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RESUMO EXPANDIDO

GT 2: Gestão da Informação
e do Conhecimento nas
Organizações:

CONTRIBUIÇÃO DO PENSAMENTO ORIENTAL NA


GESTÃO DO CONHECIMENTO

Alexander Willian Azevedo


Doutorando em Ciência da Informação – PPGCI/UFPE
Professor Adjunto – DCI/UFPE
O presente estudo teve como objetivo apresentar o
contexto histórico e teórico da gestão do conhecimento nos
moldes da tradição oriental japonês e chinês. O pensamento
oriental revela ensinamentos além do processo de
aprendizagem para execução de trabalhos e a relação com
a GC, demonstrando a importância da criação do
conhecimento como fator essencial para êxito de gerar
vantagens competitivas.
Percurso Metodológico

O percurso metodológico constou primeiramente


de uma revisão bibliográfica do termo principal, ou seja,
a gestão do conhecimento. Logo após foi feito uma
análise teórica do desenvolvimento e utilização da GC
que se aplica pensamento oriental.
O pensamento oriental e a gestão do conhecimento

Na tradição chinesa, os monges taoístas e


confucionista entendiam que o propósito do conhecimento
era o autoconhecimento, ou seja, deveria ser usado para o
crescimento pessoal, autossatisfação, educação,
sabedoria de levar as pessoas ao aprendizado individual.
O pensamento oriental e a gestão do conhecimento

Esse pressuposto cultural contribuiu para o


desenvolvimento oriental na atualidade, onde a educação e
conhecimento são elementos centrais do sucesso das
organizações, que corroborou para China e o Japão serem
destacadas como potencias econômicas mundiais, líder nas
áreas de pesquisa científica, médica e no desenvolvimento
tecnológico, de acordo com ranking da economia
mundial 2019, divulgado pelo banco mundial (TWB, 2020).
A gestão do conhecimento no contexto chinês Figura 1: guanxi em mandarim

A China apresenta-se na atualidade como um novo ator


com poder econômico, político e militar capaz de
influenciar a geopolítica mundial pós-queda da União
das Repúblicas Socialistas Soviéticas (FIORI, 2007).
Fonte: Dados do estudo (2020).

Nesse prisma, existe uma característica peculiar e


inovador na cultural chinesa no contexto organizacional:
o “guanxi”, que se refere as conexões sociais,
empresariais e organizacionais em rede buscando
alcançar vantagem competitivas.
A gestão do conhecimento no contexto chinês

A dinâmica do guanxi tem relação direta com a gestão


do conhecimento, pois permite que conhecimento seja
gerado, compartilhado/e ou socializado em empresas
chinesas, buscando promover o aprendizado, a confiança
pessoal e melhorar o desempenho empresarial (FU; TSUI;
DESS, 2015).
Gestão do conhecimento no pensamento japonês

A gestão do conhecimento tem diversas abordagens,


metodologias e técnicas, entretanto, os especialistas
em GC japoneses destacam que as pessoas são
detentoras e criadoras do conhecimento, ou seja,
são responsáveis por gerar inovação a partir dos
espaços de compartilhamento.
Gestão do conhecimento no pensamento japonês

A concepção de espaços de compartilhamento


do conhecimento, conhecido como “Ba”, foi
originalmente proposto pelo filósofo japonês Nishida
(1970) e desenvolvido por Shimizu (1995), e pode
ser traduzido para o português como “lugar”,
introduzido na GC por Nonaka e Konno (1996).
Gestão do conhecimento no pensamento japonês

Sob esta perspectiva, Nonaka e Konno (1998) relatam que não há


criação sem lugar, ou seja, o conhecimento não pode ser separado
do “Ba”, pois, do contrário, torna-se informação. Portanto, existem
quatro tipos de "Ba" e cada um deles corresponde a uma etapa do
modelo SECI, que são: (1) socialização; (2) externalização; (3)
combinação e (4) internalização. A conversão dos conhecimentos
parte de quatro modos como demonstrado na Figura 2.
Gestão do conhecimento no pensamento japonês

FIGURA 2: Modelo SECI – Espiral do conhecimento

Fonte: Nonaka e Konno (1998)


Considerações finais

Ao retomar o pensamento oriental na GC, buscou-se


o guanxi e SECI como possíveis modelos dinâmicos que
descrevem as formas de como ocorre o conhecimento
compreendido, quando se leva em consideração as
abordagens contemporâneas realizadas pela gestão que
repensou os modos da produção e do trabalho e, por
extensão, o papel do conhecimento.
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Muito obrigado

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E-mail: alexander.azevedo@ufpe.br

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