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DIREITO FISCAL

SOFIA ASSIS PACHECO


13000471@edu.ulusiada.pt
PROGRAMA
1. NOÇÕES INICIAIS
1.1. Noção e tipos de tributos: imposto, taxa e contribuição financeira
1.2. O papel dos tributos na sociedade e na atividade pública
1.3. Direito Tributário vs Direito Fiscal vs Fiscalidade:
2. TEORIA GERAL DO IMPOSTO
2.1. Definição de imposto e análise das figuras afins
2.2. As fases do imposto: elementos nucleares da figura
2.3. Principais classificações de impostos
2.4. Importância do imposto no quadro das receitas públicas e as questões de pressão fiscal (nível de fiscalidade).
PROGRAMA
3. DIREITO FISCAL
3.1. Natureza e características do Direito Fiscal
3.2. Fontes: o plano nacional, o plano internacional e o plano comunitário. Identificação e o seu relacionamento
3.3. Princípios fundamentais orientadores 3.3.1. O princípio do Estado Social de Direito e os seus subprincípios
3.3.1.1. Subprincípio da legalidade 3.3.1.2. Subprincípio da tipicidade 3.3.1.3. Subprincípio da segurança 3.3.1.4.
Subprincípio da proporcionalidade ou da proibição do excesso 3.3.2. Princípio da igualdade. O binómio justiça e
neutralidade 3.3.3. Outros princípios
3.4. Interpretação, integração e aplicação da lei fiscal: aspetos fundamentais
3.5. O lado negro das Fiscalidade: Fraude e Evasão vs. Planeamento 3.6. Ciência Fiscal e Política Fiscal
PROGRAMA
4. DAS SITUAÇÕES SUBJECTIVAS. EM PARTICULAR, DA OBRIGAÇÃO DO IMPOSTO.
4.1. Aspetos gerais.
4.2. Situações jurídicas ativas e passivas.
4.3. Elaboração dogmática do Direito fiscal.
4.4. Obrigação do imposto e deveres auxiliares.
4.5. Da obrigação do imposto, em particular : 4.5.1. Sujeitos, 4.5.2. Constituição, 4.5.3. Modificações ,4.5.4.
Extinção 4.5.5. Incumprimento 4.5.6. Garantias 4.5.7. Garantias dos sujeitos passivos
PROGRAMA
PARTE ESPECIAL – dos impostos em especial

 As pressões externas ao sistema fiscal português. O Direito Fiscal da União Europeia e o Direito Internacional
Fiscal
NOCÕES INICIAIS
 Direito Financeiro, tributário e fiscal
 Necessidades financeiras
 Estado de economia mista
 Atividade financeira – obtenção de receitas para fazer face às despesas públicas e correta gestão
NOCÕES INICIAIS
 Direito financeiro – conjunto de normas jurídicas disciplinadoras da obtenção, gestão e aplicação das
receitas públicas.
 Direito das receitas: creditícias, patrimoniais e tributárias
 Direito Tributário- todos os tributos ( tradição italiana, espanhola e brasileira)
 Direito Fiscal – direito dos impostos (Portugal, França)
 Direito das despesas ( recordar FP)
Imposto e figuras afins

 Conceito de imposto:
 Elementos objetivos: prestação, patrimonial, exigida por lei (legalidade fiscal), coativa, unilateral, sem caráter
sancionatório
 Elementos subjetivos: a favor de entidades que exercem funções públicas (103/1 e 165/1i CRP)
 Elemento finalístico: para a satisfação de fins financeiros e extrafinanceiros (a extrafiscalidade)
 Critério material: capacidade contributiva ( artigo 13.º, 103.º e 104.º da CRP)
 Critério estrutural: unilateralidade
 Fim: necessidades gerais da comunidade /acausal
Artigo 4.º da LGT
1 - Os impostos assentam essencialmente na capacidade contributiva,
revelada, nos termos da lei, através do rendimento ou da sua utilização
e do património.

2 - As taxas assentam na prestação concreta de um serviço público, na


utilização de um bem do domínio público ou na remoção de um
obstáculo jurídico ao comportamento dos particulares.
Artigo 4.º

3 - As contribuições especiais que assentam na obtenção pelo sujeito


Pressupostos dos tributos

passivo de benefícios ou aumentos de valor dos seus bens em resultado


de obras públicas ou da criação ou ampliação de serviços públicos ou no
especial desgaste de bens públicos ocasionados pelo exercício de uma
actividade são consideradas impostos.
Imposto e figuras afins

 Conceito de taxa:
 Bilateralidade individual para o Sujeito Passivo (a troca): sinalagma
 Legalidade no sentido de precedência e prevalência de lei
 Critério material: equivalência ( 13.º da CRP) – equivalência jurídica vs. equivalência económica ( a manifesta
desproporcionalidade: controlo negativo)
 Critério estrutural: bilateralidade
 Fim: compensação ( princípio do benefício/cobertura de custos)
 Critério tripartido: serviço público; bem do domínio público ou remoção de um obstáculo jurídico (conceito amplo de taxa
pugnado pelo Ac. do TC 177/10 – painéis publicitários: não estava em causa um bem público, semi-público ou do domínio
público)
Imposto e figuras afins

 Conceito de CF ( a parafiscalidade): Rev 1997


 Elementos objetivos: prestação, patrimonial, exigida por lei (precedência e prevalência de lei), coativa,
bilateralidade genérica ( para o grupo e não necessariamente par o SP nele inserido) , sem caráter sancionatório
 Elementos subjetivos: a favor de entidades que exercem funções públicas ( com orçamento próprio ainda que
não dotadas de personalidade jurídica e com autonomia administrativa e financeira)
 Elemento finalístico: para a satisfação de fins ligados à atividade d sujeito passivo
 Critério material: equivalência grupal
 Critério estrutural: bilateralidade grupal
 Fim: necessariamente ligados à atividade do grupo
 Consignação objetiva e subjetiva das receitas
 CF e contribuições de melhoria ou para maiores despesas: bilateralidade reflexa e i) capacidade (seguem o
regime dos impostos) ou ii) equivalência ( segue o regime das demais CF)
Imposto e figuras afins

ARTIGO 165.º DA CRP


(Reserva relativa de competência legislativa)
1. É da exclusiva competência da Assembleia da República legislar sobre as seguintes matérias, salvo autorização
ao Governo:
(…)
i) Criação de impostos e sistema fiscal e regime geral das taxas e demais contribuições financeiras a favor
das entidades públicas;
Imposto e figuras afins
ESPÉCIE TRIBUTOS
CRITÉRIO MATERIAL CRITÉRIO ESTRUTURAL

IMPOSTO Capacidade contributiva Unilateral (acasual)

TAXA equivalência Bilateral individual (contraprestação


específica)
Do ut des
Artigo 103.º
(Sistema fiscal)
CF Equivalência grupal Bilateral grupal: certa para o grupo
Contribuições de grupo e presumida para o sujeito nele
inserido (genérica/presumida)

Contribuições especiais de 1ª Capacidade contributiva Unilateral/bilateral reflexa


geração (melhoria ou maiores
despesas) Seguem o regime dos impostos
Imposto e figuras afins
ACÓRDÃO Nº 418/2017
Taxa de proteção civil do município de Vila Nova de Gaia
http://www.tribunalconstitucional.pt/tc/acordaos/20170418.html

 Exposta a arquitetura fundamental da TMPC de Vila Nova de Gaia e tendo presente que está em causa, no essencial, a
qualificação jurídico-constitucional de um tributo, importa recordar o caminho que a jurisprudência do Tribunal
tem percorrido sobre esta matéria, sendo certo que, como se referiu no Acórdão n.º 539/2015, “[…] a caracterização de
um tributo, quando releve para efeito da determinação das regras aplicáveis de competência legislativa, há de resultar do
regime jurídico concreto que se encontre legalmente definido, tornando-se irrelevante o nomen juris atribuído pelo
legislador ou a qualificação expressa do tributo como constituindo uma contrapartida de uma prestação provocada ou
utilizada pelo sujeito passivo
Imposto e figuras afins
ACÓRDÃO Nº 418/2017

