Você está na página 1de 20

Sensações, sentimento e

sensações
Histórico

A exploração das sensações na Psicologia iniciou-se com Wundt, na Alemanha do século XIX, com a instalação do
Laboratório de Psicologia Experimental na Universidade de Leipzig. O laboratório tinha como proposta realizar
experimentos na área de Psicofisiologia. Nele, Wundt desenvolveu a concepção de paralelismo psicofísico. Segundo
este conceito, aos fenômenos mentais correspondem fenômenos orgânicos (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2008)1 .
Polster e Polster (2001) defendem a importância do trabalho de Wundt para o cenário psicoterapêutico, levando em
consideração as sensações como suporte básico. Entretanto, para eles o problema foi que a pesquisa de Wundt
nunca teve o toque humanista que atrairia o psicoterapeuta
Sensações
• As sensações podem ser definidas como a impressão causada em um
órgão receptor através de um estímulo (interno ou externo). Portanto,
a sensação é um fenômeno puramente perceptual, basicamente uma
atividade dos sentidos (RIES, 2004; REEVE, 2006).
Equívocos
• Ries (2004) defende que há um erro de compreensão sobre o termo
sensação. Tal erro é causado pelo uso indevido do termo no senso
comum. “Quando o leigo diz que teve uma sensação, ele está se
referindo, muitas vezes a uma intuição” (RIES, 2004, p.51-52).
Sentimentos
• No que tange aos sentimentos, estes são fenômenos muito mais
complexos que as sensações. Os sentimentos possuem uma
característica que vai além do alcance das sensações: possuem uma
avaliação pessoal e uma tentativa de encaixe de um acontecimento
específico em um esquema mais amplo das próprias experiências do
sujeito. As sensações, por outro lado, podem ser aceitas sem a
exigência desse senso de encaixe (POLSTER; POLSTER, 2001).
Sentimento
• LeDoux (2007) aponta que para o sentimento ocorrer é necessário a
existência de três componentes processuais eliciados pela emoção: a
representação do estímulo emocional, a recuperação de significados
associados a esse estímulo e a percepção consciente de estados do
corpo. Para o autor, sentimentos são emoções conscientes. A
conscientização da emoção é, portanto, a condição que distingue o
sentimento.
Emoções
• Com relação às emoções, estas são muito mais complexas do que
inicialmente aparentam ser. Reeve (2006) enfatiza que todos, a
princípio, conhecem as emoções como sentimentos. O autor explica
que isso ocorre porque o aspecto sentimento de uma emoção tem
destaque na experiência do indivíduo. O sentimento é um dos
componentes da emoção, inserindo-se como experiência subjetiva
(SCHERER, 2005; REEVE, 2006).
Emoções
De acordo com Bock, Furtado e Teixeira (2008), as emoções são expressões de
afeto acompanhadas de reações intensas e breves do organismo em resposta a um
acontecimento inesperado ou, às vezes, muito aguardado, fantasiado. Nas
emoções é possível observar a relação entre os afetos e a expressão corporal. As
reações orgânicas presentes na emoção fogem ao controle do indivíduo. Os
autores citam que “podemos ‘segurar o choro’, mas não conseguimos deixar de
‘chorar por dentro’, sentindo aquele nó na garganta. Às vezes até tentamos, mas
não conseguimos segurar duas ou três lágrimas que escorrem, traindo-nos e
demonstrando nossa emoção” (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2008, p. 167). Eles
ainda expõem que todas as reações orgânicas relativas à emoção são importantes
descargas de tensão. Portanto, de acordo com esses autores, a emoção é um
momento de tensão em um organismo, e as reações orgânicas são descargas
emocionais.
Cinco componentes da emoção
• Scherer (2005) aponta a existência de cinco componentes para que
haja um estado emocional:
1. Cognição
2. Sintomas físicos (componentes neurológicos),
3. Motivação
4. Expressão motora
5. Experiência subjetiva ou sentimento.
Cognição
• O componente cognitivo da emoção avalia os objetos e eventos que
se manifestam no mundo externo.
Sintomas físicos
• O componente neurofisiológico surge para a regulação do organismo.
Motivação

• A função do componente motivacional é preparar e direcionar ações


Expressão motora
• A expressão motora manifesta a reação e sua intenção
correspondente
Experiência subjetiva ou sentimento.
• A experiência subjetiva monitora o estado do organismo frente à sua
interação com os eventos e objetos.
Ainda sobre emoção
• Reeve (2006) complementa que as emoções são multidimensionais e
envolvem fenômenos subjetivos, biológicos, sociais e geralmente há
um propósito. Entretanto, nenhuma dessas dimensões em separado é
capaz de definir adequadamente a emoção.
Os fenômenos subjetivos
• Os fenômenos subjetivos despertam um sentir de determinado modo
(raiva, alegria).
Reações biológicas
• As reações biológicas são respostas mobilizadoras de energia que
preparam o corpo para se adaptar às diversas situações que o
indivíduo tenha que enfrentar.
Desejo motivacional
• A emoção cria um desejo motivacional para se fazer algo que, sem
ela, não faríamos (combater um inimigo, protestar, abraçar), e a isso
denomina-se agente de propósito.
Os fenômenos sociais
• Os fenômenos sociais surgem ao emitirmos sinais (faciais, posturais e
vocais) que comunicam aos outros a qualidade e intensidade de nossa
emoção.

Você também pode gostar