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DÚVIDA CARDIOLOGICA:

ANGINA APÓS REVASCULARIZAÇÃO DO


MIOCÁRDIO

R2CM GISLAINE ANTUNES RODRIGUES


PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES APÓS
REVASCULARIZAÇÃO

As principais complicações cardíacas precoces da cirurgia de revascularização do miocárdio incluem:


 Infarto do miocárdio (IM)
 Oclusão do enxerto (com ou sem IM)
 Baixo débito cardíaco devido à disfunção ventricular
 Choque vasodilatador
 Arritmias atriais e ventriculares
 Pericardite
INTRODUÇÃO

 A cirurgia de revascularização do miocárdio é praticada com intuito de aliviar sintomas de angina e


prolongar a vida dos pacientes.
 Anginas que se iniciam após a revascularização em geral estão relacionadas ao procedimento cirúrgico
(problemas técnicos) levando ao fechamento precoce das pontes.
 A angina tardia (após meses da cirurgia) pode ocorrer devido a obstrução aterosclerótica das pontes ou a
progressão da aterosclerose em outros vasos.
 A oclusão precoce (nos primeiros 30 dias após a cirurgia) ocorre em aproximadamente 5 a 10 por cento dos
enxertos de veia safena. Essas oclusões são geralmente trombóticas e relacionadas a problemas técnicos na
anastomose; lesões relacionadas à manipulação durante a colheita
 Aproximadamente 3 a 6 por cento dos pacientes desenvolvem isquemia pós-operatória clinicamente
aparente, manifestada por sintomas isquêmicos, anormalidades isquêmicas significativas no ECG,
instabilidade hemodinâmica e/ou arritmias ventriculares
ABORDAGEM DIAGNÓSTICA

A angina pode apresentar-se estável ou instável e em geral é semelhante com a dor antes da cirurgia.
Porém pode apresentar também: dispneia aos esforços, dor precordial atípica.
Na apresentação aguda deve-se realizar ECG e dosagem de marcadores de necrose miocárdica.

ECG pode apresentar: Cintilografia do miocárdio: Ecocardiografia de estresse:


inversão de onda T Hipocaptação do radiotraçador no estresse em Discinesia
Alterações no segmento ST relação ao repouso em território coronariano Hipocinesia de parede pós
BRE novo Queda da fração de ejeção durante o stress esforço ou durante o estresse
Arritmias malignas Dilatação do VE com Dobutamina
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

 Herpes zoster
 Costocondrite
 Afecções da aorta
 Espasmo esofagiano
ABORDAGEM TERAPÊUTICA

 Para pacientes com angina pouco tempo após a cirurgia, indica-se coronariografia o quanto antes e
tratamento intervencionista com angioplastia dos vasos nativos.
 Pacientes com doença estável e angina tardia podem ter seu tratamento clínico otimizado.
 Assegurar-se que o paciente esteja tomando as medicações corretamente, tenha cessado o tabagismo e
praticado atividade física regular e alimentação adequada. Nesses casos, o tratamento antiaginoso pode ser
suficiente, principalmente para pacientes que evoluíram com estenose coronariana em território não
contemplado na revascularização.
 É preferível a angioplastia a uma nova revascularização
TRATAMENTO CLÍNICO

 Mudança do estilo de vida


 Iniciar estatina de alta intensidade em uso contínuo e objetivar LDL <70 ou 50mg/dL. Ex: Atorvastatina,
Rosuvastatina, Sinvastatina
 Se não atingir as metas com estatina em monoterapia, associar um segundo hipoliemiante, ex: Ezetimiba.
 Na terapia anti isquêmica preferir Carvedilol ou Bisoprolol
 Iniciar antiagregante plaquetário: AAS, Clopidogrel
 Medicações vasodilatadoras: Isossorbida, Nitrato
 Antianginosos: Ivabradina
REFÊNCIAS

 ARANKI, Sary. Early cardiac complications of coronary artery by-pass graft surgery. UpToDate, 2023

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