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Heróis e Mitos

N’Os Lusiadas
O Herói
Aquele que se eleva acima da medida humana pela sua energia,
coragem e sabedoria, na:
na Defesa de Ideal;
no combate contra os seres humanos e as forças da natureza;
Na Fundação/ Libertação de um(a) cidade, país ou território.

Exemplos:
Mais do que prometia a força humana (I, 1, v.6)

A quem Neptuno e Marte obedeceram (I, 3, v.6)


Os Heróis d’os Lusíadas
Corajosos, ousados e patrióticos, enfrentaram e vencem não
só as forças da natureza, mas também adversários
mesquinhos e maldosos;
Marcados pela Fé, abençoados por Deus e por Ele protegidos;
Bondosos, generosos, nobres, afáveis em relação àqueles que
o merecem;
Pertencem a uma classe social elevada, o seu vestuário é
elegante e rico;
São eloquentes (fazem belos discursos);
A História trágico-marítima d’os Heróis Portugueses
Despedidas de Belém Discurso do Velho do Restelo
Em tão longo caminho e duvidoso Mas um velho, de aspecto venerando,
Por perdidos as gentes nos julgavam, que ficava nas praias, entre a gente,
As mulheres cum choro piadoso, postos em nós os olhos, meneando
Os homens com suspiro que três vezes a cabeça, descontente,
arrancavam.Mães, Esposas, Irmãs, que o a voz pesada um pouco alevantando,
temeroso que nós no mar ouvimos claramente,
Amor mais desconfia, acrecentavam Cum saber só de experiências feito,
A desesperação e frio medo tais palavras tirou do experto peito:
De já nos não tornar a ver tão cedo.
Luís de Camões, Os Lusíadas, “Ó glória de mandar, ó vá cobiça
est.89/ canto IV desta vaidade a quem chamamos Fama!
Ó fraudulento gosto, que se atiça
c ‘ua aura popular, que honra se chama!
Que castigo tamanho e que justiça
fazes no peito vão que muito te ama!
Que mortes, que perigos, que tormentas,
que crueldades nele esperimentas!”
Luís de Camões, Os Lusíadas,
est. 95, 95/ canto IV
Mitos - μuθος (“mithós”)
Personagem, facto ou particularidade que, não tendo sido
real, simboliza não obstante uma generalidade que devemos
admitir.
Coisa ou pessoa que não existe, mas que se supõe real.
Coisa só possível por hipótese; quimera.
Epopeias anteriores (Homero/Virgílio):
Façanhas fingidas
Herói individual
Os deuses controlam o destino do herói

Epopeia OS LUSÍADAS
Assunto real/ verdadeiro/ actual e de acordo com o espírito renascentista
História/ Viagem de um Povo da “Geração de Luso” – Herói colectivo
Os deuses, meros seres da fábula ou da lenda, são criação humana –
justificam o que parece de difícil justificação / conferem beleza estética
ao poema:
Aqui, só verdadeiros, gloriosos
Divos estão, porque eu, Saturno e Jano,
Júpiter, Juno, fomos fabulosos,
Fingidos de mortal e cego engano,
Só pera fazer versos deleitosos
Servimos; e, se mais o trato humano
Nos pode dar, é só que o nome nosso
Nestas estrelas pós o engano vosso.
(X, est.82)
Povo Português
Heroísmo Lusíada
Espirito de aventura
capacidade de vivência
cosmopolita.

Maravilhoso Pagão
Viagem à Índia
Transfiguração mitica do
Exploração dos mares. Mitificação povo português.
Passagem do
desconhecido para o
do Herói Elemento que marca a
conhecido. supremacia dos
Portugueses

A Ilha dos Amores


Exaltação dos navegadores como heróis, capazes
de ascensão à divinização.
Recompensa pela heroicidade, pelas conquistas/
Satisfação dos sentidos / Posse de conhecimento/
Harmonia do universo.
Sistematizando a Mitificação do Herói
a ousadia do Homem fê-lo superar-se, ao conquistar terras e
mares;
por isso os heróis são imortalizados: tornam-se deuses;
metaforicamente, a viagem de Vasco da Gama é a conquista
da Verdade;
através do erotismo da Ilha dos Amores, os homens entram
em comunhão com o divino;
Assim, a Ilha dos Amores representa a essência da vida: o
Amor e o Conhecimento.
FIM!

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