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A INTERVENÇÃO

DO ESTADO NA
ECONOMIA
U11
 Caracterizar a estrutura do setor público em Portugal (Setor Público
Administrativo e Setor Público Empresarial);
 Justificar a intervenção do Estado na atividade económica (promover a
eficiência, a estabilidade e a equidade);
 Explicitar os instrumentos de intervenção do Estado na esfera económica
e social (planeamento e políticas económicas e sociais);
 Apresentar o conceito de Orçamento do Estado;
AE
Vídeo escola virtual
 Distinguir receitas públicas de despesas públicas (correntes e de capital) e
apresentar exemplos de receitas e de despesas públicas;
 Calcular e classificar os saldos orçamentais (corrente, de capital, global e
primário) e explicitar a evolução desses saldos, em Portugal, em
percentagem do PIB;
 Explicar a importância do Orçamento do Estado como instrumento de
intervenção económica e social;
 Dar exemplos de políticas económicas do Estado (políticas fiscal,
orçamental, monetária e de preços), identificando os seus objetivos e
instrumentos;
 Dar exemplos de políticas sociais do Estado (combate ao desemprego e de
redistribuição dos rendimentos), identificando algumas das suas medidas.
Ana Gomes Alves
Economia A - 11.º - U11 2
FUNÇÕES E
3
ORGANIZAÇÃO
DO ESTADO

Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11


O ESTADO
“… a existência de interesses individuais conflituantes tornou necessária a existência de uma
estrutura que organizasse a vida social, que compatibilizasse interesses e que impusesse normas
de conduta”

Esta organização é o Estado, em Portugal, Estado de direito democrático.

O Estado é constituído por três elementos: povo, território e poder político (soberano ou
não).

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O ESTADO
Noutras circunstâncias, no estudo do Direito, por exemplo, será interessante aprofundar as noções de
povo, população e nação.

Povo ou comunidade (art. 4º da CRP), conjunto de cidadãos nacionais.

Há nações que não são Estados (Judeus até à criação do Estado de Israel)

Há Estados com várias nações (Espanha ou Rússia)

População = residentes, nacionais ou não

Território (art. 5.º da CRP), aqui, traduz a área geográfica onde o Estado exerce o seu poder político.

Poder político é uma faculdade exercida pelo povo que se traduz no poder de instituir órgãos que
elaborem regras e imponham e fiscalizem a sua aplicação.
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O ESTADO
“poder político é a faculdade exercida por um povo de, por autoridade própria, instituir órgãos que
exerçam com relativa autonomia a jurisdição sobre um território, nele criando e executando normas
jurídicas, usando meios de coação”

O poder político pode assumir várias modalidades, pode ser supremo (na ordem interna não nenhum
poder que lhe sobreponha) e independente (na esfera internacional não está dependente de mais nenhum
Estado) – poder político soberano.

No caso dos Estados federados, detêm poder político (podem criar regras e impô-las coercivamente),
mas não são soberanos (dependem da Constituição Federal) e não são independentes (não são
reconhecidos como estados na ordem externa).
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PROPOSTAS DE TRABALHO 1
1. Indique os três elementos constitutivos do Estado.
2. Dê exemplos de Estados que não têm claros alguns dos elementos.
3. Distinga poder político de soberania.

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ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
 Remete para a estrutura do Estado, como organização do poder político, definida na CRP

 Órgãos de soberania (art.º 110.ºCRP)


 Presidente da República (www.presidência.pt)
 Assembleia da República (www.parlamento.pt)
 Governo (www.Portugal.gov.pt)
 Tribunais (www.csm.org.pt)

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ORGANIZAÇÃO DO SETOR
PÚBLICO
 Setor público
 Setor Público Administrativo (SPA) – responsável pela satisfação de
necessidades coletivas e pela redistribuição dos rendimentos.
 Setor Público Empresarial (SPE) – Estado produtor de bens, criador e
gestor de infraestruturas, pela prestação de serviços

Para saber mais sobre o setor público empresarial ver o DL n.º 133/2013, de 3
de outubro, sobre a organização administrativa do Estado, www.dgap.gov.pt, e
sobre o Setor Empresarial do Estado, www.dgtf.pt.

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ORGANIZAÇÃO DO SETOR
PÚBLICO Estado

Setor Público
Setor Público Empresarial
Administrativo
SPE
SPA

Administração central Setor Empresarial do


Setor Empresarial Local
Estado (SEE)

Administração local e
regional

ISFL da
Estado Empresas Participadas Empresas Públicas
Adm. Central Fundos da Segurança Social

Fundos autónomos da Adm.


Central

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ORGANIZAÇÃO DO SETOR
PÚBLICO
 Setor Público Administrativo (SPA)
 Administração Central – Ministérios, Secretarias de Estado, Direções-Gerais
 Estado – Serviços integrados do Estado – Min. Educação, e Caixa Geral Aposentações
 ISFL da Adm. Central – Casa Pia, CCB, Escola Nacional de Bombeiros, …
 Fundos Autónomos da Adm. Central – Hospitais públicos não empresarializados, Universidades e Politécnicos,
Instituto do Turismo, Teatros Nacionais, ADSE, Inst. Camões
 Administração local – Autarquias e Juntas de Freguesia
 Administração Regional – Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores
 Instituto Segurança Social – Fundo de Estabilização Financeira, Fundo de Garantia Salarial, …

 Setor Público Empresarial (SPE)


 Setor empresarial local
 Setor empresarial do Estado
 Empresas Publicas
 Empresas Participadas
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ORGANIZAÇÃO DO SETOR
PÚBLICO
SPA – elementos característicos:
 Fornecer bens e serviços não mercantis;
 Garantir bens e serviços gratuitos ou tendencialmente gratuitos;
 Satisfazer necessidades individuais ou coletivas;
 Redistribuir o rendimento;
 Ser financiado por pagamentos obrigatórios (impostos).

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ORGANIZAÇÃO DO SETOR
PÚBLICO
 O SPE é constituído pelo conjunto das unidades produtivas do Estado, organizadas e geridas
de forma empresarial, integrando as empresas públicas e as empresas participadas.

 Empresas públicas são


i) as organizações empresariais constituídas sob a forma de sociedade de responsabilidade
limitada nos termos da lei comercial, nas quais o Estado ou outras entidades públicas possam exercer,
isolada ou conjuntamente, de forma direta ou indireta, influência dominante e
ii) as entidades públicas empresariais.