O imposto constitui uma prestação pecuniária, coativa e unilateral, exigida com o propósito de angariação de receitas que
se destinam à satisfação das necessidades financeiras do Estado e de outras entidades públicas, e que, por isso, tem apenas a
contrapartida genérica do funcionamento dos serviços estaduais. O que permite compreender que os impostos assentem
essencialmente na capacidade contributiva dos sujeitos passivos, revelada através do rendimento ou da sua utilização e do
património (artigo 4.º, n.º 1, da Lei Geral Tributária).
A taxa constitui uma prestação pecuniária e coativa, exigida por uma entidade pública, em contrapartida de prestação
administrativa efetivamente provocada ou aproveitada pelo sujeito passivo, assumindo uma natureza sinalagmática. A taxa
pressupõe a realização de uma contraprestação específica resultante de uma relação concreta entre o contribuinte e a
Administração e que poderá traduzir-se na prestação de um serviço público, na utilização de um bem do domínio público ou
na remoção de um obstáculo jurídico ao comportamento dos particulares (artigo 4.º, n.º 2, da Lei Geral Tributária).
A taxa tem igualmente a finalidade de angariação de receita. Mas enquanto que nos impostos esse propósito fiscal está
dissociado de qualquer prestação pública, na medida em que as receitas se destinam a prover indistintamente às
necessidades financeiras da comunidade, em cumprimento de um dever geral de solidariedade, nas taxas surge relacionado
com a compensação de um custo ou valor das prestações de que o sujeito passivo é causador ou beneficiário. Assim, ‘a
bilateralidade das taxas não passa apenas pelo seu pressuposto, constituído por dada prestação administrativa, mas também
pela sua finalidade, que consiste na compensação dessa mesma prestação. Se a taxa constitui um tributo comutativo não é
simplesmente porque seja exigida pela ocasião de uma prestação pública mas porque é exigida em função dessa prestação,
dando corpo a uma relação de troca com o contribuinte’ (Sérgio Vasques, em ‘Manual de Direito Fiscal’, pág. 207, ed. de
2011, Almedina).
Imposto e figuras afins
ACÓRDÃO Nº 418/2017
Entretanto, a revisão constitucional de 1997 introduziu, a propósito da delimitação da reserva parlamentar, a categoria
tributária das contribuições financeiras a favor das entidades públicas, dando cobertura constitucional a um conjunto de
tributos parafiscais que se situam num ponto intermédio entre a taxa e o imposto (artigo 165.º, n.º 1, alínea i)). As
contribuições financeiras constituem um tertium genus de receitas fiscais, que poderão ser qualificadas como taxas coletivas,
na medida em que compartilham em parte da natureza dos impostos (porque não têm necessariamente uma contrapartida
individualizada para cada contribuinte) e em parte da natureza das taxas (porque visam retribuir o serviço prestado por uma
instituição pública a certo círculo ou certa categoria de pessoas ou entidades que beneficiam coletivamente de um atividade
administrativa) (Gomes Canotilho/Vital Moreira, em ‘Constituição da República Portuguesa Anotada’, I vol., pág. 1095, 4.ª
ed., Coimbra Editora).
As contribuições distinguem-se especialmente das taxas porque não se dirigem à compensação de prestações efetivamente
provocadas ou aproveitadas pelo sujeito passivo, mas à compensação de prestações que apenas presumivelmente são
provocadas ou aproveitadas pelo sujeito passivo, correspondendo a uma relação de bilateralidade genérica. Preenchem esse
requisito as situações em que a prestação poderá beneficiar potencialmente um grupo homogéneo ou um conjunto diferenciável
de destinatários e aquelas em que a responsabilidade pelo financiamento de uma tarefa administrativa é imputável a um
determinado grupo que mantém alguma proximidade com as finalidades que através dessa atividade se pretendem atingir.
ACÓRDÃO Nº 418/2017
O que estava em causa: Regulamento da taxa municipal de proteção civil

Artigo 2.º
Objeto
1 – O presente Regulamento estabelece as disposições respeitantes à liquidação, cobrança e pagamento da taxa municipal de proteção civil
devida pela prestação de serviços no domínio da prevenção de riscos e da proteção civil, doravante designada abreviadamente por TMPC.
2 – A TMPC tem por objeto compensar financeiramente o Município pela despesa pública local, realizada no âmbito da prevenção de
riscos e da proteção civil e constitui a contrapartida do Município por:
a) Prestação de serviços de bombeiros e de proteção civil;
b) Funcionamento da comissão municipal de proteção civil;
c) Funcionamento da comissão municipal de defesa da floresta contra incêndios;
d) Cumprimento e execução do plano de emergência municipal;
e) Prevenção e reação a acidentes graves e catástrofes, de proteção e socorro de populações; e
j) Promoção de ações de proteção civil e de sensibilização para prevenção de riscos.
Artigo 3.º
Âmbito de aplicação
1 – A TMPC aplica-se às pessoas singulares ou coletivas proprietárias de prédios urbanos ou rústicos sitos na área do Município de Vila
Nova que Gaia.
2 – A TMPC aplica-se, de igual forma, às entidades gestoras das infraestruturas instaladas, total ou parcialmente, no Município de Vila
Nova do Gaia, designadamente as rodoviárias e ferroviárias, de gás, de eletricidade, televisão, telecomunicações, portuárias e de
abastecimento.
ACÓRDÃO Nº 418/2017
O que estava em causa: Regulamento da taxa municipal de proteção civil

Artigo 4.º - Taxa


1 – O montante da TMPC a pagar pelo sujeito passivo resulta da aplicação dos critérios económico-financeiros constantes do Anexo I ao presente Regulamento.
2 – A taxa a cobrar pelo Município é anual e consta do Anexo II do presente Regulamento.

Anexo1 : prédio: valor 10€ a que acrescia mais 10€ por cada acréscimo de 100 000€ de valor patrimonial ( índice de riqueza)

Decisão:
3. Em face do exposto, decide-se, na improcedência do recurso, julgar inconstitucionais as normas constantes dos artigos 2.º, n.º 1, 3.º, n.º 2, e 4.º, n.º 2, do
Regulamento da Taxa de Municipal de Proteção Civil de Vila Nova de Gaia.

FALTA DE COMPROVAÇÃO DE BILATERALIDADE ESPECÍFICA: falta de identificação concreta dos beneficiários e inexistência de troca específica
ACÓRDÃO Nº 418/2017
O que estava em causa: Regulamento da taxa municipal de proteção civil

 FUNDAMENTO:
 “as atividades do município na área da proteção civil, a que se refere a TMPC, não permitem estabelecer
uma relação – efetiva ou presumida – com específicas pessoas ou grupo que delas sejam causadores ou
beneficiários. Pelo contrário, pode dizer-se, genericamente, que todos os sujeitos que residam, estejam
estabelecidos ou se desloquem na área daquele município, e ainda que de um modo muito difuso, “dão causa”
às atividades de proteção civil – porque a sua simples presença pode condicioná-las ou determinar o seu
conteúdo – ou delas “beneficiam”, pelo menos potencialmente. Mas, se assim é, perde-se a conexão
característica dos tributos comutativos, num duplo sentido: perde-se do lado dos beneficiários, que não são
suscetíveis de delimitação, porquanto a “causa” da atividade e o “benefício” dela decorrente se diluem na
generalidade da população; e perde-se do lado da prestação, por não ser individualizável, reconduzindo-se a
uma atividade abstrata.
 Decorre do exposto que a determinação dos sujeitos passivos em tais condições não pode deixar de ser
arbitrária. Impor a taxa aos proprietários ou (mais central para o presente recurso) às entidades que gerem
infraestruturas é tão desprovido de sentido e justificação como escolher os arrendatários, alguns ou todos os
empresários ou qualquer outra categoria de sujeitos, uma vez que nenhum deles tem maior ou menor
proximidade com a atividade a que se refere a taxa.
Acórdão 505/2021 TC – oferece o seguinte conceito de CF

 Com efeito, estão reunidas as principais notas características desta categoria


tributária (CF): é uma prestação pecuniária (i), coativa (ii), cujas receitas são
consignadas subjetiva e materialmente a um ente público (iii), que assenta numa
relação de bilateralidade genérica ou difusa – visando compensar uma
prestação administrativa presumivelmente provocada ou aproveitada (iv) por
um grupo homogéneo de contribuintes em que o sujeito passivo se integra (v).
Princípios Constitucionais Fiscais
A CRP
Princípios Constitucionais Fiscais
O PRINCÍPIO DO ESTADO SOCIAL DE DIREITO E OS SEUS SUBPRINCÍPIOS
SUBPRINCÍPIO DA LEGALIDADE
SUBPRINCÍPIO DA TIPICIDADE
SUBPRINCÍPIO DA SEGURANÇA
SUBPRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE OU DA PROIBIÇÃO DO EXCESSO

PRINCÍPIO DA IGUALDADE. O BINÓMIO JUSTIÇA E NEUTRALIDADE

OUTROS PRINCÍPIOS: INICIATIVA ECONÓMICA, PROPRIEDADE PRIVADA,


FAMÍLIA, AMBIENTE,
Imposto e figuras afins
Artigo 103.º da CRP

1. O sistema fiscal visa a satisfação das necessidades financeiras do Estado


e outras entidades públicas e uma repartição justa dos rendimentos e da
riqueza.
2. Os impostos são criados por lei, que determina a incidência, a taxa, os
benefícios fiscais e as garantias dos contribuintes.
3. Ninguém pode ser obrigado a pagar impostos que não hajam sido
Artigo 103.º
(Sistema fiscal)

criados nos termos da Constituição, que tenham natureza retroactiva ou


cuja liquidação e cobrança se não façam nos termos da lei
Princípios Constitucionais Fiscais

 PRINCÍPIO DE ESTADO DE DIREITO

1. SUBPRINCÍPIO DA LEGALIDADE
2. SUBPRINCÍPIO DA TIPICIDADE
3. SUBPRINCÍPIO DA SEGURANÇA
4. SUBPRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DO EXCESSO OU DA
PROPORCIONALIDADE
Princípios Constitucionais Fiscais
 PRINCÍPIO DE ESTADO DE DIREITO

A) NINGUÉM ESTÁ ACIMA DA LEI, TODOS ESTÃO SUBORDINADOS À LEI.

