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TESTE PALOGRÁFICO

Informações Gerais
Aplicação
Fundamentação Teórica
Análise e Correção
Informações Gerais

 Criado na Espanha por Salvador Escala Milá


 Desenvolvido e divulgado no Brasil por
Agostinho Minicucci
 Teste de personalidade do tipo expressivo
 Fundamentado no comportamento
expressivo e nas técnicas gráficas
 1a. edição brasileira publicada pela Vetor em
1976
Informações Gerais
 Aplicação coletiva ou individual
 Faixa etária – de 8 a ...
 Consiste em fazer traços (palos) verticais,
seguindo um modelo (mesmo tamanho e
distância)
 Aplicação é dividida em duas partes:
 1a. – 2m30s – treino (não é avaliada; desinibe)
 Intervalos de 30 segundos (“Sinal” – traço horizontal)
 2a. – 5m – é avaliada
 Intervalos de 1 minuto (“Sinal” – traço horizontal)
APLICAÇÃO
Material

Folha de aplicação padronizada com os traços iniciais impressos,


disponível em dois tamanhos, grande (36,3 x 27,4 cm) e pequeno
(21,5 x 32,0 cm).
Lápis preto N° 2 bem apontado e Cronômetro.

O aplicador deve dispor de outros lápis, caso quebre a ponta e

necessite ser substituído, bem como de apontador.


A folha de aplicação contém na parte superior um espaço para

identificação do examinando e um lugar para os dados relativos à


avaliação do teste. No lado superior esquerdo estão impressos .na
primeira linha três traços verticais de 7 mm de altura, com um distância
de 2,5 mm entre eles, e, na segunda linha, um traço vertical com um
intervalo de 4 mm entre as linhas.
APLICAÇÃO
Condições Ambientais

O local deve ser tranquilo, com boa iluminação, sem ruídos e em


boas condições de temperatura e acomodação, com uma cadeira e
uma mesa lisa ou carteira, nivelada e sem irregularidades na
superfície para cada examinando.
O teste pode ser aplicado individual ou coletivamente, desde que haja

condições de acomodação para os examinandos e controle por parte


do aplicador. No caso de aplicação coletiva, se o local dispuser de
carteiras do tipo universitário, em que o espaço para a colocação da
folha é pequeno, deve-se usar a folha de aplicação pequena ou ter
disponível uma prancheta de tamanho superior ao da folha grande.
No caso de aplicação coletiva também é conveniente dispor de uma

lousa ou quadro para mostrar o modelo.


APLICAÇÃO
Instruções Gerais
O teste é dividido em duas partes: 1) a primeira constitui uma espécie

de treinamento e adaptação do examinando à tarefa a ser realizada,


com cinco tempos de 30 segundos.
2) A segunda é o teste propriamente dito e é feita com cinco tempos

de 1 minuto.
 Instruções
Antes da aplicação, no caso de uma aplicação individual deve ser

estabelecido um "rapport" com o examinando. Se a aplicação for


coletiva deve-se dar explicações gerais sobre os motivos da aplicação.
Inicialmente pede-se para os examinandos preencherem os dados de

identificação. Embora não haja espaço indicado na folha, pode-se


pedir também para anotar se usam a mão direita ou esquerda para
escrever.
APLICAÇÃO
A seguir devem ser lidas as seguintes instruções:

"Vocês vão riscar nesta folha traços iguais ao modelo impresso.


Vocês vão procurar fazer os traços verticais sempre do mesmo
tamanho, de cima para baixo, do lado esquerdo para o lado direito
da folha e mantendo a mesma distância entre eles, de acordo com
o modelo. Ao chegar ao final (não destacar se é o final da linha, da
margem ou da folha), reiniciem o movimento de riscar na linha de
baixo, seguindo a distância entre as linhas do modelo. Vocês
devem riscar o mais rápido e o mais bem feito possível. De tempo
em tempo, quando eu disser a palavra "Sinal" vocês devem fazer
um pequeno traço horizontal (mostrar um exemplo na lousa "-") e
continuar normalmente, sem interrupção até que eu peça para
vocês pararem. Alguma dúvida? Lembrem que vocês devem riscar
o mais depressa e o mais bem feito possível. Podem começar."
APLICAÇÃO
Começar a cronometrar o tempo e a cada 30 segundos dizer a palavra
"Sinal". Depois dos 5 tempos dizer:

"Podem parar. Façam uma linha abaixo da última linha feita da


margem esquerda até a margem direita da folha."