 Empresas participadas são as organizações empresariais em que o Estado ou quaisquer outras


entidades públicas, de caráter administrativo ou empresarial, detenham uma participação permanente,
de forma direta ou indireta, desde que o conjunto das participações públicas não origine influência
dominante.

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ORGANIZAÇÃO DO SETOR
PÚBLICO
 Existe Influência dominante em qualquer uma das situações seguintes:
a) Detenham uma participação superior à maioria do capital;
b) Disponham da maioria dos direitos de voto;
c) Tenham a possibilidade de designar ou destituir a maioria dos membros do órgão de
administração ou do órgão de fiscalização; e
d) Disponham de participações qualificadas ou direitos especiais que lhe permitam influenciar de
forma determinante os processos decisórios ou as opções estratégicas adotadas pela empresa ou
entidade participada.
 O SEE é responsável pela constituição e gestão de infraestruturas públicas fundamentais de
natureza empresarial e pela prestação de serviços públicos essenciais, para além de um conjunto
diversificado de outras funções de carácter instrumental, nos mais diversos sectores e domínios.
 O SEE integra atualmente um vasto conjunto de empresas detidas ou participadas pelo Estado,
cuja atividade abrange os mais diversos sectores de atividade, constituindo um importante
instrumento de política económica e social.
 Para além das participações diretas, o Estado detém um conjunto assinalável de participações
indiretas, maioritariamente integradas em grupos económicos ou holdings como a Parpública –
Participações Públicas, SGPS, SA, e a Caixa Geral de Depósitos, S.A.
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ORGANIZAÇÃO DO SETOR
PÚBLICO
SPE – elementos característicos:
 Assumir a forma jurídica de empresa;
 O capital social ser total ou parcialmente público (públicas, participadas);
 Produzir bens e serviços mercantis;
 Vender bens e serviços a preços economicamente significativos.

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ORGANIZAÇÃO DO SETOR
PÚBLICO
Informação sobre as participações diretas do Estado

http://www.dgtf.pt

https://www.dgtf.pt/ResourcesUser/SEE/Documentos/Carteiras_participacoes_Estado/30_09_20
22/Carteira_Global_30_09_2022.pdf

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PROPOSTA DE TRABALHO 2
1. Distinga SPA de SPE.
2. O que entende por empresa participada?
3. Indique os critérios legais que determinam a influência dominante.

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FUNÇÕES DO ESTADO
 São as atividades desenvolvidas pelos diferentes órgãos do Estado com vista a cumprir as suas

finalidades: segurança, justiça e bem-estar social e económico.

 As tarefas fundamentais constam do art.º 9.º da CRP, o conjunto de competências do Estado

deram origem às funções jurídicas e não jurídicas

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PROPOSTAS DE TRABALHO 3
1. Indique as funções do Estado.
2. Realce a importância da função pública.
3. Justifique a intervenção do Estado na esfera social

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NACIONALIZAÇÕES E
PRIVATIZAÇÕES
 Nacionalização – transferência para o Estado da propriedade de empresas que pertenciam a

privados tornando-as propriedade nacional pública


 Após 25 de abril de 74

 Privatização – Transferência da propriedade publica para privados

 Reprivatização – privatização de empresas que antes foram nacionalizadas.

 A partir de 1978

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PRIVATIZAÇÃO DA TAP

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PRIVATIZAÇÃO DOS CTT

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PROPOSTA DE TRABALHO 4
1. Distinga privatização de reprivatização
2. Faça um levantamento das privatizações recentes mais importantes

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 Pg. 194

EXERCÍCIOS
Manual

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A INTERVENÇÃO
28
DO ESTADO NA
ATIVIDADE
ECONÓMICA
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E. LIBERAL – E.
INTERVENCIONISTA
 O Estado, enquanto forma de organização política das sociedades, têm coexistido com as

diferentes sociedades, economias e poderes ao longo da História.

 A esfera de intervenção do Estado varia, podendo ser mais restrita, política, no caso do Estado

Liberal, ou mais alargada, económica e social, como é o caso do Estado Intervencionista.

 Nos Séc. XVI e XVII, os Estados absolutistas, baseados no mercantilismo, acentuaram a sua

intervenção, com medidas protecionistas para garantir a acumulação de metais no CI.

 A partir da segunda metade do Séc. XVIII, na sequência das revoluções industrial e liberais

(França e EUA), o Estado (Liberal) intervinha na economia como garante do funcionamento do


mercado, essencialmente como regulador.
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E. LIBERAL

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E. LIBERAL

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E. LIBERAL – E.
INTERVENCIONISTA
 Posicionamento do Estado liberal, sec. XVIII, influenciado pelo pensamento liberal de John

Locke e Adam Smith, corresponde ao início do capitalismo.

“O Estado devia limitar-se a criar condições ao livre exercício dos direitos naturais dos
cidadãos, abstendo-se de qualquer outra intervenção na esfera económica. O mecanismo de
mercado seria suficiente para garantir a satisfação das necessidades.”

 A realidade demonstrou que a mão invisível não conseguiu disciplinar o mercado tendo

surgido estruturas de mercado diferentes da concorrência perfeita – monopólio e oligopólio, e


crises, …

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E. LIBERAL – E.
INTERVENCIONISTA
 A primeira Guerra fez repensar o papel do Estado e a crise de 1929 foi um exemplo da

incapacidade de autorregulação do mercado, com a primeira crise de sobreprodução;

 Surgiram, nos EUA, Monopólios e Oligopólios e com eles as Leis anti-trust;

 O sistema financeiro internacional colapsou – o padrão libra-ouro (1870 - 1914) dá lugar ao

padrão dólar-ouro (1944 – 1971), que caiu com as crises petrolíferas;

 Impuseram-se políticas protecionistas constrangendo, fortemente, as trocas internacionais;

 Com a Segunda Guerra, os Estados foram “forçados” a intervir no domínio económico e

social. Surgem os Estados-Providência e o intervencionismo aumentou.

