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Fundamentais
Robert Alexy
Níveis de argumentação
Níveis de argumentação
• Embora não sejam possíveis teorias morais substanciais que forneçam a cada questão
moral uma única resposta com certeza intersubjetiva conclusiva, são possíveis teorias
morais procedimentais, que elaborem as regras e as condições da argumentação e da
decisão racional prática
• Teoria do discurso prático racional é uma versão de uma teoria moral procedimental
• vantagem da teoria do discurso: suas regras, enquanto regras da argumentação
prática racional, são mais fáceis de se serem fundamentadas que as regras morais
materiais
• É necessário associar a teoria moral com a teoria do direito
=> Essa associação de faz pelo modelo procedimental de 4 níveis: (1) o discurso prático
geral; (2) o processo legislativo; (3) o discurso jurídico; e ( 4) o processo judicial.
Teoria da Argumentação Jurídica 5ª ed.
Apresentação à Edição Brasileira – Cláudia Toledo
• A diferença entre o discurso prático racional e o discurso jurídico é que este está vinculado ao direito vigente
(direito objetivo contido na totalidade do ordenamento jurídico)
• O discurso jurídico é racional por se submeter à pretensão de correção discursivamente obtida; é especial por
se subordinar à lei, à dogmática e aos precedentes (ausentes no discurso prático racional). O discurso prático
geral constitui o fundamento do discurso jurídico
• A pretensão de correção do discurso jurídico não diz respeito à exigência de racionalidade do ponto de vista
material, mas à racionalidade da argumentação jurídica
3. Argumentação e decisão
3.2 A base da argumentação no âmbito dos direitos fundamentais
• As duas regras principais para a utilização de precedentes são: (1) Se é possível utilizar um
precedente favorável ou contrário a uma decisão, ele deverá ser utilizado; (2) Aquele
que pretende afastar o precedente tem o ônus argumentativo para tanto.
▪ Força do precedente: aplicação reiterada e extensão a novos casos
▪ Tribunal: rede de normas relativamente abrangente e densa
▪ a força vinculante das regras de decisão é apenas prima facie: pode ser abandonada se
forem apresentadas razões suficientes para tanto
▪ Por trás do sistema de regras de decisão, os princípios mantêm sua vigência
▪ O Tribunal também decidiu que o sistema de normas de direitos fundamentais é um
sistema aberto em face das exigências dos princípios => os precedentes contribuem para a
segurança na argumentação no âmbito dos direitos fundamentais mas não são suficientes
para o controle racional da fundamentação nesse âmbito
3. Argumentação e decisão
3.2 A base da argumentação no âmbito dos direitos fundamentais
3.2.3 Teorias materiais dos direitos fundamentais
• Alexy confirma a correção da tese segundo a qual as teorias materiais são teorias de
princípios
• Mas qual teoria de princípios é a correta?
• Três são os tipos de teorias de princípios:
1) aquelas que, em essência, se baseiam em um princípio de direito fundamental;
2) aquelas que partem de um conjunto de princípios de mesma hierarquia; e
3) aquelas que, embora partam de um conjunto de princípios de direitos fundamentais,
procuram criar uma certa ordem entre eles.
3. Argumentação e decisão
3.2 A base da argumentação no âmbito dos direitos fundamentais
3.2.3 Teorias materiais dos direitos fundamentais
• Uma teoria material dos direitos fundamentais que estabeleça a solução para todos os
casos no âmbito dos direito fundamentais não é algo viável. Não se pode exigir dela
mais que a estruturação, no maior grau de racionalidade possível, da argumentação
de forma substancialmente aceitável.
• Esses requisitos são satisfeitos por uma teoria dos princípios que contenha um
conjunto de princípios de direitos fundamentais e que os organize em uma ordem
flexível a partir de precedências prima facie a favor dos princípios da liberdade
jurídica e da igualdade jurídica.
• As precedências prima facie não excluem a possibilidade de sopesamentos,
necessários em virtude da própria estrutura dos princípios. Elas contêm apenas uma
regra de solução para o caso de um impasse argumentativo, que pode surgir no
processo de otimização.
3. Argumentação e decisão
3.3 O processo da argumentação no âmbito dos direitos fundamentais
• As reflexões sobre a base da argumentação no âmbito dos direitos fundamentais estavam voltadas
à questão da controlabilidade racional dessa argumentação.
• Conclusão: a partir dessa base, a determinação e a estruturação da argumentação nesse âmbito
ganham em racionalidade, mas também a extensão e a força do controle que daí decorrem são
limitadas.
• Uma considerável lacuna de racionalidade permanece => preenchida pelo processo da
argumentação no âmbito dos direitos fundamentais: o discurso de direitos fundamentais
• Como a argumentação no âmbito dos direitos fundamentais é determinada apenas de forma
incompleta por sua base, a argumentação prática geral torna-se um elemento necessário do
discurso nesse âmbito.
• Isso significa que o discurso no âmbito dos direitos fundamentais, como o discurso jurídico em
geral, compartilha da insegurança quanto aos resultados, característica do discurso prático geral.
Por isso, a abertura do sistema jurídico, provocada pelos direitos fundamentais, é inevitável. Mas
ela é uma abertura qualificada.
3. Argumentação e decisão
3.3 O processo da argumentação no âmbito dos direitos fundamentais