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• A obra imprime um tom espiritual já no agradecimento,

inspirado no ‘Cântico das Criaturas’, de São Francisco de


Assis. Ela afirma ter se baseado nessa obra para compor seu
livro de poemas. A epígrafe que se segue foi extraída dos
Salmos:

“Chorando, chorando, sairão espalhando as sementes.


Cantando, cantando, voltarão trazendo seus feixes.”
Salmo 126:06
Obra dividida em cinco partes:
• 1 - Modo Poético - 66 poemas. Nesta parte, a definição da
linguagem e do fazer poético e a busca por definir o papel da
autora como mulher e poetisa, são os elementos mais
presentes.
• 2 - Um Jeito e Amor - 19 poemas. Grande enfoque nos
poemas amorosos, como o título sugere.
• 3 - A Sarça Ardente I - 14 poesias. Elementos de recordações.
• 4 - A Sarça Ardente II - 13 poesias. Continuação
• 5 - Alfândega. Possui apenas 1 poema, de mesmo nome.
Não me importa a palavra, esta corriqueira.
Quero é o esplêndido caos de onde emerge a sintaxe,
os sítios escuros onde nasce o «de», o «aliás», o
«o», o «porém» e o «que», esta incompreensível
muleta que me apoia.
Quem entender a linguagem entende Deus
cujo Filho é Verbo. Morre quem entender.
A palavra é disfarce de uma coisa mais grave, surdamuda,
foi inventada para ser calada.
Em momentos de graça, infrequentíssimos,
se poderá apanhá-la: um peixe vivo com a mão.
Puro susto e terror
I - Joaquim Manuel de Macedo

• Boa estruturação nos enredos.


• Linguagem coloquial.
• Costumes da sociedade carioca (descrição).
• Tramas suaves.
• Final feliz.
• Poder incontestável do amor.
• O casamento como tema.
• Tipos do universo burguês.
• Obras principais: A Moreninha; O Moço Loiro; A luneta mágica...
RUBEM FONSECA
Estilo direto, objetivo, linguagem
coloquial, enredos centrados na
violência urbana, mescla de
informações históricas com elementos
ficcionais, criação de personagens
marginalizados socialmente, como
prostitutas, e de personalidades
ligados à criminalidade, como
assassinos e assaltantes, explicitação
dos defeitos e das contradições dos
personagens, como o comportamento
de luxúria, caracterização psicológica
dos personagens.
OS PRISIONEIROS
“Somos prisioneiros de nós mesmos. Nunca se esqueça disso, e de
que não há fuga possível”

• Rubem é classificado como um autor da literatura contemporânea


com estética brutalista. Fonseca adota um estilo áspero e sem
rodeios para falar de violência, sensualidade e solidão.
Características literárias de Rubem
Fonseca
• As obras de Rubem Fonseca fazem parte da literatura contemporânea brasileira e
apresentam:

• Linguagem coloquial * Corrupção das elites


• Relato objetivo * Brutalidade humana
• Violência urbana * Hipocrisia social
• Temática policial * Abuso de poder
• Narrativa realista * Vazio existencial
• Ação e suspense * Humor e ironia
• Sexo explícito * Desigualdade social
TEMAS
• CRÍTICA À MODERNIDADE

Natureza-podre ou Franz Potocki e o mundo: o escritor satiriza a


pintura moderna, criticando suas instâncias de consagração como
museus, críticos e público. O pintor em questão, cujo nome guarda uma
incrível semelhança com o pintor abstrato norte americano, Jackson
Pollock, cria a estética da natureza-podre, rendendo-lhe muito dinheiro
com a venda de suas obras e banalizando-as ao ponto de todos terem o
seu próprio quadro, mediante crediários e sistemas de compra
facilitado
• CRÍTICA A INSTITUIÇÕES ESPECÍFICAS, COMO A IGREJA, A CIÊNCIA E A
ARTE MODERNA

O conformista incorrigível: uma junta médica analisa o caso de um


remanescente típico do conformismo. Essa junta faz parte de um Instituto
que visa a criação da Sociedade Mentalmente Sadia. A constante
exposição dos indivíduos da sociedade moderna a todo este sistema
midiático levaria os mesmos à Conformidade. A solução seria um
tratamento de choque para produzir indivíduos rebeldes e inconformados
- mesmo que esse inconformismo fosse imposto sob coerção física. Neste
conto o linguajar técnico confunde-se com um diálogo non-sense onde é
visível a ironia. Seria possível vermos uma crítica à mídia e à Arte
moderna. É interessante notarmos a preocupação do escritor com a
questão dos Institutos que visam uma suposta melhoria da sociedade.
• CRÍTICA À BUROCRATIZAÇÃO

O agente: Um funcionário do Instituto de Estatística que visa realizar um


recenseamento. Ao visitar uma imobiliária, ele descobre que o seu dono
está prestes a se matar. Quando questionado do porquê do censo, o
agente responde: “para sabermos quantos somos, o que somos”. Ao que
o dono da imobiliária responde “o que somos? Isso não”. O funcionário
tenta dissuadi-lo do suicídio mas quando percebe a firmeza de seu
propósito, simplesmente diz que não há problema, afinal de contas, é
parte do recenseamento contar com determinadas mortes durante o
processo. Além disso, ele ganha cento e setenta cruzeiros e cinquenta
centavos a cada questionário, não podendo perder seu tempo com
aquele homem. Questões existenciais são tratadas com a frieza de um
funcionário burocrata que só se preocupa com o seu próprio bem estar.

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