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E. LIBERAL – E.
INTERVENCIONISTA
Estado liberal Funções do estado liberal

Livre iniciativa Criar normas jurídicas

Livre concorrência Administrar a justiça

Liberalização das trocas internacionais Garantir a segurança interna e externa

Propriedade privada dos meios de Garantir os direitos individuais


produção

Não intervenção do Estado na economia Assegurar a igualdade entre cidadãos

Satisfazer necessidades coletivas

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E. LIBERAL – E.
INTERVENCIONISTA
Funções do Estado
Estado intervencionista
intervencionista

Funções políticas e jurídicas Condução de políticas anticrise

Funções económicas e sociais Planeamento indicativo

Constituição de setor público


Satisfação de necessidades básicas empresarial

Estado-providência Regulação da atividade económica

Dinamização da economia Fiscalização dos agentes económicos

Redistribuição do rendimento

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GREAT
DEPRESSION
https://youtu.be/fFu7us6bNSQ

Apresentado pela Carmo Osório

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Great
Depression

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Great
Depression

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O SÉCULO DO
POVO: A SOPA
DOS POBRES
https://youtu.be/icsG5Zb_dV4

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 Pai da Macroeconomia, teve um papel preponderante na reconstrução
das economias pós-II Guerra.
 Como “a longo prazo, todos nós estaremos mortos”, a Economia
precisa de uma intervenção a curto prazo => mudança do enfoque do
longo para curto prazo. JOHN KEYNES
 Era a favor da despesas pública como instrumento de recuperação
económica, uma vez que a procura era insuficiente para reverter o ciclo
(1883-1946)
ou acelerar a recuperação.
 Mesmo com taxas de juro baixas, o incentivo ao investimento privado
era fraco, por isso, o investimento público seria a ferramenta necessária
para corrigir a economia.
Como financiar esse investimento? Com divida pública?

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 Keynes conquista a América, Roosevelt e os jovens economistas, 1936
(pg. 175-192)
 Desde 1920, Keynes era conhecido na América pelas suas soluções
práticas, com “As consequências económicas da Paz” – pós I Guerra. KEYNES/HAYEK
 O crash da bolsa e a Grande Depressão foram um terreno fértil para o O CONFRONTO
keynesianismo QUE DEFINIU A
 Reiterou a convicção de que pedir dinheiro emprestado para pagar ECONOMIA
obras publicas era uma boa política, “ponho uma enfase esmagadora MODERNA
no aumento do poder de compra nacional que resulta da despesa
do governo que é financiada por empréstimos e não taxando Bibliografia aconselhada
rendimentos. Numa depressão, despesa governamental financiada por
empréstimos é o único meio seguro para garantir rapidamente um
aumento do produto a preços crescentes.” “(…) essa é a razão pela qual
a guerra sempre causou atividade industrial intensa.” “No passado, a
guerra era a única desculpa para criar emprego com despesa
governamental.”

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 Keynes instigou o presidente Roosevelt a fazer gastos públicos, em
grande escala, como meio seguro de aumentar a procura e fazer o país
regressar à prosperidade. E rejeitou aqueles que pediam um aumento da
oferta de moeda, em vez de um aumento na despesa, para aumentar a
procura, isso seria “como tentar engordar comprando um cinto maior.”
KEYNES/HAYEK
O CONFRONTO
 As obras públicas em breve se pagariam a si mesmas através do
rendimento dos impostos pagos pelos que ficavam empregados.
QUE DEFINIU A
 De acordo com o efeito multiplicador, “ um dólar gasto pelo governo no
ECONOMIA
alívio do desemprego era um dólar dado ao merceeiro, pelo merceeiro MODERNA
ao grossista e pelo grossista ao agricultor, em pagamento dos seus
fornecimentos. Com um dólar pago aos desempregados ou em obras
públicas, criam-se quatro dólares de rendimento nacional”.

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 No seu regresso a Nova Iorque, Keynes esforçou-se em indicar as
consequências que adviriam se o Estado continuasse a financiar a
procura quando a economia tivesse atingido uma situação de pleno
emprego. “Quando tiver atingido um ponto no qual a totalidade do
trabalho e do capital está a ser utilizada, aumentos adicionais na
KEYNES/HAYEK
procura efetiva não terão efeito nenhum a não ser aumentar os preços O CONFRONTO
sem limite”. Seria como “empurrar uma porta aberta”. QUE DEFINIU A
 A América e o Mundo continuaram “servas de Keynes”, Friedman ECONOMIA
justificava com o facto de o keynesianismo ser “uma receita MODERNA
maravilhosa: para os consumidores, gastem mais e o vosso rendimento
aumentará, para os governos, gastem mais e o rendimento agregado Pg. 273-292.
aumentará num múltiplo da despesa adicional, cobrem menos impostos
e os consumidores gastarão mais com o mesmo resultado. O legado de
Keynes para a economia foi fortemente positivo, mas o legado político
foi fortemente negativo, contribuiu grandemente para a proliferação
de um governo que cresceu demasiado e está crescentemente
preocupado com as vidas quotidianas dos cidadãos”

Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11 43


 Hayek sempre demonstrou uma teoria oposta à de Keynes.

 O ultraliberalismo defendido por Hayek, exposto nas suas diferentes


KEYNES/
obras (O Caminho da Servidão, 1944, Individualismo e ordem
económica, 1948, Direito, legislação e liberdade, 1973/79). O papel HAYEK
assumido pelo Estado deverá ser, exclusivamente, o de afastar tudo o UMA BREVE
que possa perturbar a ordem espontânea do mercado.
HISTÓRIA DA
 Posições de Hayek:
 O mercado desempenha um papel determinante na formação da
ECONOMIA
sociedade, assegurando a existência e manutenção dos laços sociais. Assim,
sendo a sociedade uma ordem espontânea e regulada, o Estado só deverá
intervir para velar pelo respeito da liberdade económica. https://www.institutoliberal.org.br/blog/e
conomia/a-vida-e-pensamento-de-friedric
 É favorável à desnacionalização da moeda e à supressão dos Bancos h-hayek-primeira-parte/
Centrais.
 Considera que a democracia política é potencialmente perigosa devido aos
interesse particulares que a acompanham.

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 Desigualdades criadoras, é uma figura criada por Hayek para
identificar os resultados antagónicos na distribuição dos
rendimentos gerada pelo mercado, há uns que beneficiam e KEYNES/
enriquecessem e outros que perdem. Esta desigualdade cria HAYEK
capacidade de adaptação à nova ordem de mercado. Os
rendimentos obtidos funcionam como um mecanismo que incita à
UMA BREVE
procura de eficiência, premeiam quem a alcança e são um incentivo HISTÓRIA DA
para melhorar quem tem perdido, por isso, a longo prazo estas
desigualdades melhoram a situação de todos.
ECONOMIA
 A intervenção redistributiva do Estado bloqueia este mecanismo,
anulando a eficácia económica e torna a sociedade pior, agravando a
situação dos mais desfavorecidos.