B) NEM OS ÓRGÃOS CRIADORES DAS LEIS PODEM EXIMIR-SE AO CUMPRIMENTO DELAS


ARTIGO 2.º DA CRP
(Estado de Direito democrático)

A República Portuguesa é um Estado de Direito democrático, baseado na soberania popular,


no pluralismo de expressão e organização política democráticas, no respeito e na garantia de
efectivação dos direitos e liberdades fundamentais e na separação e interdependência de
poderes, visando a realização da democracia económica, social e cultural e o aprofundamento
da democracia participativa.
ARTIGO 165.º DA CRP
(RESERVA RELATIVA DE COMPETÊNCIA LEGISLATIVA)

1. É DA EXCLUSIVA COMPETÊNCIA DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA LEGISLAR SOBRE AS


SEGUINTES MATÉRIAS, SALVO AUTORIZAÇÃO AO GOVERNO:

I) CRIAÇÃO DE IMPOSTOS E SISTEMA FISCAL E REGIME GERAL DAS TAXAS E DEMAIS


CONTRIBUIÇÕES FINANCEIRAS A FAVOR DAS ENTIDADES PÚBLICAS;
ARTIGO 103.º DA CRP
(SISTEMA FISCAL)

1. O SISTEMA FISCAL VISA A SATISFAÇÃO DAS NECESSIDADES FINANCEIRAS DO ESTADO E


OUTRAS ENTIDADES PÚBLICAS E UMA REPARTIÇÃO JUSTA DOS RENDIMENTOS E DA
RIQUEZA.
2. OS IMPOSTOS SÃO CRIADOS POR LEI, QUE DETERMINA A INCIDÊNCIA, A TAXA, OS
BENEFÍCIOS FISCAIS E AS GARANTIAS DOS CONTRIBUINTES.
3. NINGUÉM PODE SER OBRIGADO A PAGAR IMPOSTOS QUE NÃO HAJAM SIDO CRIADOS NOS
TERMOS DA CONSTITUIÇÃO, QUE TENHAM NATUREZA RETROACTIVA OU CUJA
LIQUIDAÇÃO E COBRANÇA SE NÃO FAÇAM NOS TERMOS DA LEI.
Artigo 8.º
Princípio da legalidade tributária da LGT

1 - Estão sujeitos ao princípio da legalidade tributária a incidência, a taxa, os benefícios fiscais, as


garantias dos contribuintes, a definição dos crimes fiscais e o regime geral das contra-ordenações fiscais.
2 - Estão ainda sujeitos ao princípio da legalidade tributária:
a) a liquidação e cobrança dos tributos, incluindo os prazos de prescrição e caducidade;
b) a regulamentação das figuras da substituição e responsabilidade tributárias;
c) a definição das obrigações acessórias;
d) a definição das sanções fiscais sem natureza criminal;
e) as regras de procedimento e processo tributário.
Princípios Constitucionais Fiscais

SUBPRINCÍPIO DA LEGALIDADE (ART. 103º E 165º, Nº 1, AL I. DA CRP)

RESERVA DE LEI MATERIAL em relação aos elementos essenciais do imposto -


no taxation without representation

- RESERVA FORMAL porque não há lacunas, não há discricionariedade própria.


proibição de deslegalização, do costume e da interpretação analógica

RESERVA DE LEI FORMAL porque para a atuação do órgão executivo é


necessário de normativo com força de lei

- “RESERVA FORMAL DE LEI MATERIAL”


Princípios Constitucionais Fiscais
 SUBPRINCÍPIO DA TIPICIDADE

- a tributação só deve operar quando se verificar que o tipo está previsto na lei
- abertura de normas e margem de livre apreciação de normas?
- art. 36º e 37º da LGT
-
POR OUTRO LADO: PRINCÍPIO DA PRATICABILIDADE, SIMPLIFICAÇÃO, TIPO MÉDIO E
COMBATE À EVASÃO FISCAL
Princípios Constitucionais Fiscais
OBJETO MATERIAL DA RESERVA: O AN E O QUANTUM – ELEMENTOS DO TIPO
NORMAS FISCAIS SUBMETIDAS À RESERVA MATERIAL OU CONTEUDÍSTICA ( regras materiais
ou substantivas):
a) QUEM – incidência pessoal – o sujeito
b) O QUÊ – incidência real em sentido amplo – a base tributável ( elementos de quantificação). exp.
encargos dedutíveis, aplicação métodos indiretos, retenções, paga conta, etc
c) QUANTO - a taxa (alíquota).
(A abertura em face de outras disposições constitucionais: autonomia local Ac. 57/95 do TC – C.A. -, Ac.
711/2006 – recuperação 5% IRS)
OUTROS ASPETOS FORA DO TIPO
d) Benefícios fiscais – PELO DESVIO À IGUALDADE (EXTRAFISCALIDADE)
e) Garantias dos contribuintes -
Princípios Constitucionais Fiscais
 SUBPRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DO EXCESSO OU DA
PROPORCIONALIDADE

-ADEQUAÇÃO DOS MEIOS AOS FINS (FISCAIS E


EXTRA-FISCAIS)
Princípios Constitucionais Fiscais
 Subprincípio da segurança:
- rejeição do arbítrio
- clareza e estabilidade normativa
- proteção da confiança
- conceitos relativamente determinados ( não discricionários)
- proibição da retroatividade autêntica e desfavorável (impostos)
Princípios Constitucionais Fiscais: a segurança
A proibição da retroatividade, no domínio da lei fiscal, dirige-se :
a) apenas à retroatividade autêntica, abrangendo apenas os casos em que o facto tributário
que a lei nova pretende regular já tenha produzido todos os seus efeitos ao abrigo da lei
antiga,
b) excluindo do seu âmbito aplicativo as situações de retrospetividade ou de
retroatividade imprópria, ou seja, aquelas situações em que a lei é aplicada a factos
passados mas cujos efeitos ainda perduram no presente, como sucede quando as normas
fiscais que produziram um agravamento da posição fiscal dos contribuintes em relação a
factos tributários que não ocorreram totalmente no domínio da lei antiga e continuam a
formar-se, ainda no decurso do mesmo ano fiscal, na vigência da nova lei
(assim, por exemplo, os acórdãos do TC n.ºs 617/2012 e 85/2013, que, por sua vez, remetem para os acórdãos n.ºs 128/2009, 85/2010 e 399/2010 e
255/2020).
Princípios Constitucionais Fiscais: a segurança

Impostos periódicos ( anuais – perduram durante um certo período de tempo com uma obrigação
renovável periodicamente):
Retroatividade proibida – quando a lei nova desvantajosa se aplica a factos tributários ocorridos no ano fiscal anterior
( exemplo: lei aprovada em 2021 para agravar a situação fiscal do contribuinte de 2020)
Retroatividade permitida: – quando a lei nova mais vantajosa se aplica a factos tributários ocorridos no ano fiscal
anterior ( exemplo: lei aprovada em 2021 para desagravar a situação fiscal do contribuinte de 2020)
Retrospetividade, logo permitida, salvo artigo 2.º da CRP: – quando a lei nova se aplica a factos tributários ocorridos
no mesmo ano fiscal ou cujos efeitos perduram nesse mesmo ano fiscal ( exemplo: lei aprovada a 31 de dezembro de 2020
para agravar a situação fiscal do contribuinte em 2020)

Impostos de obrigação única ( o facto e respetivos efeitos aperfeiçoam-se e produzem-se completamente no dia da
ocorrência):
Retroatividade proibida – quando a lei nova desvantajosa se aplica ao facto tributário ocorrido anteriormente ( exemplo:
lei aprovada a 2 de janeiro de 2021 para agravar a situação fiscal do contribuinte que ocorreu a 1 de janeiro de 2020)
Princípios Constitucionais Fiscais: a segurança
Ocorrendo retroatividade autêntica, é aplicável a cláusula proibitiva do artigo 103.º, n.º 3, da
constituição:
«ninguém pode ser obrigado a pagar impostos que não hajam sido criados nos termos da
constituição, que tenham natureza retroativa ou cuja liquidação e cobrança se não façam
nos termos da lei».
Sendo o poder de lançar impostos inerente à noção de Estado, como manifestação da sua
soberania, perante um longo passado de abusos e arbitrariedades, a introdução do princípio
da legalidade nesta matéria veio conferir-lhe um estatuto de cidadania no mundo do direito.
Assim, para que o Estado possa cobrar um imposto ele terá que ser previamente aprovado
pelos representantes do povo e terá que estar perfeitamente determinado em lei geral
e abstrata, só assim se evitando que esse poder possa ser exercido de forma abusiva e
arbitrária, indigna de um verdadeiro Estado de Direito. ( excerto Ac. do TC 255/2020)
Caso prático – princípio da segurança
Suponha as seguintes alterações aos impostos e taxas por lei do Parlamento:

a) A 5 de maio 2021 são aumentadas as taxas do IRS em 10% com efeitos a 1 de janeiro de
2021
b) A 5 de maio 2021 são aumentadas as taxas do IRS em 10% com efeitos a 1 de janeiro de
2020
c) A 5 de maio 2021são aumentadas as taxas do IMT com efeitos a 1 de janeiro de 2021
d) A 5 de maio 2021são aumentadas as licenças de construção em 10% com efeitos a 1 de
janeiro de 2021
e) A 5 de maio 2021são aumentadas as licenças de construção em 10% com efeitos a 1 de
janeiro de 2020
Princípios Constitucionais Fiscais
 PRINCÍPIO DA IGUALDADE
1. EQUIDADE HORIZONTAL: TODOS DEVEM CONTRIBUIR PARA AS DESPESAS DO
ESTADO (PRINCÍPIO DA UNIVERSALIDADE DA TRIBUTAÇÃO)

2. EQUIDADE VERTICAL : PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA OU PRINCÍPIO DA


EQUIVALÊNCIA
Princípios Constitucionais Fiscais
 PRINCÍPIO DO ESTADO SOCIAL - ART.81º DA CRP
- ESTADO REALIZA INTERVENÇÃO SOCIAL

1. PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO À FAMÍLIA - 67º DA CRP

2. PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO DA ESCOLHA E DO LIVRE EXERCÍCIO E DA


PROFISSÃO – 47º E 80º

3. PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO DA PROPRIEDADE PRIVADA – 62º E 94º

4. PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO DO AMBIENTE – 66º


FASES DA VIDA DO IMPOSTO

 FASES ESTRUTURAIS:
1. incidência ( 103.º)
2. Lançamento
3. Liquidação ( em sentido estrito)
4. Cobrança
Liquidação em sentido estrito e em sentido amplo

OS MOMENTOS OU ASPETOS DO IMPOSTO:


1. espacial
2. temporal
3. material
4. quantitativo
CRP – FASES DO IMPOSTO

Artigo 103.º
(Sistema fiscal)

1. O sistema fiscal visa a satisfação das necessidades financeiras do Estado e outras entidades públicas e uma
repartição justa dos rendimentos e da riqueza.