Dar um intervalo de 2 a 3 minutos entre ala e a 2a partes do teste.


Antes de iniciar a 2a parte, tirar as dúvidas, que eventualmente
ocorreram na primeira parte, e verificar se a tarefa foi realizada
corretamente.
 
Para a 2a parte o examinador deverá dizer:
APLICAÇÃO
 "Vocês vão fazer agora a mesma coisa que fizeram na primeira
parte. Façam traços o mais rápido e o mais parecido possível
com o modelo, risquem de cima para baixo, até eu mandar
parar. Quando eu disser "Sinal" façam um traço horizontal e
continuem a fazer os riscos verticais. Se vocês usarem toda a
parte da frente da página, virem a folha e continuem no verso.
Alguma dúvida? (dar uma pausa). Podem começar."

Começar a cronometrar o tempo e a cada minuto dizer a palavra


"Sinal". No final dos 5 minutos, dizer:

"Podem parar."
 
APLICAÇÃO
Observações

A posição do examinando e da folha, durante a aplicação, deve ser a


mesma que ele utiliza normalmente para escrever, de forma natural e
espontânea.
Caso algum examinando interrompa o teste por qualquer motivo,

deve-se pedir que aguarde e deverá ser feita uma nova aplicação
depois que os outros terminarem.
Se o examinador observar que algum examinando não está seguindo

corretamente as instruções, deixa-se terminar o teste e depois deve


ser feito um reteste.
Se no início da aplicação não for pedido para indicar a mão usada

para escrever, fazer uma anotação nas folhas no caso de


examinandos canhotos.
APLICAÇÃO
Contagem dos Traços

Logo depois de terminada a aplicação pode-se solicitar aos


examinandos para fazerem a contagem dos traços para facilitar o
trabalho posterior de avaliação, dizendo:

"Vocês vão fazer agora uma tarefa que exige muita atenção.
Vocês vão contar quantos traços vocês fizeram em cada intervalo
do teste e anotar o número de traços feitos sobre o traço
horizontal. Quando contarem cada parte comecem sempre do
número um e não pela continuação do total da parte anterior.
Vocês devem contar apenas os traços feitos na 2" parte do teste,
embaixo da linha que vocês fizeram para separar as duas partes.
Não façam marcas ou riscos junto aos traços, que possam
interferir na qualidade ou na avaliação posterior do teste."
APLICAÇÃO
 A contagem dos traços não é obrigatória e contribui para o aumento
do tempo total do teste. Embora Minicucci (1991) afirme que em
estudos realizados sobre a contagem dos traços pelo examinando
e pelo examinador a discrepância tenha sido mínima e não
significativa, sempre que possível essa contagem deve ser
conferida pelo avaliador.
Fundamentação Teórica
 Toda produção gráfica deve ser avaliada a partir de
3 aspectos: adaptativo, expressivo e projetivo
 Adaptativo:
 Adequação à tarefa; correspondência entre idade e sexo
 Expressivo:
 Qualidades propriamente gráficas
 Dizem respeito à forma (“como fez”)
 Projetivo:
 Atribuição de qualidades
 Dizem respeito ao conteúdo (“o que fez”)
Fundamentação Teórica

 O estudo direto da expressão é a abordagem


mais natural para o estudo da personalidade
 O gesto e a escrita refletem um estilo
individual constante e estável
 Na força do movimento se expressa a força
do impulso psíquico (rapidez, tamanho,
pressão, reforço)
 Os movimentos tem características
expressivas e não expressivas (piscar)
Fundamentação Teórica
 A adaptação, a expressão e a projeção
raramente aparecem isoladas
 O Teste Palográfico mede preferencialmente
o comportamento expressivo
 A 1a. parte do teste avalia aspectos mais
adaptativos e instrumentais uma vez que o
sujeito tenta se adequar às instruções
 A 2a. parte avalia aspectos mais
expressivos, na medida que a tarefa vai se
tornando espontânea, menos controlada
Fundamentação Teórica
 “Os músculos de um indivíduo são honestos”
 Quando uma pessoa tenta esconder o que se passa
em sua mente, os músculos faciais, os ombros e a
postura corporal a delatam
 Cada pessoa tem gestos típicos, o que permite
reconhecer uma pessoa à distância
 O mesmo acontece com a escrita
 Existe congruência entre o comportamento
expressivo e as atitudes, traços, valores e
outras disposições da personalidade
Fundamentação Teórica