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PROPOSTA DE TRABALHO 6
1. Distinga Estado Liberal de Estado Intervencionista
2. Indique três causas de falência do Estado Liberal

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E
TCORRENTES DE PENSAMENTO
ES
SIN
Intervencionista Liberal
 pós crise 1929  “Estado Mínimo”
 Influência da Teoria Keynesiana  “laissez faire, laissez passer”
 Intervenção na esfera económica  Funcionamento do mecanismo de mercado
 Estado regulador
 Pós II Guerra
 Resolução das falhas de mercado
 Estado-Providência
 Intervenção na esfera social
 Estado com papel central na planificação
económica e na redistribuição dos
rendimentos

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RAZÕES PARA A
INTERVENÇÃO DO ESTADO
 À luz da CRP, art.º81º - Incumbências prioritárias do Estado
 A intervenção do Estado visa três objetivos: Eficiência, equidade e estabilidade => funções:
afetação, distribuição e estabilização de Richard Musgrave

1. Eficiência - função afetação


O Estado tem de atuar para garantir a melhor afetação de recursos, satisfazer maior número de
necessidades com o menor custo económico, social e ambiental
 O mecanismo de mercado falha e por isso é necessária a intervenção do Estado para
promover soluções eficientes.
Falhas de
mercado

Concorrência
Externalidades Bens públicos
imperfeita
Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11 48
FALHAS DE MERCADO
I. Concorrência imperfeita
 Os mercados são tendencialmente de concorrência imperfeita porque:

 Há diferenciação entre bens

 Falta de transparência – assimetrias de informação

 Não se verifica atomicidade – monopólios, oligopólios e concorrência monopolística

 O Estado deve intervir para promover a concorrência leal, criando mecanismos fiscalizadores da

concorrência como a Autoridade da Concorrência (


http://www.concorrencia.pt/vPT/Paginas/HomeAdC.aspx)

 Situações de monopólio e abuso de posição dominante são práticas limitadoras de concorrência que

suscitam a intervenção das autoridades, seja por fiscalização seja na produção de leis

Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11 49


FALHAS DE MERCADO
II. Externalidades
 Uma determinada atividade económica pode ter efeitos, negativos ou positivos, sobre a sociedade,

que em nada intervém na atividade realizada. Revelando ineficiência na afetação de recursos;

 Representam um benefício/custo social e/ou ambiental da produção ou do consumo que não são

equacionados no seu custo/benefício económico;

 Externalidades negativas – efeitos perversos de uma atividade que não são considerados pelo

mercado, cabendo ao Estado intervir para combater a falha.


 Exemplos: congestionamentos, dificuldade de estacionamento, poluição pela utilização de carros nos centros

urbanos, produção de bens com elevado impacto ambiental, fumo do cigarro, …

 Para combater: favorecimento da utilização dos transportes públicos; tarifas diferenciadas de estacionamento,

imposto ou taxas extra por excesso de poluição, restrições de utilização, …


Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11 50
FALHAS DE MERCADO
II. Externalidades
 Externalidades positivas – benefícios resultantes da produção/consumo de determinado bem, o

Estado deve intervir incentivando essa atividade, com subsídios ou outros benefícios.

 Exemplos: construção de infraestruturas sociais – centros de dia, escolas, centros de saúde com

impactos diretos nas condições de vida das populações superiores aos seus desígnios, iluminação da
via pública – segurança, redução de acidentes, facilidade de deslocação, …

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FALHAS DE MERCADO
III. Bens Públicos

 Satisfazem necessidades coletivas,

 São não rivais – a utilização por uma pessoa não impede que ouras também o utilizem,

 são não exclusivos – não se pode discriminar os seus utilizadores.

 Dadas as suas características de não rivalidade e não exclusão não são atrativos para a produção

privada.

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PROPOSTA DE TRABALHO 7
1. O que significa “abuso de posição dominante”?
2. Dá uma noção de externalidade.
3. Apresenta exemplos de externalidades negativas.
4. Justifica a classificação de uma estrada como um bem público.

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RAZÕES PARA A INTERVENÇÃO DO
ESTADO
2. Equidade – Função Distribuição
 A equidade consiste na garantia de uma justa repartição dos rendimentos de modo a que todas
as pessoas tenham acesso aos bens e serviços essenciais.
 Cabe ao Estado repor a justiça social através de uma política de redistribuição dos
rendimentos. O Estado cobre impostos progressivos a quem tem rendimentos mais elevados e
atribui prestações sociais a quem tem carências.
 Esta função do Estado está prevista na Constituição, art.º 103.º

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RAZÕES PARA A INTERVENÇÃO DO
ESTADO
3. Estabilidade – Função Estabilização

 A economia tem ciclos que devem ser atenuados com a intervenção do Estado, garantindo

estabilidade.

 A estabilidade económica corresponde a uma situação em que não existem variações

relevantes no nível dos preços, no nível de emprego, na taxa de crescimento e no equilíbrio


das contas externas.

 O Estado deve intervir com políticas que permitam prevenir situações de instabilidade,

controlando as variáveis que poderão influenciar, positiva ou negativamente, a atividade


económica.
Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11 55
 Pg. 196;
 197;
 198;
 200; EXERCÍCIOS
Manual
 201.

Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11 56


57
INSTRUMENTOS
DE INTERVENÇÃO
Políticas económicas e sociais

Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11


INSTRUMENTOS DE INTERVENÇÃO
DO ESTADO
Instrumentos de
intervenção

Políticas Planeamento

Políticas
OE
económicas

Políticas Sociais Plano – GOP

Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11 58


PLANEAMENTO
 Fixa o conjunto de objetivos económicos e sociais a alcançar ao longo do

tempo de governação, havendo uma articulação entre os diferentes


horizontes temporais.

 Visa uma afetação mais eficiente dos recursos do país

 Plano Económico

 Imperativo – Cumprimento obrigatório para o Setor Público

 Indicativo – Estimulo ou orientação para os privados.

Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11 59


GOP – GRANDES OPÇÕES DO
PLANO
As GOP têm que estar em consonância com o Orçamento do Estado.