2. Os impostos são criados por lei, que determina a incidência, a taxa, os benefícios fiscais e as garantias dos
contribuintes.

3. Ninguém pode ser obrigado a pagar impostos que não hajam sido criados nos termos da Constituição, que
tenham natureza retroactiva ou cuja liquidação e cobrança se não façam nos termos da lei.
IRS– FASES DO IMPOSTO
REGIME/SISTEMA GERAL

RB (cat.) – DE (cat.) = RL (global) - A=RC x taxas = C – DC = Imposto

Legenda:
RB – rendimento bruto; DE – deduções específicas; RL rendimento líquido; A – abatimentos;
RC – rendimento coletável; C – coleta; DC – deduções à coleta.
CLASSIFICAÇÃO DE IMPOSTOS

1. Sobre o rendimento, património e despesa (consumo)


2. Diretos e indiretos:
1. Critério do lançamento administrativo de Otto Mayer, do rol administrativo
2. Critério económico
3. Critério jurídico (Instantâneo ou duradouro)
3. Pessoais, reais e mistos ( consideração do sujeito passivo)
4. Gerais e especiais (regimes gerais e especiais)
5. Periódicos e de obrigação única – relevância artigos 45.º/4 e 48.º da LGT ( prescrição) e também para a questão da retroatividade.
6. Autoliquidáveis e heteroliquidáveis
7. Quota fixa ( ex. 10€) ou quota variável
1. Proporcionais, progressivos, regressivos
8. Principais e acessórios ( a independência ou dependência):
a) Adicionais: sobre o quantitativo do principal
b) Adicionamentos: sobre a matéria coletável do principal
9. Estaduais, regionais 229/1f) da CRP ou locais, parafiscais ou fiscais
CLASSIFICAÇÃO DE IMPOSTOS

Artigo 3.º
Classificação dos tributos
1 - Os tributos podem ser:
a) Fiscais e parafiscais;
b) Estaduais, regionais e locais.
2 - Os tributos compreendem os impostos, incluindo os aduaneiros e especiais, e outras espécies tributárias criadas
por lei, designadamente as taxas e demais contribuições financeiras a favor de entidades públicas.
3 - O regime geral das taxas e das contribuições financeiras referidas no número anterior consta de lei especial.

(Lei n.º 53-E/2006, de 29 de Dezembro - REGIME GERAL DAS TAXAS DAS AUTARQUIAS LOCAIS)
AS FONTESDE DIREITO

INTERNAS:
1. CRP
2. LGT ( sem valor reforçado)
3. Leis
4. Regulamentos
5. Contratos fiscais – artigo 37.º da LGT. Admitidos sobretudo em matéria de benefícios
fiscais, concessão, acordos prévios de preços de transf.
INTERNACIONAIS:
6. As convenções bilaterais para eliminar a dupla tributação internacional e prevenir
evasão fiscal
7. O Direito da União Europeia. Fiscalidade direta vs. Fiscalidade indireta
REGRAS COMUNS PREVISTAS NA LGT
Artigo 4.º
Pressupostos dos tributos
1 - Os impostos assentam essencialmente na capacidade contributiva, revelada, nos termos da lei, através do
rendimento ou da sua utilização e do património.
2 - As taxas assentam na prestação concreta de um serviço público, na utilização de um bem do domínio público
ou na remoção de um obstáculo jurídico ao comportamento dos particulares.
3 - As contribuições especiais que assentam na obtenção pelo sujeito passivo de benefícios ou aumentos de valor
dos seus bens em resultado de obras públicas ou da criação ou ampliação de serviços públicos ou no especial
desgaste de bens públicos ocasionados pelo exercício de uma actividade são consideradas impostos.
REGRAS COMUNS PREVISTAS NA LGT
Artigo 5.º
Fins da tributação
1 - A tributação visa a satisfação das necessidades financeiras do Estado e de outras entidades públicas e promove
a justiça social, a igualdade de oportunidades e as necessárias correcções das desigualdades na distribuição da
riqueza e do rendimento.
2 - A tributação respeita os princípios da generalidade, da igualdade, da legalidade e da justiça material.
REGRAS COMUNS PREVISTAS NA LGT

Artigo 6.º
Características da tributação e situação familiar
1 - A tributação directa tem em conta:
a) A necessidade de a pessoa singular e o agregado familiar a que pertença disporem de rendimentos e bens
necessários a uma existência digna;
b) A situação patrimonial, incluindo os legítimos encargos, do agregado familiar;
c) A doença, velhice ou outros casos de redução da capacidade contributiva do sujeito passivo.
2 - A tributação indirecta favorece os bens e consumos de primeira necessidade.
3 - A tributação respeita a família e reconhece a solidariedade e os encargos familiares, devendo orientar-se no
sentido de que o conjunto dos rendimentos do agregado familiar não esteja sujeito a impostos superiores aos que
resultariam da tributação autónoma das pessoas que o constituem.
REGRAS COMUNS PREVISTAS NA LGT

Artigo 8.º
Princípio da legalidade tributária
1 - Estão sujeitos ao princípio da legalidade tributária a incidência, a taxa, os benefícios fiscais, as garantias dos
contribuintes, a definição dos crimes fiscais e o regime geral das contra-ordenações fiscais.
2 - Estão ainda sujeitos ao princípio da legalidade tributária:
a) A liquidação e cobrança dos tributos, incluindo os prazos de prescrição e caducidade;
b) A regulamentação das figuras da substituição e responsabilidade tributárias;
c) A definição das obrigações acessórias;
d) A definição das sanções fiscais sem natureza criminal;
e) As regras de procedimento e processo tributário.
REGRAS COMUNS PREVISTAS NA LGT
Artigo 10.º
Tributação de rendimentos ou actos ilícitos
O carácter ilícito da obtenção de rendimentos ou da aquisição, titularidade ou transmissão dos bens não obsta à
sua tributação quando esses actos preencham os pressupostos das normas de incidência aplicáveis.

a) desde que subsumível numa norma de incidência


b) Vertente da consideração económica dos factos ou atos com relevância no Direito Tributário
c) Não reclude a sanção pela prática do ato ilícito
d) Acórdão do então TJCE de 26.5.1999 ( tributação em IVA pelo aluguer numa mesa de um café a um
traficante – prestação de serviços)
REGRAS COMUNS PREVISTAS NA LGT
Artigo 11.º
Interpretação
1 - Na determinação do sentido das normas fiscais e na qualificação dos factos a que as mesmas se aplicam
são observadas as regras e princípios gerais de interpretação e aplicação das leis.
Artigo 9.º do CC (cânones comuns)
2 - Sempre que, nas normas fiscais, se empreguem termos próprios de outros ramos de direito, devem os
mesmos ser interpretados no mesmo sentido daquele que aí têm, salvo se outro decorrer directamente da lei.
Direito de sobreposição ( contrato de trabalho, arrendamento etc). Conceitos próprios: artigo 8.º/4 do IRS
(construção: móvel assente no mesmo local por um período superior a 12 meses)
3 - Persistindo a dúvida sobre o sentido das normas de incidência a aplicar, deve atender-se à substância
económica dos factos tributários.
Realidade económica ( operador interpretativo)

4 - As lacunas resultantes de normas tributárias abrangidas na reserva de lei da Assembleia da República


não são susceptíveis de integração analógica.
REGRAS COMUNS PREVISTAS NA LGT
Artigo 12.º
Aplicação da lei tributária no tempo
1 - As normas tributárias aplicam-se aos factos posteriores à sua entrada em vigor, não podendo ser criados
quaisquer impostos retroactivos.
2 - Se o facto tributário for de formação sucessiva, a lei nova só se aplica ao período decorrido a partir da sua
entrada em vigor.
3 - As normas sobre procedimento e processo são de aplicação imediata, sem prejuízo das garantias, direitos e
interesses legítimos anteriormente constituídos dos contribuintes.
4 - Não são abrangidas pelo disposto no número anterior as normas que, embora integradas no processo de
determinação da matéria tributável, tenham por função o desenvolvimento das normas de incidência tributária
REGRAS COMUNS PREVISTAS NA LGT
Artigo 13.º
Aplicação da lei tributária no espaço
1 - Sem prejuízo de convenções internacionais de que Portugal seja parte e salvo disposição legal em sentido
contrário, as normas tributárias aplicam-se aos factos que ocorram no território nacional.
2 - A tributação pessoal abrange ainda todos os rendimentos obtidos pelo sujeito passivo com domicílio, sede ou
direcção efectiva em território português, independentemente do local onde sejam obtidos.
SITUAÇÕES SUBJECTIVAS

OBRIGAÇÃO FISCAL
Relação jurídica tributária complexa

 Relação da vida social, tutelada pelo direito fiscal, mediante a atribuição a um


sujeito (ativo) de um direito e a adstrição a um dever de outro sujeito
(passivo).

