Você está na página 1de 31

FARMÁCIA HOMEOPÁTICA

São Luís
2017
Conceito de doença natural e artificial
Como são preparados os medicamentos homeopáticos
Fontes dos medicamentos
Insumos e seus tipos
Escalas
FARMÁCIA HOMEOPÁTICA
• Em Homeopatia, são chamadas de medicamentos as
substâncias administradas repetidamente a seres humanos
saudáveis e que provocam o aparecimento de sintomas físicos
e mentais.

Ex: Quina- Sinais e sintomas da malária

Ex: Alium cepa- irritante de mucosa


• O doente apresenta uma “enfermidade natural”. O
medicamento provoca uma “enfermidade artificial”.

• Além de encontrar o método experimental para descobrir


medicamentos, Hahnemann encontrou também um novo
método para prepará-los: a Dinamização.
FARMÁCIA HOMEOPÁTICA
• Doses mínimas, chamadas doses infinitesimais, posto que se
submete a substância original a diluições sucessivas
indefinidamente.

• Entre cada diluição Hahnemann também agitava vigorosamente


o medicamento, sendo este ato chamado de sucussão.

• O conjunto Diluição + Sucussão é chamado Dinamização.


FARMÁCIA HOMEOPÁTICA
• FONTES:

Os medicamentos homeopáticos têm origem nos três reinos da natureza: vegetal, animal e
mineral.

• Reino vegetal: contribui com o maior número de medicamentos homeopáticos. No preparo


podem ser usadas plantas inteiras ou apenas suas partes (flores, folhas, frutos, sementes...).
Há condições ideais para o plantio e colheita, respeitando-se sempre a maneira original da
composição do medicamento.

• Reino Animal: podem ser utilizados animais inteiros ou produtos de origem animal,
secreções fisiológicas ou mesmo patológicas.

• Reino Mineral: podem ser utilizados sais, metais, ácidos, bases...


FARMÁCIA HOMEOPÁTICA
• Alguns exemplos de Medicamentos Homeopáticos e suas
fontes:
VEGETAL
• 1. Plantas inteiras. Ex: Pulsatilla (anêmona dos ventos), Rhus
toxicodendron (Hera-venenosa- Tratamento de problemas respiratórios, distúrbios
menstruais e emocionais, entre outros.

• 2. Partes de plantas. Ex: Allium cepa (cebola), Belladonna...


FARMÁCIA HOMEOPÁTICA
• ANIMAL
1. Animais inteiros. Ex: Apis mellifica (abelha), Formica rufa
(formiga)... - reação da picada da abelha, ou seja, inchaço e vermelhidão na pele e urticária.

2. Secreções normais. Ex: Lachesis (veneno da cobra surucucu), Lac


caninum (leite de cadela), Sepia (tinta de um molusco)...

3. Produtos patológicos. Ex: Medorrhinum (corrimento da


gonorréia), Malandrinum (crosta do casco do cavalo)...
FARMÁCIA HOMEOPÁTICA
• Mineral
1. Naturais. Ex: Ferro (Fe), Enxofre (S), cloreto de sódio (NaCl)
2. Artificiais. Ex: Hepar sulphuris (CaS), Causticum...

Os estabelecimentos que comercializam os medicamentos são as


farmácias homeopáticas que devem funcionar sob a
responsabilidade de um farmacêutico com especialização em
Homeopatia.
FARMÁCIA HOMEOPÁTICA
• Allium cepa
• Agravação ao entardecer e à noite; em quarto quente, com o calor; • Fotofobia;
• Dor em ´membro fantasma´; • Inflamação catarral de membranas mucosas com aumento de
• Sensação de aspereza e sensibilidade anal; secreção;
• Sensação de obstrução da respiração; • Lacrimejamento abundante;
• Sensação de plenitude, peso. • Laringite;
• Cólica (molhar os pés, por comer demais, hemorroidária); cólicas gasosas, • Laringite catarral;
com dores cortantes que obrigam a dobrar-se;
• Neurite traumática crônica;
• Congestão da mucosa, nariz;
• Nevralgia do toco após amputação, com dores ardentes e
• Coriza primaveril após contato com vento, corrói o nariz e o lábio
superior;
ferroantes;
• Descarga aquosa e acre pingando da ponta do nariz; • Olhos ardentes, mordejantes, pungentes como por fumaça,
• Dor de cabeça que cessa durante a menstruação, retorna com o fim do precisa esfrega-los;
fluxo; dor de cabeça catarral; • Otalgia produzindo zumbidos;
• Dor na garganta, irradiando para ouvidos; • Pés com pontos doloridos e em carne viva, especialmente
• Dores (como um longo fio), na face, cabeça, pescoço, tórax; nos calcanhares (por atrito);
• Espirros violentos ao levantar-se da cama; • Rouquidão;
• Expectoração de muco branco (mais à noite); • Tosse que compele a agarrar a laringe, como se estivesse
• Flatulência extrema; sendo dilacerada; espasmódica, ruidosa, severa.
FARMÁCIA HOMEOPÁTICA
Constituição dos medicamentos homeopáticos:

• Drogas ou fármacos: matéria prima de origem vegetal, mineral ou animal.