São elaboradas pelo Governo no âmbito da sua competência política e apresentadas à

Assembleia da República sob a forma de proposta de lei, em conjunto com a

proposta de lei do Orçamento do Estado, bem como do Quadro Plurianual de

Programação Orçamental, até 15 de outubro do ano económico anterior àquele em

que produzirão efeitos (regra geral).

In https://www.dgo.gov.pt/politicaorcamental/Paginas/GOP.aspx

Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11 60


GOP – GRANDES OPÇÕES DO
PLANO
Artigo 90.º, CRP
(Objetivos dos planos)
Os planos de desenvolvimento económico e social têm por objetivo promover o crescimento económico, o
desenvolvimento harmonioso e integrado de sectores e regiões, a justa repartição individual e regional do
produto nacional, a coordenação da política económica com as políticas social, educativa e cultural, a
defesa do mundo rural, a preservação do equilíbrio ecológico, a defesa do ambiente e a qualidade de vida
do povo português.

Artigo 91.º, CRP


(Elaboração e execução dos planos)
1. Os planos nacionais são elaborados de harmonia com as respectivas leis das grandes opções,
podendo integrar programas específicos de âmbito territorial e de natureza sectorial.
(…)
Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11 61
GOP – GRANDES OPÇÕES DO
PLANO
— As Grandes Opções do Plano para 2020 -2023 integram o seguinte conjunto de compromissos e de políticas em torno
de quatro agendas estratégicas:
a) Alterações climáticas e valorização dos recursos;
b) Sustentabilidade demográfica e melhor emprego;
c) Menos desigualdades e um território mais coeso;
d) Transição digital e uma sociedade da inovação.
in https://www.dgo.gov.pt/politicaorcamental/OrcamentodeEstado/2020/Or%C3%A7amento%20Estado%20Aprovado/Documentos%20do%20OE/Lei_3-2020_31mar2020_GOP2020.pdf

— As Grandes Opções do Plano para 2023 -2026 integram cinco áreas de atuação estruturadas em torno de um desafio
transversal e quatro desafios estratégicos:
e) Boa governação;
f) Alterações climáticas;
g) Demografia;
h) Desigualdades;
i) Sociedade digital, da criatividade e da inovação.
In https://www.dgo.gov.pt/politicaorcamental/OrcamentodeEstado/2023/Orcamento%20Estado%20Aprovado/Documentos%20do%20OE/Lei_38-2023_02ago2023_GOP2023-2026.pdf

Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11 62


PROPOSTA DE TRABALHO 8
1. Qual o principal objetivo do planeamento?
2. Distingue plano imperativo de plano indicativo

3. Explica o papel das GOP.

Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11 63


16, pg. 202
32, pg. 218
1, 2, 4, 6 e 7, pg. 221/222
11, 12, pg. 225 EXERCÍCIOS
Manual

Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11 64


ORÇAMENTO DO ESTADO
 Art.º 105.º, 106.º, 107.º, 104.º da CRP.
 Instrumento de intervenção muito importante pois define linhas de orientação de curto prazo,
expondo as prioridades do executivo que são muito influenciadas por ideologias politicas, pelo
calendário eleitoral e pela conjuntura.
 Apresenta previsão das despesas e receitas do Estado, para o período de um ano.
 O OE tem de ser discutido e aprovado pela AR e promulgado pelo PR. Tem de respeitar a
CRP, a Lei de Enquadramento Orçamental e o Programa de Estabilidade. A fiscalização fica a
cargo do Tribunal Constitucional, do Tribunal de Contas e da própria AR.

Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11 65


ORÇAMENTO DO ESTADO
 Perspetivas do OE:

 Económica – previsão das despesas e receitas e sua adequação. Gestão financeira das prioridades políticas.

 Política – a sua execução obriga a aprovação da AR e promulgação do PR (orientação ideológica do documento).

 Jurídica – reveste forma de Lei, obedecendo às fases e regras do processo legislativo, limita a ação do Governo.

Para saber mais:


 Processo de elaboração do Orçamento de Estado
https://www.dgo.gov.pt/politicaorcamental/Paginas/ConhecerProcessoElaboracaoOE/index.aspx
 Orçamentos de Estado
https://www.dgo.gov.pt/politicaorcamental/Paginas/OEpagina.aspx?Ano=2023&TipoOE=Or%u00e7amento+Estado+Aprovado
&TipoDocumentos=Lei+%2f+Mapas+Lei+%2f+Relat%u00f3rio
 Parlamentês –AR em vídeo
https://www.parlamento.pt/Comunicar/Paginas/Parlamentes.aspx
 Documento Universidade Lisboa, Faculdade de Direito
https://aafdl.pt/wp-content/uploads/2020/05/Finan%C3%A7as-P%C3%BAblicas-Daniel-Louren%C3%A7o.pdf
Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11 66
Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11 67
PROPOSTA DE TRABALHO 9

1. Dá uma noção de OE
2. Relacione
Ana Gomes Alves a expressão sublinhada com o art.º 104º, nº.4. Economia A - 11.º - U11 68
FUNÇÕES DO ORÇAMENTO
DE ESTADO
 Informar sobre o Plano Financeiro do Estado – previsão das despesas e receitas.

 Limitar as Despesas – só poderão ser executadas as despesas previstas

 Adequar as Receitas às despesas – só serão coletadas receitas em função das despesas previstas.

Proposta OE2024

https://www.portugal.gov.pt/download-ficheiros/ficheiro.aspx?v=%3d%3dBQAAAB%2bLCAAAAAA
ABAAzNLY0NAEAfByudAUAAAA%3d&%3d%3dBQAAAB%2bLCAAAAAAABAAzNLY0NAQA
8%2bjEBAUAAAA%3d

Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11 69


REPARTIÇÃO DAS DESPESAS
NO OE2023

Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11 70


OE
2024

Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11 71


OE
2024

Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11 72


Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11 73
DESPESAS PÚBLICAS
 Classificação económica:
 Correntes – garantem o normal funcionamento da Administração pública ( vencimentos e consumos)
 Capital – aumento da capacidade produtiva, investimento.

