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Caros acadêmicos!

A disciplina de Técnica e Gêneros de Escultura oportunizará


o conhecimento sobre as esculturas no decorrer do tempo,
mostrando aspectos estéticos, históricos e culturais que as
diferenciam.
Aproveitem!
Técnica e Gêneros de Escultura
A Escultura na Arte
A escultura é a arte das representações,
é a arte de transformar matéria bruta,
madeira e pedra em formas espaciais
com significado.

Algo muito usado na arquitetura é


conhecido como relevo e pode ser
percebido como alto e baixo relevo.
Vejamos a seguir.

O Pensador; RODIN, A Museu Rodin, 1904, Escultura em bronze Paris.


Alto-relevo: nos
remete à impressão que
as esculturas se
destacam do fundo,
onde o escultor
removeu bastante
material, evidenciando
o tridimensional.
Escultura em alto-relevo sobre Afonso de Albuquerque
Baixo-relevo: quando for
um desenho com pouco
volume em que se destacam
quase inteiramente do plano
de fundo.

'Apolo cavalgando Pégaso preside ao Conselho das


Musas’ Leopoldo de Almeida, 1957,
Escultura/baixo-relevo.
Definição de Escultura:
Primeiramente temos que considerar uma diferença
importante entre a pintura e a escultura, vejamos:

Na pintura se trabalha com a simulação espacial, pois o


quadro possui duas dimensões, altura e largura e a ideia da
terceira dimensão se dá pela dimensão que é a profundidade
dada pela perspectiva.

Já a escultura, como também a arquitetura, possui três


dimensões: altura, largura e profundidade, em que uma
estátua pode ser observada de diversos ângulos, ou seja,
possui um volume, não apresenta somente uma superfície
como um desenho, mas um conjunto de superfícies, podendo
ser planas, curvas, onduladas, ásperas etc.
Técnicas de Escultura:
As primeiras esculturas foram feitas de pedra, argila e madeira, sendo que a

escolha dos materiais também implicará na técnica a se utilizar. Vamos iniciar

com as técnicas: modelagem, construção, fundição e talha.

Modelagem: podemos
definir como o ato de
moldar, ajustar, o
acréscimo de materiais,
barro, argila,
transformando materiais
maleáveis em objetos
tridimensionais.
Técnica da modelagem em argila
Construção: é a
Fundição: consta como o junção de vários
preenchimento de elementos, que nos
materiais, como cera, remete à solda de
cimento, gesso, silicone, materiais para então
bronze. criar uma forma
completa.

Talha: é um trabalho
minucioso, que requer
tempo e esforço. É a
ação de esculpir com
ferramentas
adequadas, até obter a
forma desejada.
Técnica do entalhe em madeira.
Materiais na Escultura
Os materiais são os mais diversos: madeira,
pedra, gesso, argila etc. Em pedras, temos
mármores, pedras calcárias e granitos. Nos
metais, temos bronze, cobre, ouro e prata.

Escultura em gesso Escultura em madeira em talha Escultura em pedra sabão


Na escultura, sua representação também é importante,
podendo ser figurativa ou abstrata:

Figurativo: o conceito de
realismo tem a ver com o
figurativo. Na escultura, o
realismo é quando o artista
recria a forma como a natureza
é, com todos os seus detalhes.

Presépio por Bernardinus Indisur (1567) na


Igreja de San Bernardino, Verona, Itália.
Abstrato: não possui uma identificação
com o mundo concreto. Está ligado aos
elementos formais de composição, cores,
linhas e formas.

Ensaios não destrutivos, Ana Holck- 2010 Acrílico e concreto pré-moldado


Os principais gêneros da escultura são:

 Gênero Mitológico.
 Gênero Religioso (subgêneros: cerimonial e funerário).
 Gênero Alegoria.
 Gênero Retrato.

Vejamos a seguir um pouco mais sobre cada gênero.


Gênero Mitológico representa os mitos
e crenças e está relacionado com as
divindades e heróis da antiga Grécia.
Exemplos: as esculturas de Atlante,
Cariátide, Herma.