 A criança quando aprende a escrever, segue


um modelo. Na medida em que amadurece,
adquire características individuais,
mostrando sua individualidade
 É praticamente impossível disfarçar a própria
escrita ou copiar a letra de outra pessoa,
sem que haja a possibilidade de detecção
 “A escrita é o resultado concreto e
permanente do movimento gráfico pessoal”
Fundamentação Teórica

 “Nenhum traço isolado da escrita se repete


com exatidão matemática”
 “A atenção dirigida sobre a escrita diminui a
naturalidade e freia a ação dos impulsos
motores espontâneos” – predomínio da
forma sobre o conteúdo ( deve-se oferecer o
contrário – treino no Palográfico)
 Mudanças na personalidade são
acompanhadas de perturbações na escrita
Fundamentação Teórica
 Regularidade na escrita = resistência, firmeza,
estabilidade, constância, persistência; metódicos,
convencionais, disciplinados, organizados,
pontuais / frieza de sentimentos, vazio interior,
indiferença, rotina; pouco imaginativos, resistentes
às mudanças e novidades
 Irregularidade = vivacidade de sentimentos, paixão,
impulsividade; predomínio da emoção sobre a razão
/ debilidade de vontade, inconstância, versatilidade,
falta de perseverança, desorientação, falta de
método
Fundamentação Teórica

 Sentido psicológico de qualquer sinal gráfico


depende do Ambiente Gráfico (positivo ou
negativo)
 Positivo – movimentos seguem um ritmo
uniforme, mostram ordem e continuidade,
proporção e equilíbrio constantes, ou seja,
refletem harmonia e espontaneidade
 Negativo – quando quase todos os aspectos, os
movimentos e os espaços mostram falta de ritmo,
desordem, desproporção e desarmonia
Fundamentação Teórica

 Considerando que os aspectos


expressivos podem ser observados em
diversos tipos de grafismo (desenho,
escrita, etc.), é possível transpor muitos
dados para a análise do Teste Palográfico
Aspectos Gerais dos Desenhos

 Posição da folha
 Localização
 Tamanho
 Resistências
 Qualidade do grafismo
 Pressão
 Continuidade da linha
 Simbolismo do Espaço
Simbolismo do Espaço
 Folha de papel – ambiente
 Desenho – indivíduo
 Representação da Cruz (Max Pulver – pioneiro – “ a escrita é o
caminho que conduz do Eu ao Tu”
 Síntese dos opostos – compara a escrita à cruz
 4 zonas (alto, baixo, esquerda, direita) – cada uma tem um significado
simbólico
A
E C D
B
 A: consciência supra individual, a intelectualidade, a transcendência
 B: subconsciente, inconsciente; o que é material, físico
 E: introversão, o passado, a ligação com a mãe
 D: extroversão, as relações com a figura paterna, a sociabilidade, a audácia
 E C D: consciência individual, esfera empírica do ego
 C E: relações do ego com o passado; introversão
 C D: relações do ego com o “outro”, com o futuro, com a meta; extroversão
Inclinação
 Relacionado ao simbolismo do espaço
 Para a D – predomínio do sentimento sobre a
razão em proporção à respectiva inclinação
 Quanto mais vertical, mais independente
 Quanto mais inclinada para a D, menos
independente, mais sociável e afetivo
 Quanto mais inclinada para a E, maior
aversão, afastamento e repulsa
 Atenção para CANHOTOS (SINISTRO)
Margens
 Relacionado ao simbolismo do espaço
 Margem Esquerda – passado; introversão;
fixação em períodos mais primitivos do
desenvolvimento, às regras e à segurança
 Margem Direita – ligada às figuras de
autoridade, às situações novas, às metas e
aos objetivos, às mudanças, à capacidade
de se adaptar a mudanças
 Margem superior –capacidade em lidar com
situações sociais e com o controle de suas
reações em um ambiente social
Margens
 Irregularidade na margem D – carência na
capacidade de distribuição do espaço
 Margem D muito ampla – temor ou falta de energia
para realizar um propósito
 Margem E muito ampla – razões estéticas
 Margem E estreita – indiferença pela ordem
espacial em geral
 É mais freqüente que a margem E seja mais
ordenada que a D
 Alargamento progressivo da margem D –
vivacidade e impaciência
 Estreitamento progressivo da margem D –
prudência, reflexão, desconfiança
Distância entre as Linhas
 Envolve o relacionamento interpessoal
 Próximas – desejo de proximidade; de obter mais
rendimento de tempo e de esforço
 Distantes – manter distância; energia que se dissipa
 Muito próximas – desrespeito aos limites; excessiva
proximidade em relação ao outro
 Normal – clareza de idéias, com sentido de ordem e
de distâncias em termos físicos e psicológicos; bom
aproveitamento da energia
Direção das Linhas
 Muito variável (humor)
 Representa um caminho a percorrer, a direção para
um fim (da E para a D)
 Ascendentes – elação; disposição eufórica, de
entusiasmo e de alegria; metas altas; ambicioso
 Descendentes – depressão; teme obstáculos e
dificuldades; pouco ambicioso; propenso à fadiga
 Convexa – inicialmente interessado, perdendo o
entusiasmo gradativamente (“fogo de palha”)
 Côncava – inicialmente sem ânimo, aumentando o
entusiasmo
 Sinuosa – instabilidade; humor variável; indecisão
Tamanho
 Forma como reage às pressões do ambiente
 Informações sobre a auto-estima, auto-
expansividade ou fantasia de auto-inflação
 Pequeno – sentimentos de inferioridade,
inadequação (inibição)
 Grande – sentimentos de expansão e de agressão;
supervalorização compensatória (excitação)
 Quanto menor – menor a valorização de si
 Quanto maior – sentimentos compensatórios
Distância entre os Palos