 Classificação funcional:
 Funções gerais e de soberania – Administração pública, defesa e segurança
 Funções sociais – educação, saúde, ação social, habitação e serviços coletivos, serviços culturais, recreativos e
religiosos
 Funções económicas – setor primário, industria e energia, transportes e telecomunicações, outras funções
económicas
 Outras funções – operações da dívida pública, transferências entre administrações, diversas não especificadas

 Classificação orgânica:
 Despesa discriminada pela organismo a que diz respeito (Ministério da educação, Ministério da defesa)

 Classificação por Programas:


 ações conjugadas do Estado em prol de determinados objetivos (Economia e Mar; Cultura)

Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11 74


OE24
Despesas por classificação económica

Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11 75


OE24
Despesa por classificação orgânica

Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11 76


PROPOSTA DE TRABALHO 10

1. Diz o que entendes por despesa pública.


2. Explica a classificação funcional da despesa pública
3. Analisa os efeitos da despesa pública, pg. 186, manual. Faz um esquema do efeito
multiplicador.

Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11 77


RECEITAS PÚBLICAS
 Critério económico:

 Correntes – impostos e taxas

 Capital – alienações, aplicação de poupanças, obtenção de empréstimos

 Quanto à origem:

 Patrimoniais ou voluntárias – exploração, arrendamento ou alienação de bens imóveis do Estado

 Tributárias ou coativas – impostos, taxas e outras contribuições cobradas aos cidadãos

 Creditícias – financiamento do défice ( certificados de aforro, empréstimos)

Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11 78


IMPOSTOS
 Impostos – prestação coativa, pecuniária, unilateral, estabelecida por lei sem caráter de sanção.
 Taxas – prestação pecuniária cobrada ao cidadão quando estes requerem determinados
serviços, tem contrapartida.
 Multas - prestação pecuniária, unilateral, estabelecida por lei com caráter de sanção.

 Impostos
 Diretos – incidem diretamente sobre o rendimento de pessoas singulares ou coletivas (IRS, IRC)
 Indiretos – recaem sobre a utilização dos rendimentos (IVA, ISP)
Ver quadro síntese, pg. 188, manual.

 Progressivos – paga mais quem recebe mais


 Regressivos – paga menos quem recebe mais
 Proporcionais – a taxa é igual para cada escalão
 Fixas – sempre a mesma taxa
Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11 79
Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11 80
PROPOSTA DE TRABALHO 11

1. Apresenta um exemplo para cada classificação das despesas e das receitas.


2. Distingue impostos diretos de indiretos.

Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11 81


SALDO ORÇAMENTAL
 SO = Receitas Públicas – Despesas Públicas
 É um importante indicador macroeconómico
 Revela a Capacidade/necessidade líquida de financiamento das Administrações Públicas
 PEC – Défice Orçamental Estrutural < 3%PIB
https://www.cfp.pt/pt/glossario/pacto-de-estabilidade-e-crescimento
 Regra de ouro das Finanças Públicas

Superavitário ou excedentário
>0
R>D

SO =0
Equilibrado ou nulo
R=D

Deficitário
<0
R<D
Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11 82
SALDO ORÇAMENTAL
Conforme as rúbricas consideradas poder-se-á calcular diferentes SO:
 Corrente = receitas correntes – despesas correntes

 Capital = receitas capital – despesas capital

 Global ou convencional – comporta os custos com a dívida, mas não a emissão ou reembolso
(ótica da Contabilidade Nacional)

 SOG = total das receitas (exceto emissão dívida pública) – total das despesas (exceto amortizações da
dívida pública)
 SOG = Receitas Totais – Despesas Totais
 SOG = Receitas Efetivas* – Despesas Efetivas*
Atenção: lembrar explicação dada em aula!
* Despesas e receitas efetivas – ver manual pg. 209

Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11 83


SALDO ORÇAMENTAL
 Primário – não inclui a despesa relativa a juros e outros encargos com a dívida.

 SOP = SOG + juros da dívida pública + outros encargos com a divida

 SOP = Receitas Totais – Despesas primárias* + Juros da dívida + outros encargos com a dívida

 SOP = Receitas totais efetivas – (Despesas totais efetivas – encargos com pagamento juros da dívida

pública)
• Despesas primárias* - despesa antes de juros https://www.cfp.pt/pt/glossario/saldo-primario

• Estrutural - O saldo orçamental estrutural procura aproximar a componente permanente do


saldo orçamental, retirando do saldo observado o efeito do ciclo económico e das medidas
temporárias e não recorrentes.

Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11 84


SALDO ORÇAMENTAL

Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11 85


PROPOSTA DE TRABALHO 12

1. O que se entende por défice orçamental.


2. Distinguir SO global de SO primário.
3. Interprete a frase sublinhada.
Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11 86
Minuto europeu nº 133

DÍVIDA PÚBLICA https://youtu.be/DK-rZy-ZUWk?si=oG1


w6xqN4_7ihmzN

Quando o SO é deficitário o Estado tem necessidade de o financiar, podendo recorrer a


empréstimos, o que constitui a dívida pública.

O valor da dívida pública consta do OE que tem de contemplar a emissão de dívida e o serviço
da dívida (amortização do capital e respetivos juros).

Conforme (a origem) o financiador seja residente ou não, a dívida será interna ou externa.

Quanto ao prazo, a dívida poderá ser fundada (médio/longo prazo) quando as despesas
ultrapassam largamente as receitas, o financiamento será amortizado em vários anos, exigindo
autorização da AR. Divida flutuante, amortizada no próprio ano.

Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11 87


 17, pg.204
 18, pg.205
 19, 20 e 21, pg.207
 22, pg.208 EXERCÍCIOS
Manual
 23, pg.209
 25, pg.210

Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11 88


POLÍTICAS ECONÓMICAS E
SOCIAIS
 Conjunto de medidas tomadas pelo Governo com o objetivo de melhorar a situação económica

e social, nomeadamente,
 Regular a atividade económica;

 Diminuir desigualdades sociais;

 Incentivar crescimento e reduzir desemprego, melhorar a afetação dos recursos disponíveis;

 Promover estabilidade dos preços e equilíbrio das contas externas.

Os fundamentos da intervenção do Estado na Economia assentam em razões de estabilidade,


equidade e eficiência,

Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11 89


CLASSIFICAÇÕES POSSÍVEIS:
Quanto ao horizonte temporal:

 Estruturais – longo prazo, alteração profunda no

funcionamento;

 Conjunturais – curto prazo, correção de

desequilíbrios;
Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11 90
CLASSIFICAÇÕES POSSÍVEIS:

Quanto à posição cíclica da economia:


 Contracíclica - a sua orientação contraria o

ciclo económico, geralmente com o objetivo de estabilização, procurando diminuir a sua

amplitude. IE: na fase ascendente do ciclo aplicam-se políticas contracionista;

 Procíclica - a sua orientação acompanha o ciclo económico, geralmente exacerbando-o.