Cariátide Atlante no Tribunal de Wooster Herma Hermes Getty Villa


Gênero Religioso está ligado aos
conceitos religiosos de uma cultura, que
se manifesta em dois subgêneros:
cerimonial e o funerário. O cerimonial é
relacionado às esculturas usadas em
rituais e cerimônias, um exemplo é a
estátua de roca. O funerário relaciona-se
aos elementos escultóricos voltados para
o mortuário, temos a efígie.

Cristo flagelado e escarnecido, Ricardo


Pormenor do túmulo de Margarida de
André Frantz, 2006, imagem de roca
Áustria, Conrad Meit,em Bourg-en-
pertencente ao Museu de Arte Sacra de
Bresse, 1550. Escultura em bronze
Pernambuco
Gênero Alegoria: é a
representação de um
pensamento, um ideal ou
um conceito
por meio da forma
figurada.

Estátua Equestre do Marquês de Marialva.


Celestino Alves André, 1999, estátua em
bronze.
Gênero Retrato: é a imagem
de um indivíduo como forma
de perpetuar
suas feições. O subgênero do
retrato é o autorretrato, em
que o artista se personifica na
escultura.

Busto de César Augusto.


Máscara Mortuária: algo curioso
que pode acontecer é uma escultura
pertencer a mais de um gênero, como
é o exemplo da máscara mortuária,
que pertence tanto ao gênero
religioso como ao gênero retrato, que
era feita para perpetuar a imagem do
morto.

Máscara mortuária
Agamenon, 1.500 a 1.550
A.C., máscara funerária
de ouro.
ESCULTURA CHINESA
O jade para os chineses é a pedra preciosa mais bela, dotada
de virtudes, entre elas, a sabedoria e a bondade. O jade é uma
rocha cristalina, translúcida, de brilho vítreo, compacta, de
várias cores, do conhecido branco leitoso, passando pelos
verdes, azuis, amarelos, vermelhos até os pretos.

Escultura em jade verde.


ESCULTURA INDIANA
Tem como princípio a religiosidade, sendo três as principais
formas de religião: o Budismo, o Hinduismo e o Janismo.
Os relevos são narrativos e muitos contam a história de
Buda. A representação de Buda era por meio de símbolos.

Buda em mármore branco.


ESCULTURA AFRICANA
Tem a religião como base para a sua arte. A atitude religiosa
está na veneração dos mortos e a crença nos espíritos da
natureza. As máscaras e esculturas fazem uma espécie de
entremeio ente o homem e as entidades sobrenaturais.

Escultura de Madeira Africana.


ESCULTURA PRÉ-COLOMBIANA
As manifestações mais interessantes são os seus relevos e as
esculturas, principalmente dos olmecas, astecas e maias.

Olmeca: é conhecida pelas cabeças


gigantes, que podem chegar a medir
entre 2 e 3 metros de altura e 6 a 25
toneladas. Os artistas utilizavam em
sua arte, argila, pedra e madeira e
também na forma de pinturas
rupestres.

Cabeça olmeca, 900 a.c em


pedra de basalto.
Asteca: as esculturas tinham uma grande expressividade e
eram bem acabadas. Os escultores usavam basalto, pedras,
ouro e cerâmica para a confecção das esculturas. Sua
representação mais famosa é o relevo da pedra do sol.

Escultura em pedra vulcânica


representando o deus asteca do fogo Escultura asteca
(século XV).
Maia: os maias tinham um estilo mais
naturalista. Produziam as figuras
humanas como também as
relacionadas aos símbolos religiosos,
que tinham a finalidade de embelezar
os locais. Os materiais mais utilizados
eram a pedra, gesso e a madeira. Uma
vertente importante são os relevos que
representam personalidades
importantes comprimidas nos limites
da pedra.
Escultura Maia em Terracota.
Períodos históricos:
ESCULTURA
Pré-história
Paleolítico Superior: a escultura destaca animais e figuras
femininas. Não há presença de figuras masculinas. Muito da
escultura também está nos relevos de rochas. As manifestações
escultóricas mais importantes são as Vênus Esteatopígicas.

Escultura Rupestre intitulada Vênus de Willendorf,


elaborada com calcário constituído de oólitos.
Caverna de Lascaux, França.
Neolítico: o homem constrói os menires e dólmens para uso
de túmulos ou espaços cerimoniais. As esculturas neolíticas
são pequenas figuras de animais e humanos. As Vênus
Esteatopígicas prevalecem. Desenvolve-se a cerâmica e os
metais.