 Relações jurídicas reais ou absolutas e obrigacionais

É uma relação jurídica obrigacional mas regulada pelo direito público:


 Indisponível 30º da LGT
 AT beneficia da presunção de legalidade
Relação jurídica tributária complexa

 Elementos da relação jurídica

 Sujeitos
 Objeto
 Facto
 Garantia
Relação jurídica tributária complexa
TÍTULO II
Da relação jurídica tributária

CAPÍTULO I
Sujeitos da relação jurídica tributária

Artigo 15.º
Personalidade tributária
A personalidade tributária consiste na susceptibilidade de ser sujeito de
relações jurídicas tributárias.
SUJEITOS ATIVO E PASSIVO
Artigo 18.º
Sujeitos
1 - O sujeito activo da relação tributária é a entidade de direito público titular do direito de exigir o cumprimento das
obrigações tributárias, quer directamente quer através de representante.

2 - Quando o sujeito activo da relação tributária não for o Estado, todos os documentos emitidos pela administração tributária
mencionarão a denominação do sujeito activo.

3 - O sujeito passivo é a pessoa singular ou colectiva, o património ou a organização de facto ou de direito que, nos
termos da lei, está vinculado ao cumprimento da prestação tributária, seja como contribuinte directo, substituto ou
responsável.

4 - Não é sujeito passivo quem:


a) Suporte o encargo do imposto por repercussão legal, sem prejuízo do direito de reclamação, recurso, impugnação ou de
pedido de pronúncia arbitral nos termos das leis tributárias; a repercussão

b) Deva prestar informações sobre assuntos tributários de terceiros, exibir documentos, emitir laudo em processo
administrativo ou judicial ou permitir o acesso a imóveis ou locais de trabalho.
SUJEITOS ATIVO E PASSIVO
Artigo 20.º
Substituição tributária
1 - A substituição tributária verifica-se quando, por imposição da lei, a prestação tributária for exigida a pessoa diferente do
contribuinte.
2 - A substituição tributária é efectivada através do mecanismo da retenção na fonte do imposto devido.

Artigo 28.º
Responsabilidade em caso de substituição tributária
1 - Em caso de substituição tributária, a entidade obrigada à retenção é responsável pelas importâncias retidas e não entregues
nos cofres do Estado, ficando o substituído desonerado de qualquer responsabilidade no seu pagamento, sem prejuízo do
disposto nos números seguintes.
2 - Quando a retenção tiver a natureza de pagamento por conta do imposto devido a final, cabe ao substituído a
responsabilidade originária pelo imposto não retido e ao substituto a responsabilidade subsidiária, ficando este ainda sujeito
aos juros compensatórios devidos desde o termo do prazo de entrega até ao termo do prazo para apresentação da declaração
pelo responsável originário ou até à data da entrega do imposto retido, se anterior. (Redação dada pela Lei n.º 82-E/2014, de
31 dezembro)
3 - Nos restantes casos, o substituído é apenas subsidiariamente responsável pelo pagamento da diferença entre as
importâncias que deveriam ter sido deduzidas e as que efectivamente o foram.
OBJETO DA RELAÇÃO TRIBUTÁRIA

Artigo 30.º
Objecto da relação jurídica tributária
1 - Integram a relação jurídica tributária:
a) O crédito e a dívida tributários;
b) O direito a prestações acessórias de qualquer natureza e o correspondente dever ou sujeição;
c) O direito à dedução, reembolso ou restituição do imposto;
d) O direito a juros compensatórios;
e) O direito a juros indemnizatórios.
2 - O crédito tributário é indisponível, só podendo fixar-se condições para a sua redução ou extinção com respeito pelo
princípio da igualdade e da legalidade tributária.

3 - O disposto no número anterior prevalece sobre qualquer legislação especial

RELAÇÃO JURÍDICA COMPLEXA


OBJETO DA RELAÇÃO TRIBUTÁRIA

Artigo 30.º
Objecto da relação jurídica tributária
1 - Integram a relação jurídica tributária:
a) O crédito e a dívida tributários;
b) O direito a prestações acessórias de qualquer natureza e o correspondente dever ou sujeição;
c) O direito à dedução, reembolso ou restituição do imposto;
d) O direito a juros compensatórios;
e) O direito a juros indemnizatórios.
2 - O crédito tributário é indisponível, só podendo fixar-se condições para a sua redução ou extinção com respeito pelo
princípio da igualdade e da legalidade tributária.
3 - O disposto no número anterior prevalece sobre qualquer legislação especial
Artigo 31.º
Obrigações dos sujeitos passivos
1 - Constitui obrigação principal do sujeito passivo efectuar o pagamento da dívida tributária.
2 - São obrigações acessórias do sujeito passivo as que visam possibilitar o apuramento da obrigação de imposto,
nomeadamente a apresentação de declarações, a exibição de documentos fiscalmente relevantes, incluindo a contabilidade ou
escrita, e a prestação de informações.

RELAÇÃO JURÍDICA COMPLEXA


PRINCÍPIO DO IMEDIATISMO

1. RETENÇÃO NA FONTE: FEITA POR TERCEIRO


2. PAGAMENTO POR CONTA:
Artigo 33.º
Pagamento por conta
As entregas pecuniárias antecipadas que sejam efectuadas pelos sujeitos passivos no período de formação do facto tributário
constituem pagamento por conta do imposto devido a final.
PRINCÍPIO DO IMEDIATISMO

1. RETENÇÃO NA FONTE: FEITA POR TERCEIRO

Artigo 34.º
Retenções na fonte
As entregas pecuniárias efectuadas por dedução nos rendimentos pagos ou postos à disposição do titular pelo substituto
tributário constituem retenção na fonte.

2. PAGAMENTO POR CONTA: FEITO PELOS PRÓPRIOS


Artigo 33.º
Pagamento por conta
As entregas pecuniárias antecipadas que sejam efectuadas pelos sujeitos passivos no período de formação do facto tributário
constituem pagamento por conta do imposto devido a final.
JUROS
MORATÓRIOS: a favor do sujeito ativo por não cumprimento da obrigação principal
Artigo 44.º
Falta de pagamento da prestação tributária
1 - São devidos juros de mora quando o sujeito passivo não pague o imposto devido no prazo legal.
2 - Os juros de mora aplicáveis às dívidas tributárias são devidos até à data do pagamento da dívida

INDEMNIZATÓRIOS: a favor do sujeito passivo


Artigo 43.º
Pagamento indevido da prestação tributária
1 - São devidos juros indemnizatórios quando se determine, em reclamação graciosa ou impugnação judicial, que houve erro
imputável aos serviços de que resulte pagamento da dívida tributária em montante superior ao legalmente devido.
2 - Considera-se também haver erro imputável aos serviços nos casos em que, apesar de a liquidação ser efectuada com base
na declaração do contribuinte, este ter seguido, no seu preenchimento, as orientações genéricas da administração tributária,
devidamente publicadas.

COMPENSATÓRIOS: a favor do sujeito ativo por não cumprimento de uma obrigação acessória
Artigo 35.º
Juros compensatórios
1 - São devidos juros compensatórios quando, por facto imputável ao sujeito passivo, for retardada a liquidação de parte ou
da totalidade do imposto devido ou a entrega de imposto a pagar antecipadamente, ou retido ou a reter no âmbito da
substituição tributária. ( …)
FACTO TRIBUTÁRIO
CAPÍTULO III
Constituição e alteração da relação jurídica tributária

Artigo 36.º
Regras gerais
1 - A relação jurídica tributária constitui-se com o facto tributário.
2 - Os elementos essenciais da relação jurídica tributária não podem ser alterados por vontade das partes.
3 - A administração tributária não pode conceder moratórias no pagamento das obrigações tributárias, salvo nos casos
expressamente previstos na lei.
4 - A qualificação do negócio jurídico efectuada pelas partes, mesmo em documento autêntico, não vincula a administração
tributária.
5 - A administração tributária pode subordinar a atribuição de benefícios fiscais ou a aplicação de regimes fiscais de natureza
especial, que não sejam de concessão inteiramente vinculada, ao cumprimento de condições por parte do sujeito passivo,
inclusivamente, nos casos previstos na lei, por meio de contratos fiscais.