IE: na fase ascendente do ciclo aplicam-se políticas expansionistas;


Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11 91
CLASSIFICAÇÕES POSSÍVEIS:
Quanto ao efeito na atividade económica:

 Expansionistas – crescimento, aceleração económica. IE: para combater o

desemprego.

 Contracionistas – arrefecimento, desaceleração da economia. IE: para

combater a inflação.

Fernando Medina vincou que a política orçamental do Governo "não é expansionista", mas também "não é de
contração. O ministro das Finanças defendeu esta segunda-feira que o Governo não pode adotar políticas
expansionistas, erradas no atual contexto de inflação elevada, e defendeu cooperação entre políticas fiscal e
monetária, em que bancos centrais e Governos fazem o seu respetivo trabalho. “
In Diário de Notícias, nov 2022, https://www.dn.pt/dinheiro/nao-podemos-ter-politicas-expansionistas-seria-errado-neste-momento-15372967.html
Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11 92
CLASSIFICAÇÕES POSSÍVEIS:
Quanto às variáveis que mais influencia :

 Económicas – sobre a esfera económica

 Sociais – sobre a esfera social

Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11 93


ETAPAS NA FORMULAÇÃO
DAS POLÍTICAS
1. Diagnóstico da situação – definição da necessidade de intervenção;
2. Definição das finalidades, objetivos e instrumentos de intervenção;
3. Implementação ou execução da política;
4. Monitorização dos resultados e avaliação da politica face aos resultados esperados

Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11 94


POLÍTICA ORÇAMENTAL -
ECN
é geralmente definida como o uso das despesas e receitas públicas pelos governos com o intuito
de influenciar a economia. Permite alterar a afetação de recursos quando é usada para
fornecer bens e serviços, podendo compensar falhas de mercado, com o objetivo de aumentar o
bem-estar social ou de promover o crescimento. Uma vez que influencia a afetação de
recursos utilizados na economia, esta é uma ferramenta que pode ser usada para estabilização
macroeconómica (em paralelo com a política monetária). A política orçamental pode também
ser usada com objetivos de redistribuição de rendimentos.

Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11 95


POLÍTICA ORÇAMENTAL
 Medidas inscritas no OE

Visa:
 Corrigir excessos do ciclo económico

 Promover eficiente utilização dos recursos

 Orientar recursos para satisfação necessidades coletivas

 Fomentar o crescimento económico, a estabilidade e o bem-estar social

Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11 96


POLÍTICA ORÇAMENTAL –
ECN –
 Em períodos de expansão a PO poderá ser restritiva, redução das despesas públicas e aumento das

receitas, equilibrando as contas públicas. Regra de ouro das finanças públicas diz “poupar nas fases
ascendentes para poder gastar nas fases descendentes do ciclo económico.”

 Em períodos de retração poderá ser expansionista, aumenta o investimento público, que originará

maior procura agregada, mais produção e menos desemprego.

 Variáveis a considerar: PIB=C+G+I+X-M (modelo Keynesiano, PIB na ótica da Despesa) e

SO=Receitas Públicas-Despesas Públicas.

 Apresar da autonomia na preparação do OE, o Governo tem de garantir o bom comportamento das

Finanças Públicas (critérios de Maastricht – Défice Orçamental <3%PIB e Dívida Pública <60%PIB)

Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11 97


POLÍTICA ORÇAMENTAL
OBJETIVOS: Estabilidade económica, retoma económica, satisfazer necessidades coletivas, redistribuir rendimento, …

expansão retração
 Aumentar gastos públicos (G), ie: salários  Para cada um procurar!
funcionários públicos;
 Aumentar o investimento Público, ie:
MEDIDAS

infraestruturas;
 Incentivar o investimento privado,
incentivos fiscais, parques tecnológicos;
 Incentivar consumo privado, redução da
carga fiscal direta ou indireta
CONSEQUENCIAS

 Compromete a consolidação orçamental


 Cria pressão inflacionista

Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11 98


POLÍTICA FISCAL* – ECN –
 * pode ser classificada orçamental

 Conjunto de medidas fiscais – âmbito dos impostos - que se destinam a subsidiar outras

políticas económicas e sociais, por exemplo,


 Criação e aplicação de impostos com taxas progressivas para promover justiça social,

 Aumento de impostos para equilibrar o Saldo Orçamental,

 Diminuição da carga fiscal para aumentar o rendimento disponível, o consumo e o investimento,

aumentando a atividade económica, política expansionista,

 Aumentar a carga fiscal, como política restritiva.

Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11 99


POLÍTICA FISCAL
OBJETIVOS: Crescimento económico, arrefecimento da atividade, redistribuição, sanar contas públicas, alterar comportamentos

expansão retração
 Redução das taxas de retenção do IRS e  Aumento das taxas de retenção do IRS;
MEDIDAS

IRC
 Aumento do IRC
 Redução do IVA;
 Aumento do IVA;
 Aumento dos benefícios fiscais e isenções.
 Redução dos benefícios fiscais e isenções.
CONSEQUENCIAS

 Redução da Receita Fiscal  Aumento da receita fiscal

 Défice orçamental  Contração económica

 Tensão inflacionista  Agravamento do desemprego

Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11 100


POLÍTICA MONETÁRIA – ECN

 Consiste na tomada de decisões pelas autoridades monetárias (BCE, bancos centrais nacionais,
ministros das finanças), com vista a influenciar o custo e a disponibilidade de moeda numa
economia.
 Conjunto de medidas que visam a estabilidade de preços e controlo da massa monetária, (ver
indicadores https://www.ecb.europa.eu/home/html/index.pt.html)

 O objetivo da política monetária é, no caso específico do BCE:

 manter os preços estáveis, conservar a inflação abaixo, mas próximo, de 2% no médio prazo,

 Manter a taxa de juro de longo prazo nos 2%,

 Manter as taxas de câmbio estáveis dentro das paridades estabelecidas,

 apoiar as políticas económicas gerais na União Europeia que visam o pleno emprego e o crescimento

económico.
Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11 101
POLÍTICA MONETÁRIA – ECN