Escultura Neolítica; Escultura Neolítica em Bronze, Museu Pigorini, Roma.


Mesopotâmia: destacam-se os zigurates. A abundância
de argila permitiu a produção de tijolos (o adobe) e os
tabletes de argila para a escrita cuneiforme. Vários povos
ocuparam a região da Mesopotâmia e todos contribuíram
para a arte escultórica.

Zigurate de Ur, na província de Dhi Qar, no Iraque.

Rainha da Noite, Antiga Deusa da Mesopotâmia,


escultura em pedra.
Arte Suméria: a escultura votiva resultou em formas
híbridas de animais e figuras femininas. Figuras
masculinas e femininas são representadas em oração. Os
Gudea são esculturas voltadas para os santuários. Outra
manifestação escultórica importante são os relevos.

Gudea, Príncipe do Lagash Venerador Sumério


Arte Assíria: as figuras masculinas e femininas possuem
o destaque para a musculatura. Uma das esculturas mais
importantes são as figuras híbridas de touro e homem
nas entradas e palácios. Os relevos idealizam cenas
religiosas, de caça e guerra.

Guerreiros assírios retratados em escultura em relevo.

Baixo-relevo com touro alado com cabeça humana.


Arte Persa: poucas manifestações escultóricas em forma
de estatuetas. A escultura está nos relevos, que
enfatizam as glórias do rei e do seu império. Destaque
para os relevos em pedra do palácio de Persépolis e os
relevos em tijolos esmaltados do palácio de Susa.

Persépolis: Esculturas em relevo simbolizam oferendas ao rei.


Escultura no Egito: a escultura egípcia se manifesta por
meio do gênero religioso, com os subgêneros cerimonial e
funerário na representação da divindade: seja de deuses ou
monarcas. Algumas características mais marcantes eram o
realismo, a frontalidade, simetria, como também os relevos.
No último período, as esculturas passam a ser mais realistas.

Nefertiti – Escultura
Máscara em ouro maciço do faraó Tutankamon.
Escultura grega: divide-se em arcaica, clássica e helenística. A
escultura arcaica tem relação com a escultura egípcia, pelas
características: frontalidade e simplificação. No clássico, o
gênero é mitológico. Destaque para a escultura clássica é o
realismo baseado no idealismo heroico. Já no período
helenístico a escultura se torna mais naturalista e se transfere
para o drama: as ações e atitudes são reveladas, a anatomia é
mais específica.

Discóbolo: exemplo de Vênus de Milo.


escultura grega antiga.
Neoclassicismo: retoma a cultura helenística clássica
grega com base nas ideias da razão com sensibilidade.
Os gêneros da escultura são: o mitológico e a alegoria. O
escultor referência desse período é Antonio Canova.

William Wetmore Story: Cleópatra, 1858-


69. Metropolitan Museum of Art.

François Rude: A Marselhesa,


1833. Arco do Triunfo de Paris.
Romantismo: era contrário ao racionalismo e em favor
de um nacionalismo, voltado para o drama e os ideais
utópicos. Seus escultores: François Rude e Jean-Baptiste
Carpeaux. A escultura romântica não se afastou muito
dos monumentos funerários, como também da estátua
equestre e decoração arquitetônica.

A marcha dos voluntários de 1792.


Impressionismo: inspira a escultura, com os
conceitos de luz e sombra, a visualização da
escultura em vários ângulos e a obra inacabada. O
escultor dessa época é Auguste Rodin.

A porta do inferno,
Auguste Rodin, 1880–1917 O beijo, Auguste Rodin, 1882–
em Bronze, Reboco. 1889, obra em Mármore.
Balzac,Auguste Rodin,
1891–1897 em Bronze.
Bons estudos!

Docente: Tatiane Jeruza Odorizzi


Tutora: Franciele Alves Iglicoski
Curso: Artes Visuais
Uniasselvi
Referências
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paleolítico e neolítico. Brasil Escola. Disponível em:
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 http://cavalonet.com/pt/noticias/noticias2.php?id=71

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