 Estreita – autodomínio, domínio dos impulsos


momentâneos; impulso egoísta de proteção
pessoal; falta de espontaneidade; introversão

 Larga – mais liberdade; extroversão


Pressão
 Pode-se avaliar a intensidade da pressão pela marca deixada no
verso do papel
 Relacionada ao nível de energia, vitalidade
 Forte – pacientes orgânicos e pessoas extremamente tensas;
ambição, grande energia; forte base intuitiva, mais primitiva e
rude
 Muito forte – rude nas atitudes
 Fraca – sentimentos de inadequação e depressão; baixo nível
de energia; personalidade sensível, delicada, dotada para as
artes
 Muito fraca – personalidade hipersensível, impressionável e com
provável potencial artístico
 Irregular – temperamento instável e pouco persistente
 Tremor – transtorno no SN (intoxicação ou lesão neurológica)
Organização
 Reflexo de como a pessoa pensa, atua, se orienta
no espaço e se organiza no trabalho
 Indica o grau de organização e controle das
tendências e dos processos mentais
 Pode ser observada através da regularidade das
margens, direção das linhas, distância e tamanho
dos palos, etc.
 Ordenada – idéias claras, capacidade de reflexão e
de raciocínio lógico; capacidade de organização no
trabalho e que canalizam bem suas energias,
obtendo um rendimento satisfatório
 Desordenada – dificuldade de organização em
geral; tendem à falta de reflexão e à confusão de
idéias
Velocidade
 Relacionado ao número de palos
 Rapidez – vivacidade dos processos motores,
psíquicos e mentais; atividade, prontidão da
compreensão, da assimilação e da decisão
 Aspectos positivos – necessidade de atividade;
laboriosidade; vivacidade; bom nível intelectual (se bem
feito)
 Aspectos negativos – agitação; fadiga; excitação;
inconsistência
 Lentidão – passividade; dificuldade de
compreensão e assimilação dos problemas novos e
falta de decisão
 Aspectos positivos – tranqüilidade; calma
 Aspectos negativos – inatividade; debilidade da vontade;
obtusidade; apatia
Ritmo
 Dois tipos de força:
 Que limita e inibe – Contração: movimentos de inibição
 Que liberta e desenvolve a criatividade – Relaxamento:
movimentos de liberação
 Está ligada à presença ou ausência de uma certa
harmonia
 Depende do grau de afetividade
 Ritmo normal – estabilidade emocional, constância,
perseverança na conduta e no trabalho, boa
adaptação em relação à vida social, profissional e
familiar
 Regularidade ou irregularidade – avaliada pelo NOR
(Nível de Oscilação Rítmica)
Arpões ou Ganchos

 Agressividade (intransigência e autoritarismo


– formas canalizadas de agressão)
 Quando aparecem na parte superior – estão
ligados às idéias
 Quando aparecem na parte inferior – estão
ligados às coisas materiais

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