TESES: DECLARATIVISTA/ CONSTITUTIVISTA


OBRIGAÇÃO: CERTA, LÍQUIDA E EXIGÍVEL
Extinção da relação jurídica tributária

1. Cumprimento

2. Outras formas para além do cumprimento

2.1. Admitidas no direito fiscal:


Compensação, confusão, dação em cumprimento, prescrição

2.2 Não admitidas em direito fiscal:


Remissão, consignação e novação
Extinção da relação jurídica tributária

Cumprimento

Artigo 40.º
Pagamento e outras formas de extinção das prestações tributárias

1 - As prestações tributárias são pagas em moeda corrente ou por cheque, débito em conta, transferência conta a conta e vale
postal ou por outros meios utilizados pelos serviços dos correios ou pelas instituições de crédito que a lei expressamente
autorize.
2 - A dação em cumprimento e a compensação são admitidas nos casos expressamente previstos na lei.
3 - Os contribuintes ou terceiros que efectuem o pagamento devem indicar os tributos e períodos de tributação a que se
referem.
Extinção da relação jurídica tributária

Cumprimento

Artigo 40.º
Pagamento e outras formas de extinção das prestações tributárias

1 - As prestações tributárias são pagas em moeda corrente ou por cheque, débito em conta, transferência conta a conta e vale
postal ou por outros meios utilizados pelos serviços dos correios ou pelas instituições de crédito que a lei expressamente
autorize.
2 - A dação em cumprimento e a compensação são admitidas nos casos expressamente previstos na lei.
3 - Os contribuintes ou terceiros que efectuem o pagamento devem indicar os tributos e períodos de tributação a que se
referem.
Extinção da relação jurídica tributária
CÓDIGO CIVIL
SECÇÃO III - Compensação
Artigo 847.º - (Requisitos)
1. Quando duas pessoas sejam reciprocamente credor e devedor, qualquer delas pode livrar-se da sua obrigação por meio
de compensação com a obrigação do seu credor, verificados os seguintes requisitos:

a) Ser o seu crédito exigível judicialmente e não proceder contra ele excepção, peremptória ou dilatória, de direito
material;
b) Terem as duas obrigações por objecto coisas fungíveis da mesma espécie e qualidade.

PREVISTO NO CPPT
Artigo 89.º, 90.º e 90.º-A
Extinção da relação jurídica tributária
CÓDIGO CIVIL
Confusão
Artigo 868.º
(Noção)
Quando na mesma pessoa se reúnam as qualidades de credor e devedor da mesma obrigação, extinguem-se o crédito e a
dívida.

Dação em cumprimento
Artigo 837.º
(Quando é admitida)
A prestação de coisa diversa da que for devida, embora de valor superior, só exonera o devedor se o credor der o seu
assentimento.

CPPT – ARTIGO 87.º


Extinção da relação jurídica tributária
Não admitidas

CÓDIGO CIVIL
Secção II
Consignação em depósito
Artigo 841.º
(Quando tem lugar)
1. O devedor pode livrar-se da obrigação mediante o depósito da coisa devida, nos casos seguintes:
a) Quando, sem culpa sua, não puder efectuar a prestação ou não puder fazê-lo com segurança, por qualquer motivo
relativo à pessoa do credor;
b) Quando o credor estiver em mora.
2. A consignação em depósito é facultativa.

Secção V
Remissão
Artigo 863.º
(Natureza contratual da remissão)
1. O credor pode remitir a dívida por contrato com o devedor.
2. Quando tiver o carácter de liberalidade, a remissão por negócio entre vivos é havida como doação, na conformidade dos
artigos 940.º e seguintes.
Extinção da relação jurídica tributária
Não admitidas

Artigo 857.º - (Novação objectiva)

Dá-se a novação objectiva quando o devedor contrai perante o credor uma nova obrigação em substituição da antiga
Extinção da relação jurídica tributária
A prescrição de obrigações e a caducidade de direitos

Artigo 45.º LGT


Caducidade do direito à liquidação

1 - O direito de liquidar os tributos caduca se a liquidação não for validamente notificada ao contribuinte no prazo de quatro
anos, quando a lei não fixar outro.
2 - No caso de erro evidenciado na declaração do sujeito passivo o prazo de caducidade referido no número anterior é de três
anos.
3 - Em caso de ter sido efetuada qualquer dedução ou crédito de imposto, o prazo de caducidade é o do exercício desse
direito.
4 - O prazo de caducidade conta-se, nos impostos periódicos, a partir do termo do ano em que se verificou o facto tributário
(31/12) e, nos impostos de obrigação única, a partir da data em que o facto tributário ocorreu, excepto no imposto sobre o
valor acrescentado e nos impostos sobre o rendimento quando a tributação seja efectuada por retenção na fonte a título
definitivo, caso em que aquele prazo se conta a partir do início do ano civil seguinte àquele em que se verificou (1/1),
respectivamente, a exigibilidade do imposto ou o facto tributário.
Extinção da relação jurídica tributária
A prescrição de obrigações e a caducidade de direitos

Artigo 48.º
Prescrição
1 - As dívidas tributárias prescrevem, salvo o disposto em lei especial, no prazo de oito anos contados, nos impostos
periódicos, a partir do termo do ano em que se verificou o facto tributário (31/12) e, nos impostos de obrigação única, a partir
da data em que o facto tributário ocorreu, excepto no imposto sobre o valor acrescentado e nos impostos sobre o rendimento
quando a tributação seja efectuada por retenção na fonte a título definitivo, caso em que aquele prazo se conta a partir do
início do ano civil seguinte àquele em que se verificou (1/1), respectivamente, a exigibilidade do imposto ou o facto
tributário.
Garantia da prestação tributária

Artigo 50.º LGT


Garantia dos créditos tributários
1 - O património do devedor constitui a garantia geral dos créditos tributários.
2 - Para garantia dos créditos tributários, a administração tributária dispõe ainda:
a) Dos privilégios creditórios previstos no Código Civil ou nas leis tributárias;
b) Do direito de constituição, nos termos da lei, de penhor ou hipoteca legal, quando essas garantias se revelem necessárias à
cobrança efectiva da dívida ou quando o imposto incida sobre a propriedade dos bens;
c) Do direito de retenção de quaisquer mercadorias sujeitas à acção fiscal de que o sujeito passivo seja proprietário, nos
termos que a lei fixar.
3 - A eficácia dos direitos referidos na alínea b) do número anterior depende do registo.
Garantia da prestação tributária

:
Dos privilégios creditórios previstos no Código Civil ou nas leis tributárias: CÓDIGO CIVIL
.

Artigo 733.º
(Noção)
Privilégio creditório é a faculdade que a lei, em atenção à causa do crédito, concede a certos credores, independentemente do
registo, de serem pagos com preferência a outros.

Artigo 734.º
(Acessórios do crédito)
O privilégio creditório abrange os juros relativos aos últimos dois anos, se forem devidos.

Artigo 735.º
(Espécies)
1- São de duas espécies os privilégios creditórios: mobiliários e imobiliários.
2- Os privilégios mobiliários são gerais, se abrangem o valor de todos os bens móveis existentes no património do devedor à
data da penhora ou de acto equivalente; são especiais, quando compreendem só o valor de determinados bens móveis.
3 - Os privilégios imobiliários estabelecidos neste Código são sempre especiais.
JUSTIÇA e Evasão fiscal
 Planeamento, elisão e evasão/fraude
 Planeamento – de acordo com espirito e letra da lei, decorre da livre iniciativa (61.º e 80 da CRP)
 Elisão/fraude – contra o espirito da lei. Não é um ilícito, mas tem em vista principal ou exclusivamente evitar as
normas de incidência, ou reduzir ou eliminar a matéria tributável ou a coleta, não existindo correspondência entre
a a forma adotada ( em si lícita) e a substância dos negócios.
É um esquema artificial aonde não existem razões económicas válidas ( business purpose) para a sua realização. i)
interna ii) internacional
 Fraude – contra o espirito e a letra da lei: ilícito criminal ou contraordenacional
Elisão fiscal
 Lacunas não intencionais e o seu combate é exigível em nome da igualdade:
1. Interpretação segundo o princípio da sustância económica ( artigo 11.º/3 da LGT), prevalecendo sobre a interpretação dos
conceitos do ramo que lhes é próprio

2. Abertura de tipos legais ( conceitos padrão contidos no artigo 5.º, não taxativo, por não ser possível ao legislador acompanhar a realidade do mercado )

Artigo 5.º do IRS

1 - Consideram-se rendimentos de capitais os frutos e demais vantagens económicas, qualquer que seja a sua natureza ou denominação, sejam pecuniários ou em espécie, procedentes, direta
ou indiretamente, de elementos patrimoniais, bens, direitos ou situações jurídicas, de natureza mobiliária, bem como da respetiva modificação, transmissão ou cessação, com exceção dos
ganhos e outros rendimentos tributados noutras categorias.

2 - Os frutos e vantagens económicas referidos no número anterior compreendem, designadamente: p) Quaisquer outros rendimentos derivados da simples aplicação de capitais;

http://www.dgsi.pt/jtca.nsf/-/4DCE452BC4373AD78025827C00473963 (Ac. TCA Sul 4730/11)

IV. O simples depósito de cheques na conta bancária do recorrido não é de molde a concluir que estamos perante um rendimento derivado da simples aplicação de
capitais [alínea p) do n.º2 do artigo 5º do CIRS].
Elisão fiscal
 Lacunas não intencionais e o seu combate é exigível em nome da igualdade:
3. Métodos de tributação indireta:
em caso de impossibilidade de comprovação e quantificação exata da matéria tributável depende da verificação de um conjunto de
irregularidades e anomalias, na contabilidade dos contribuintes, bem como na atividade por si exercida, em sede de ação de inspeção. Neste
contexto, a AT procede à avaliação indireta, de forma a determinar o rendimento tributável dos contribuintes, sempre que a realidade económica
declarada não corresponda à sua capacidade contributiva, evidenciada por um conjunto de indícios e elementos ao seu dispor.
https://core.ac.uk/download/pdf/19731827.pdf

Artigo 57.º IRC

Aplicação de métodos indirectos

1 — A aplicação de métodos indirectos efectua-se nos casos e condições previstos nos artigos 87.º a 89.º da Lei Geral Tributária.

2 — O atraso na execução dos livros e registos contabilísticos, bem como a sua não exibição imediata, a que se refere o artigo 88.º da Lei Geral Tributária, só dá lugar à aplicação de métodos
indirectos após o decurso do prazo fixado para a sua regularização ou apresentação sem que se mostre cumprida a obrigação.

