneira
fragmentada (utilizando métodos que se mostram muitas vezes
ineficazes para lidar com problemas contemporâneos), gerando a
necessidade de uma ciência complexa.
Áreas
• Biologia: conceito de autopoiesis (Maturama e Varela);
• Ciências Humanas: teorias pós-estruturalistas e as novas teorias
sistêmicas (Edgar Morin, Deleuze, Gatarri e outros);
• Física quântica, Teoria geral da relatividade, estudos cibernéticos:
Teoria da Incerteza de Heisenberg; a Teoria das Estruturas
Dissipativas de Prigogine; a Teoria da Origem da Vida de Eigen; a
Sinergética de Haken; a Totalidade da Ordem Implicada de David
Bohm; a Teoria das Catástrofes de Thom, entre outros.
O que isso significa na prática?
• A ciência clássica dava privilégio à ordem
e à estabilidade, enquanto o paradigma
complexo nos leva a outros desafios.
Complexidade
• Complexo: do latim plecto, plexi, complector,
plexus e significa aquilo que está ligado e tecido
(ideia de um trançado ou a algo enlaçado).
• Características evidenciadas de integração,
como uma teia ou um sistema, de
heterogeneidade e de criação de inúmeras
possibilidades em conformidade com o mundo
contemporâneo, o que quebra a lógica da
disciplinarização.
Diretrizes Curriculares
 Conteúdos obrigatórios
 Competências e habilidades
 Interdisciplinaridade
• Articulação entre teoria e prática
No campo da educação...
• Para Roldão (2003), a competência emerge
quando, perante uma situação, o sujeito é
capaz de mobilizar adequadamente diversos
conhecimentos prévios, selecioná-los e
integrá-los de forma ajustada à situação em
questão.
Competências

CONHECIMENTOS HABILIDADES
(Saber)
+ (Saber fazer)

Conjunto de habilidades
desenvolvidas harmonicamente que
caracterizam uma função.
Interdisciplinaridade é, acima de tudo, uma
ATITUDE! (Ivani Fazenda)
Pressupostos

(NÓVOA, 2017)
Princípios
• Identidade: a construção da pessoa humana em todos seus aspectos:
afetivo, intelectual, moral e ético;
• Valorização das diferenças: conviver com os conflitos pessoais e
sociais, estimulando a criatividade para a resolução dos problemas e a
pluralidade cultural;
• Transformação da prática pedagógica: relações interpessoais
positivas, interação e sintonia professor-estudante, família-professor
professor-comunidade escolar e compromisso com o desempenho
acadêmico.
Aprender
• (latim apprehendo: tomar, agarrar, apoderar-se,
compreender) verbo transitivo
• 1. Ir adquirindo o conhecimento de. verbo intransitivo
• 2. Estudar.
• O sujeito da aprendizagem é o estudante - ele aprende
por meio das relações que estabelece com o objeto de
conhecimento, com o professor e com seus colegas.
Quando tudo começa?
• Escola Nova
• Perspectiva Diretiva:
• Dewey (1859-1952) – “aprender fazendo”;
• Montessory (1870-1952) – Métodos ativos e individualização do
ensino;
• Claparedè (1873-1940) – Educação funcional e diferenciada;
• Piaget (1896-1980) – estudos sobre os processos de construção do
pensamento na criança;
Dewey
• Corrente filosófica: pragmatismo (embora ele preferisse
o nome instrumentalismo)
• As ideias só têm importância desde que sirvam de
instrumento para a resolução de problemas reais. 
• Aprendizagem: realização de tarefas associadas aos
conteúdos ensinados. Atividades manuais e criativas.
Perspectiva Interacionista
• Para Piaget, o sujeito tem potencialidades e
características próprias, mas, se o meio não
favorece esse desenvolvimento (fornecendo
objetos, abrindo espaços e organizando ações),
elas não se concretizam.
• É preciso "agir sobre o objeto e transformá-lo".
• Aprendizagem: O professor deve criar contextos,
conceber ações e desafiar os alunos.
Os avanços
• Sair da ênfase nos testes de inteligência;
• Teorias humanistas, sociointeracionistas,
etc...
• Vygotsky, Bruner, Gardner....
INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS – HOWARD GARDNER