• Insumos ativos: Droga, Fármaco ou Forma Farmacêutica utilizado para a


preparação do medicamento.

• Insumos inertes: usados como veículo. Utilizados para realizar diluições,


incorporar as dinamizações e extrair princípios ativos das drogas na
elaboração da Tintura-Mãe.
FARMÁCIA HOMEOPÁTICA
• Drogas ou fármacos:

REINO VEGETAL:
• Identificação botânica
• Parte ou partes utilizadas
• Condições de coleta: seleção, época, local, condições ambientais, técnica.
• Tratamento do material: secagem, estabilização, fragmentação,
conservação
• Controle de qualidade: autenticidade, integridade e pureza (material fresco,
seco e/ou pó)
FARMÁCIA HOMEOPÁTICA
REINO ANIMAL:
• Identificação zoológica: animal inteiro, partes ( orgão sadio) e
produtos patológicos , secreção.

• Condições de coleta: idade, estado, época, animal vivo ou


morto, animal silvestre ou animal de cativeiro.

• Controle de qualidade: citológico, toxicológico, bioquímico,


patológico.
FARMÁCIA HOMEOPÁTICA
• REINO MINERAL
• Determinação química: química analítica
• Natureza da droga: sintética ou natural
• Local da coleta
• Controle de qualidade:
- Qualitativo: reações de caracterização
- Quantitativo: doseamento
FARMÁCIA HOMEOPÁTICA
• Reino Fungi
• Colônias puras

• Reino monera
• Bactérias, cianobactérias, toxinas e produtos fisiológicos

• Reino protista
• Protozoários e algas
FARMÁCIA HOMEOPÁTICA
• Insumos inertes : veículos ou excipientes

• Excipientes:
É utilizado para fornecer sabor e odor agradável à
FLAVORIZANTE preparação. Além dos flavorizantes naturais listados,
muitos outros sintéticos são usados.

EDULCORANTE É usado para conferir sabor doce a preparação.

Usado em preparações liquidas e semi-sólidas para


prevenir o crescimento de fungos. A eficácia dos
CONSERVANTE ANTIFÚNGICO
parabenos e geralmente aumentada se forem
associados.
FARMÁCIA HOMEOPÁTICA
INSUMOS INERTES:
• Fazem parte integral do medicamento homeopático
• Atendem as condições de pureza exigidas pelas farmacopéias.
• Definição: Substância complementar, de natureza definida,
desprovida de propriedades farmacológicas ou terapêuticas,
nas concentrações utilizadas, e empregada como veículo ou
excipiente na composição do produto final.
INSUMOS INERTES
• Função:
• 1) Diluir o medicamento até à concentração desejada.
• 2) Solubilizar os insumos ativos adequadamente.
• 3) Servir de veículo e facilitar a administração do
medicamento.
INSUMOS INERTES
• ÁGUA PURIFICADA
Hahnemann recolhia água da chuva ou de neve derretida e
destilava em alambiques de ferro somente para esta finalidade.
Hoje a água é produzida a partir de água potável por destilação,
bidestilação, desionização com filtração esterilizante ou por
osmose reversa.
INSUMOS INERTES
• GLICERINA BIDESTILADA
• Clara, incolor, consistência de xarope, odor característico e
sabor doce, seguido de sensação de calor.

• Emprega-se nas tinturas homeopáticas preparados a partir de


órgãos e glândulas de animais superiores.
INSUMOS INERTES
• LACTOSE
• Pó cristalino branco, inodoro, com leve sabor doce. É estável ao
ar, mas absorve odores facilmente.
• Deve ser conservada em recipientes bem fechados.
• É usada como excipiente no preparo das triturações de
substâncias insolúveis e venenos;
• na compressão de tabletes e comprimidos; na preparação de
papeis.
INSUMOS INERTES
• SACAROSE
Cristais ou massa de cristais, incolores ou brancas, ou pó
cristalino branco, inodoro, com sabor doce característico, estável
no ar.
Seu pH é neutro, deve ser estocado em recipientes bem
fechados.
É utilizado na produção de glóbulos inertes.
INSUMOS INERTES
GLÓBULOS INERTES
• São pequenas esferas, homogêneos e regulares, brancos,
praticamente inodoros e de sabor açucarado, constituídos de
sacarose.
• Facilmente solúveis em água, quase insolúveis em álcool.