3 — O prazo a que se refere o número anterior não deve ser inferior a 5 nem superior a 30 dias e não prejudica a aplicação da sanção que corresponder à infracção eventualmente praticada.

Artigo 59.º IRC

Métodos indirectos

 A determinação do lucro tributável por métodos indirectos é efectuada pelo director de finanças da área da sede, direcção efectiva ou estabelecimento estável do sujeito passivo ou por funcionário
em que este delegue e baseia-se em todos os elementos de que a administração tributária disponha, de acordo com o artigo 90.º da lei geral tributária e demais normas legais aplicáveis.
Elisão fiscal
 Lacunas não intencionais e o seu combate é exigível em nome da igualdade:
4. . Tributação autónoma

Tributa determinados encargos efetuados por sujeitos passivos de IRC (artigo 88.º) e IRS (artigo 73.º), com a intenção de evitar abusos
dos SP e procurando implementar uma certa justiça fiscal. S SANCHES: “o legislador procura responder à questão reconhecidamente
difícil do regime fiscal de despesas que se encontram na zona de intersecção da esfera pessoal e da esfera empresarial, de modo a evitar
renumerações em espécie mais atraentes por razões exclusivamente fiscais ou a distribuição oculta de lucros”.

 Artigo 73.º
Taxas de tributação autónoma
 1 - As despesas não documentadas, efetuadas por sujeitos passivos que possuam ou devam possuir contabilidade organizada, no âmbito do exercício de atividades
empresariais e profissionais, são tributadas autonomamente, à taxa de 50 %.
 2 - São tributados autonomamente os seguintes encargos, suportados por sujeitos passivos que possuam ou devam possuir contabilidade organizada no âmbito do
exercício de atividades empresariais ou profissionais, excluindo os veículos movidos exclusivamente a energia elétrica:
a) Os encargos dedutíveis relativos a despesas de representação e a viaturas ligeiras de passageiros ou mistas cujo custo de aquisição seja inferior a (euro) 20 000,
motos e motociclos, à taxa de 10 %;
 b) Os encargos dedutíveis relativos a automóveis ligeiros de passageiros ou mistos, cujo custo de aquisição seja igual ou superior a (euro) 20 000, à taxa de 20 %.
 3 - Excluem-se do disposto no número anterior os encargos relacionados com viaturas ligeiras de passageiros ou mistas, motos e motociclos, afetos à exploração do
serviço público de transportes, destinados a serem alugados no exercício da atividade normal do sujeito passivo, bem como as reintegrações relacionadas com as
viaturas relativamente às quais tenha sido celebrado o acordo previsto no n.º 9) da alínea b) do n.º 3 do artigo 2.º
 4 - Consideram-se despesas de representação, nomeadamente, os encargos suportados com receções, refeições, viagens, passeios e espetáculos oferecidos no país ou no
estrangeiro a clientes ou a fornecedores ou ainda a quaisquer outras pessoas ou entidades.

5 - Consideram-se encargos relacionados com viaturas ligeiras de passageiros, motos e motociclos, nomeadamente, as reintegrações, rendas ou alugueres, seguros,
despesas com manutenção e conservação, combustíveis e impostos incidentes sobre a sua posse ou utilização.
Elisão fiscal
 Lacunas não intencionais e o seu combate é exigível em nome da igualdade:
5. Presunções ou ficções legais: afirmar como válido o que só é provável ou possível/ artifícios jurídicos em que o legislador assume como existentes factos
desmentidos pela realidade.
Presunção:
Artigo 6.º IRS - Presunções relativas a rendimentos da categoria E

1 - Presume-se que as letras e livranças resultam de contratos de mútuo quando não provenham de transações comerciais, entendendo-se que assim sucede quando o
credor originário não for comerciante.

2 - Presume-se que os mútuos e as aberturas de crédito referidos na alínea a) do n.º 2 do artigo anterior são remunerados, entendendo-se que o juro começa a vencer-se
nos mútuos a partir da data do contrato e nas aberturas de crédito desde a data da sua utilização.
Artigo 73.º da LGT : para não fazer perigar o princípio da tipicidade fiscal
As presunções consagradas nas normas de incidência admitem sempre prova em contrário ( presunção juris tantum)

Ficção:
Artigo 2.º do IMT
3 - Considera-se que há também lugar a transmissão onerosa para efeitos do n.º 1 na outorga dos seguintes actos ou contratos:

a) Celebração de contrato-promessa de aquisição e alienação de bens imóveis em que seja clausulado no contrato ou posteriormente que o promitente adquirente
pode ceder a sua posição contratual a terceiro;
Elisão fiscal
6. Cláusulas especiais anti-abuso: estabelecem uma disciplina própria para situações descritas na lei com vista à sua tributação, por
configurarem mecanismos abusivos pelos quais se alcança a elisão fiscal.
Artigo 73.º do IRC
Definições e âmbito de aplicação

1 — Considera-se fusão a operação pela qual se realiza:


10— O regime especial estabelecido na presente subsecção não se aplica, total ou parcialmente, quando se conclua que as operações abrangidas
pelo mesmo tiveram como principal objetivo ou como um dos principais objetivos a evasão fiscal, o que pode considerar-se verificado,
nomeadamente, nos casos em que as sociedades intervenientes não tenham a totalidade dos seus rendimentos sujeitos ao mesmo regime de
tributação em IRC ou quando as operações não tenham sido realizadas por razões económicas válidas, tais como a reestruturação ou a
racionalização das atividades das sociedades que nelas participam, procedendo-se então, se for caso disso, às correspondentes liquidações
adicionais de imposto.
CLÁSULA GERAL ANTI-ABUSO
CONCEITO E HISTÓRIA: http://www.dgsi.pt/jtca.nsf/170589492546a7fb802575c3004c6d7d/2c579cf13cbbcb45802585f3006a6f19?OpenDocument&Highlight=0,2925%2F04.5BELSB

A erosão da base tributável por efeito do planeamento fiscal agressivo, seja ele lícito ou ilícito, tem consequências graves para os Estados, na medida em que
provoca uma acentuada diminuição na capacidade de arrecadação de receita.

Consequentemente, cedo se tornou evidente a necessidade de criação de instrumentos jurídicos que mitigassem as consequências desse fenómeno.

Um desses instrumentos são as CGAA, frequentemente tidas como de criação jurisprudencial com origem nos EUA, o que não corresponde inteiramente à
verdade, já que há notícias de criação de verdadeiras CGAA em momentos anteriores e noutras latitudes, por via legislativa.

Contudo, é verdade que foram sendo aperfeiçoadas pelos tribunais norte-americanos a partir da década de 30 do século passado, através das chamadas anti-
abuse judicial doctrines (doutrinas judiciais anti-abuso), que se reconduzem, essencialmente, à “assignment of income doctrine”, “step transaction
doctrine” e, desdobrando-se nas business purpose, sub­stance over form e sham transaction doctrine, a “economic substance doctrine”, codificada em 30 de
Março de 2010 através da Section 1409 do Health Care and Education Reconciliation Act que aditou a subsection 7701(o) ao Internal Revenue Code.

Estudo: https://cij.up.pt/client/files/0000000001/3_684.pdf
CLÁSULA GERAL ANTI-ABUSO
Quaisquer que sejas as suas origens, as CGAA visam, primordialmente, desconsiderar “os efeitos fiscais resultantes de esquemas artificiais levados a cabo
sem razões económicas e com objectivos essencialmente de elisão fiscal” (for tax avoidance purposes)

As CGAA não passam, portanto, de um instrumento que garante o cumprimento do princípio da igualdade na repartição da carga tributária e na
prossecução da satisfação das necessidades financeiras do Estado e de outras entidades públicas, que entre nós é imposto pelo artigo 103.º, n.º 1, da CRP.

Di Pietro define estas cláusulas como uma “solução de natureza legislativa” no combate ao fenómeno da elisão, concedendo uma competência exclusiva à
Administração tendo em vista o objectivo de fortalecer a segurança jurídica

De facto, face à dinâmica e complexidade actuais das relações económicas e ao fenómeno da globalização, tem de se reconhecer a impossibilidade de a lei
prever todas as hipóteses de incidência.

Todavia, tal não significa que se deva deixar ao livre sabor da subjectividade dos aplicadores da lei e julgadores actuar na ausência de CGAA, o que impõe
também, por imposição do princípio da legalidade fiscal, apanágio do Estado de Direito democrático, e do princípio da reserva de lei, que estejam perfeitamente
definidas as situações tributárias que podem ser subsumidas à CGAA, bem como o procedimento de aplicação desta.
CLÁSULA GERAL ANTI-ABUSO
Artigo 38.º
Ineficácia de actos e negócios jurídicos
1 - A ineficácia dos negócios jurídicos não obsta à tributação, no momento em que esta deva legalmente ocorrer, caso já se
tenham produzido os efeitos económicos pretendidos pelas partes.