Professor de
Cognição e Educação
na Universidade de
Harvard, Professor
adjunto de Neurologia
na Universidade de
Boston.
Aprendizagem Mediada
• Importância do organismo e do meio para o
desenvolvimento dos chamados processos mentais
superiores;-
• planejar ações, conceber consequências para uma
decisão, imaginar objetos etc;
• o mediador é figura essencial do saber por representar
um elo intermediário entre o estudante e o
conhecimento disponível no ambiente.
Mediação: conceito
• Origem em Vygotsky: relação de interdependência
entre os processos de desenvolvimento do sujeito
e os processos de aprendizagem.
• A aprendizagem é um importante elemento
mediador da relação do homem com o mundo,
interferindo n desenvolvimento humano.
ZONA DE
DESENVOLVIMENTO
PROXIMAL
o conceito de “Zona de Desenvolvimento Proximal” (ZDP), assim
definida: “(...) a distância entre o nível de desenvolvimento real, que se
costuma determinar através da solução independente de problemas, e o
nível de desenvolvimento potencial, determinado através da solução de
problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com
companheiros mais capazes”.
Mediação Pedagógica
• Processo de complexidade;
• A mediação pedagógica é fundamental para a construção do
conhecimento a interação social, a referência do outro, por
meio do qual se podem conhecer os diferentes significados
dados aos objetos de conhecimento.
• Essa mediação, ressaltando-se aí o papel da linguagem
(comunicação), é fundamental para o desenvolvimento do
pensamento, dos processos intelectuais superiores, nos
quais se encontra a capacidade de formação de conceitos.
A postura didático-pedagógica
• Buscar conhecimentos a respeito do ensino;
• Contextualização
• Postura interdisciplinar
• Ampliar o conceito do Conteúdo
• Foco na Aprendizagem (Avaliar cada aula dada)
• Refletir sobre a própria prática
• Atualização/ Pesquisa
Pensar no papel da escola
• Desenvolvimento múltiplo do ser humano,
considerando suas características e
desejos;
• Tempo dinâmico e delimitado;
• Intervenção intersetorial.
Dificuldades das crianças
• Saúde psíquica, autoimagem, socialização;
• Metodologias e conteúdos;
• Necessário compreender suas aptidões,
interesses e desempenho em habilidades
cognitivas e acadêmicas.
Aprendizagem escolar
• Função da linguagem;
• Desenvolvimento visoespacial.
Categorias de triagem de envolvimento
Propósito da Educação no
Século XXI
1. Oportunidade de autorrealização;

2. Aumentar a quantidade de pessoas que ajudarão na solução de


problemas transformando-se em produtoras de conhecimento em
vez de meras consumidoras das informações existentes.

3. Metas coerentes com os princípios democráticos de educação.


Enriquecimento Curricular

Consiste na oferta de experiências de aprendizagem diversas das que o


currículo regular normalmente apresenta.
(CUPERTINO E ARANTES, 2012, P. 51).

Requer formação de professores e material diferenciado, além de planejamento


e acompanhamento do progresso do aluno.
ENRIQUECIMENTO INTRACURRICULAR

• Modificam, flexibilizam e diversificam o “quê, quando e como ensinar” ;


• Propostas e orientadas pelo docente de sala de aula regular ou das diferentes
disciplinas durante o período de aula ou fora dele;
• Tem como base o conteúdo trabalhado visando ao se aprofundamento;
• Aluno deve ser conduzido para se tornar um investigador;
COMO FAZER?

Projetos individuais, tarefas diferenciadas, tutorias, mentorias.


Procedimentos ​para modificação do currículo:
1. compactação do currículo;
2. análise de livros didáticos e remoção cirúrgica do material repetitivo;
3. introdução de maior profundidade em material curricular regular.
(RENZUILI, 1994; REIS et al, 1993).
COMO FAZER?

Técnicas de Modificação do Currículo:


(1) ajustar os níveis de aprendizagem necessária para que todos os alunos sejam
desafiados;
(2) aumentar o número de experiências em profundidade de aprendizagem;
(3) introduzir vários tipos de enriquecimento em experiências curriculares
regulares.
ENRIQUECIMENTO EXTRACURRICULAR – Modelo Triádico de
Enriquecimento
O que? TIPO II
Como?
TIPO I TIPO II
ATIVIDADES DE
ATIVIDADES GERAIS TREINAMENTO
ATIVIDADES DE
DE EXPLORAÇÃO TREINAMENTO

TIPO III
TIPO III
INDIVIDUAL OU PEQUENOS
INDIVIDUAL OU PEQUENOS
GRUPOS
GRUPOS
INVESTIGAÇÃO DE PROBLEMAS
O REAIS AM
SIN R INVESTIGAÇÃO DE PROBLEMAS BIE
EN LA REAIS NT
U E
REG AM
EN
TE
Para que?
ENRIQUECIMENTO EXTRACURRICULAR
EXEMPLO:

ATIVIDADE TIPO I – VISITA AO MUSEU (ALUNO SE INTERESSA POR ARQUEOLOGIA);

ATIVIDADE TIPO II- JUNTO COM PROFESSOR ESPECIALIZADO ELABORA PROJETO DE


PESQUISA ARQUEOLÓGICA DE UM PRÉDIO ANTIGO DA CIDADE COM O OBJETIVO DE
COLETAR, ANALISAR E DIVULGAR OS ACHADOS EM ARTIGO;

INSTRUMENTALIZAÇÃO: CONHECER SOBRE ARQUEOLOGIA; ESCRITA CIENTÍFICA;


PROCEDIMENTOS DE COLETA.