MICROGLÓBULOS INERTES
• São pequenas esferas, muito menores do que os glóbulos,
homogêneos e regulares, brancos, praticamente inodoros e de sabor
açucarado, constituídos por amido e sacarose devem pesar
aproximadamente 100μglób= 0,063g, testes idem a glóbulos.
INSUMOS INERTES
COMPRIMIDOS INERTES
• Os comprimidos inertes utilizados em Homeopatia são
pequenos discos obtidos pela compressão da lactose ou uma
mistura de lactose e sacarose.
• Apresentam-se na forma discóide, homogêneos e regulares,
com peso compreendido entre 100 e 300mg, brancos,
inodoros e de sabor levemente adocicados. Devem ser
acondicionados em recipientes bem fechados.
INSUMOS INERTES
• INSUMO INERTE – USO EXTERNO
• Géis: Dispersões coloidais, de aspecto homogêneo,
predominantemente hidrofílicas polímeros hidro dispersíveis.
• Géis – Creme: São preparações impulsivas cuja viscosidade é
dada, principalmente, por polímeros hidro dispersíveis.
• Apósitos Inertes: (gaze e outros)
• Excipientes para linimentos (óleos)
• Excipientes para pomadas (petrolatos)
Dinamização
• O Método Hahnemaniano é também chamado de método dos frascos
múltiplos, pois para cada nova diluição e sucussão utiliza-se um novo
recipiente. Trata-se do método original, criado por Hahnemann. É identificado
pela letra “H”.

• A proporção entre substância (soluto) e a solução de água e álcool (solvente) é


chamada “escala”. Para o método hahnemaniano usam-se habitualmente duas
escalas:

A centesimal hahnemaniana (CH)


A cinquenta milesimal (LM)
A CENTESIMAL HAHNEMANIANA (CH)
• A CENTESIMAL HAHNEMANIANA (CH)

• Dilui-se uma parte da tintura-mãe em 99 partes de solução água/álcool, agita-se cem


vezes a mistura com movimentos verticais (sucussões), obtendo-se assim a primeira
dinamização na centesimal hahnemaniana ou CH 1.

• Dilui-se, então, uma parte desta CH 1 em outro frasco contendo 99 partes de


água/álcool, sucussiona-se cem vezes e obtém-se a 2ª potência centesimal
hahnemaniana ou CH 2.

• Proceder assim até a potência desejada, sempre diluindo na proporção 1:100, agitando
a mistura e utilizando um novo frasco para cada potência.
ESCALA DECIMAL (D)

• ESCALA DECIMAL (D)

• Podem ser usadas algumas escalas não usuais, como a decimal.


A diluição é feita na proporção 1: 10 seguidas das mesmas 100
sucussões para cada potência. Por exemplo:
• Pulsatila D4, corresponde a 4 diluições da tintura-mãe da
planta Pulsatila na escala 1:10 em frascos diferentes com 100
sucussões entre cada potência.
O método de KorsaKov
• Também chamado de método do frasco único.

• Korsakov era um nobre do exército russo e viveu na época de Hahnemann. Interessou-se pela
Homeopatia, mas percebeu dificuldades em utilizar os incontáveis frascos necessários para a
dinamização do método hahnemaniano.

• Inventou, então, um novo método: dilui-se uma parte da tintura mãe em 99 partes de
água/álcool, sucussiona-se cem vezes. Essa é a 1ª potência.

• Despreza-se, então, todo o conteúdo. O mesmo frasco é novamente enchido com solução
água/álcool e sucussionado. Obtém-se assim a 2ª potência.
• Novamente despreza-se todo o conteúdo e enche-se o mesmo frasco com solução água/álcool,
repetindo-se o processo até a potência desejada.

Admite-se que o resíduo que fica no frasco quando se despreza o conteúdo é suficiente para a
Fluxo Contínuo
• É um método para o preparo de altas potências. Só é possível
sua realização com aparelhagem própria. Uma corrente
ininterrupta do solvente dilui e agita o medicamento ao
mesmo tempo. Não é um método perfeito do ponto de vista
Hahnemaniano.
• CH 30 (trigésima potência do método de dinamização
hahnemaniano na escala centesimal)

• LM 4 (quarta potência do método de dinamização


hahnemaniano na escala cinqüenta milesimal).

• K 200 (ducentésima potência do método de dinamização de


Korsakov)

Você também pode gostar