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Análise de obras do Pas- UnB.

3º SÉRIE.
SUBPROGRAMA 2018 À 2020
OBRA: GUEVARA VIVO OU MORTO
Claudio José Tozzi
 Claudio José Tozzi (São Paulo, São Paulo, 1944). Pintor. É mestre em arquitetura
pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo
(FAU/USP). Em suas primeiras obras, o artista revela a influência da arte pop, pelo
uso de imagens retiradas dos meios de comunicação de massa, como na série de
pinturas Bandido da Luz Vermelha (1967), na qual remete à linguagem das
histórias em quadrinhos.
 O artista trabalha com temáticas políticas e urbanas, utilizando com frequência
novas técnicas em seus trabalhos, como a serigrafia. Em 1967, seu painel 
Guevara Vivo ou Morto, exposto no Salão Nacional de Arte Contemporânea, é
destruído a machadadas por um grupo radical de extrema direita, sendo
posteriormente restaurado pelo artista. Tozzi viaja a estudos para a Europa em
1969. A partir dessa data, seus trabalhos revelam uma maior preocupação com a
elaboração formal e perdem o caráter panfletário que os caracterizava.
 Começa a desenvolver pesquisas cromáticas na década de 1970. Nos anos 80, sua
produção abre-se a novas temáticas figurativas, como é possível observar nas
séries dos papagaios e dos coqueirais. Apresenta também a tendência à
geometrização das formas. Na realização dos quadros utiliza um rolo de borracha
de superfície reticulada, o que agrega novos aspectos às suas obras, como textura
e volumetria. Passa a realizar trabalhos abstratos, nos quais explora efeitos
luminosos e cromáticos. Cria painéis para espaços públicos de São Paulo, como 
Zebra, colocado na lateral de um prédio da Praça da República e outros ainda na
Estação Sé do Metrô, em 1979, na Estação Barra Funda do Metrô, em 1989, no
edifício da Cultura Inglesa, em 1995; e no Rio de Janeiro, na Estação Maracanã
do Metrô Rio, em 1998. Entre as exposições que participou na década seguinte,
destacam-se, em 2000,  Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento, na Fundação
Bienal, em São Paulo e Nave dos Insensatos, no 
Museu da Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP), em
2005.
 Claudio Tozzi inicia a carreira como artista gráfico. Vence o concurso de cartazes
para o 11º Salão Paulista de Arte Moderna, ocorrido em 1962. Em 1963, começa
o curso de arquitetura, concluído em 1968, na Faculdade de Arquitetura e
Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU/USP). Na época, pinta muito. Em
seus trabalhos são encontrados símbolos da sociedade de consumo, que aparecem
como imagens ou objetos. Utiliza sinais de trânsito, bandeiras, letreiros, peças
publicitárias e histórias em quadrinhos, retira-os de seu contexto e atribui-lhes
novos sentidos. É influenciado por Sérgio Ferro (1938), 
Flávio Império (1935-1985) e Maurício Nogueira Lima (1930-1999), em cujas
obras se percebe a convergência entre a cartazista soviética, as vertentes
construtivas e o vocabulário pop com finalidade política. Trabalhos como 
Usa e Abusa (1966) e Paz (1963) são característicos da época.
 A partir de 1967, apropria-se de trechos de histórias em quadrinhos e lhes dá
sentido crítico, sob a influência do artista norte-americano Roy Lichtenstein
(1923-1997), e realiza as telas Até que Enfim (1967) e Bandido da Luz
Vermelha (1967). Ao mesmo tempo, faz trabalhos explicitamente
engajados, como Guevara Vivo ou Morto (1967) e A Prisão (1968). Alguns deles
são mostrados em exposições importantes, como a 9a. Bienal Internacional de São
Paulo, em 1967, e coletivas em Londres e Buenos Aires. Em 1969, passa da
crítica social para a pesquisa de formas, sobretudo da disposição gráfica e
impessoal das figuras. Dessa reflexão, nascem as
séries Astronautas, Presilhas e Parafusos. O curador Fábio Magalhães afirma que
"as diversas abordagens do parafuso correspondem a um processo de reflexão
sobre as possibilidades gráficas e metafóricas de um mesmo tema". 1 Em 1972,
Tozzi realiza o painel Zebra, na praça da República, em São Paulo. Dois anos
mais tarde, cria telas com materiais orgânicos, pigmentos e objetos distribuídos
regularmente em caixas de acrílico. Algumas das obras são exibidas na mostra
Cor/Pigmento/Luz, na Galeria Bonfiglioli, em São Paulo, em 1975. No ano
seguinte, participa da Bienal de Veneza.
 Ainda na década de 1970, cria trabalhos mais conceituais, em que alia a pintura
ao uso de palavras, como em Dissociação das Cores (1974) e Colors (1975), e
realiza paisagens em que a aplicação reticulada de tinta cria zonas de cor

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