ATIVIDADE TIPO III – PRODUÇÃO DO ARTIGO E APRESENTAÇÃO EM UM CONGRESSO DE


ARQUEOLOGIA.
IMPORTANTE

• Todas as necessidades têm como base o interesse do aluno

• Mapear as habilidades do aluno para ver os suportes necessários

• Definir as aplicações que o aluno fará com o conhecimento


Desenho Universal para a
Aprendizagem
• Conjunto de princípios que constituem um modelo
prático para maximizar as oportunidades de
aprendizagem para todos os estudantes.
• Ajudar educadores a atingir todos os estudantes a
partir da adoção de objetivos de aprendizagem
adequados, escolhendo e desenvolvendo materiais e
métodos eficientes, e desenvolvendo modos justos e
acurados para avaliar o progresso dos estudantes.
DUA
• O DUA tem como finalidade o
desenvolvimento de práticas pedagógicas
que permitam o acesso ao currículo, a
participação e o progresso de todos os
alunos, independentemente das suas
capacidades (CAST, 2012; Quaglia, 2015)
Planejamento
• Definição de quatro elementos essenciais
para organização da prática pedagógica: o
conteúdo, o objetivo, os materiais e
recursos, e a avaliação.
Roteiro de Preparação
1. O conteúdo está sendo apresentado de diferentes
formas?
2. Durante a realização das atividades, são possibilitadas
aos alunos diferentes formas de expressar aquilo que
sabem ou que estão aprendendo do conteúdo?
3. De que forma é possível estimular e despertar interesse
e motivação para o envolvimento dos alunos?
Exemplo atrelado ao DUA
• Imagine dois estudantes ouvindo um poema ao mesmo tempo. O primeiro pode estar
encantado com a linguagem e com as imagens que cria em sua mente, estando
conectado à atividade e ansioso para aprender mais. Um segundo estudante está
cansado e desinteressado, as palavras não significam nada para ele e este inferiu
que poemas são mudos, pois, no momento, está pensando em outra coisa para
ocupar seu tempo. A forma como os dois estudantes respondem e escutam o poema
refletem os resultados de nossas redes afetivas. A boa notícia é que o professor
pode ajudar o segundo estudante a se conectar ao poema e a experiência da poesia
por meio do princípio de engajamento (Rose e Meyer, 2002), primeiro princípio do
DUA que deve embasar a elaboração de uma atividade acessível.
Desafio
Como preparar nossas aulas com
base nos princípios do desenho
universal para a aprendizagem?
Na prática
• No currículo DUA, objetivos produzem mudanças para todos os estudante,
metas da DUA começam com protótipos que refletem o conhecimento e
habilidades de todos os estudantes esforçando-se para e ser cuidadosamente
compreendido e expressado para encorajar múltiplos caminhos de realizá-los.
• No currículo da DUA, professores providenciam materiais em formatos
flexíveis que suporte transformações no conteúdo para suporte de
aprendizado para todos os estudantes.
• Progresso individual: Ensinar bem requer preciso conhecimento de progresso.
“Não há, por outro lado, diálogo, se não há humildade. A pronúncia do mundo,
com que os homens o recriam permanentemente, não pode ser um ato arrogante.
O diálogo, como encontro dos homens para a tarefa comum de saber agir, se
rompe, se seus pólos (ou um deles) perdem a humildade. Como posso dialogar, se
alieno a ignorância, isto é, se a vejo sempre no outro, nunca em mim? Como
posso dialogar, se me admiro como um homem diferente, virtuoso por herança,
diante dos outros, meros “isto”, em quem não reconheço outros eu? Como posso
dialogar, se me sinto participante de um gueto de homens puros, donos da
verdade e do saber, para quem todos os que estão de fora são “essa gente”, ou são
“nativos inferiores”? Como posso dialogar, se me fecho à contribuição dos
outros, que jamais reconheço, e até me sinto ofendido com ela?... Os homens que
não têm humildade ou a perdem, não podem aproximar-se do povo. Não podem
ser seus companheiros de pronúncia do mundo.”
Paulo Freire

Você também pode gostar