2 - As construções ou séries de construções que, tendo sido realizadas com a finalidade principal ou uma das finalidades
principais de obter uma vantagem fiscal que frustre o objeto ou a finalidade do direito fiscal aplicável, sejam realizadas com
abuso das formas jurídicas ou não sejam consideradas genuínas, tendo em conta todos os factos e circunstâncias relevantes,
são desconsideradas para efeitos tributários, efetuando-se a tributação de acordo com as normas aplicáveis aos negócios ou
atos que correspondam à substância ou realidade económica e não se produzindo as vantagens fiscais pretendidas.
CLÁSULA GERAL ANTI-ABUSO
Elisão vs princípio da tipicidade
A possibilidade de aceitação ou não de uma opção contratual do sujeito passivo atribuindo à AT poderes para a
desconsideração dos negócios jurídicos para efeitos fiscais, tem necessariamente que ser acompanhada de um conjunto de
cautelas e restrições ou no próprio texto legal ou por um conjunto de procedimentos administrativos que condicionam a
aplicação da norma ( Clotilde de Palma).

É objeto de um procedimento próprio ( artigo 63.º do CPPT)

Cláusulas Especiais anti-abuso – exp. Preços de transferência no IRC- artigo 63.º IRC

https://caad.org.pt/tributario/decisoes/decisao.php?listOrder=Sorter_data&listDir=DESC&listPage=1&id=6853
Do procedimento tributário

CAPÍTULO I
Regras gerais

Artigo 54.º
Âmbito e forma do procedimento tributário
1 - O procedimento tributário compreende toda a sucessão de actos dirigida à declaração de direitos tributários,
designadamente:
a) As acções preparatórias ou complementares de informação e fiscalização tributária;
b) A liquidação dos tributos quando efectuada pela administração tributária;
c) A revisão, oficiosa ou por iniciativa dos interessados, dos actos tributários;
d) O reconhecimento ou revogação dos benefícios fiscais;
e) A emissão ou revogação de outros actos administrativos em matéria tributária;
f) As reclamações e os recursos hierárquicos;
g) A avaliação directa ou indirecta dos rendimentos ou valores patrimoniais;
h) A cobrança das obrigações tributárias, na parte que não tiver natureza judicial.
CASOS PRÁTICOS
1-A - CASOS – PARTE GERAL - LGT

A sociedade Alfa, Lda, com sede em Lisboa e que se dedica à produção e venda de pasta de papel,
foi notificada em fevereiro de 2021 pela Autoridade tributária para pagar uma contribuição criada
em 2020 pela AR a favor de um fundo autónomo desprovido de personalidade jurídica, com
atribuições na área ambiental, cuja base de imposição corresponde a 0,5% dos lucros da sociedade.
A sociedade Alfa considera que o tributo é desconforme à ordem jurídica, uma vez que:
a) OS fundos autónomos despersonalizados não podem figurar como sujeitos ativos do tributo;
b) As contribuições não podem ter por base os lucros societários
c) Não é conforme à CRP a criação de contribuições pelo Parlamento, pois é uam matéria de
competência exclusiva do Governo
d) O tributo é retroativo e por isso inconstitucional.

QUID IURIS
1 - CASOS – PARTE GERAL

I - Comente, sintética mas fundamentadamente, as seguintes afirmações :


A) A garantia do direito de propriedade é irrelevante para a tributação;
B) O contribuinte pode corrigir a tributação no prazo de vinte anos.

II – Desenvolva os seguintes temas :


A) O caráter ilícito dos rendimentos não impede a sua tributação;
B) A potencial contradição entre os princípios da legalidade e da igualdade tributárias.
2 - CASOS – PARTE GERAL

 Indique, fundamentando, quais as formas de extinção da obrigação civil não admitidas em direito fiscal.
 Suponha que o Conselho de Ministros aprovou um decreto-lei autorizado que previa que os benefícios fiscais a
consagrar no novo imposto sobre imóveis seriam aprovados por Decreto-Regulamentar. Quid Juris?
 Os impostos são sempre meios de propiciar receita?
3 - CASOS – PARTE GERAL

I - Hipótese
Suponha que o Governo aprovou e criou, em abril de 2018, uma isenção fiscal de 10% sobre os rendimentos
obtidos pelas associações de bombeiros que demonstrassem ter participado ativamente no combate aos fogos
florestais de 2017.
Quid Iuris?

II – Hipótese
Suponha que a Assembleia Municipal do Município X aprovou e criou, em março de 2018, uma taxa de 1% sobre
os lucros das sociedades madeireiras com sede no território municipal, para cobrir as despesas acrescidas com a
limpeza dos terrenos sitos no município, por forma a reduzir o risco de fogos florestais.
Quid Iuris?
4 - CASOS – PARTE GERAL

Suponha o seguinte caso


O Governo aprovou, em 20 março de 2019, uma contribuição financeira a vigorar a partir de 2019 e incidente
sobre todas as sociedades que se dediquem ao setor tratamento de águas residuais. A base de tributação era de 1%
sobre os lucros das sociedades e a receita seria entregue a um fundo público autónomo, para fazer face às despesas
de investimento na área ambiental.
A sociedade “x” entende que o tributo é formal e materialmente inconstitucional porque:
a) O tributo é um imposto e não uma contribuição, logo o Governo não podia aprovar o tributo em causa;
B) Viola o princípio da igualdade, na dimensão capacidade contributiva, dado que a sociedade está a ser mais
tributada dos que as sociedades que não se dediquem à atividade de tratamento de águas, as quais não são
tributadas por essa contribuição;
C) Viola o princípio da igualdade, na dimensão equivalência;
D) existe qualquer contrapartida específica pelo pagamento do tributo;

Quid iuris?
5 - CASOS – PARTE GERAL

Suponha que o Governo para garantir os recursos financeiros necessários à descentralização de competências para
as autarquias locais aprovou o seguinte diploma legal:
A) Atribuição de 30% do IRS dos residentes em cada município para a autarquia respetiva ( ARTIGO 254.º DA
CRP).
B) Criação de uma taxa de segurança pública a cobrar aos residentes em território português que se dediquem a
actividades desportivas num montante de 10% sobre a venda de bilhetes cuja receita (das taxas) é entregue aos
municípios onde os eventos desportivos ocorreram.
C) Atribuição às autarquias da competência para criar taxas diferentes das previstas no regime geral.
D) Cobrança de uma contribuição financeira, de todas as entidades reguladas por autoridades administrativas
independentes, de 5% sobre os lucros dessas entidades e a favor das autoridades reguladoras.
E) Redução de 50% no IRS para todos os sujeitos passivos que comprovadamente façam voluntariado em
Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS).
F) Redução em 50% do IRC, respeitante ao ano anterior, a todas as sociedades abrangidas pelo Estatuto do
Mecenato.
6 - CASOS – PARTE GERAL E IRS

1-Responda, fundamentando, sobre a correção ou não das seguintes afirmações:


1.1- A personalização do imposto é reflexo da capacidade contributiva;
1.2-A territorialidade do imposto evita qualquer problema.

2- Qual o resultado da aplicação da tabela das taxas progressivas em IRS apresentada na aula, à importância de €
30 000 ? E se fosse 100 000€?

7 - CASOS – IRS

1 – Comente a afirmação de que o IRS é um imposto único

2 - Atente o seguinte caso:

Alberta e Bento, casados e residentes em Lisboa, têm dois filhos menores, Carlos e Diana. Com o casal reside ainda Fernanda,
mãe de Bento, que não tem quaisquer rendimentos tributáveis.

Alberta e Bento dedicam-se ao arrendamento de imóveis a estudantes em Lisboa, para efeitos turísticos. Para o efeito têm 15
habitações na zona histórica de Lisboa que lhes rendeu 180 000€ de rendas no ano passado, tendo tido várias despesas para
manter a fonte produtora de rendimentos, que ascenderam a 80 000€.

Os filhos são proprietários de um imóvel, herdado de uma tia, que lhes rendec500€/mês de rendas.

Em face dos elementos referidos, indique:


A incidência pessoal;
O cálculo do imposto até à coleta.

8 - CASOS – IRS

1 – Comente a afirmação de que o IRS é um imposto único

2 - Atente o seguinte caso:

Alberta e Bento, casados e residentes em Lisboa, têm dois filhos menores, Carlos e Diana. Com o casal reside ainda
Fernanda, mãe de Bento, que não tem quaisquer rendimentos tributáveis.
Os filhos são proprietários de um imóvel, herdado de uma tia, que lhes rendec500€/mês de rendas.
2

Qual o resultado da aplicação da tabela das taxas progressivas em IRS apresentada na aula, à importância de € 30 000 ? E se
fosse 100 000€?

Em face dos elementos referidos, indique:


A incidência pessoal;

9 - CASOS – IRS
 1. Comparando a tributação dos rendimentos da categoria A e da categoria E, em que medida podemos afirmar
a existência de uma distinta dimensão do princípio do imediatismo e quais os seus efeitos?
 O que entende por rendimento para efeitos de IRS?
 As mais-valias demonstram a dualidade do IRS em razão da sua periodicidade? Quais os efeitos dessa
dualidade no princípio da segurança?
 O que distingue conceptualmente as DE das DC?
 Em que medida o IRS procura eliminar a dupla tributação económica?

9 - CASOS – IRS

Artigo 20.º
Imputação especial ( ELIMINAÇÃO DUPLA TRIBUTAÇÃO ECONÓMICA)
1 - Constitui rendimento dos sócios ou membros das entidades referidas no artigo 6.º do Código do IRC, que sejam
pessoas singulares, o resultante da imputação efetuada nos termos e condições dele constante ou, quando superior,
as importâncias que, a título de adiantamento por conta de lucros, tenham sido pagas ou colocadas à disposição
durante o ano em causa.

Artigo 40.º-A
Dupla tributação económica
1 - Os lucros devidos por pessoas coletivas sujeitas e não isentas do IRC são, no caso de opção pelo englobamento,
considerados em apenas 50 % do seu valor.

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