Para saber mais!
 Base Monetária (H) – moeda emitida pelo Banco Central
 Massa Monetária (M) – todos os ativos que podem desempenhar as funções de moeda
Agregados monetários:
 M1=Circulação +DO
 M2=M1+DP
 M3=M2+outras aplicações a médio prazo

 A diferença entre a moeda emitida e a moeda que circula está na moeda criada pelas
instituições monetárias, que varia inversamente com a taxa de reserva.
ΔM= multiplicador monetário*ΔH
mm = 1/r, r=tx reserva obrigatória

Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11 102


POLÍTICA MONETÁRIA – ECN

 Desde novembro de 2014, o BCE, é o grande responsável pelas Políticas Monetárias da Zona
Euro
 Instrumentos da política monetária:

 Operações de open market: ao vender e ao comprar no mercado de títulos do Estado, o Banco Central diminui

e aumenta, respetivamente, a massa monetária em circulação,

 Taxa de redesconto: taxa cobrada pelo Banco Central aos bancos comerciais quando lhes concede um

empréstimo através da compra de papel comercial. Os bancos comerciais fazem variar a taxa de desconto
cobrada aos particulares em função da primeira. O aumento da taxa de redesconto desincentiva o recurso a
empréstimos, reduzindo a massa monetária em circulação,

 Reservas bancárias, fazendo variar o montante mínimo legal das reservas a massa monetária também varia,

aumenta com a redução das taxas de reserva que permitirá uma expansão do crédito.

 Facilidades de cedência e absorção de liquidez, fundos em overnight

Procurar mais informação em


Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11 103
https://www.ecb.europa.eu/home/search/review/html/monetary-policy-instruments.pt.html
POLÍTICA MONETÁRIA
OBJETIVOS: Estabilizar preços, crescimento económico, emprego
expansão retração
 Vender títulos em mercado aberto,
 Aumentar a taxa de reserva obrigatória,
MEDIDAS

 Reduzir a cedência de liquidez,


 Aumentar as taxas de juro de referência,

 Aumento da moeda em circulação  redução da moeda em circulação


CONSEQUENCIAS

 Redução do custo do dinheiro  aumento do custo do dinheiro

 Aumento do consumo  Contração do investimento e do consumo

 Estímulo ao investimento

Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11 104


POLÍTICA DE REDISTRIBUIÇÃO
DOS RENDIMENTOS – SOCIAL –
 Conjunto de medidas que visam:
 Redução das assimetrias da repartição primária,
 satisfação das necessidades coletivas,
 Melhoria da qualidade de vida.

Esta política recorre, essencialmente, a instrumentos da política fiscal:


 Lançamento de impostos diretos com taxas progressivas,
 Transferências sociais,
 Orientação das políticas de segurança social e auxílio social,
 Prestação de bens e serviços essenciais a titulo gratuito ou quase,
 Fixação de preços (bens essenciais, salário mínimo, …)

Mais exemplos em http://www.seg-social.pt/inicio


Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11 105
POLÍTICA REDISTRIBUIÇÃO
OBJETIVOS: aumentar a equidade
expansão retração
MEDIDAS
CONSEQUENCIAS

Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11 106


POLÍTICA DE PREÇOS –
ECN/SOCIAL
 Visa o controlo de preços de bens e serviços essenciais que tenham elevado impacto no bem-
estar social e/ou no nível de inflação (no caso de serem matérias primas importantes)
 Medidas no âmbito desta política:
 Fixação de preços, podendo ser os seus produtores subsidiados pelo Estado como acontece com as
energias e transportes públicos, pão, leite, …
 Controlo administrativo dos preços em particular em mercados onde há monopólio ou oligopólio,
 Controlo dos preços dos bens e serviços produzidos pelo Estado,
 Fixação do salário mínimo.

No mercado concorrencial e com livre iniciativa a política de preços é muito menos frequente,
os mercados tendem a ser liberalizados como aconteceu com os combustíveis e com a energia
elétrica.

Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11 107


POLÍTICA DE PREÇOS
OBJETIVOS: Estabilizar preços, equidade
expansão retração
MEDIDAS
CONSEQUENCIAS

Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11 108


POLÍTICA DE COMBATE AO DESEMPREGO
– SOCIAL –
Implementação de medidas no mercado de trabalho cuja prioridade é a diminuição da taxa de
desemprego:
 Do lado da procura de trabalho
 Necessidade de flexibilizar o mercado
 Desregulamentação da contratação coletiva,
 Trabalho em tempo parcial,
 Trabalho temporário,
 Facilidade de despedimento,
 …

 Do lado da oferta de trabalho


 Desenvolvimento do nível educacional,
 Alargamento de oportunidades de aprendizagem ao longo da vida,
 Diminuição da idade da reforma,
 …

Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11 109


POLÍTICA DE COMBATE AO DESEMPREGO
OBJETIVOS: aumentar o emprego, reduzir o desemprego

Ativa Passiva
MEDIDAS
CONSEQUENCIAS

Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11 110


POLÍTICAS SETORIAIS
 Conjunto de políticas que se articulam de modo a alcançar objetivos específicos de uma

determinada área ou setor de atividade.

 Esta políticas podem ter, ou não, intervenção direta da UE.

 UE: a política agrícola, de pescas, do ambiente,

 Internas: saúde, educação, cultura, emprego e formação profissional.

Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11 111


POLÍTICAS SETORIAIS

Objetivos: Objetivos:
MEDIDAS
CONSEQUENCIAS

Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11 112


PROPOSTA DE TRABALHO
1. Distingue políticas estruturais de conjunturais.
2. Apresenta um exemplo de uma medida de política fiscal.
3. Explica a razão pela qual Portugal não tem total liberdade na execução das suas políticas
monetária e orçamental.
4. O que são políticas setoriais?

Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11 113


 26, pg.211
 27, pg.213
 28, pg.214
 30, pg.217 EXERCÍCIOS
Manual

Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11 114


121
PARA SABER MAIS
Seleção de páginas, documentos e notícias

Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11


https://www.cfp.pt/pt/glossario

https://www.portugal.gov.pt/pt/gc23

https://oe2023.gov.pt/orcamento-do-estado-2023/

https://www.europarl.europa.eu/factsheets/pt/sheet/86/a-politica-monetaria-europeia

https://economiafinancas.com/category/politica-fiscal/

https://www.bportugal.pt/sites/default/files/anexos/8-operacoes_de_politica_monetaria.pdf

http://www.seg-social.pt/inicio

Ana Gomes Alves Economia A - 11.º - U11 122

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